Meu tenente Gregório! (Em Rev...

By Edii1003

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PLÁGIO É CRIME! Ele é todo certinho, correto.. Homem dá lei, sempre faz o que acha justo e não aceita nenhum... More

CAPÍTULO 1 - Algemada
CAPÍTULO 2 - Presa por ele
CAPÍTULO 3 - Tentação
CAPÍTULO 4 - Ela é encrenca!
CAPÍTULO 5 - Vai se entregar pra mim
CAPÍTULO 6 - Vanessa. A Ex
CAPÍTULO 7 - Caindo em tentação
CAPÍTULO 8 - Problemas
Personagens
CAPÍTULO 9 - Acerto de contas
CAPÍTULO 10 - Ciúmes
CAPÍTULO 11 - Fetiche
CAPÍTULO 12 - Abrindo os olhos
CAPÍTULO 13 - A Rainha do tráfico
CAPÍTULO 14 - Bônus Vanessa
CAPÍTULO 15 - Decepção
CAPÍTULO 16 - Vingança
CAPÍTULO 17 - Consequências
CAPÍTULO 18 - Centro de triagem
CAPÍTULO 19 - Diretor Douglas
CAPÍTULO 20 - Desespero
CAPÍTULO 21 - Correndo atrás
CAPÍTULO 22 - Liberdade
CAPÍTULO 23 - Insaciável
CAPÍTULO 24 - Louca
CAPÍTULO 25 - Revelações
CAPÍTULO 26 - Desejo ardente
CAPÍTULO 27 - Matando a saudade
CAPÍTULO 28 - Fim da linha
CAPÍTULO 29 - Ao resgate
CAPÍTULO 30 - Trauma
CAPÍTULO 31 - Roberta e Ana
CAPÍTULO 32 - Calmaria
CAPÍTULO 33 - Catástrofe
CAPÍTULO 34 - Confusão
CAPÍTULO 36 - Emoções
CAPÍTULO 37 - Felicidade
CAPÍTULO 38 - Douglas e Carmem
CAPÍTULO 39 - Confronto
CAPÍTULO 40 - O nascimento
Nota de esclarecimento
CAPÍTULO 41 - Bônus Júlia e Márcio
CAPÍTULO 42 - Capitão Gregório
FIM!

CAPÍTULO 35 - Lembranças

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By Edii1003

Gregório:

Abro os olhos me sentindo um pouco tonto. Sinto o cheiro hospitalar impregnado no meu nariz e isso me deixa um pouco enjoado. Som de aparelhos ligados e pessoas falando, invadem meus ouvidos de uma forma desagradável. O quarto onde estou é pequeno e só tem um leito. Tudo ao meu redor parece durar lentamente e não consigo me mecher muito, pois me sinto fraco. Não consigo lembrar quando desmaiei.

Lembro-me vagamente de ter entrado no centro cirúrgico, mas pedir a consciência antes mesmo de  começarem a cirurgia. Tem um branco na minha memória que me impede de relembrar o ocorrido e não consigo recordar direito como fui parar no hospital. Só me lembro de me acordar e já está no hospital.

Uma moça vestida de jaleco azul segura meu braço e aperta o medidor de pressão. Olho para ela me sentindo desnorteado e ela sorri pra mim. Tento me levantar mas a moça me impede. Fico atordoado e bate uma tontura forte quando tento me levantar, e isso me causa certo desespero. Fecho os olhos com força esperando a sensação ruim passar e esfrego os olhos com os punhos.

— Calma. Você acabou de sair de uma cirurgia, não forçe seu  abdômem – A mulher diz tirando o aparelho de pressão do meu braço.

Quando a tontura passa, lembro-me da facada e de ter ligado para a emergência. Porém não me recordo quando fui socorrido, nem quando entrei na ambulância ou quando cheguei ao hospital. Me sinto tão impotente que mal tenho forças para levantar meu próprio braço.

— Como cheguei aqui? Em que hospital estou?– Pergunto confuso. Minha visão começa a normalizar e as vertigens melhoram lentamente conforme fico sem mexer a cabeça.

Porque sinto como se fosse apagar a qualquer momento? Parece que morte continua me puxando para junto dela. Estou com muito sono e tenho medo de voltar a dormir. Tenho medo da escuridão tomar conta de mim e não conseguir mais retornar para a luz. Tive muito medo de morrer, e ainda estou sentindo esse medo intenso predominar dentro de mim.

— Eu não sei como o senhor chegou aqui, mas está no hospital São Camilo. Só aqui vim ver como está sua pressão – a moça diz ajustando a bolsa de soro e vejo também ao lado do soro, uma bolsa de sangue.

— Porque me sinto tão fraco? Ainda corro risco de vida? – Questiono sentindo as primeiras pontadas apertarem meu abdômen no local da ferida.

—  O senhor perdeu muito sangue.  Tivemos que fazer uma transfusão de sangue. E você ainda não se recuperou totalmente da anestesia. Mas daqui a pouco se sentirá melhor.

