Condemnnatu - Série Além Da A...

Da Biss_darkness

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No Inferno, ela esperava encontrar lavas incandescentes e sons de desespero, mas ao chegar, o que teve foi a... Altro

Avisos aos Leitores
Retrospectiva
Selos e Certificados de Concursos vencidos
Apresentações
Epígrafe
Prólogo
Capítulo 1 - Parabéns, papai.
Capítulo 2 - Reconhecendo o ambiente.
Capítulo 3 - Caindo na Real
Capítulo 4 - É pra você que eu vou voltar.
Capítulo 5 - O feiticeiro
Capítulo 6 - Abbadon
Capítulo 7 - A Proposta
Capítulo 8 - Celine
Capítulo 9 - Brincando com algo sério
Capítulo 10 - Servindo ao Diabo
Capítulo 11 - Em chamas
Capítulo 12 - Quem brinca com fogo....
Capítulo 13 - Recuperada
Capítulo 14 - Rumo a Pequim
Capítulo 15 - O Show
Capítulo 16 - Encarando o destino
Capítulo 17 - O suicídio
Capítulo 18 - Aprendendo
Capítulo 19 - Inesperado
Capítulo 20 - A Invocação
Capítulo 21 - Saudades
Capítulo 22 - Velhos amigos, novos inimigos.
Capítulo Extra: Um Natal especial
Capítulo 23 - Little Naughty
Capítulo 24 - Adeus
Capítulo 25 - Confusão Parte 1
Capítulo 25 - Confusão Parte 2
Capítulo 26 - Seguro, mas nem tanto
Capítulo 27 - Estreitando relações.
Capítulo 28 - Como pode tudo mudar? - parte 1
Capítulo 28 - Como pode tudo mudar? - parte 2
Capítulo 29 - O Clipe
Capítulo 30 - A Família
Capítulo 31 - O Concílio.
Capítulo 32 - Os Bastidores
Capítulo 33 - Répteis
Capítulo 34 - Sai uma, vem outra.
Capítulo 35 - Onde ela está?
Capítulo 37 - Velhos Amigos
Capítulo 38 - Final - O Certo que deu Errado

Capítulo 36 - Choque

36 7 1
Da Biss_darkness

Atenção: esse capítulo contém cenas que podem ser fortes para menores de idade ou pessoas sensíveis.


POV MIRANDA

Ploc...

Ploc...

Ploc...

Ploc...

Abro e fecho meus olhos.

Não faz diferença. A luz é fraca e muitas vezes nem consigo distinguir nada a minha frente, especialmente quando a portinha desse caixão está fechada. Eu nunca gostei de lugares fechados, nunca me senti confortável dentro de elevadores, mas agora, dentro dessa caixa, eu simplesmente me sinto enterrada viva.

Prefiro manter meus olhos fechados e imaginar que é apenas um sonho.

Minhas pernas, nem sinto mais. Então não tenho certeza se estou de pé ou deitada, mas acho que é a primeira opção, já que tenho dificuldade em colocar a comida na boca. Comida que nos primeiros dias vomitava, já que o cheiro da urina e fezes aqui dentro eram quase insuportáveis.

Ploc...

Eu tinha perdido as contas dos dias em que estava aqui. Primeiro comecei contando a cada alimento que me traziam, normalmente, eu sentia o início de uma fome e a comida aparecia, quase que imediatamente, então considerava que, a cada três refeições, havia se passado um dia inteiro. Eu engolia tudo, pensando no meu filho. Se eu morresse de fome, ele morreria também. Porém, após o segundo dia, apesar da sujeira em meus pés, eu continuava sentindo fome, mas a comida não vinha. Eu me lembro de esperar até desmaiar, no mais completo silêncio, rompido apenas por aquele barulho da água batendo em alguma poça ali perto.

Ploc...

Era acordada algum tempo depois, com a comida sendo colocada violentamente pelo buraco do caixão, que ficava na posição de minha boca, machucando meus lábios. Me sentia invadida, ao mesmo tempo aliviada. Eu não morreria de fome.

Não sabia como conseguia respirar ali dentro. Eu até gritei por muito tempo, mas depois simplesmente não tinha mais voz.

Não mudava em nada.

O pior era a dúvida de quando me matariam. Cada vez que o bebê se remexia, me lembrando que ele ainda estava lá, a angústia e a alegria se misturavam em minha cabeça. Eu queria gritar, mas nem voz tinha. Eu queria abraçar minha barriga, queria dar alívio e conforto para ele, mas não conseguia mexer minhas mãos.

