Zombie World - A Evolução (Li...

By saints_bruno

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Improváveis alianças interceptam o progresso de Taylor, quando uma guerra toma diferentes lados. Daisy constr... More

Recapitulando...
Prólogo
Parte 1
Capítulo 1 - Dias de um passado esquecido
Capítulo 2 - A estranha e o monstro
Capítulo 3 - Carpe Diem
Capítulo 4 - Glaube
Capítulo 5 - O cubo
Capítulo 6 - A encruzilhada
Capítulo 7 - Isso não é um zumbi
Capítulo 9 - Inimigo?
Capítulo 10 - Feridas do passado
Capítulo 11 - A casa azul
Capítulo 12 - Filme de terror
Capítulo 13 - Sacrifício
Capítulo 14 - A rainha dos corvos
Capítulo 15 - Espólios de uma guerra
Parte 2
Capítulo 16 - Hurt
Capítulo 17 - Santa Clara
Capítulo 18 - Ann e Alex
Capítulo 19 - A face da morte
Capítulo 20 - A garota misteriosa
Capítulo 21 - Quem é você?
Capítulo 22 - Cicatrizes
Capítulo 23 - Detroit
Capítulo 24 - Kirby Reed
Capítulo 25 - Os estranhos
Capítulo 26 - O bicho-papão
Capítulo 27 - O lobo
Capítulo 28 - O que é justiça?
Capítulo 29 - Darwin
Capítulo 30 - Esperança
Parte 3
Capítulo 31 - O esquadrão suicida
Capítulo 32 - Autoconsciência
Capítulo 33 - Porcos
Capítulo 34 - Show de horrores
Capítulo 35 - 149
Capítulo 36 - Entre nós
Capítulo 37 - Laços profundos
Capítulo 38 - O agente do caos
Capítulo 39 - A batalha de Daly City
Capítulo 40 - Sem volta para casa
Epílogo I
Epílogo II
Epílogo III
O que vem agora? Terceiro livro, spin off e remake...
Em breve

Capítulo 8 - A incrível, fabulosa e assustadora máquina de destruir zumbis

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By saints_bruno

Atrás de um balcão verde-escuro vazio, Maggie encontrava-se ali escondida, agachada, com uma mão na boca e a outra pressionando seu ferimento na perna. Do outro lado do balcão, vagavam os poucos zumbis que se separaram da horda que perseguia Kitty.

Maggie sabia de suas limitações, mesmo que fossem poucos os zumbis, não conseguiria os confrontar naquelas condições. Apesar da loja estar escura, ainda havia pouca luminosidade provinda do brilho da lua. Em relance, levantou sua cabeça poucos centímetros acima do balcão e espiou a situação. Haviam quatro mortos-vivos, um deles vestia um uniforme de bombeiros, incluindo o capacete. Apesar de estarem espalhados pela loja, pareciam saber que havia carne viva escondida em algum lugar.

Voltou-se a agachar e cuidadosamente, arrastou-se até a beira do final do balcão que dava em um estreito corredor até os fundos da loja, onde tinha um porta fechada com uma placa.

ENTRADA PERMITIDA APENAS PARA FUNCIONÁRIOS

Sua única chance, imaginava Maggie. Apesar de ainda haverem outros dois balcões até o final do corredor, ela ainda estaria sob o campo de visão de todos eles ao passar de um lado para o outro. Apoiou-se outra vez sob o balcão e espiou como estavam os vagantes. Quando o mais próximo virou as costas, ela gatinhou até o próximo balcão e seguiu até a outra ponta. Só mais um balcão separava ela da possível saída da loja.

Já dizia o ditado, a pressa é a inimiga da perfeição. E do silêncio. 

Em um curto instante de descuidos, Maggie deixou seu pé ferido encostar em uma porta de vidro entreaberta de uma alta estante esvaziada, suscitando um indesejado barulho. Era baixo, inaudível em um dia normal, mas não era essa a situação. Era um barulho instigante para mortos-vivos em uma silenciosa e abandonada loja. Maggie mordeu os lábios de raiva quando percebeu o que fez.

O zumbi mais próximo rosnou e virou-se para o balcão, atraindo os outros três. Para eles, um barulho qualquer é uma oportunidade. Com os passos mais acelerados que o primeiro, o bombeiro deslizou sua mão sobre uma pilha de caixas de munições vazias, as derrubando sobre o chão. 