— Estou com uma sensação ruim.

— O senhor está com fome, quer comer alguma coisa? Talvez se comer, você se sinta melhor – Diz checando novamente o soro.

Olho para minha mão, e vejo um acesso nela. As agulhas presas juntos com alguns esparadrapos e fios ligados ao acesso. O que me permite estar recebendo soro, sangue e a algum tipo de medicação diretamente na veia.

— Eu preciso ir embora – Falo retirando o lençol que cobre meu corpo e tentando me levantar. Quando estou quase arrancando o acesso com agulhas e tudo da minha veia, uma dor aguda atinge meu abdômen severamente e não consigo conter o grito de dor. Rapidamente a mulher que julgo ser enfermeira, me segura pelos ombros e coloca minhas costas na cama de hospital novamente com cautela.

— Não se mexa. Vai acabar abrindo sua cirurgia. O senhor acabou se ser operado, entende isso? não pode ir a ligar nenhum – Adverte-me séria.

— Eu vou ficar bem? – Interpelo  alarmado.

Ainda tenho medo que esteja morrerendo, pois as dores se intensificam na região da minha barriga. Nunca sentir uma dor parecida, nem quando levei um tiro. É uma dor latente e ardente. Parece que meus órgãos estão sendo despedaçados por dentro.

—  Claro que vai. O senhor não corre mais risco de vida. Só permaneça deitado para não abrir os pontos – diz acalmando-me.

— Preciso avisar minha namorada que estou aqui – Lembro que deixei Camila esperando. Ela deve está muito preocupada comigo.

— Ah.. você pode usar meu celular – Ela diz colocando a mão dentro do bolso do jaleco e tirando o celular de dentro. Pego o celular de sua mão e disco o número de Camila. O celular começa a tocar e rapidamente ela atende. É como se já estivesse esperando uma ligação.

Alô? – Ouço a voz tensa de Camila.

— Oi Camila. Sou eu – Minha voz saí baixa e cansada. A fraqueza está querendo me vencer outra vez.

Onde você tá. E de quem esse número? – pergunta com a voz irritada.

Com certeza ela deve estar com muita raiva de mim. Pois falei que voltaria logo para gente dormir junto e que iriamos comemorar meu aniversário juntos, porém não apareci. Não faço a menor ideia de que horas são e nem de quanto tempo passei apagado. Camila deve está furiosa e com ciúmes, pensando um monte de bobagens.

— Calma Camila eu...

Você por acaso está com Vanessa ainda? Você disse que viria logo e ainda não chegou – Interrompe-me furiosa.

Sabia que Camila iria pensar besteiras. Ela está achando que fiquei com a Vanessa, se ela souber o que Vanessa fez comigo, ela irá enlouquecer. Ainda me sinto fraco e sonolento. A voz alta de Camila faz minha cabeça doer.

— É que aconteceu um acidente. Tô no hospital São Camilo. Você pode vim me ver? – pergunto receoso, omitindo a parte que fui golpeado por uma faca de carne.

Camila já está muito mau, ela está sofrendo com a perca de Bianca. Detesto dá más notícias pra ela pois sei que ela está fragilizada com toda essa loucura que vem acontecendo nós últimos dias. Portanto seria injusto da minha parte omitir o que aconteceu dela, ela merece saber a verdade. Deixá-la sem notícias minhas pode ser torturante pra ela no estado em que ela se encontra.

O que aconteceu? – Ela pergunta com a voz trêmula. Quase Gagueja e noto o quanto ela ficou nervosa com meu esclarecimento.

Acabei de passar por uma experiência de quase morte e o meu maior medo é que Camila venha passar mal com Isso, meu medo é que ela desmorone por não saber lidar com a situação. Sinto medo que ela venha ter uma crise e não estou perto para poder abraçá-la e consolá-la. Só lamento está causando dor a a ela. Minha menina não merece sentir mais dor do que já está sentindo.

— Eu tô bem. Fique tranquila por favor – Tento acalmá-la para que ela não tenha um surto.

Como vou ficar tranquila sabendo que você sofreu um acidente?  – Ela indaga gritando. O nervosismo de Camila me deixa em Pânico.

Camila deve pensar que sofri um acidente de carro. Se contar por telefone o que realmente aconteceu, Camila provavelmente vai atrás de Vanessa e fará algo estúpido. Não vou mentir pra ela, mas não posso ter essa conversa pelo telefone. Sem contar o fato de que Vanessa está totalmente descontrolada, ela pode ir atrás de Camila para lhe ferir.

— Eu tô inteiro. Não se preocupe, não vou morrer. Mas quero te ver – Digo sentindo meu corpo cansado novamente.

