Tratado dos Párias - Supremo...

By IsabelaAllmeida

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Celina estava lutando para se encontrar. Após anos fechada em seu próprio mundo e dependente da droga que sua... More

Vamos lá.
Prólogo
Primeiros dias
Abstinência
Retorno
Consciente
Reunião- Parte 1
Reunião- Parte 2
Reunião- parte 3
Os três irmãos
Solução
Despertar de Dimitri
Retorno Conturbado
Dimitri
Jena
Floresta Obscura
Chegada
Reencontro
Tudo Estranho
Se descobrindo
Se descobrindo...
Uma visita
Um recomeço...
O sedutor
Revivendo o chamado com tinta
Os lobos da Terra
Saída do Vilarejo
Ritual da Lua Sangrenta
Ritual da Lua Sangrenta- Parte 2
Primeiros dias
Dimitri
Correndo com lobos
Um sonho com fim.
Encontro inesperado.
Pria, Eu e Elas
Retorno
Uma frase e...
Laço e Âncora
Dimitri
O lago
Sem acordos
Celina
Dois braços
O juramento de Dimitri
Dimitri
Confronto
Um abraço
Conforto
Laican
Ritual

O choque de Dimitri

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By IsabelaAllmeida

Em meu rosto nem mesmo a ardência continuava, a pele tinha se curado completamente, porém eu ainda estava confuso com a reação exagerada de Jena.

Quando ela me golpeou minha foi reação foi patética?

Não...

Um suspiro, algumas piscadas e um sorriso, essa foi minha reação, nessa exata ordem, e se isso fosse patético na concepção dela, não havia o que fazer, pois eu jamais seria capaz de revidar da forma que ela queria.

Porém sorrir já não estava tão fácil quando eu ficava perto dela. Havia uma ansiedade constante roendo minhas entranhas, uma fome que estava ficando difícil de controlar.

Mas eu tinha que continuar tentando, não podia deixar que ela percebesse o quanto estava sendo custoso botar freios em meu instinto de querer puxá-la para mim e acabar com isso tomando seus lábios. Seria apenas um gesto... um toque de lábios e tudo poderia terminar...

Mas mesmo desejando mais que tudo, esse era um limite que eu não podia ultrapassar, senão a prenderia ao invés de conquista-la e por mais que fosse divertido judiar da lobinha, eu não era um maldito cretino. Eu a queria completa, toda para mim.

Subindo as escadas revivi a cena, o tapa que poderia ter quebrado um pescoço humano foi a informação para cimentar o que eu já desconfiava. Jena estava no limite, e ainda assim, não estava completamente pronta, mesmo que sua aura estivesse completa, havia algo...

E eu parei, simplesmente parei porque senti que se forçasse um pouco mais quebraria algo dentro dela, a faria sofrer, era estranho mas eu sentia uma relutância vindo dela, e aquela patada... Pai Eterno, foi difícil me controlar para não xingar até a raiz mais profunda de sua árvore genealógica, mas jamais faria isso, havia um limite rígido para mim, eu estava quase lá, mas eu também estava no meu limite.

Dobrá-la através da sedução estava me afetando mais do que eu podia suportar e com isso estava sendo uma luta para respeitar as regras do livro da sombra.

Eu precisava tomar mais cuidado com meus próprios sentimentos, já era a segunda vez que quase o feitiço tinha virado contra o feiticeiro, por pouco não me deixei levar pelas sensações que ela me causava, e isso dizia mais sobre ela do que qualquer rosnado e demonstrações de raiva.

Ela não precisava de muito esforço para me deixar sem ar, sem rumo e ansioso por proximidade.

Nessas horas eu queria pegar as regras do livro mastigar e engolir, pular as etapas, partir para os finalmente, mas havia algo naqueles olhos que me fazia recuar.

Jena tinha um segredo e eu precisava saber, eu já desconfiava que essa relutância era por algo mais do que sermos de raça diferente, então tinha pedido conselho a Diana, e tudo o que consegui dela como ajuda foi uma frase que fui obrigado a decorar e que só poderia dizer quando Jena desse sinal de que me contaria alguma coisa.

E quando Jena deu mostras de que tinha algo importante a dizer eu soube que o momento de falar a tal frase decorada tinha chegado e o fiz, confiando na minha irmãzinha.

E foi custoso cortá-la antes de saber o que era, mas Diana tinha dito que era importante fazer assim;

Mas a reação de Jena... Eu tinha que saber, e para isso teria que contar com a boa vontade de minha irmãzinha que prometeu que me contaria somente quando eu dissesse o que precisava para Jena.