Quando ele aparecia, sentia até um certo carinho no trato comigo. Pedia para eu abrir a boca, perguntava se eu tinha sede, um dia até perguntou da dor nas minhas pernas.

Não está mais doendo.

Respondi na ocasião. Havia mentido, mas logo isso se tornou verdade.

Mas quando era ela... minha boca estava por demais machucada, pois ela enfiava a comida com força, muitas vezes me engasgando. A água, era jogada por um caninho, sempre a mesma quantidade. No início eu recusava, mas logo percebi que ficaria sem, então comecei a comer e beber sem esboçar nenhuma resistência.

Conforme os dias se passavam, passava a esperar a visita deles. A solidão era massacrante. O escuro daquele lugar era desolador. Algumas vezes eu me unhava apenas para sentir se ainda estava viva. Esse pequeno ponto de dor me davam alegria.

Eu ainda sentia.

Tentava implorar pela vida do meu filho, que se remexia especialmente quando eu estava com fome. As vozes na minha cabeça falavam bastante comigo, mas de um ou dois dias para cá se calaram. Isso coincide com meu ventre se aquietar também. Estava preocupada, minhas lágrimas já haviam há muito secado em meu rosto.

— Abre, vamos! – ela fala, assim que entra na sala, rompendo o silêncio e entregando um molho de chaves para meu pai.... Quero dizer, para James.

Ele se aproxima, abrindo o que me parece ser um cadeado, me fazendo por extinto levar minhas mãos contra meu rosto para me proteger da luminosidade daquele lugar, assim que a porta é aberta. Mas minhas mãos são seguradas por ela, me causando extrema dor na vista. Não tenho forças nas pernas, mas sinto que elas estão extremamente pesadas.

Com dificuldade, James me arrasta pela sala e de relance consigo olhar o espelho que tinha ali.

— Para! Volta. Mostre a essa menina o que ela se tornou!

Elizabeth fala, me obrigando a olhar minha própria imagem refletida. Deprimente, acabada, inchada, desfigurada. Eu não conseguiria me reconhecer daquele jeito, e pela primeira vez desejei estar morta. Estava muito magra. Tudo em mim era fino e seco. O osso de minha clavícula saltava e meu cabelo extremamente duro, com a marca de ter ficado muito tempo na mesma posição. Meus olhos pareciam sem vida, eu os olhava e eles, apesar de apontados para mim, não devolviam a vida que antes tinha neles. Meus lábios estavam rachados e a única parte destoante disso tudo era minha barriga, gigante e linda. Ela estava lá, meu bebê estava lá. Minhas pernas muito inchadas não me respondiam mais, não conseguia andar. Cada vez que tentava, quase caía, além da dor que me invadia.

— Por favor! O que vocês querem comigo? Me matem logo! – implorei, em vão.

Ela riu, escandalosamente, e me deu em troca um tapa forte no rosto.

— Você não vai morrer, Miranda. Não até parir esse ser dentro de você, o que, pelas minhas contas, não deve demorar mais tanto tempo assim.

Meu coração desacelerou com a ideia de ela assistindo meu filho e comecei a chorar.

— Por favor... – tentei argumentar.

— Vamos, James! Ou serei eu que vou precisar soltar os bichinhos? – ela disse, com raiva. – não é nada pessoal, ou é? – riu novamente, até quase perder o fôlego, se dirigindo a mim – eu devia ter te matado há milênios, mas não! Ouvi esse asno que você chamou tanto de pai e olha onde estamos?! No inferno, na mesma merda de inferno. E antes, onde a gente estava? – ela começou a andar, fingindo estar pensando muito. – Ah sim, lembrei! Estávamos numa cidadezinha medíocre da América do Norte, antes uma cidadezinha medíocre da América do Sul, antes qualquer outra cidadezinha medíocre, sempre fugindo, sempre fingindo ser a dona de casa perfeita... E pra quê? Pra que seu pai não acabasse conosco.

Ela me olha com ódio, enquanto me prendia na cadeira que estava dentro da banheira vazia. Achei muito estranho isso, já que não teria forças nem pra me levantar, quanto mais sair correndo. O que uma simples cadeira faria comigo.

Mas logo entendi.

— Aguentar você e aquele demônio imprestável foi o maior purgatório que poderia receber, mas de certo agora, com o seu sacrifício e o sacrifício dessa coisa dentro de você, Ele me receberá de volta – ela disse, abrindo uma caixinha com centenas de baratas, as jogando dentro da banheira.