Acalmo-a para que ela não pense nenhuma asneira, para que não pense que quebrei algum osso ou coisa do tipo. Pois ela acha que sofri um acidente de carro. Mas na verdade fui apunhalado por Vanessa e não faço a menor ideia de onde ela está agora. Vanessa é perigosa, se ela foi capaz de me esfaquear, o que ela não é capaz de fazer contra Camila?

Preciso de Camila segura. Não suportarei a dor se Vanessa fizer algo com ela por minha causa, por causa do seu ciúme louco e obsessivo que Vanessa tem por mim. Tenho que ver Camila, tenho que mantê-la perto de mim para que meu coração se acalme e saiba que ela não corre perigo estando nos meus braços.

Como foi esse acidente? – Pergunta com a voz chorosa.

Estava com medo que ela fizesse essa pergunta. Não quero perturbá-la mais ainda contando a verdade nesse momento. Não quero ter contar isso pro telefone.

— Vem pra cá que eu te conto – me esquivo do assunto temporariamente. Pelo menos até quando ela chegar e puder ampará-la junto de mim.

Gregório por favor diz você não está mentindo pra mim – Suplica com a voz embargada. Camila está chorando desesperadamente.

Sinto meu coração pesar. O peso de ouvi-la chorando e não poder fazer nada, pois estou deitado na porra da cama de um hospital incapacitado.

— Não tô mentindo meu amor. Juro que estou bem – tranquilizo-a.

Você não tá morrendo né, não tá me pedindo pra ir aí só pra se despedir ? – Pergunta aos prantos.

Merda! Camila acha que estou morrendo. É verdade que quase morri, mas graças a Deus estou vivo e vou ficar bem. Deus me deu uma segunda chance de viver, uma segunda chance para cuidar de Camila, para cuidar da minha menina. Logo vou me recuperar e não vou mais perder tempo querendo ir devagar. Quero que Camila seja minha mulher, e quero isso rápido.

Depois dessa experiência de quase morte, quero ir rápido. Nossa vida é como um sopro, ela passa muito rápido e não devemos desperdiçar nosso tempo com medo ou receio de fazer algo que queremos. E tudo que mais quero e desejo é que Camila seja minha, somente minha, minha mulher. Quero dormir e acordar ao lado dela, quero sentir seu corpo abraçado ao meu quando acordar pela manhã. A quero de uma forma intensa e doentia, que se pudesse não me afastaria dela em nenhum minuto do dia.

Desejo-a como nunca desejei alguém antes. Quero ter um filho com ela, quero vê-la de branco caminhando até o altar para se casar comigo e quero ouvi-la dizer diante de todas as pessoas que me amará para sempre. Na alegria e na tristeza. E que mesmo depois da morte, nosso amor não morrerá.

— Claro que não. Não pense isso, te garanto que tô bem e tô inteiro. Só quero passar meu aniversário ao seu lado. Vem logo pra cá por favor – peço calmo.

Não quero que Camila se preocupe comigo. Tenho que me certificar que ela está bem e preciso dela ao meu lado. Sinto que preciso dela mais do que nunca. Já fui casado antes, sentia algo por Vanessa, mas nada comparado ao sentimento que tenho pela minha menina. Quando estava com Vanessa, não tinha esses pensamentos "bregas" Tipo de casar na igreja e de ter filhos. Nunca desejei viver isso com Vanessa. Mas com Camila tudo parece diferente. Estou ficando brega. Aarg! aqueles românticos bregas e apaixonados.

Eu tô indo – Ela fala e desliga a ligação.Pego o aparelho e com o braço fraco, devolvo o celular para a Enfermeira.

— Obrigado – agradeço-a por te me emprestado o seu celular.

— Por nada – ela pega o celular de minhas mãos sorrindo.

Vejo com clareza que a melhor coisa que fiz na vida e a mais prudente, foi ter assinado os papéis do divórcio. Na época sofri muito, hesitei e neguei. Pois queria minha mulher de volta. Fui relutante, mas depois de muitos conselhos do meu advogado, cedi e assinei minha liberdade.

Se tivesse ficado com ela, e decidido construir uma família com ela, mesmo assim Vanessa poderia ter feito tudo que fez hoje. Casei com uma mulher louca e desequilíbrada. Agora sinto sorte pois estar livre dessa prisão conjugal.

Novamente me sinto tonto e desnorteado. Minha visão começa a escurecer e sinto medo de apagar. Tenho medo de perder a consciência e não voltar mais. Meu pulso acelera e com a vista turva procuro o braço da mulher que está ao meu lado e consigo segurar sua mão.

— Está tudo bem senhor? – ouço sua voz preocupada.

— Me sinto tonto. Parece que vou desmaiar, estou me sentindo mal – Falo aflito já sentindo meus sentidos se afastando lentamente. Meus olhos insistem em se fechar mesmo estando relutante para me manter acordado.

— Está tudo bem. É normal se sentir fraco depois do que você passou. Não tenha medo, apenas descanse – Ela diz soltando minha mão.

