Meu tenente Gregório! (Em Rev...

By Edii1003

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PLÁGIO É CRIME! Ele é todo certinho, correto.. Homem dá lei, sempre faz o que acha justo e não aceita nenhum... More

CAPÍTULO 1 - Algemada
CAPÍTULO 2 - Presa por ele
CAPÍTULO 3 - Tentação
CAPÍTULO 4 - Ela é encrenca!
CAPÍTULO 5 - Vai se entregar pra mim
CAPÍTULO 6 - Vanessa. A Ex
CAPÍTULO 7 - Caindo em tentação
CAPÍTULO 8 - Problemas
Personagens
CAPÍTULO 9 - Acerto de contas
CAPÍTULO 10 - Ciúmes
CAPÍTULO 11 - Fetiche
CAPÍTULO 12 - Abrindo os olhos
CAPÍTULO 13 - A Rainha do tráfico
CAPÍTULO 14 - Bônus Vanessa
CAPÍTULO 15 - Decepção
CAPÍTULO 16 - Vingança
CAPÍTULO 17 - Consequências
CAPÍTULO 18 - Centro de triagem
CAPÍTULO 19 - Diretor Douglas
CAPÍTULO 20 - Desespero
CAPÍTULO 21 - Correndo atrás
CAPÍTULO 22 - Liberdade
CAPÍTULO 23 - Insaciável
CAPÍTULO 24 - Louca
CAPÍTULO 25 - Revelações
CAPÍTULO 26 - Desejo ardente
CAPÍTULO 27 - Matando a saudade
CAPÍTULO 28 - Fim da linha
CAPÍTULO 29 - Ao resgate
CAPÍTULO 31 - Roberta e Ana
CAPÍTULO 32 - Calmaria
CAPÍTULO 33 - Catástrofe
CAPÍTULO 34 - Confusão
CAPÍTULO 35 - Lembranças
CAPÍTULO 36 - Emoções
CAPÍTULO 37 - Felicidade
CAPÍTULO 38 - Douglas e Carmem
CAPÍTULO 39 - Confronto
CAPÍTULO 40 - O nascimento
Nota de esclarecimento
CAPÍTULO 41 - Bônus Júlia e Márcio
CAPÍTULO 42 - Capitão Gregório
FIM!

CAPÍTULO 30 - Trauma

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By Edii1003


Gregório:

Fui obrigado a ir na mesma viatura que o delegado Márcio. O Cara está literalmente de olho em mim. Disse que ficará de olho caso eu tente fazer alguma besteira. A verdade é que estou desesperado, o medo e o temor premem minha alma enquanto Márcio dirige o carro a quase 100km por hora com a sirene da viatura ligada. Já está escurecendo e o trânsito está ruim devido o horário se aproximar das dezoito horas.

Quando mais tempo passo dentro da viatura, mas sinto que estou perto que surtar e enlouquecer. Tudo que mais quero é ver Camila, vê se está bem para que a agonia aterrorizante saía de dentro de mim.
A preocupação é angustiante, só conseguirei me acalmar quando vê-la com meus próprios olhos.

— Você precisa respirar rapaz – a voz do delegado Márcio me faz cessar os pensamentos e prestar atenção nele.

— Estou respirando – respondo revirando os olhos.

— Daqui dá pra sentir que está tenso. Relaxe, vai dá tudo certo – Diz calmamente com as mãos firmes sobre o volante.

Não dá pra relaxar. Fico furioso porque ele nem imagina a aflição que estou sentindo por dentro e me manda relaxar. Quero gritar e berrar, quero esmurrar alguma coisa e quero chorar. Tudo dentro de mim é um misto de sentimentos e emoções que lutam e relutam tentando me dominar. Então não consigo relaxar. Enquanto não encontrarmos Camila não conseguirei sossegar, não enquanto ela estiver longe dos meus olhos.

— Você fala isso porque não é a vida da sua namorada que está em jogo. Não tem como me acalmar cara – Digo impaciente vendo os carros a nossa frente nos trancarem apesar da sirene está ligada.

— Você tem que aprender a separar as coisas. Pensei que a Júlia tivesse te ensinado isso – Diz enquanto buzina para que os motoristas lesados saiam da nossa frente.

— Você fala essas coisas por que não sabe o que é amar uma  mulher de verdade.

— Isso você concluiu com base em cinco minutos de conversa? – Pergunta rindo. Ele não aparece ofendido com o meu comentário

— Não precisa muito pra perceber i
que as mulheres são apenas como objeto pra você.

