RUDIMENTAR

Oleh Stayde

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[HISTÓRIA VENCEDORA DO WATTYS 2020] Dona de um excêntrico nome, Alex Kira era só mais uma colegial de tantas... Lebih Banyak

SOBRE RUDIMENTAR
BOOK TRAILER E AFINS
EPÍGRAFE
CAPÍTULO I
CAPÍTULO II
CAPÍTULO III
CAPÍTULO IV
CAPÍTULO V
CAPÍTULO VI
CAPÍTULO VII
CAPÍTULO VIII
CAPÍTULO X
CAPÍTULO XI
CAPÍTULO XII
CAPÍTULO XIII
CAPÍTULO XIV
CAPÍTULO XV
CAPÍTULO XVI
CAPÍTULO XVII
CAPÍTULO XVIII
CAPÍTULO XIX
CAPÍTULO XIX
CAPÍTULO XX
CAPÍTULO XXI
CAPÍTULO XXI
CAPÍTULO XXII
CAPÍTULO XXIII
CAPÍTULO XXIV
CAPÍTULO XXV
CAPÍTULO XXVI
CAPÍTULO XXVII
CAPÍTULO XXVIII
CAPÍTULO XXIX
CAPÍTULO XXX
EPÍLOGO

CAPÍTULO IX

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Oleh Stayde


9. A pulso nu.

Jared estava algumas horas atrasado. Não que eu me preocupasse com isso, pois sua obrigação no clube era somente ocupar uma cadeira vazia do cômodo, a verdade era que eu queria vê-lo e agradecê-lo por ter me ajudado em um dos meus momentos mais embaraçosos.

Na sala, optei por não me esforçar com as matérias, já havia algo preparado para publicar essa semana. Por fim, escolhi ocupar minha mente folheando as páginas velhas de o sol é para todos, entretanto não conseguia manter toda minha atenção na obra de Harper Lee, a ausência de Patterson tirava toda minha concentração. O que denunciava que eu estava realmente preocupado com o seu atraso.

O costumeiro ranger da porta soou pelo cômodo e por cima do livro, dei uma rápida espiada. Era ele, com um formoso sorriso nos lábios e sua correntinha de sempre. Tentei formular várias maneiras de como abordá-lo, no entanto nenhuma das falas montadas em minha mente fora de meu agrado e todas elas pareciam que eu estava desesperada para vê-lo, o que não era mentira. Mas Jared não precisava saber.

— Este livro é ótimo. — Jared aproximou-se de mim trazendo todo o seu cheiro agradável para minhas narinas. Ele se sentou no mesmo lugar de sempre, mas dessa vez colocou seu notebook sobre a mesa. — Bom... — começou ele, evitando nosso contato visual. — Matei todas as aulas para criar um site.

— Você o quê? — questionei incapaz de entendê-lo, era uma atitude bem idiota para um estudante, o qual quer de formar e ir para uma universidade.

— É. — assentiu ele, dando um sorriso maroto. — Criei um site para você publicar suas fotografias. — minhas sobrancelhas se arquearam com a confissão. — Venha ver.

Receosa, deixei o livro sobre a mesa e me levantei para ir ao lado oposto do móvel. Perto do garoto, ele arredou sua cadeira para que minha visão no notebook fosse favorável. Inclinei meu corpo para frente da tela, enquanto Jared acessava o site. Desse modo, o seu cheiro impregnava ainda mais minhas narinas e minha pele se esquentava com tamanha aproximação, diferente dele que parecia tão concentrado nas teclas do eletrônico.

— Prontinho. — ele disse indicando a tela com o seu dedo, no entanto continuei concentrada no seu agradável perfume. — É como um blog, nele você pode publicar as imagens e escrever um texto sobre elas, ou de como se sentiu captando a imagem — Jared continuou a dizer, mas era difícil prestar atenção em várias coisas ao mesmo tempo, comecei a me perder quando ele disse a palavra blog. — Entendeu? 

— Claro. — permaneci olhando para a tela, como se tivesse entendido tudo o que dissera. Observando o site melhor, sua interface era banhada por tons suaves de dourado, preto e branco incisivo, criando um contraste entre eles. Resumindo, o blog era simples, minimalista e elegante, podendo até se dizer sofisticado. — Está incrível.

— Estive criando o site desde o dia em que pedi para você pensar no jornal digital. — Jared contou coçando seu queixo, ele fechou a página e endireitou seu corpo, deixando o seu rosto frente à frente ao meu. Minha respiração se pesou no mesmo momento, tanto que meu primeiro instinto fora também consertar o meu corpo, no entanto minhas bochechas se esquentaram drasticamente. — Fico feliz que tenha gostado.

— Eu amei. — dei um sorriso singelo. — Mas para que serve? — com minha pergunta, Jared soltou uma gargalhada boa de se ouvir. —  E-eu admito, não prestei atenção em nada do que você disse. — eu podia jurar que todo meu rosto estava vermelho como um tomate bem maduro.

— É só pra você publicar suas fotografias e escrever sobre elas. — explicou, desligando o seu notebook.

— Muitíssimo obrigada. — eu não conseguia conter o meu sorriso no rosto, no entanto ele murchou quando percebi que não tinha uma câmera para tirar fotos, tampouco um computador para públicá-las.  — Mas você sabe — me contive para não completar, Jared poderia achar que estou sendo ingrata ou que não gostei do seu trabalho.