Me entrego ao cansaço e meus olhos se fecham por completo. Ouço batidas na porta mas não consigo me manter acordado para ver quem é. Aos poucos tudo fica longe e vago e acabo apagando totalmente.

[....]

Acordo sentindo minha barriga doer. Uma queimação junto com a sensação esmagadora que passou um caminhão por cima de mim. Tento me mover mas gemo ao sentir a dor aguçante e extrema. Parece que estou sendo esfaqueado novamente e grunho alto ao sentir essa dor.

Ouço o barulho irritante de pessoas falando e andando pelos corredores do hospital. O som dói minha cabeça. Esfrego as têmporas e abro os olhos lentamente. Viro o rosto e vejo a imagem de umas senhora que me parece familiar, sentada na poltrona ao lado lendo uma revista. Até então, ela não havia percebido que acordei. Quando consigo enxergar melhor, vejo que a mulher sentada é dona Sinhá.

Com certeza é ela. Mesmo depois de anos que não há vejo posso reconhecê-la. Noto que sua pele está mais enrugada, entretanto identifico que é a mesma mulher que me criou. Ela está mais velha e mais magra, mas tenho total certeza de que é ela. Esfrego os olhos novamente achando que posso estar alucinando, porém quando olho novamente, ela continua lá.

Merda!! o que minha mãe está fazendo aqui? como ela ficou sabendo que estou no hospital?
Quando penso que as coisas não podem ficar pior, a vida da um jeito de mostrar que sempre pode piorar. Dona Sinhá abaixa a revista e me nota olhando para ela. Os olhos estão marejados e sua vista está cansada. Ela não está usando seu óculos o que me faz entender que  estava chorando. 

Apesar de todas as nossas diferenças. Minha mãe me ama muito, afinal sou tudo que restou dela. Não somos próximos e ela mora em outra cidade longe de mim. Depois que meu pai morreu, seguimos rumos diferentes. Sim, sei que fiz errado em me afastar de minha mãe. Mas a única coisa que me fez continuar seguindo em frente foi minha carreira na polícia. Deixei tudo para trás e fui servir a PM.

Dona Sinhá, levantar-se da poltrona e caminha em minha direção. Ela põe os óculos que está no colarinho da blusa social que ela usa, e tenta cobrir as evidências que esteve chorando. É a cara dela, sempre querendo parecer forte. Mas dá pra perceber que ela está mal.

— Mãe. O que a senhora faz aqui? –  esfrego os olhos ainda pesando que  pode ser algum tipo de visão. Que meu subconsciente está tentando me pregar uma peça.

— Pedro Gregório – diz num tom repreensivo e com a voz firme – Não te vejo a sete anos e quando te vejo, é num leito de hospital. Com uma facada na barriga.

Dona Sinhá balança a cabeça negativamente. Sei que ela quer passar confiança e uma força que ela não tem. Faz tempo que não nos damos bem e não somos mais carinhosos um com o outro. Porém isso significa que não a amo. Ela é minha mãe, a mulher que de meu a luz e que me criou com muita educação e carinho. Apesar das circunstâncias terem nos afastado, continuo amando ela.

— Como a senhora ficou sabendo?

— Pelo visto, sou seu contato de emergência. Acho incrível, meu número está no seu plano de saúde, com que intuito fez isso? – pergunta com indignação.

— Não estou entendendo mãe. Qual o problema de seu número ser meu contato de emergência? – pergunto confuso.

— Durante sete anos não recebi a porra de um telefonema seu. Pra ter notícias suas preciso tá investigando na internet e nas redes sociais feito uma pateta. E quando enfim alguém me liga pra falar de você, é da merda de um hospital me dizendo que meu filho está a beira da morte, indo para uma cirurgia de emergência. É muito irônico eu ser seu contato de emergência caso algo aconteça com você já que você não fala com sua mãe a anos. Vim de Guararema desesperada, viajei uma hora de viagem, com medo de chegar aqui e você já ter morrido – Despeja suas palavras com ressentimento.

Agora entendo tudo. Ela está chateada comigo pela falta de contato nos últimos anos. A culpa não é totalmente minha, ela também decidiu se afastar. Não é justo ela jogar toda a culpa na minha cara como se eu fosse único errado nessa história. Relaxo as costas sobre a cama hospitalar e respiro fundo fitando o teto.

— Agora me responde, por que a senhora não me ligou então? – pergunto ainda encarando o teto branco. Incapaz de olhar em seus olhos.

— Você acha que foi fácil pra mim superar o que aconteceu entre a gente? – Ela diz dura.

Encaro-a e ela tenta conter as lágrimas por baixo dos óculos de graus que ela usa.

— E senhora acha que foi fácil pra mim, ou se esqueceu que fui abandonado por você? – desabafo.

Ela bufa impaciente e vira o olhar. Caminha pelo quatro de um lado o outro, batendo os saltos bico grosso no piso, fazendo um som alto no chão.