Maggie encolheu-se tensa de onde estava. Pelo pequeno reflexo no porta de vidro da estante, ela via crescer as sombras de humanoides. Manteve-se imóvel e prendeu sua respiração quando o soldado morto-vivo parou do outro lado do balcão, debatendo-se contra a borda e forçando seus assombrosos olhos em um limitado campo de visão pouco acima de Maggie. Ele estava tão próximo, que ela conseguia ouvir sua respiração ofegante.

Se algum deles a encontrassem, provavelmente morreria. Não tinha armas, nem força o suficiente para apoiar em sua perna esquerda. Foi forçada a segurar seu próprio grito de susto quando o vagante do uniforme amarelo, que deveria estar salvando vidas em um dia normal, deu um passo em frente ao armário, colocando-se ao lado dela. Engolindo seco, Maggie manteve-se inerte não conseguindo reagir por alguns instantes. Ouviu outros passos arrastados atrás dela e levantou a cabeça mais uma vez para cima do balcão. O que encontrou foram dois braços sujos de sangue com cheiro de podridão vindo em sua direção. O vagante agarrou os cabelos os cabelos de Maggie e tentou puxá-la. Maggie até tentou se soltar ao segurar as mãos dele, mas percebeu a complicada situação que estava quando o bombeiro veio ataca-la também.

Apoiando seu pé bom no armário, Maggie empurrou seu corpo contra o balcão, tombando sobre o morto-vivo. Preso debaixo do armário, ele soltou os cabelos dela para tentar sair dali. Pouco tempo Maggie teve, quando o bombeiro agarrou o seu pescoço e veio com sua cabeça rachada para morder o rosto dela. Com a viseira abaixada, o máximo que o bombeiro conseguiu foi socar o capacete no rosto de Maggie, algo nada confortante também para ela. Presa, Maggie precisou agarrar o uniforme do bombeiro e o tombar para o lado, rolando os dois juntos para o chão. Aproveitando a deixa, mesmo com ele a puxando pela jaqueta, Maggie despiu-se de sua peça de roupa favorita, e arrastou-se sobre ele até o seguinte balcão.

Mais quinquilharias caíram ao chão quando os outros dois zumbis ali presentes correram para pegá-la. Independente do quanto doesse, Maggie se levantou e correu em direção à porta, mancando sobre um pé e se jogando na maçaneta prestes a cair. Ao passar pela porta, Maggie logo a fechou, precisando segurar por um tempo quando o primeiro vagante enfiou seus braços pela fresta para passar. Aos gritos de dor e aflição, Maggie conseguiu empurrar os braços para fora e fechar a porta.

Deixou seu corpo deslizar-se pela porta até se sentar no chão. Estava suando, respirava ofegante e sua perna sangrava tanto quanto antes. Não sabia onde estava, a sala mal era iluminada pela pouca luz que passava pela estreita janela no alto de uma das paredes. Parecia um armazém, com muitos armários e caixas amontoadas, mas tudo estava muito vazio. Deviam ter sido saqueados durante as expedições de suprimentos de alguma colônia, isso não lhe importava. Maggie tinha uma nova preocupação, o paradeiro de seus recentes amigos. E a única certeza que tinha era que não estavam bem.

O pesadelo retornou. Maggie vivia outra vez o caos.

***

Martin nem teve tempo para avisar sobre onde pisara. Atrás dele, ouviu Zoe e Niels rolarem pela íngreme ladeira cheia de raízes, arbustos espinhados e pedras soltas enlameadas das nascentes próximas. Pelo barulho da correnteza, sabiam onde iriam cair. Um rio.

Zoe não teve a mesma sorte que os outros dois. Sua cabeça se chocou contra uma pedra e por instantes, sentiu-se inerte e se deslocando para o fundo do rio. Suas costas rasparam sobre as pedras e terras no fundo e, com a força da correnteza, conseguiu voltar a superfície. Felizmente era um rio raso, poderia ficar de pé e conseguiria deixar a cabeça para fora da água, mas a correnteza era forte e haviam muitas pedras, dando-a a sensação de estar em uma batedeira gigante. Quando emergiu, Zoe cuspiu a água engolida e suspirou o tempo todo que teve, até afundar outra vez. Seus braços debateram contra galhos e pedras. Por momentos, parecia sentir uma perna enroscando-se em seu braço, mas nas dadas condições, não sabia se era de um de seus amigos ou se seria a sua própria perna que se quebrou em algum momento e sacolejava pela correnteza.

