Consciente

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— Uma crueldade o que essa menina está passando, Cristian. Esses humanos são tão egoístas, não consigo compreender essa maneira que eles pensam.

— É verdade, mas no fundo a mãe de Celina só queria protegê-la, só que acabou fazendo mais mal do que bem. Viciou o corpo e danificou a mente, por sorte parece estar funcionando a mistura da velha. Os murmúrios dela estão compreensíveis, isso é bom.

— Sim, reconheço várias das coisas que ela narrou, isso é um progresso, mas agora temos resposta para uma das muitas dúvidas, infelizmente ela vai se lembrar, imaginei que poderíamos poupá-la. Isso dá pena, ela está oscilando, tendo lapsos de consciência, mas...

— O que Jena?

— Não sei, é que parece tudo tão lento...

— Eu sei, mas temos a segunda etapa onde a velha vai trabalhar o medo de Celina para que a loba consiga se aproximar o mais possível quando o momento chegar. Com a ajuda da loba o medo não será mais o problema, então o passado não a influenciará tanto, pelo menos no que diz respeito a trauma e essas coisas.

— Mas ainda assim ela precisa de tempo.

— Na verdade é bom que as lembranças acompanhem a cura, ela precisa saber o que fizeram com ela, vai ser importante para forjar a personalidade.

— Mas é perigoso, não gostaria que fosse assim. Sem memória facilitaria a aceitação a nova vida.

— Usando como exemplo minha companheira, me faz pensar diferente de você. Veja, Celeste é extremamente corajosa, aceitou com sofreguidão a força que o sangue sombrio lhe proporcionou justamente porque ela tem ciência de tudo que passou.

— Celeste é diferente, Cristian. Ela foi transformada em uma mestiça sombria e seu tempo sofrendo nas mãos do pai foi mais curto e mais brando, já Celina passou um tempo maior nas mãos daquele crápula, e estamos falando de uma loba, não sei como será, eu não tenho experiência com meninas com um histórico como o dela.

— Não sei se seria igual, mas levando em conta as meninas que foram transformadas....

— De fato, a maioria das meninas de minha matilha trouxeram uma bagagem de sofrimentos, a natureza lupina forjou nelas lobas extremamente conscientes de sua força. Pela mãe terra que ela adquira esse tutano nos ossos. Laican vai adorar.

— Celina será enviada para lá essa noite

— Mas essa noite é a lua azul.

— Justamente por isso Jena. Você ouviu os planos da velha, vamos fortificar o corpo dela com essa lua, é a única maneira de ajudar Laican agora. Organda está perto, eu a sinto.

— Essa falta de tempo... Isso pode nos trazer muitos problemas. Sem contar que vai ser mais difícil ajudar a loba a encontrar o caminho.

— Faremos o que é necessário, Laican deixou bem claro que já tinha passado todas as instruções para a velha, ela é a única que sabe o que ele tinha em mente.

— Laican queria as coisas de outra forma. Mesmo que tivesse feito planos, não era para ser assim, ele acreditou que teria tempo.

— Eu sei Jena, ele queria ganhar a confiança de Celina, e depois permitir a ela a escolha de ser mordida ou não, mas agora não temos o luxo dessa escolha. E temos que fazer tudo antes que Organda chegue, Laican a sentiu, e o conhecendo como conheço, sei que não ficou parado só esperando, e em se tratando de sua companheira, ele não faria uma trama inconsequente, ainda assim, não deixou detalhes, sabe como ele é, nunca revela nada de suas malditas tramas, temos que seguir nossos instintos agora, porém temos que agir seguindo os poucos comandos que nos deixou.

— Merda Cristian, estamos no escuro. Tomamos decisões que é certo que ele não aceitaria. Laican vai comer meu coração quando se recuperar e mesmo você sendo gêmeo dele, ah, ele vai comer o seu também.

— O meu talvez, mas você eu duvido, você não tem coração Jena.

— Decidiu ser engraçado agora? Sarnento!

— Estou preocupado com meu irmão, mas não posso negar minha felicidade, ela demorou a vir.

— O que o amor não faz... Quem diria, o temido Alfa Cristian bancando o cachorro domesticado.

— Sua vez também vai chegar loba, seu sombrio não dormirá para sempre. Logo será você a experimentar essa sensação.

— Sabe o que penso sobre isso.

— Devia pensar melhor na sua decisão.

— Não estou com cabeça para pensar em nada, além da segurança dos nossos.

— Mas vai precisar, o decênio de Dimitri está terminando.

— Mas não terminou. Esqueçamos isso, como você mesmo sugeriu, vamos focar no problema atual.

— Tudo bem, não vou opinar, é sua vida Jena. Mas agora precisamos ir, temos uma reunião para ir.

— Vai ser naquela cripta, não é?

— Sim, Celeste acabou de confirmar. Jena?

— Não insista mais nesse assunto Cristian, ou vamos ter que resolver de maneira bruta.

— Eu preciso, estou preocupado com você, vai conseguir levar isso em frente quando ficar próxima de seu companheiro?

— Eu tomei minha decisão, é o melhor a se fazer. Agora vamos. Não podemos perder tempo.

Quando tudo ficou em silêncio, soltei o ar bem devagar, meu coração batendo como louco, estava mortificada pelo susto porque, de verdade, eu estava ouvindo uma conversa. Não era minha imaginação pregando peças, dessa vez era algo real, sem flutuações. Eu estava realmente emergindo de minha prisão de ilusões.

Mas eu sabia que não duraria muito, já estava letárgica novamente, meus olhos teimavam em se fechar.

A escuridão foi chegando mansinho e antes de apagar completamente eu pedi um gole de bebida doce. Não me deram nada e senti falta de mamãe, ela me dava bebida doce.

 Não me deram nada e senti falta de mamãe, ela me dava bebida doce

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Acho que vou postar uns três hoje u.u

Para compensar a demora e para finalmente tirar esse receio de que não está bom, porque se não estiver, eu vou saber através de vocês.

O negócio é o seguinte, tenho praticamente 180 páginas escrita desse livro, ( sem contar as trocentas páginas de caderno com trechos aleatórios e o pior, esses trechos estão espalhados em vários cadernos. Tenho muitos, quem viu minha entrevista no blog Bacon frito viu as fotos dos meus caderninhos)

Bom é isso, tenho muito material, contudo, eu estou procrastinando pelo simples fato de que não estou segura sobre o rumo da história. Eu sempre fico assim em todas as histórias que escrevo, mas essa em particular, estou um pouco mais paranoica, porque me sinto mais pressionada. E não é por vocês, é por mim mesma, estou com medo de fechar a saga sem a qualidade que a história merece. Por isso, sejam sinceros, e quem tiver alguma crítica, ou mesmo quiser ( mas de verdade) betar a história, eu vou agradecer. Mas betagem gente, é algo muito complicado, demanda tempo e esforço, porque o beta vira a pessoa de maior confiança do autor. A sinceridade e incentivo é tudo. Beijos, qualquer coisa me manda privado :*

Tratado dos Párias - Supremo Alfa.Where stories live. Discover now