— Pedro. Eu não vim aqui pra relembrar do passado. Me explique como isso a aconteceu? – Pergunta sentando-se novamente na poltrona e cruzando as pernas.

— Levei uma facada mãe – falo irônico mostrando o curativo no meu abdômen.

— Como um policial, tenente da polícia militar leva uma facada assim tão facilmente? – pergunta indignada.

— Polícias não são de aço mãe.

— Não me venha com essa de mãe. Pare de me chamar assim. Perdeu esse direito quando foi embora – Diz com ignorância.

Respiro fundo impaciente, controlo-me para não lhe dá uma resposta dura.

— Tudo bem dona Sinhá. Mas me diga que outra opção eu tinha se a senhora não me queria por perto?

— Eu queria! – Grita. Olho para ela totalmente confuso.

— Não foi o que parecia. E não foi o que me disse várias vezes. Pensei que quisesse distância de mim, que não suportava mais minha presença na casa, que eu a deixava pior. Que fazia a senhora se lembrar do meu pai – Relembro suas palavras.

— Nunca parou pra pensar que talvez eu precisasse de ajuda, e que tudo que disse foi da boca pra fora?

— Sinto muito Dona sinhá. Mas não sou capaz de ler pensamentos ou entender os sentimentos das pessoas. Ainda mais quando elas nos afastam dizendo que nos querem longe – Digo irônico — Pensei que não quisesse falar do passado.

Ela respira cansada e tira os os óculos novamente. Sem se importar com a postura de durona ela seca as lágrimas dos olhos e ajeita o corpo na poltrona.

— Filho, você quase morreu – Ela diz me olhando com os olhos cheios de lágrimas.

Meu coração aperta e também sinto vontade de chorar. Quero abraçar a mulher que não vejo a sete anos e que amo incondicionalmente. Apesar de toda dor que ela me causou depois que meu pai morreu. Vê-la nesse estado me aflige e me atormenta muito.

— Eu estou bem mãe. Estou vivo – falo contendo as lágrimas.

— Eu sou uma péssima mãe – diz aos prantos. Ela segura os olhos com as mãos com força tentando impedi que as lágrimas desçam mas é tarde demais. Pois seu rosto já está coberto de lágrimas.

Seu choro é intenso e alto. É nítida a dor que ela sente dentro dela. São lágrimas de arrependimento, remorso e culpa. Mas ao contrário do que ela pensa, eu não a odeio, não guardo mágoa e muito menos tenho desprezo por ela. Pelo contrário, amo-a.

— Mãe, pare de chorar por favor. Sua pressão pode subir.

Ela ignora totalmente meu pedido e fico preocupado com sua saúde. Minha mãe já é de idade e tem muitos problemas de saúde. Ela chora como criança sem conseguir disfarçar sua agonia e sofrimento.

— Mãe... Venha até aqui e me abrace – peço. Necessito sentir seu carinho de mãe que a tanto tempo não tenho. Preciso ter de volta o que foi tomado de mim tão injustamente.

— Não posso. Você não merece a mãe terrível que tem. Foi um erro ter vindo aqui – Ela diz levantando-se novamente e apanhando sua bolsa ao lado da poltrona.

— O que está fazendo?

— Vou voltar pra casa. Agora que sei que você está bem, preciso voltar – Diz retirando um lenço de sua bolsa e secando as lágrimas com ele.

— Mãe. Por favor, não me abandone novamente – imploro quando vejo que ela está quase na porta.

Não vou aguentar uma segunda partida. Minha mãe sempre se faz de forte quando surge os problemas. Mas ela é fraca, ao invés de encarar o problema de frente, ela prefere fugir e ignorar a dor. Guardando e acumulando sentimentos que uma hora irão explodir.

Ela para no meio na porta e me encara. Minha mãe está indecisa, não sabe o que fazer. Mas torço para que dessa vez ela tome a decisão correta. Para minha surpresa, ela praticamente larga sua bolsa no chão e corre em minha direção. Seus braços fracos e flácidos me envolvem e sinto suas lágrimas caírem sobre meu pescoço. Tento abraçá-la de volta mas pouco tenho força para levantar os braços. Então apenas aperto sua mão sobre a minha na intenção de consolá-la.

— Me perdoe meu Filhote. Me perdoa Pedrinho, meu menino. Eu te amo tanto meu bebê. Me perdoe por ter que abandonado, me perdoe por tê-lo mando embora, me perdoe por ser uma mãe ruim. Me perdoe – implora enquanto chora sobre meu ombro.

— Calma mãe. Não tenho raiva da senhora, não se maltrate dessa maneira. Eu amo você. Não tenho nenhum ressentimento– digo com sinceridade.

Cada pessoa lida com o luto de formas diferentes. Quando meu pai morreu em um atentado, minha mãe não soube superar. Estava começando o curso para entrar na polícia e ela não queria que eu entrasse. Sempre foi meu sonho seguir os passos de meu pai. Ele na época era Comandante general da PM. Tinha chegado ao ápice de sua carreira. Mas como todo policial conhecido, ele foi marcado, infelizmente não podemos livrar ele de um atentado e nem de salvar sua vida.

