— SOCORRO!!! O GAROTO ESTÁ PASSANDO MAL! — Amélia gritou, batendo na porta em uma perfeita atuação, enquanto eu já estava posicionado e com a corda em mãos. Alguns dias de treinamento com meu lindo marido serviram para alguma coisa.
— Mas que gritaria é essa...? — Um homem abriu a porta e rapidamente pulei em cima dele, enrolando a corda em seu pescoço, lhe tirando o ar e impedindo que ele proferisse qualquer som. Ele tentou se soltar, mas apertei a corda com mais força, o derrubando, vendo ele ficar inconsciente, mas esperei um pouco mais, até ter certeza de que ele não iria me incomodar de novo.
O viro de barriga para cima, o revistando e pegando suas armas, entregando uma para Amélia, que logo engatilhou a mesma com uma agilidade incrível. Olhei para ela, apenas sorrindo de canto, e engatilhando minha arma, me colocando de pé.
— Amélia, tenha cuidado para não acertar meu tigre. Se você atirar nele, eu atiro em você. — Aviso, vendo ela revirar os olhos.
— O que menos me preocupa agora é aquele tigre. Ele é até... fofo. Anda, vamos sair logo daqui. — Disse, me fazendo sorri, saindo para fora daquele quarto.
Seguimos pelos corredores, descendo a escadaria e vendo seguranças no final delas. Como eu estava com silenciador, atirei nos dois, e Amélia desceu. Mas no fim da escadaria, ela foi pega por um segurança, que logo apontou a arma para a cabeça dela.
— Larga a arma ou ela morre! — O homem exclamou. Merda!
— Idiota! Está amassando meu casaco importado! — Amélia exclamou, desferindo uma cabeçada no nariz do homem, o fazendo soltá-la. E logo ela pegou a arma das mãos dele, atirando na cabeça do homem.
— Parabéns! Bem vinda ao mundo dos pecadores, querida. — Brinco, vendo ela me encarar com tédio, revirando os olhos.
— Não começa. Foi em minha própria defesa. — Justificou, o que me fez ri.
— Sei... bem, vamos. — Chamo, mas logo vrjo incontáveis seguranças entrando na casa. Todos armados.
— Acho que prefiro a porta dos fundos. — Amélia falou, sarcástica, voltando a subir as escadarias. A segui, atirando nos que estavam mais perto de nós. O tiroteio não demorou para começar, e antes que Amélia fosse atingida por uma das balas, a derrubo no chão, ficando nós dois atrás de uma estátua enorme de metal. Horrível, por sinal. — Eles são muitos! — Amélia exclamou.
— Minhas ideias se esgotaram. Eu criei o plano para sairmos do quarto, mas não concluí o trajeto até aqui! — Exclamo, quase sendo atingido por uma bala, mas ela acabou barrando na estátua. Mas logo senti a direção dos tiros mudarem. Já não atiravam em nós, porém, o tiroteio continuava. — O que está acontecendo? — questiono, me arriscando a olhar para a sala, sorrindo largamente ao ver Naum e Natanael juntos, com seguranças da Máfia e guardas reais invadindo a mansão, derrubando todos ali. Foi uma cena épica e que eu poderia colocar o replay mil vezes só para ver de novo. Os dois irmãos juntos novamente, atirando e lutando contra aqueles desgraçados. — É o Naum e o Nat! — Exclamo, animado. Olho para Amélia, vendo ela chorando, o que me deixou confuso. — O que você tem? Não me diga que foi atingida por uma bala?! — questiono, preocupado. Ela negou, respirando fundo.
— Eu não mereço viver. Meu filho... eu fui um monstro com ele, mas... eu não queria. Juro que não queria. Eu fui obrigada, mas não queria me afastar dele. E agora os dois me odeiam. — Murmurou, o que me deixou completamente confuso. Me aproximo dela, tocando levemente seu ombro.
— O que houve? Por que diz isso? — Ela sorriu em meio ao choro, negando com a cabeça.
— Não adianta explicar. Ninguém mais vai acreditar depois de todas as minhas mentiras. Anda, vamos logo sair daqui. Eu não aguento mais esse lugar. — Ela largou a arma, se levantando. Eu fiquei confuso, preocupado e totalmente perdido, mas depois eu resolveria isso.
— Vai com eles, eu preciso voltar. — Falo, fazendo menção de sair, mas ela me segurou pelo braço.
— Aonde você vai?! — Questionou, me encarando sem entender.
— Não vou sair daqui sem Zeus.
— Ele não está te obedecendo. Eu vi quando injetaram algo nele. Talvez seja passageiro, mas você ainda pode correr o risco de ser atacado por ele. — Avisou, o que me fez sorri fracamente.