Ele ri pelo nariz enquanto vira o carro numa estrada de terra pouco iluminada. O sol praticamente já se pôs e o que facilita a visão são os faróis do carro. Algumas luzes dos postes começam a acender lentamente. Logo ostras viaturas entram atrás da gente e o local fica mais iluminado.

— Estamos chegando no local, não ferra com tudo. Você não está autorizado para entrar, vai ficar no carro entendeu? – Diz sério olhando pra mim. Bufo e não lhe respondo nada. O cara quer me dar ordens. Até parece que esse filho da puta me impedirá de entrar no local onde Camila está.

Meu coração bate freneticamente de ansiedade quando de longe avisto um pequeno barraco. Sei que é lá que Camila está sendo mantida sobe sequestro e sei que chegou a hora decisiva em que a polícia irá negóciar com Bianca para que a deixe sair.

Nunca me sentir tão agoniado antes como estou me sentindo agora. Minhas mãos estão trêmulas e percebo que não vou conseguir segurar uma arma direito. Já passei por missões semelhantes, já me envolvi até em tiroteios e já fui baleado. Mas nunca tive tanto medo antes. Não me sentia assim outras Missões. Essa não é uma simples missão, essa missão é o resgate de Camila. E envolve o amor da minha vida, então acho que é perfeitamente normal eu me senti assim.

Não consigo ter um controle sobre meu próprio corpo quando a minha mente está totalmente bagunçada. Não consigo raciocinar ou pensar direito, quando lembro que Camila está mercê de bandidos criminosos fico desesperado.

Rapidamente as viaturas cercam o local e tenho certeza que o som da sirene e as luzes chamaram a atenção deles. O medo domina minha mente e meu corpo, sinto que a qualquer momento entrarão em colapso. Quanto mais o carro se aproxima, mais o meu corpo treme inteiro por dentro.

— Vai ficar tudo bem cara – Márcio fala assim que para a viatura a poucos metros de distância do barraco.

Tudo dentro do maldito barraco parece perfeitamente calmo, o que me causa um desespero. Pois o informante pode ter nos enganado e ter dado o endereço errado. A viatura do delegado Márcio é a primeira a parar. Ele saí do carro já tirando a arma do coldre e fica em posição, tomando a frente da operação. Major Júlia fica ao seu lado também recebendo ordens dele.

Ele me deu uma ordem para que não saísse de dentro do carro, mas é claro que não obedeci. Assim que ele saí, também pulo para fora do carro e fico atrás dele como uma sombra. Antes que pudéssemos nos aproximar um homem saí do pequeno barraco, rendido com as mãos para cima. Ele se entregou sem lutar, mas não vejo nenhum sinal de Camila ou Bianca.

Eu reconheço o desgraçado imediatamente. É Carlão, o covarde que ameaçou a vida de Camila diversas vezes e que a maltratou também. Sinto o ódio governar meu corpo quando recordo de todas as barbaridades que Carlão já fez com Camila. E sinto mais furor ainda ao relembrar que a mãe de Camila disse que ele a levou de lá arrastada pelos cabelos.

— Cadê a garota? – Márcio Pergunta agarrando Carlão pela camisa e empurrando-o com o cano da arma. Quando Carlão tomba, Márcio vira ele de costas e algema seus pulsos.

— Está lá dentro com Bianca – Responde brando. Márcio lhe dá um soco na boca do estômago com força e Carlão solta um grunhindo rouco.

Carlão caí de joelho no chão com dor e se encolhendo sobre o corpo. Olho para a cara do delegado Márcio e fico aliviado por ele ter feito isso, senão eu mesmo faria. Um dos policiais presentes, toma Carlão pelo braço e o leva até o camburão de uma das viaturas.

Quando tenho conhecimento de que Camila está sozinha com Bianca dentro do barraco, avanço para invadir o lugar sem pensar duas vezes, mas sou impedido de entrar. Marcio nota meu avanço e coloca o braço na frente do meu corpo bloqueando minha passagem.

— Pensei que tivesse mandado você ficar dentro do carro – Márcio diz ríspido.

— Achou mesmo que ia ficar lá sentado só olhando? – Retruco.

— É claro que não. Mas quero fique atrás de mim – Obedeço e vejo cerca de quinze polícias atrás da gente só esperando a ordem do Delegado Márcio para poderem agir.

De repente o som de um tiro sendo disparado nos assusta. Meu coração acelera de novo e o desespero toma conta de mim. Quero correr e abrir aquela maldita porta mas Márcio não deixa que eu tome sua frente.