Não fui capaz de largar minhas chances de entrar na PM depois que ele morreu, porém me apeguei nisso com todas as minhas forças para que o legado de meu pai não fosse vão. Minha mãe não suportou minha decisão, me pediu pra escolher entre ela e minha carreira na polícia, só que não podia escolher.

Porém ela me deixou sem opções, disse que se eu seguisse o mesmo caminho que meu pai, iria acabar como ele. Morto a sete palmos do chão. Mas nada me fez desistir de entrar na PM. Tenho certeza que é isso que meu pai queria pra mim, e é isso que quero pra mim. Sem me dá o direito de escolher, fui colocado para fora de casa por minha própria mãe e continuei minha carreira na PM. Hoje sou primeiro tenente da polícia militar e não me arrependo nunca de ter entrado para a polícia.

Entendo ela. Pra ela foi mais fácil se afastar de mim do que me ver sair para trabalhar todos os dias, arriscando minha vida. Foi o jeito dela de enfrentar a morte de meu pai. Agora vejo que ela nunca superou nada, apenas guardou a dor para depois. Mas não sou capaz de odiar essa mulher, mesmo depois do que ela fez. Amo ela demais.

Depois de seu choro intenso, minha mãe me solta e segura meus ombros. Ainda estou reprimindo o choro para que ela não se sinta tão mal. Sua vista caída e funda só mostra o quando ela está sofrendo.

— Olha só pra você. Está a cara do seu pai – diz abrindo um sorriso.

— Eu sempre me pareci com ele mãe – digo sorrindo também.

— Desde quando deixa a barba crescer? – pergunta se afastando.

Desde que Camila começou foder com minha cabeça, e fiquei desleixado. Desde que virei alcoólatra e bebo quase todos os dias.

— Barba é uma charme mãe – brinco omitindo os fatos.

Afinal são sete anos perdidos e são muitas histórias para serem contadas. Teremos tempo, assim espero.

— Só te deixa mais parecido com aquele velho rabugento – Ela sorri e se senta na poltrona de novo.

É bom vê-la guardando momentos bons dele. Ele foi um ótimo pai e um bom marido. Morreu de forma injusta mas teve um enterro digno de um coronel.

— Eu senti saudades – confesso.

— Eu também. Prometo não me afastar de novo – Ela diz cabisbaixa.

Nessa hora a porta do quarto é aberta com violência, minha mãe dá um salto assustada com o barulho. Vejo Camila entrar desesperada e correr em minha direção. Sua amiga Ana a de cabelos cacheados entra logo em seguida.

Camila praticamente de joga em cima de mim e beija toda extensão do meu rosto. Exatamente como fiz quando a situação foi inversa, quando ela estava no leito e quase havia morrido. Camila não sabia da facada e sem querer pressionou a cirurgia enquanto me agarrava desesperada. Gemo ao sentir a dor e Camila se afasta ao perceber minha cara de dor.

— Desculpe – Ela diz chorando.

Meu rosto está cheio de lágrimas que não são minhas, e de saliva também, tudo de Camila, graças aos seus beijos exagerados. Ela deixou um rastro de beijos por todo meu rosto. Camila me olha e não diz nada, ela só chora. Seus olhos estão muito vermelhos, vermelhos como escarlate puro. Não consigo mais controlar meus sentimentos e minha dor é despertada quando vejo-a chorando e sofrendo por mim.

— Ei calma – Digo abraçando-a

Camila pousa a cabeça no meu peito e chora profundamente. Quando percebo ela já está deitada na cama minúscula comigo e com a perna por cima da minha. Seu braço está entre meu pescoço e sua mão segura meu rosto.

— Eu pensei... eu... achei.. achei que tinha perdido você – diz chorando e soluçando.

— Não me perdeu. Eu tô aqui – Falo cheirando seus cabeloa macios.

— O que foi que aconteceu? – pergunta vendo a faixa em meu abdômen e depois me olhando.

Congelo diante de sua pergunta. Tenho medo que pode acontecer quando revelar o que realmente aconteceu de fato. Antes que possa dizer alguma coisa ouço a voz de dona Sinhá ecoando pelo quarto. Camila ainda não tinha notado a presença dela ali até o momento. Ela levanta a cabeça e olha para minha mãe que está sentada na poltrona de pernas cruzadas.

— Quem é essa menina Pedrinho. Por acaso teve uma filha e não contou? – mamãe pergunta.

Fico vermelho por mamãe me chamar de Pedrinho na frente de Camila. Como se eu fosse criança. Como minha mãe pode achar que Camila é minha filha? A amiga de Camila que está parada ao lado da cama começa a rir e dona Sinhá não gosta nenhum pouco da atitude dela. Pois abre um carranca diante da risada da mulher.