Outra vez conseguiu voltar a superfície da água turbulenta e desta vez, parecia estar perdendo velocidade, sem muitas pedras e galhos para lhe cutucar. Foi quando notara que chegou a um trecho calmo do rio, apesar de mais fundo. Nadou até a beirada e quando sentiu suas mãos se enfiarem pela fina areia do leito do rio, rastejou-se até que seus pés estivessem fora da água.

Deitada ali sobre aquele chão enlameada, buscou suprir as forças que perdera ao lutar contra estranhas criaturas e uma nada agradável correnteza. Podia ouvir os assustadores rugidos não tão longe, mas concentrou-se no barulho de mãos se debatendo contra a água. Era Niels. Arvoada, Zoe levantou-se e foi até a beirada do rio para ajudar com que o garoto saísse da correnteza. Ele parecia tão exausto quanto ela. Ao puxá-lo para um lugar seguro, ela se sentou ao lado dele, apalpando seu pálido rosto lavado.

- Você está bem? - perguntou Zoe ofegante.

- Ficarei quando retornar para casa - respondeu Niels cuspindo água enquanto falava.

Próximos deles, ouviram outro barulho na água. Por um momento, preocuparam-se que fossem uma daquelas criaturas, mas era apenas Martin também se arrastando para fora do rio. Bem ao centro de sua calvície, havia um esfolado bastante aparente que já emanava sangue. Não devia ser grave, mas Zoe preferiu ir até ele para garantir.

- Sua cabeça está...

- Sangrando - Martin completou Zoe. - É eu sei, não é fácil ser careca. Ao menos ainda estou vivo.

- Para quem mal conseguia caminhar por uma floresta, você se saiu muito bem até agora.

- Isso não serve de consolo, mas obrigado mesmo assim.

Um novo grito estridente daquelas criaturas retumbou pela floresta até eles. Os três ficaram parados por alguns momentos, assustados e procurando se orientar de onde vinha. Outra vez a criatura gritou, dessa vez mais perto, e foi seguida de uma algazarra de gritos, como macacos comemorando.

- Eles estão pertos - comentou Zoe parada, olhando para a floresta acima do rio. - Somos suas caças, não vão parar até nos encontrar.

Tão assustado quanto os outros, Martin conseguiu se levantar sem a ajuda de Zoe e colocou-se ao lado dela, pronto para correr outra vez, mesmo mancando.

- Precisamos sair daqui logo.

Zoe ajudou Niels a se levantar e seguiram Martin outra vez para dentro da floresta. Desta vez, subindo pela encosta do rio seria mais cansativo. Martin reparou na mudança do bioma local e a grande floresta de pinheiros abria espaço para arbustos e árvores mais robustas. Estavam tão ao sul do que já estiveram antes. Caminhando mais alguns metros, o homem de meia-idade parou em frente a uma placa.

- Sabia que reconhecia este lugar. Caminhei por aqui com meus filhos há alguns anos. Estamos no parque florestal de Nisene Marks - descreveu Martin nostálgico indicando para a placa.

- Já acampei em Nisene Marks com meus tios - lembrou Niels. - Estamos ao sul de San José.

- Fomos mais longe do que deveria. Podemos estar a quilômetros de distância dos outros - refletiu Zoe. - Mas não podemos nos arriscar a andar por essa floresta à noite... não sendo caçados por sabe lá o que são aquelas coisas. Já estiveram aqui antes, conhecem esse lugar. Deve haver algum lugar onde podemos passar a noite?

- Monte Toyon - disse Niels pouco incerto. - Acho que é assim que chamava o retiro onde acampamos. Era um lugar bem popular.

- Consegue nos levar lá?

- Estive lá apenas uma vez, há mais de cinco anos. Não consigo me localizar com a memória defasada e na situação em que estamos.

- Martin? Também já esteve aqui. Consegue encontrar este tal retiro que Niels disse.

Martin parou de caminhar e olhou para o céu estrelado. Apoiou suas mãos na cintura e inclinou sua cabeça para trás, respirando pausadamente.