— Polícia! abra a porta – Márcio grita antes de invadir o local.

Impaciente e receoso, com medo de que bala tenha sido disparada contra Camila, perco totalmente meu controle e tomo a frente. Márcio tenta me impedi mas uso toda a força do meu corpo e esbarro com ele passando por seu braço. Me aproximo da porta e chuto a mesma com força e ela se abre estrondosamente quase  caindo ao chão.

Antes que eu possa entrar, Márcio toma novamente a frente e dá ordem para que invadam o local. Assim que vejo os homens fardados adentrando o local, também entro no barraco com pressa, apenas procurando por Camila.

— Bianca fugiu. Rápido, vamos atrás dela – Márcio fala baixo para major Júlia e ambos correm até a porta dos fundos junto com outros políciais.

Percorro meus olhos pela área e encontro Camila parada em pé no canto da cabana. Ela está toda ferida e machucada. Ela está ali, mas parece estar distante. Seus olhos parecem perdidos e ela está totalmente em pânico.

Respiro aliviado quando vejo que a bala não foi nela e que Camila está viva. Corro em disparada indo ao seu encontro e vejo minha arma caída no chão ao seu lado. Apanho a arma e escondo dentro da minha roupa na intenção de proteger Camila, pois ao que parece foi ela quem apertou o gatilho. Abraço seu corpo com força mas ela continua paralisada sem nenhuma reação. Camila parece está em choque.

— Vai ficar tudo bem – Conforto-a enquanto abraço seu corpo pressionando contra o meu, numa atitude desesperada de senti-la.

Quando Camila ouve o som da minha voz, ela retribui o abraço e se aninha em meu corpo como uma criança. Ela começa a chorar e gritar, berrando alto. Meu coração aperta ao ver seu total pânico e pavor. Ela recosta a cabeça sobre meu ombro e chora intensamente.

Puxo ela para mais junto de mim e coloco-a sobre meus braços. Ela descansa a cabeça sobre meus ombros e entrelaça as pernas sobre meu corpo. Cruzos os braços por baixo do seu bumbum e a seguro como um bebê. Como minha menina.

Camila está completamente debilitada e molenga sobre meus braços. A única coisa que faz é chorar profundamente sobre meus ombros. Sinto imensa piedade por ela, por tudo que ela passou enquanto estava sendo mantida aprisionada.

Não pude salvá-la de enfrentar tamanha dor e sofrimento. Ela foi maltratada e agredida por eles, pois seu corpo está repleto com marcas de violência. Me sinto um inútil por não conseguir cuidar dela.

Gentilmente carrego ela para fora do barraco. A ambulância já está estacionada do lado de fora e os socorristas estão prontos para examinar Camila. Com cuidado, levo ela até a parte de trás da ambulância e coloco ela sentada. Os paramédicos logo a atendem e nessa hora Camila já tem cessado seu choro. Seu olhar fica novamente distante e vago.

Eles verificam a pressão arterial dela e os machucados sobre seu rosto e corpo. Fico puto quando vejo seu rosto inchado de tantas pancadas. Depois de examiná-la, um dos enfermeiros me acalma dizendo que os ferimentos são superficiais e que ela vai ficar bem.

Mas tem uma pequena contusão na cabeça que precisa ser examinada com mais cuidado. Porém ele alega não ser nada preocupante. A marcas de golpes nas costas, mas aparentemente não deslocou ou quebrou nenhum osso. Entretanto o enfermeiro diz que é preciso de um raio X para saber realmente como está.

Camila não esboça nenhuma reação ou dor, o que dificulta o trabalho deles. Não responde as perguntas dos paramédicos e se recusa ir ao hospital até ter notícias de Bianca. Vê-la machucada me deixa péssimo, tento não chorar em sua frente e seco disfarçadamente as lágrimas insistentes.

Me aproximo dela novamente e seguro sua mão com delicadeza. Percebo Camila sair do transe e me olhar assutada, como se fosse a primeira vez que viu desde que cheguei.

— Grego – Ela diz pulando em meus braços.

— Como você se sente? – Pergunto acariciando seus cabelos levemente enquanto a abraço.

— Destruída – revela e meu coração aperta novamente.

Queria poder ajudá-la, tirar a dor dela e se possível colocar a dor em mim. Dói demais saber que ele está sofrendo e que não posso fazer nada para acabar com seu sofrimento. Queria poder priva-lá de sentir tantas emoções.