— Desculpe – a cacheada pede sem jeito.

— Pedro como você pode esconder de mim a vida toda que tem uma filha. Sabe que sempre quis ser avó.  Quantos anos ela tem, quinze? – Minha mãe pergunta completamente abismada.

— É minha namorada mãe. De onde a senhora tirou que ela é minha filha? por acaso esqueceu quantos anos tenho? estou fazendo trinta e dois anos, não quarenta.

Mamãe arregala os olhos completamente supresa.

— Está namorando uma menina? mas e sua esposa. Aquela ruiva, a Vanessa?

Meu estômago embrulha ao ouvir o nome dela. Sinto um repúdio e uma aversão imensa dentro de mim. Por um lado sinto raiva e ódio por ela ter me ferido dessa maneira, por outro lado, ela estava fora de si. Vanessa está doente e precisa de tratamento.

— Senhora eu vou fazer dezenove anos, não sou uma menina – Camila fala defendendo-se.

Olho pra ela que está de queixo erguido. Ela odeio quando as pessoas confundem ela com uma adolescente.

— Ei.. você é minha menina – Falo passando os dedos em seu rosto.
Camila sorri envergonhada.

— Grego – fala baixinho num tom de repreensão. As bochechas dela estão levemente coradas.

Está na hora de enfrentar a realidade e contar para as duas mulheres da minha vida o que realmente aconteceu. Não posso esconder isso de Camila, ela jamais me perdoaria se descobrisse a verdade.

— Mamãe. Vanessa e eu estamos separados a quase um ano – mamãe me olha surpresa.

— Estou sem palavras – Mamãe diz colocando o óculos de volta parecendo não dá importância ao meu divórcio — Mas diz pra gente como isso aconteceu, como você foi esfaqueado e quem fez isso?

Merda! ela nem ao menos me deixou falar primeiro. Camila se afasta de mim e se levanta da cama ficando de pé. Ela me olha espantada e boquiaberta.

— Você levou uma facada? – pergunta sem acreditar.

— Você não sabia? – Mamãe pergunta surpresa por eu não ter contato a verdade pra ela.
A pele de Camila começa ficar pálida. Ela parece se sentir mal e fraca.

— Eu não queria falar por telefone por isso falei que tinha sido um acidente – Digo retraído.

Camila continua pálida e seguro sua mão. Está tão gelada e trêmula. Me sinto angustiado, queria poder privar Camila de tudo isso. Não aguento mais vê-la sofrendo. Não aguento mais vê-la depressiva e sem ânimo.
Sua dor se tornou minha dor. E saber que fui esfaqueado a deixa pior.

— Camila você tá bem? – Pergunto preocupado segurando sua mão frágil.

— Na verdade não – Ela diz dando alguns passos para trás e a amiga segura ela pelas costas

Tento me levantar para ajudá-la mas sinto novamente uma vizgada forte  no local da facada e urro de dor.

— Não se levante querido – mamãe diz vindo até meu leito.

— Mãe. Camila não tá bem, preciso cuidar dela.. Você não entende ela já tá sofrendo demais – falo ignorando a dor e teimando aínda tentando me levantar. Novamente sou impedido, dessa vez por minha mãe, que me segura na cama.

Ana segura Camila que parece que vai desmaiar a qualquer momento.
Ela segura pela cintura a ajuda Camila a firmar os pés.

— Camila o que você está sentindo? – pergunto aflito.

Camila não reponde nada. Continua na mesma posição e está pálida demais, com o semblante caído.

— Ana trás ela pra cá – peço com a voz alta e Ana obedece, trazendo-a para a cama onde estou.

Camila está completamente em choque. Assim como ela ficou no dia em que foi sequestrada. É tudo muito recente, é muita dor para uma pessoa só.

Antes mesmo que Camila consiga chegar até a cama ela amolece as pernas e caí desmaiada no chão. Ana tenta segurar, mas foi muito rápido e Camila escorregou de suas mãos.

Sinto medo e me desespero porque não consigo fazer nada para ajudar e muito menos posso me levantar dessa maldita cama. Estou inválido graças a endemoniada da Vanessa.

— Chama algum médico – brado e minha mãe corre para chamar alguém.

Fico sem ação e desnorteado. Quando percebo a sala já está cheia de pessoas usando uma roupa azul e arrastando Camila para longe de mim. Ana acompanha Camila e minha mãe segura minha mão.

— Ela vai ficar bem filho – Dona Sinhá faz um carinho na minha mão.

— Ela tá sofrendo mãe. Queria arrancar a dor dela. Ela acabou de perder alguém.

— Filho. Cada um de nós temos que aprender carregar nossas próprias dores – Ela diz colocando uma das mãos sobre meu rosto para que olhe para ela.

— Mas não suporto vê-la assim. Isso dói demais dentro de mim.