Eu comecei a gritar, desesperada. Ela apenas ria, retirando um pedaço de fio desencapado do chão e enrolando nas minhas pernas. Tentei impedi-la, mas foi em vão.

— Claro, isso daqui não tem nada a ver com o sacrifício, isso é porque eu gosto mesmo de te ver sofrer... – falou, cuspindo na minha cara e apagando a luz.

Fiquei presa, no escuro, gritando em desespero com centenas de patinhas subindo pelo meu corpo e o som perturbador daquelas gotas d'água.

(...)

Narrador

Dylan consegue chegar a Luciferus, mas na entrada é barrado pela guarda real e enviado para a prisão.

— Eu preciso falar com Lúcifer! – ele gritava, enquanto era colocado em uma cela.

Alguns minutos depois, o retiraram de lá e o conduziram para o salão oval, onde apenas Lúcifer se encontrava.

— Acredito que deva ter algo importante para dizer, Dylan Wooth, ou devo dizer, Daniel? – ele fala, demonstrando um sorriso sincero ao pronunciar o nome de anjo de Dylan. – Não vejo em você armas, amuletos, apenas...

— Isso, Lúcifer. Eu trago isso – ele mostra o boneco de vudu de Miranda ao anjo, mas não o entrega. – Eu entreguei Celine, eu consegui o boneco. Eu preciso saber de Miranda, onde ela está? Eu preciso encontrá-la!

Ele se debate, tentando se libertar dos guardas que haviam o segurado. Apenas quando Lúcifer faz um sinal ele se solta, chegando mais próximo.

— Você é o pai, imagino? – ele afirma, observando o jeito do músico e sentindo seu sangue, semelhante ao do bebê no ventre de Miranda. – Mas por que esteve tanto tempo longe? Por que a abandonou grávida?

Dylan se sentiu mal naquele momento, se lembrando das coisas que teve que fazer sob domínio de Celine. Seus punhos se fecharam com força e ele mal conseguia responder. Mas nem precisou.

Ao ver a cena em sua frente, Lúcifer concluiu tudo.

— A ardilosidade das mulheres! Típico e previsível – parafraseou algo que lhe disseram muito tempo atrás – Devemos ter cuidado... pensei que soubesse disso! – o olhou de canto de olho, notando que não se tratava apenas de desejo, mas o que ele sentia por Miranda era profundo. Tão forte que seria facilmente manipulável a qualquer tempo. – Me dê o boneco!

— Não. – ele recuou, o guardando para si.

Lúcifer não gostou da afronta, mas se controlou.

— Vamos! O que você vai fazer com ele se não sabe onde ela está?

— Eu não sei, mas sei que você pode me ajudar a encontrá-la – Dylan responde, guardando o boneco em seu bolso. – Eu não vou entregar pra você, Lúcifer, e sei que pode me matar e ficar com o boneco, mas saiba que o contrato se extingue com a minha morte ou de Celine, então, se me matar, ele não terá serventia para você.

Ele fala de uma vez, deixando Lúcifer sem reação.

— O que você quer aqui, Daniel?

— Eu quero o colar de Miranda – Dylan fala, com autoridade. – E é Dylan, Lúcifer.

Havia menos de dez pessoas naquela sala, e todas ficaram caladas.

Lúcifer só conseguia pensar em uma coisa: por que havia escolhido Benjamin para receber a maldição, se o líder perfeito era outro, estava a sua frente e tinha se apaixonado de tal maneira pela sua filha que abriu mão dela para a ver a salvo.

Com um sinal fez com que todos no lugar saíssem. Assim que ficou sozinho com Dylan, abriu uma porta que ficava aos fundos do salão apenas com o toque de suas mãos e entrou em outro aposento, menor e mais intimista. Várias caixinhas estavam em suspensão, quase todas abertas e vazias. Apenas uma se encontrava fechada. Era de Miranda.

— Eu não pretendia entregar essa joia a ninguém, nem mesmo a ela – ele fala, com pesar e pega a joia nas mãos – mas concordo com o plano que tens em mente. Acredito que deva usar o poder do seu amor para encontrá-la, já que aqui está o receptáculo da alma dela – ele concluiu, entregando a joia para o anjo. – Os outros estão a um dia na sua frente.

Pegou a joia nas mãos, sentindo sua presença ali tão perto dele. Ele conseguia sentir as batidas de seu coração, conseguia sentir o calor de seu respirar, mas nada daquilo era tão forte quanto o amor que ele sentiu naquele momento.