— Tive tanto medo de perder você – Assumo soltando seu abraço mas sem me afastar dela e seguro seu rosto com as palmas de suas mãos. Camila me olha com seus olhinhos cor de mel inchados e vermelhos devido o choro abundante.

— Eu também fiquei com medo. Gregório. Tive tanto medo de morrer que  fiz uma coisa horrível. Eu atirei nela, atirei em Bianca – Diz enchendo os olhos de lágrimas novamente.

Olho para os lados e examino se alguém notou ou ouviu o que Camila disse, mas todos parecem estar longes e distantes. A busca por Bianca continua então poucos policiais estão no local.

— Fale baixo. Eu já peguei a arma. Vai ficar tudo bem – sussurro.

— Eu atirei..

— Shiu! – Coloco meus dedos em sua boca para que se cale — Camila ninguém pode saber disso. Ninguém pode saber que você atirou nela ou as coisas irão ficar complicadas pra você e pra mim também. Você acabou de sair da cadeia, ainda está cumprindo serviço comunitário e se souberem que você roubou a arma de um policial e atirou contra Bianca, você pode ser presa novamente – Falo baixo para que ninguém nos ouça.

— Eu não quero voltar pra lá. Mas fiz algo horrível e tenho que pagar por isso. Gregório eu atirei em alguém... atirei na minha melhor amiga – Fala já aos prantos de choro.

— Você apenas se defendeu meu amor. Tenho certeza que ela iria atirar em você na primeira oportunidade. Então por favor não se culpe. E você não vai pagar por nada. Qualquer coisa eu me responsabilizo já que arma é minha, mas você nunca mais voltará para aquele lugar – Falo ainda segurando seu rosto e olhando fundo em seus lindos olhos.

Nossos rostos estão perigosamente perto. Sinto a tensão e a atração sobre a gente quando Camila encara meus lábios. Os lábios dela estão feridos e sua bochecha machucada. Tenho vontade de beijar cada centímetro do seu corpo e cada machucado dela. Mas me retenho devido as testemunhas ao redor e devido os machucados.

— Eu te amo tanto – Ela diz inesperadamente me surpreendendo. Você sempre cuida de mim mesmo eu não merecendo – Diz parando de chorar, mas ainda está soluçando.

Esforço-me para ter controle mas não consigo. Os olhos cor de mel dela me encarando, minhas mãos sobre seu rosto e sua boca dizendo que me ama. Foi o suficiente pra mim perder totalmente a cabeça. Agarro seus lábios e prenso nos meus. Beijo sua boca ferozmente e deleito de sua boquinha. Ouço Camila soltar um pequeno resmungo talvez pelo machucado em seus lábios mas ela não encerra o beijo, do contrário ela intensifica mais.

As mãos dela envolvem minha nuca e nos beijamos intensamente. Seus lábios molhados se encontram com os meus e sua língua passeia gentilmente dentro de minha boca. Me perco no sabor do seu beijo e me delicio dos seus lábios delicados e suaves

Como um animal faminto e desesperado, desço as mãos por suas costas e puxo para mais perto do meu corpo, acomodando nossos troncos um no outro, colando nossos sexos por cima da roupa.

O beijo me deixa excitado, apesar da situação não ser das melhores, eu precisava disso. Precisava sentir seu beijo e precisava sentir seu corpo. Esquecendo-me totalmente que tinha pessoas ao redor, continuei a beijá-la sem me importar. Paramos apenas para respirar um pouco mas não conseguir ficar longe de sua boca e volto a aproveitar o prazer que é ter seus lábios junto aos meus.

Não contei quanto tempo ficamos assim: Apenas nos beijando e dando uns amassos gostosos. Mas sei que se passaram minutos. Meu membro está totalmente duro e Camila esfrega seu quadril sobre minha ereção enquanto me beija.

Na verdade, nós dois precisávamos disso. Depois de tudo que passamos em um dia só, depois do medo da perca e do desespero por não ter notícias dela. Depois das agressões e sofrimento que Camila passou, ambos precisávamos nos deliciar um do outro. Encerro o beijo ao ouvir um pigarro próximo de mim. Abro os olhos e sem soltar Camila, contemplo a plateia que nos assiste. Vários políciais e até os paramédicos estão nos olhando. Fico constrangido com a situação e camila também.

Olho na direção de onde veio o pigarro e vejo júnior parado nos olhando constrangido querendo falar alguma coisa. Bufo furioso por ele ter nos atrapalhado mas não me afasto de Camila, pois meu pau está duro e não quero passar um constrangimento maior ao me verem assim. Felizmente Camila percebe e se vira, ficando de costas pra mim, escondendo minha ereção sobre ela.