Mas Diana estava me oferecendo migalhas como ajuda, poderia simplesmente me contar e pronto, mas não, ela tinha que me torturar de curiosidade.

Entrei no quarto fazendo enorme esforço para não olhar a moldura oval, o espelho que foi trazido da biblioteca proibida para o quarto assim que encontrei minha companheira.

Ele ficava ali, para me lembrar que eu não estava completo, que minha companheira tinha o poder de me libertar e também para me esfregar na cara as malditas regras do livro, pois somente se ela quisesse...

Pai eterno, isso acabaria um dia?

Me joguei na cama, ainda ruminando um motivo viável para Jena estar tão arisca.

— Dimitri.

Dianinha apontou sua bela cabeça na porta, sorriu lindamente e lhe lancei um olhar chateado para lembrá-la de sua ajuda medíocre.

Ao ver minha cara seu sorriso sumiu, enrugou o nariz mostrando irritação.

— Vai me deixar entrar ou vai ficar me olhando como quisesse torcer meu pescoço?

— Vai entrar ou ficar parada feito estátua na porta?

Mantendo a cara emburrada ela fechou a porta, seu pulo na cama quase fez meu coração parar e não porque eu estava virando caçador, mas de susto.

Quando o colchão balançou cheguei a imaginar um bebê saltando de dentro de seu vestido e caindo no chão.

Está tudo bem? — Nicolae perguntou em minha mente e gelei, não queria assustá-lo, mas minha mente fértil não ajudava muito.

— Não é nada. Pode falar para Diana andar mais devagar e não fazer movimentos bruscos?

É uma gravidez, não uma doença terminal. — Rael ralhou e mordisquei o lábio inferior. Essa conversa estava envolvendo irmãos demais, e eu não queria lembrar a Rael o que tinha acontecido na primeira gestação de Diana, então fechei a mente o melhor que pude para os dois e foquei em minha irmãzinha que mantinha os olhos esticados em mim, ávida por saber como tinha sido meu encontro com Jena.

A olhei de torto. — Por sua culpa ela me tacou uma bofetada.

Diana levou a mão a boca fingindo surpresa, mas seus olhos brilharam de diversão e cheguei até a captar um brilho extra de triunfo.

Cerrei os olhos. — Esse olhar é de maldade... Está torcendo por Jena, não é?

Diana riu, deitou de costas na cama e encarou o teto, me olhou de canto e assentiu de forma travessa.

Deitei ao lado dela completamente esquecido da raiva, pois era divertido ver a carinha alegre de Diana. — Quer me ver apanhar da loba?

— Quero. — Ela riu e me apoiei nos cotovelos só para encará-la oferecendo meu olhar mais indignado. Escondendo a diversão que sentia ao vê-la tão tranquila, completamente alheia a todas as merdas que estava acontecendo e que eu não podia contar para preservá-la de se preocupar.

— Não acredito.

Ela deu de ombros sem mostrar nenhum remorso. — Só digo verdades.

— Falei aquelas coisas que me mandou decorar.

Os olhos dela brilharam de contentamento. — E o que ela disse?

Sem me oferecer tempo para contar, ela insistiu, seus olhos agora famigerados de curiosidade.

— Me conta! O que ela falou? Qual foi a reação dela?

Neguei solenemente, barganhar era meu único trunfo para arrancar algo dela. — Primeiro quero saber o porquê. Senão não conto nada.

Dianinha me ofereceu um olhar astuto e cruzou os braços, típico de quando ficava irritada. — Você que sabe, então não te ajudo mais.

A sondei esperançoso de ver um sorriso, uma denúncia de que estivesse brincando, mas ela falava sério. Não dava para ganhar de Diana quando ela ficava assim, era uma batalha perdida, eu sabia porque fui eu que a mimei desse jeito. Então só me restava uma jogada suja, mostrar insegurança, porque Diana tinha o coração mole quando via fraqueza em seus príncipes.

— Porque tive que ensaiar aquela frase sobre nenhum cachorro tomá-la de mim? Tem algum lobo interessado nela? Devo me preocupar?

Diana levantou os ombros e forçou o olhar na janela, parecia, de verdade distraída com algo lá fora.

— Não vai funcionar. Eu te conheço muito bem Dimitri. Não adianta fazer cara de cachorro abandonado que não vai amolecer meu coração. Pode contar primeiro, senão não conto nada.