— Eu sei. Mas eu não vou sair daqui sem ele, por mais que ele não me conheça, mas eu ainda tenho esperança. Eu sei que no fundo ele vai me conhecer. — Falo, já caminhando de volta para as escadarias, e logo vejo Amélia ao meu lado, o que me fez a olhar sem entender.
— Temos uma inimiga em comum. Vamos acabar com ela e resgatar Zeus. — Disse sorrindo levemente, o que me fez sorri também, assentindo.
Ouço Naum e Natanael gritarem por nós, mas eles não podiam nos alcançar por conta dos demais homens que tentavam conter os homens da Máfia e da guarda real.
Sigo com Amélia pelos corredores, vendo Daniela no final deles, junto com Zeus. Ela sorriu ao me ver, com um olhar superior.
— O pior de se criar um filho... é quando ele se vira contra nós. Vocês estão sentindo esse gostinho agora, não? — Daniela murmurou, conseguindo atingir nós dois com seu comentário maldoso. Respiro fundo, avançando um passo, vendo Zeus rosnar, como um aviso para eu parar.
Meu coração estava disparado, quase querendo chorar só de pensar na hipótese de não tê-lo mais de volta. Avanço mais um passo. Zeus fez o mesmo, entrando na frente de Daniela, como se a protegesse.
— Você não quer me machucar... — Murmuro baixinho, me ajoelhando devagar, vendo ele se aproximar vagarosamente, rosnando baixo. — Sou eu, amor... Eu sei que você se lembra de mim... — Murmuro. Ele balançou a cabeça, confuso.
— Desgraçado... ATACA ELE AGORA, SEU TIGRE MALDITO!!! — Daniela gritou, e consequentemente Zeus rosnou alto, muito alto, virando às costas para mim e pulando sobre Daniela, a atacando. Eu sorri, lembrando o quanto ele odiava gritaria, ainda mais se fosse gritando com ele.
— Zeus! Vem cá, meu amor! Vem cá, filho! — Exclamo, vendo ele correr em minha direção, pulando sobre mim e me lambendo, mas eu fiz uma careta ao perceber que a boca dele estava suja com o sangue de Daniela. — Você vai ficar infectado. — brinco, rindo e o abraçando, o enchendo de beijos. — Meu bebezão! Eu te amo muito, viu?! — Exclamo, aliviado por tê-lo de volta comigo, como antes. Mas eu ainda iria levá-lo ao veterinário para garantir que sua saúde estava intacta.
Ouço o salto alto de Amélia bater contra o piso de mármore. Ela caminhava devagar, indo em direção a Daniela, que estava com a perna e a barriga machucada. Amélia estava armada e com o olhar fixado em Daniela, que tentava se levantar, mas assim qee conseguiu se sentar, Amélia a chutou no ombro, a atingindo com seu scarpan, o que certamente deve ter doído bastante. Não satisfeita, ela pisou sob a barriga de Daniela, justo onde estava a mordida de Zeus, fazendo Daniela gritar. Ela continuou afundando o salto na ferida, o que já estava doendo em mim só em assistir aquela cena.
— Você nunca mais vai incomodar ninguém, sua desgraçada! — Amélia exclamou, puxando o gatilho e acertando na cabeça de Daniela. Ela me olhou, sorrindo levemente. — Agora podemos ir?
— Khnun! — Vejo Naum gritar, caindo ao meu lado e me abraçando fortemente. — Você não se cansa de me preocupar não?! — Exclamou, me beijando delicadamente, encostando sua testa na minha. Ele estava ofegante e sujo de sangue, que certamente não pertencia a ele. Sorri, o abraçando de volta.
— Senti sua falta... — Sussurro ao seu ouvido, vendo ele sorri, me beijando novamente.
— Você está bem, mãe? — Naum questionou, em um tom mais contido, a olhando. Amélia assentiu, suspirando.
— Estou... apesar de ter quase certeza que muitos desejavam o contrário. — Murmurou, fitando Natanael, que apenas suspirou, a ignorando e se abaixando ao meu lado.
— Você está bem mesmo? — Assenti, olhando para Amélia mais afastada. Me levanto, recebendo ajuda dos dois. Vou até Amélia, a abraçando, vendo tanto ela quanto os irmãos ficarem surpresos com isso.
— Eu não conseguiria sem você. Obrigado. — Murmuro, vendo ela me olhar com um sorriso discreto.
— Não me agradeça! Fiz isso para me salvar também. — Ditou, se fazendo de durona, o que me fez sorri.
— Ok... isso foi... no mínimo estranho. Mas anda, vamos embora. — Naum ditou, fazendo um carinho em Zeus e me estendendo a mão, na qual a peguei de imediato, sorrindo e finalmente saindo dali, voltando para casa.
Depois dessa, dois anos de férias em casa, no mínimo!