— O que você quer júnior? – pergunto irritado.

— Falar com Camila. – Responde franco.

— Não tenho nada pra falar com você – Camila diz rude.

— Caí fora – faço sinal com a cabeça para que ele saía de perto, mas o idiota continua parado bem na nossa frente.

— Por favor, eu só quero me desculpar. Estou muito arrependido do que fiz Camila – Júnior diz com o semblante atrapalhado.

— Você quer o meu perdão? – Camila pergunta ácida.

— Sim Camila.

Camila olha para os lados e Inevitavelmente meu olhar segue para onde ela está olhando, era como se ela  procurasse algum coisa. Agora vejo que tem poucas pessoas por perto. Os paramédicos estão dentro da ambulância e os policias já se retiram para suas viaturas. Parece que só estavam por perto enquanto Camila e eu estávamos nos beijando. Bando de tarados!

Camila segura nos dois ombros de Júnior e fico sem entender o que ela quer isso. Ela encara seus olhos e quando menos esperamos, ela dobra a perna e dá uma tremenda joelhada nas bolas de Júnior. Júnior se contorce e grita colocando as mãos no saco, tentando reprimir a dor. Quando júnior se abaixa um pouco, ela cerra o punho e fecha dando um soco bem no meio do nariz de Júnior.
Faço uma careta imaginando a dor que ele está sentindo, mas não consigo deixar de rir da situação. Não pensei que Camila fosse fazer isso.

— Agora está perdoado, Estamos quites – Camila sorri maldosa e sarcástica.

Júnior apesar da dor, parece não se irritar. Ele faz uma careta de dor e esfrega o nariz de leve, limpando um pouco de sangue que saiu.

— Eu sinto muito pelo que fiz a você Camila, de verdade – Júnior diz e logo saí de perto da gente. Assim que ele some da nossa visão, Camila se vira pra mim e sorri timidamente.

— Ele mereceu, estava com vontade de fazer isso a meses.

Rio da atitude de Camila e volto a abraça-la, envolvendo meus braços ao redor de sua cintura.

— Já falei que sou louco por você? – Falo e lhe dou um selinho demorado.

[...]

Alguns policiais ainda estão à procura de Bianca, quase uma hora e meia de busca e não tínhamos resposta ainda.
Camila está tensa, está sentada no banco da viatura e fala ao telefone com sua mãe. Ela tenta acalmar Carmem dizendo que está bem mas vendo-a naquela situação sei que Camila está péssima, não só fisicamente como emocionalmente ela está destruída e acabada.

Assim que Camila encerra a ligação, ela devolve meu celular e começa roer as unhas sôfrega. Camila está calada e distante novamente. Estou muito preocupado com ela.

— Querer conversar? – Pergunto escorado o cotovelo na viatura. Camila está sentada no banco de trás da viatura, apenas com metade do corpo dentro do veículo.

— Eu não consigo – Diz com a voz baixa.

— O que aconteceu lá dentro Camila? – insisto.

— Foi horrível Grego... e não tô pronta pra falar sobre isso agora – diz esfregando as têmporas ávida.

Respeito sua decisão. Camila com certeza está traumatizada com o que aconteceu dentro daquele barraco. Nem consigo imaginar o que está se passando em sua cabeça agora.

Avisto major Júlia se achegar juntamente com o delegado Márcio. Em passos sorrateiros ela se aproxima e com um gesto me chama para perto. Deixo camila na viatura, que parece não se importar pois está olhando fixamente para o chão e vou até eles.

— Como ela está? – major Pergunta baixo olhando para Camila sentada e paralisada.

— Mal – respondo observando o rosto de major.

Os lábios estão avermelhados e o cabelo bastante bagunçado. A farda está toda amarrotada. Passa na minha cabeça algumas coisas e tiro minhas conclusão quando vejo que o estado do delegado Márcio não é diferente. É nítido que sua roupa está desajeitada e cheia de terra e até algumas folhas.

Olho para major analisando e ela parece notar que percebi que eles estavam um pouco desconfiados. Major está com as bochechas levemente coradas que é notável apesar de está um pouco escuro. Já que a iluminação pública da região é péssima. Tem poucos postes de luz e algumas das luzes nem estão funcionando.

— Está tudo bem com você? – pergunto arqueando a sombrancelha e major cora mais ainda.

— Sim tá tudo bem – Responde franca. Constato que ela está sem o colete.