Silvei mostrando minha melhor performance de homem bravo, mas ela me ignorou sumariamente. Eu poderia chacoalhar Diana até arrancar dela as respostas, mas aí Nicolae arrancaria minha pele e Rael arrancaria minha alma, ou a metade dela.

— Você está abusada. — Falei irritado por saber que ela tinha vencido.

— Só você contar que eu conto. Qual o problema de eu saber primeiro?

Enrugando o nariz só por malcriação acabei cedendo senão nunca chegaríamos a algum lugar.

— Na verdade ela não reagiu, ficou estática, parecia surpresa, só o que posso dizer é que seu cheiro mudou levemente. Como se de nervosismo, mas não demonstrou nada até porque mudei de assunto rapidamente e logo me despedi.

Diana anuiu como se já esperasse por isso e fiquei ainda mais curioso.

— Sua vez.

Ela fez um bico. — Ela... — Diana respirou fundo e negou. — Deixa isso para lá, não quero contar, não sei como vai reagir. E também não pedi ordem à Jena.

Hum, Diana estava de graça, por algum motivo estava enrolando, o que me levava a pensar... podia ser sério mesmo, ou... olhei de canto para ela, poderia ser algo bobo e ela estava apenas me pregando uma peça.

Um pouco ansioso por não conseguir compreender sua relutância e nem prever suas intenções decidi levar no bom humor.

— Me fazendo de bobo. Meu sobrinho não vai ficar aí dentro para sempre irmãzinha. Quando ele nascer...

Diana estreitou os olhos e apontou o dedo.

— Você está ameaçando a companheira do segundo príncipe dos sombrios e pai de meu filho?

— E meu irmão, caso tenha esquecido. — Inteirei.

Ela me olhou petulante, logo, um começo de sorriso brotou e ela ameaçou. — Ah é, então deixa eu chamar ele aqui.

— Chama, preciso mesmo contar umas coisinhas que o fará te prender no quarto até meu sobrinho nascer.

— Pegou pesado Dimitri, sabe que Nicolae é exagerado, bem capaz de fazer exatamente isso.

— Então conta, chega de tortura, preciso saber irmãzinha.

Com minha insistência ela ficou séria. Comecei a me sentir desconfortável, porque parecia importante.

— Eu falei para dizer aquilo porque sei que isso vai ajudar vocês, mas Dimitri, prometa que quando souber o motivo, não vai sair correndo daqui para perguntar sobre isso a ela. É importante que Jena pense que você já sabia.

Relutante, sentindo que ia me arrepender por fazer uma promessa as cegas, mas também conhecendo a teimosia de Diana, eu assenti.

— Você tem que falar.

— Eu prometo.

— Muito bem. — Ela suspirou e começou a torcer os dedos, conhecendo esse gesto clássico de nervosismo eu fiquei alerta.

Embora eu quisesse muito saber o segredo de Jena, não queria minha irmã agitada. Seu estado era frágil e seu histórico não podia ser ignorado.

Segurei suas mãos e ela me olhou suplicante. Era importante para ela que eu me comprometesse e mesmo que eu viesse a me arrepender eu faria sua vontade porque não gostava de vê-la ansiosa, Diana sempre viria antes de qualquer coisa, minha pequena joia que sempre me deixava enciumado por não ser o pai e sim o irmão.

— Dou minha palavra, está bem?

Ela assentiu e então basicamente cuspiu a frase.

— Jena tem outro companheiro.

Me afoguei, comecei a tossir sem parar e Diana bateu em minhas costas, preocupada.

Não é como se eu fosse morrer engasgado. Mas podia jurar que seria o primeiro sombrio e ter um ataque do coração.

Eu precisava de tempo para me recuperar do choque.

— Porque falou tão rapidamente? — Reclamei ainda tossindo.

— Para não perder a coragem. — Ela levantou e pegou um corpo de água.

— Podia ter me preparado para isso. — Acusei enquanto bebia a água que ela me ofereceu.

— Mas eu preparei. Enrolei, fiz você prometer que não ia lá.

— Chama isso de preparar? Meu Deus Diana!

Olá gente, feliz Natal atrasado, deixei um recadinho no face no dia, mas aqui não pude vir para postar nada. Então vou deixar os capítulos prontos todos postados aqui, como último ato de 2019 uma maratona. Beijos viu, desculpe o sumiço, mas como eu disse, esse ano foi o pior de todos, torcendo aqui por um 2020 mais simpático para a carreira de autor, porque a carreira de garçonete está no auge, trabalhei até no dia 25 de dezembro, só para vocês terem uma ideia da delícia de ano que foi. Beijos.

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