— É como se ela...

— Como se ela estivesse aqui, sim. Você nunca sentiu isso, garoto? – Lúcifer pergunta, com desdém. – Ela nem deveria ter esse colar, mas dei um jeito, sabe, sendo nefilim...

Não. Ele nunca tinha sentido. Ele nunca tinha tocado em um colar de outro anjo, nefilim ou qualquer outro ser da espécie angelical.

— Agora, anda logo, eu preciso dela aqui, viva e com o bebê! – Lúcifer ordenou, apontando a porta de saída com a mão – mas antes, leve consigo isso. – ele entrega a espada de Azrael, o anjo da morte. Com ela qualquer ser, demônio ou anjo poderia ser eliminado. Não era morto, pois sua alma seria totalmente desintegrada.

Dylan saiu correndo, não de medo, mas com pressa. Ele sentia a presença dela, mas cada vez, sentia mais aflição, mais medo. Era o sentimento presente nela no momento e isso só o assustou mais.

POV MIRANDA

Senti cada picada na perna, no pé, nos braços, no meu rosto, no peito, na barriga, e nada podia fazer. Meus gritos já não surtiam nenhum efeito, apenas me deixavam com a garganta doendo mais. Tinha medo de abrir a boca e alguma delas entrar por ali, então mantinha meus olhos e boca fechados. O medo acelerava meu coração e comecei a sentir espasmos musculares, pelo excesso de tempo na mesma posição.

Minha barriga contraía por alguns minutos, depois relaxava. O medo das baratas me impediam de gritar, mas tentava balançar a cabeça para derrubar uma ou outra. Eu não conseguia imaginar nada mais do que desejar do fundo do coração que aquilo parasse. Desde que me tiraram do caixão, não tinham me alimentado. Eu não sentia nem mais fome. Por um tempo, agradeci por isso, já que de tanto que me contorcia poderia acabar vomitando.

— Me tira daqui!!!!! – gemi chorando, não aguentando mais aquilo. — Socorro... – gaguejava sentindo minhas forças desaparecerem.

Apaguei.

Acordei com algo molhado em meus pés e uma dor bem forte no meu ventre. Eu sentia vontade de fazer força, mas não conseguia. Não sentada, não amarrada daquele jeito. Não fraca como estava.

— Viu só como ela não morreu? – Elizabeth falou, soltando minhas mãos e pés. Quase caí da cadeira com aquilo, mas outro par de mãos me segurou.

Vi as baratas mortas ao meu lado, com as patinhas para cima da linha d'água e um cheiro estranho. Devia ser veneno.

— Vamos acelerar esse parto ai, Miranda? – ela se dirige a mim, falando pausadamente meu nome. Não tinha soro, não tinha nada preso a minhas veias. Não fazia ideia de como ela anteciparia.

Ela me segura o suficiente para que James retire a cadeira de mim, me fazendo sentar diretamente na banheira, infestada com os bichos nojentos. É quando eu percebo o fio ainda enrolado nas minhas pernas.

— Eu não entendo de eletricidade, mas sei que vai te causar dor, vai fazer seu projeto do mal se contorcer dentro de você e, com sorte, vamos iniciar um trabalho de parto, não acha?

— Por que você simplesmente não abre a barriga dela e tira a criança? – James perguntou. – Pelo menos acaba logo com isso!

— Porque tem que nascer sozinho, de parto natural.

— Mas de onde você tirou isso, Elizabeth? – ele questiona.

— Eu fiz um acordo com Ele. Tem que ser assim. Se os dois morrerem no parto, sinto muito – respondeu, não escondendo um sorriso de satisfação ao falar aquilo. – Vamos, agora saia daí.

Ele saiu, ficando atrás dela. Ligando o fio na tomada, segurando um aparelhinho que estava interligado a ele e ao fio que estava em mim, ela começa a ameaçar apertar o botão.

Eu não tinha mais forças para nada. As dores viam, deixando minha barriga dura. Eram contrações.

— Não... – chorava, sem forças. Meu filho nasceria naquelas condições. Ele não poderia nascer naquelas condições!

Ela aperta e eu sinto um choque absurdo. Grito de dor e tão logo ela desliga o botão, rindo alto, minha barriga se contrai de novo e um cheiro de queimado. Olho minha perna e vejo que é de lá que o cheiro vinha.

— Parar essa dor só depende de você... – ela fala me encarando, apertando novamente o botão.  

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