- Pode meditar quando encontrarmos esse retiro - falou Zoe impaciente. - Martin, precisa nos ajudar.

- Quando estão perdidos, os navegadores se orientam pelas correntezas do mar.

- Ok, e...

- Estamos perdidos, mas temos um céu estrelado sobre nós. As estrelas podem ser nosso GPS se soubermos interpretá-las.

- Ah não ser que um de vocês seja um escoteiro ou um astrônomo, seu discurso encantador não nos levará à lugar nenhum.

- Não ignore as estrelas, Zoe. Não precisa trabalhar com elas para entende-las. Não sou um escoteiro, nem um astrônomo, nem trabalhei para a NASA. Mas fui um pai muito presente na criação de meus filhos. Noites adentro passávamos explorando as estrelas pela luneta, acampados no quintal de casa. Era o mínimo que podia fazer por eles após passar tanto tempo longe de casa.

- Então pode interpretá-las? Consegue nos tirar daqui?

- Sim. E no pouco tempo que estive conversando com você aqui agora, pude nos localizar. Conheço o retiro Monte Toyon, o vi algumas vezes caminhando por essas trilhas. Ele fica a sudoeste de onde estamos e, com sorte, não estamos tão longe - indicou Martin.

- Ótimo, vamos logo então. Já perdemos tempo demais.

A temperatura caíra bastante e com suas roupas molhadas, Niels se sentia congelando. Ao percebe-lo alisando seus braços e assoprando para se esquentar, Zoe passou seu braço ao redor dos ombros dele e o acompanhou pelo caminho seguinte. Estar ali, naquelas condições, a reconfortava de alguma forma com suas preocupações com Kitty. Queria acreditar que ela estava bem, mas seu coração de mãe estava cada vez mais apertado.

***

Kitty estava deitada sobre a fria rua, debaixo do primeiro carro que encontrou após despistar a grande horda. Os vagantes estavam perambulando, ao redor do carro, procurando a caça perdida. Apesar de se espalharem pela rua, era impossível sair dali sem ser notada por algum deles.

Suas costelas ainda doíam, mas era suportável. Quando enfiou-se ali debaixo, Kitty também percebeu que seu nariz sangrava, mas não se lembrava de que pancada o feriu. Seu cotovelo também estava dolorido e esfolado, provavelmente lesionado ao se soltar da armadilha do poste.

Kitty sentiu-se tão atraída quanto os vagantes quando dois faróis acesos vinham em grande velocidade pela rua. Pela distância e o tamanho dos faróis, não era de um veículo simples. Um terceiro farol sobre ele se acendeu, bem maior que os outros, que conseguia iluminar toda a rua. Mas o que mais chamara a atenção de Kitty era o que veículo estava para fazer. Atropelando a grande horda sem dificuldades, usando uma enorme carcaça de ferro em v, empurrava todos aqueles que se colocassem a sua frente. 

Alguns vagantes eram mutilados, outros explodiam com o choque à placa. A força e a velocidade do veículo abriam um enorme espaço na rua, enodoando todo o asfalto de sangue e carne podre. Para Kitty, a cena ali presente parecia sair de um filme de Mad Max, só que com mortos-vivos.

Para seu desespero, o potente veículo que assemelhava-se a um motorhome - mas altamente blindado e poderoso - não só tirava os mortos-vivos da rua como também os veículos ali parados. O veículo sob o qual Kitty se escondia seria o próximo alvo e ela não queria ser mais uma esmagada por aquela pá gigante abridora de caminho.

Kitty aproveitou que os zumbis estavam concentrados na forte luz e ao barulho do motor do destruidor de hordas e arrastou-se para a calçada. Mal teve tempo de encontrar um lugar seguro e foi acertada por um vagante mutilado pela carro. Estonteada, ainda cambaleando, Kitty foi atingida outra vez. A placa acertou o veículo de onde Kitty estava há um momento, sendo jogado brutalmente contra a calçada. Kitty teve a feliz sorte de não ser esmagada contra a parede, mas não conseguiu evitar de ser atirada contra uma cerca de alambrado na entrada de um beco.

Tombada ali naquele beco sobre a cerca, em meio a restos de vagantes atropelados, Kitty tentou de arrastar para mais longe, mas estava muito fraca. Com uma forte dor no peito, tossiu sangue e deixou-se cair na escuridão.




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