— Onde está o seu colete? – Pergunto curioso.

— Ah.. entramos numa troca de tiros contra a rainha e fui atingida no colete – Diz gaguejando um pouco – O colete estragou.

— Mas você não está ferida? – Pergunto preocupado.

— Foi leve – Ele diz levantando um pouco a blusa e mostrando o local onde a bala pegou.

Contemplo o abdômen dela  está muito roxo no local onde foi atingida e analiso com cuidado durante um tempo. Devido a pele branca de major a lesão ficou bem feia e deve está doendo muito. Major abaixa a blusa e olho para o delegado Márcio que parece não gostar nada por eu está olhando para a barriga da Júlia. Pois ele está com uma carranca desagradável.

— É bom pedi os paramédicos para darem uma olhada nisso.

— Estou bem tenente – Afirma

— Tem certeza? – Pergunto olhando para a situação precária que está seu cabelo.

— Só com um pouco de dor mas estou bem.

— Por acaso você caiu no chão quando foi atingida? – Pergunto descaradamente.

— N.ão por.. quê? – gagueja nervosa.

Tirando o fato dela está com a roupa toda amassada e suja arreia. Levo a mão até o alto de sua cabeça e tiro de lá uma folha de árvore e amostro para ela. Major fica vermelha de tanta vergonha e me olha sem jeito. Seguro o riso pois sei que ela está assim porque com certeza transou com o Márcio por algum mato desse.

Acho engraçado a situação. nunca imaginei que major Júlia fosse assim. Ela é sempre muito profissional, e só hoje ela quebrou vários códigos de conduta e ética profissional. Não ligo muito pra essas coisas pois eu mesmo deixei Camila me fazer um boquete dentro da viatura uma vez. Mas achei que major não fosse arriscada igual a mim.

— Devo ter caído.. não me lembro direito – Fala tímida.

— Tudo bem Major – Sorrio para ela para que se tranquilize — Vocês capturaram Bianca?

— É sobre isso que preciso falar com você – Major dá uma espiadinha em Camila que ainda está parada na mesma posição olhando para o chão.

— O que aconteceu? – Pergunto aflito.

— Infelizmente Bianca morreu.

Merda! olho para Camila para me certificar que ela não ouviu a conversa, agora está de cabeça erguida olhando para a gente atentamente tentando prestar atenção.

— Como aconteceu? – Pergunto preocupado pois Camila havia me dito que baleou ela.

— Ela me acertou na troca de tiros e o delegado Márcio me defendeu. Se ele não tivesse atirado, quem estaria morta agora era eu. O tiro pegou no peito, infelizmente ela morreu minutos depois.

— Camila não vai suportar saber disso – Afirmo nervoso.

— Estou temendo isso. Ela não parece nada bem.. vai ter que ajudar ela Gregório.

Passo as mãos sobre a cabeça e dou uma fungada cansada. Preciso ser forte e contar para Camila que Bianca morreu. Tento criar coragem para encará-la mas não consigo. Não quero ser o portador de más notícias.

— Ela morreu? – Escuto a voz de Camila atrás de mim. Me assusto e viro rapidamente para ela. Ela já está com o rosto completamente encharcado de lágrimas. Ela se aproximou da gente tão sorrasteiramente que nem notamos sua presença tão próxima. Com certeza deve ter ouvido metade da conversa.

— Infelizmente sim – major Júlia anuncia.

Camila volta ao estado inicial e começa chorar alto e desesperadamente. Abraço seu corpo e tento conforta-la mas dessa vez seu choro não cessa.

— Sinto muito Camila. Foi o delegado Márcio quem atirou nela. Ela trocou tiros com a polícia e acabou sendo atingida – Declaro para que ela não pense que foi a responsável pela morte de Bianca.

— Eu não acredito – diz aos prantos enquanto afoga a cara em meu peito.

Camila está muito mal. Apesar de tudo que Bianca fez com ela, ela tem um bom coração. Camila amava Bianca como uma irmã e consigo imaginar a dor que ela está sentindo pelo luto.

— A culpa é minha – Camila se responsabiliza pelo ocorrido.

— Não se culpe. Ela quem escolheu isso, você não teve nada haver com o destino dela.

Camila chora alto. Sua dor é nítida e abundante. Sinto uma dor imensa ou vê-la sofrendo dessa maneira. Algumas gotas pingam pelo meu rosto causadas pelo dor que sinto devido seu sofrimento. Preciso cuidar da minha menina, agora mais do que nunca. Preciso ficar ao lado de Camila.

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