— Ela vai aprender suportar o luto. Do jeito dela, mas cabe a você ficar do lado dela. Sua única função é essa. Não a abandone durante o seu luto – os olhos de mamãe se enchem de lágrimas. E eu sei que a culpa é minha.

A dor em seus olhos é porque fui embora quando ela mais precisava de mim. Não pensei na possibilidade de abandonar meus sonhos de ser um militar para ficar com ela. Nunca dei essa opção pra ela.

— Me desculpe por abandonar você.

— Não se desculpe filho nós dois nos abandonamos.

— Me desculpe mesmo assim.

A porta do quarto é aberta entra no quarto e um médico de jaleco branco entra interrompendo nossa conversa. Ele está com um prancheta na mão e um estetoscópio no pescoço.

— Senhor tenente Pedro Gregório. Sou doutor Orlando– o médico diz olhando para a prancheta — Como se sente?

ele pergunta olhando para mim.

— Minha barriga dói – falo.

— O senhor passou por uma cirurgia complicada. Perdeu muito sangue. Eu mesmo que te operei – Diz sorrindo.

— Como foi os danos internos? – pergunto.

— Por sorte. Nenhum órgão vital foi atingido, mas como eu disse, você perdeu muito sangue. Se tivesse demorado mais um pouco para chegar ao hospital você teria vindo a óbito – diz calmamente.

Sinto uma dor apertando meu interior. Minha ficha cai. Eu quase morri, vi a morte na minha frente e me desviei dela. Sou grato a Deus pela chance que ele me deu, e por não permitir que Camila não me perdesse.

— Doutor. Eu não me lembro como cheguei aqui. Só me lembro de ter ligado para a emergência. Depois disso eu apaguei.

O doutor Orlando pega seu estetoscópio, põe no ouvido e ouve meu coração. Ele passea o aparelho em algumas partes do meu peito e ouve atentamente meus batimentos por algum tempo.

— Uma mulher te trouxe Tenente. Ela te deixou na porta da emergência. Ela só nos deu seus dados e quando percebemos que se tratava de uma tentativa de homicídio chamamos a polícia. Mas antes da polícia chegar, a mulher foi embora – Diz colocando o estetoscópio de volta envolta do seu  pescoço.

— Por acaso era uma ruiva? – pergunto o óbvio.

— Sim. Uma moça ruiva vehia de sardas no rosto. A polícia civil chegou faz algum tempo mas como você ainda estava muito fraco, achei melhor que eles não te incomodassem. Posso deixá-los entrar agora?

Me sinto na corda bamba. Tenho que contar a verdade, não posso defender Vanessa. Ela tem que pagar pelo o que fez. Mas ela é doente, é esquizofrenica. Minha mãe continua ao meu lado sem soltar a minha mão.

— Tudo bem pode mandar que eles entrarem – Falo.

O doutor Orlando confirma com a cabeça e se retira do quarto.

— A mulher ruiva é sua ex esposa? – minha mãe pergunta curiosa.

— Sim. Mãe vou te contar a verdade mas por favor promete que não irá contar para Camila?

— Prometo – Diz apertando minha mão.

— Foi Vanessa quem me esfaqueou.

— Aí meu Deus – mamãe coloca as mãos no rosto e fica pálida também.

Agora só falta ela passar mal igual Camila. Antes que nossa conversa comece a fluir as portas do quarto novamente são abertas e três oficiais entram.

Delegado Márcio entra junto com seus homens. Ele tem um sorriso de canto no rosto. Me pergunto o que ele está fazendo aqui. Porque um delegado viria pessoalmente pegar meu depoimento?

— Ora ora. Se não é meu amigo Tenente Gregório – diz bisonho.

— Delegado Márcio. O que faz aqui?

— Quando me disseram que o Primeiro tenente da polícia militar Pedro Gregório tinha sido esfaqueado. Tive que vim ver com meus próprios olhos – Diz zombateiro.

— Júlia sabe o que aconteceu comigo? – pergunto num tom debochado para provocá-lo.

O homem parece incômodado por eu ter citado o nome de Julia na conversa. Mas acho justo que ela saiba já que sou seu subordinado.

— Não tenho vínculos de amizade com a Major Júlia – Ele amplifica o “Major Júlia” — Mas achei melhor avisá-la que um dos seus homens sofreu um atentado.

A palavra atentado martela na minha cabeça e com certeza também na cabeça de minha mãe. Vejo que ela não está bem, pois isso nos trás más lembranças sobre o papai. Noto que ela está bastante aflita e seu olhar está decaído.

— Mãe. Acho melhor a senhora esperar lá fora – peço e ela vai.

Delegado Márcio observa enquanto dona Sinhá saí do quarto. Assim que ela saí ele volta o seu olhar para mim.

— Então – Delegado Márcio se senta na poltrona de visitas e os outros dois oficiais continuam de pé
Um deles com um tablete na mão, suponho que para gravar a conversa
— Como foi que isso aconteceu?

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