TANTAS PESSOAS andando na frente de Arabella, eram tantas! Andavam rápido, outras devagar, crianças correndo com frutas roubadas nas mãos sendo perseguidas por vendedores, velhinhos atrapalhando o fluxo de pessoas, onde ela estava? Onde Malia estava? Arabella não conseguia vê-la em lugar algum! Era Malia que havia sumido, mas conforme caminhava naquele labirinto de pessoas Arabella se sentia cada vez mais perdida.
Era tão frustrante não conseguir encontrar sua amiga e a sensação de impotência ao saber que ela poderia estar em qualquer lugar e que qualquer coisa poderia acontecer com ela enquanto isso, mas o pior era não poder contar com ajuda, se fosse uma simples Fridiana com o padrão de Frid ela simplesmente poderia pedir por ajuda e com certeza já a teriam encontrado, mas elas eram Atrações, pedir ajuda era como revelar sua localização, por isso tudo precisava ser feito sem levantar suspeitas.
_ Onde você está Malia? - sussurra Arabella impaciente, adentrando cada vez mais fundo na multidão e ouvindo aqueles gritos insuportáveis de vendedores de frutas e legumes, de vendedores de objetos artesanais e de pessoas negociando parecia um caos, toda aquela cacofonia estava mexendo com os neurônios de Arabella e ela já nem olhava mais para onde estava indo, ela queria apenas sair dali.
Correndo com as mãos nos ouvidos a loira entra em um beco que levava para uma passagem de terra, ela a atravessa, mas ainda podia ouvir aquele barulho então Arabella se enfia mais para dentro dos becos com chão de terra até que eles dão para uma mata, de alguma forma, aquela mata parecia familiar para Arabella, adentrando mais ela já não ouvia mais som algum e tira as mãos dos ouvidos.
Aquela sensação de familiaridade não ia embora, na verdade quanto mais adentrava a mata que ficava cada vez mais densa a sensação aumentava, mas talvez fosse apenas sua mente que estivesse lhe pregado pessas, afinal, todas as matas eram iguais. Agora que estava ali achou que seria bom verificar se Malia poderia estar lá também, afinal se ela havia encontrado aquela mata Malia também poderia.
Entrando cada vez mais dentro na mata acabou saindo em uma pequena trilha, no chão haviam marcas de rodas, provavelmente as pessoas usavam aquela trilha como atalho, sendo assim Arabella resolveu seguir a trilha, pensou que era mais lógico do que se enfiar na mata!
Seguindo pela trilha ela consegue ouvir o som de cavalos, não de suas patas, mas do relinchar, ela apressou o passo e seguiu pela parte interna da floresta para não ser notada a olho nu, lá na frente ela pôde notar uma carroça, presa a carroça havia uma espécie de contêiner, como um vagão de trem.
Mais uma vez aquela sensação de familiaridade, sentindo essas pontadas na cabeça sua consciência dizia: não se aproxime Arabella! Mas Arabella estava ali por Malia e não por sí mesma, se houvesse a possibilidade de Malia estar ali, então ela daria um jeito de salvá-la.
Esgueirando-se entre as árvores com calma como um felino analisando a presa Arabella observava o vagão quando teve um fleche de memória.
Aquele vagão! A floresta! - pensou ela iluminando seus pensamentos, ela precisava se apressar, o mais rápido possível, quando havia decidido voltar sem ser notada ela ouviu um barulho que vinha do vagão, logo ela sentiu a adrenalina nas suas veias quando correu em direção ao vagão e olhando pela pequena janela com grades viu a imagem de Malia, deitada em posição fetal e chorando sem parar.
_ Malia! - chamou Arabella, Malia ergueu a cabeça, seu rosto estava inchado e todo machucado, sangue escorria pela sua boca, assim que viu Arabella seus olhos arregalaram de dor.
_ Corra! - gritou Malia - corra Bell! É um Sequestrador de Atrações, você precisa correr!
_ Ajuda... - pediu uma voz dentro do vagão ao lado de Malia, ela não estava só, ao ver a pessoa Arabella tapa a boca contendo o suspiro de surpresa, um homem estava deitado com as pernas e mãos amarradas, uma poça de sangue escorria por debaixo do seu corpo, seu rosto estava tão inchado e contorcido que já nem tinha mais expressões, aquilo, quem poderia ter feito aquilo? Arabella sabia quem havia feito aquilo.
Arabella tenta abrir o vagão mas estava trancado com um cadeado, chutando com força ela tenta desesperadamente possa quebrar o cadiado, mas nada funciona.
_ Não! - gritou Malia - ele vai ouví-la, vá embora, me deixe aqui e vá embora!
_ Onde ele está? Por que deixou vocês sozinhos?
_ Eu não sei! Ele foi para mata! Acho que foi mijar ou algo assim! Apenas vá embora Arabella! - Malia começa a chorar desesperada, foi então que Arabella teve uma ideia.
_ Calma Malia, vai ficar tudo bem! Confia em mim okay!
_ A pior coisa que você podia ter feito, seu Velho Idiota é ter deixado esta carroça sozinha. - Arabella corre e sobe em cima da carroça agarrando as rédeas do cavalo ela dá o impulso e o cavalo assustado começa a correr!
Surpresa Malia começa a chorar, eles estavam se movimentando, será que Arabella havia sido pega?
Ao ouvir o som do cavalo uma figura masculina sai de dentro das árvores com as calças para baixo, ele grita para parar, mas Arabella obviamente faz o cavalo correr mais rápido, conforme a imagem do Velho que corre inutilmente atrás deles vai ficando cada vez menor Arabella confirma suas suspeitas, aquele era o mesmo velho que a havia sequestrado no barco e aquela era a mesma floresta em que fora perseguida e logo depois encontrara com Viktor.
Com pressa Arabella direciona a carruagem em sentido a feira e sem se importar com pessoas no caminho avança, alguns correm e outros se jogam para não serem atropelados, podia-se ouvir chingamentos em toda parte, mas aquela não era hora para se preocupar com isso, ela precisava encontrar Viktor e Lucinda.
Os trinta minutos havia se passado e agora de volta ao local combinado Lucinda entrava em prantos enquanto Viktor arrancava seus cabelos por sua Rainha ainda não ter aparecido, quando uma enorme cacofonia de chingamentos era ouvida da feira e uma carroça que era conduzida por Arabella surgiu quase atropelando as pessoas, Viktor e Lucinda não podiam acreditar.
_ Não tenho tempo para explicar, subam antes que eles chamam os guardas! - disse Arabella.
_ Mas e a Malia?! - disse Lucinda vendo Viktor atender o pedido de Arabella imediatamente.
_ Ela está bem! Está aqui atrás, suba de uma vez Lucinda! - falou Arabella olhando para trás para verificar se não havia sido alcançada. Com lágrimas nos olhos Lucinda pulou na carroça e batendo as rédeas com força eles partiram na direção oposta cruzando a cidade e após uma hora de corrida frenética eles atravessaram uma trilha e chegaram em uma floresta fechada onde puderam parar para finalmente respirar.
_ Malia... - Começou Arabella, explicando para eles - Malia está a salvo!
_ Era ele! - dizia Arabella nos braços de Viktor que a confortava enquanto ela finalmente se permitia chorar - foi ele que me sequestrou e agora sequestrou Malia também, eu só queria ter feito com ele o mesmo que ele fez com ela! - rosnava furiosa o gosto das lágrima dando sabor a sua raiva.
Eles estavam seguros agora, pelo menos por enquanto, após Arabella explicar a situação para todos Lucinda arranjou um pedaço de metal perdido pela mata e conseguiu abrir a cadeado, após muito pranto Arabella tratou das feridas de Malia que estava em estado de choque e só se permitia falar com Lucinda, mesmo assim, apenas palavras simples.
Viktor usou uma das facas de Lucinda para soltar o homem que estava ferido e Arabella fez o melhor que pôde para curá-lo, mas as coisas não estavam muito boas. O homem não falava nada e tudo que ele fazia era observar com dor enquanto Arabella passava produtos medicinais nas suas feridas.
Havia um corte enorme na perna do homem e fora este corte que causara o sangramento, Arabella teve que usar agulha e linha e costurar a perna ferida. O homem se debatia de dor e mordia um pano que Viktor havia colocado em sua boca. Após acabar com a cirurgia, Arabella finalmente pode respirar e foi quando notou que o homem havia desmaiado de dor.
É melhor assim pensou Arabella, pelo menos agora ele não estava consciente da dor que sentia.
Após Malia dormir no colo de Lucinda e o Homem ter desmaiado, eles subiram todos de volta na carroça e partiram, não podiam se permitir ficar em um lugar por muito tempo, ainda na floresta densa, mas muitos quilômetros de distância eles pararam em uma clareira próxima a um lago onde podiam dar água ao cavalo e passar a noite.
E era ali que Arabella chorava finalmente nos braços de Viktor, era doloroso para ela passar por essas memórias dolorosas e toda pressão que sentiu durante o dia, a vida de duas pessoas em suas mãos, era assustador.
Sentados a beira da fogueira Viktor a apertava com força tentando fazê-la se sentir protegida, do outro lado Lucinda tentava fazer Malia comer uma banana cortada em pedacinhos, que negava insistentemente. O homem ainda estava inconsciente.
Todos eles sabiam que aquela iria ser uma longa e dolorosa noite!
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E aí pessoal, chegou a hora de expressarem suas opiniões, quero críticas construtivas, o que acha que deveria mudar? Quais suas teorias sobre "Pela Liberdade"? Digam o que estão sentindo e expressem todas as suas emoções!
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Até o próximo Capítulo e beijos de açúcar mascavo pra quem está de dieta! ;)