— Já pensei em tudo. — ele me encarou sorrindo como se fosse um gênio. — A minha canon a partir de hoje é sua canon.

— O quê? — eu poderia pular agora mesmo de tanta felicidade no meu peito, mas dei o meu melhor sorriso de séculos, aquele que vinha de todo coração, como daquela vez em que mamãe me presenteou com o relógio de pulso. — Obrigada. Obrigada. Obrigada. Com certeza você pode criar o jornal digital. — Minha única necessidade à partir daquele momento era ter um notebook.

— Darei o melhor de mim. — e estufou o peito, o que me fez rir, seu ato me lembrou dos pássaros que faziam exatamente assim para cantar ou para impressionar as fêmeas. 

Jared guardou o notebook na sua mochila e no mesmo instante, o meu relógio de pulso soltou o seu costumeiro bip, avisando que a hora de atividades extracurriculares se expiraram. Corri para o meu lado da mesa, precisava juntar todo o meu material o mais rápido possível, pois hoje era o dia de receber cartas da mamãe e era uma tradição eu sempre ir buscá-las no correio da cidade. A ideia de correspondências era um pouco antiga para o tamanho avanço digital que passávamos a cada dia, mas eu adorava a ideia de ler sua caligrafia impecável em um papel vindo diretamente de Nova Iorque.

Não tive tempo para me despedir de Jared, não por grosseria ou maldade. O problema era que o correio não ficaria à tarde inteira aberto, o pior era que em menos de trinta minutos fecharia suas portas, abrindo apenas na segunda-feira.

À passos rápidos, segui para a rua ao contrário da que eu passava todos os dias. Com minha tamanha pressa, deixei meu pano – o qual servia para limpar os óculos. – cair no chão. Precisei parar para pegá-lo e só assim notei o meu cadarço desamarrado. Enquanto eu dava um rápido laço nele, senti um perfume familiar ao meu lado, precisei fechar meus olhos para me lembrar daquele cheiro bom para depois comprar da mesma loção. 

— Você não mora na outra direção? — perguntou curioso, pegando o pano do chão e me entregando em seguida.

— Sim — concordei, guardando o tecido na minha bolsa. —, eu estou indo no correio.

— Ah, agora entendi a sua pressa. Quer que eu te acompanhe? — Jared foi rápido em se oferecer, entretanto olhou para o chão e mordeu os lábios antes de se corrigir. — Quero dizer, minha casa é depois do correio, então podemos ir juntos.

— Tudo bem por mim.

Ele concordou com a cabeça, colocou as mãos no bolso de sua calça e começou a acompanhar os meus passos. Estávamos ambos em silêncio, mas diferente de mim ele usava os seus fones de ouvido, eu só não sabia se realmente estava passando alguma melódia por eles ou se Jared tinha apenas a mania de usá-los boa parte do tempo. Precisei manter o meu foco em diversas coisas aleatórias do cotidiano, tais como; árvores, carros e pedestres. Era isso ou a qualquer momento tropeçaria nos meus próprios pés por uma atitude besta de encarar o garoto ao meu lado.

— Você anda rápido. — ele disse com certa dificuldade, por um momento o encarei, notando sua respiração descontrolada e todo seu rosto rosada, em um quase tom vermelho escarlate.

— Eu sempre caminho sozinha e por ser assim ando o mais rápido que posso. — e meus pés sempre doiam no fim, entretanto não precisei dizer isso a ele.

— Eu também caminho sozinho, mas prefiro andar devagar, de qualquer modo estarei em casa. — comentou um pouco ofegante, ele realmente não conseguia acompanhar meus passos rápidos.

— Somos iguais, mas lidamos com as coisas de maneiras diferentes. — diminuí um pouco da minha velocidade para ele descansar.

— Não somos iguais. 

Todo o nosso passeio se manteve quieto e silencioso, só se ouvia o barulho das pessoas falando ao celular e carros buzinando sem cessar, como se eu estivesse outra vez no trânsito corriqueiro de Nova Iorque. Quando chegamos no correio, Jared se sentou na calçada para talvez descansar e eu entrei no estabelecimento. Em todos os lugares da América eles possuíam as mesmas cores; amarelo e azul. O atendente, que até então mexia no seu celular, notou minha presença e sorriu esticando os seus lábios de forma assustadora.

— Vi-vim — minhas mãos pararam automaticamente nos meus cabelos. —   buscar uma correspondência. — eu disse o mais rápido que pude, talvez até tenha atropelado algumas palavras. — Está no nome de Alex Kira. — completei agora calma, ele sabia do que se tratava, ninguém viria aqui buscar detergente. 

— Vou dar uma olhada. — o recepcionista me disse, entrando numa porta atrás de onde passava a maior parte do seu dia.

Brevemente olhei para trás para ver se Jared ainda estava por lá e me surpreendi quando o vi encostado na entrada do estabelecimento. Ele sorriu no momento em que notou meus olhos nele e acenou para mim, precisei me virar para frente de forma rápida, ou minhas bochechas se esquentariam, mas era tarde demais.

— Alex Kira, certo? — o homem gritou lá de dentro da sala e eu concordei com um balançar de cabeça. — Certo? — questionou outra vez ainda mais alto, eu bateria na minha própria face por balançar a cabeça quando uma pessoa não pode me ver.

— S-sim. — respondi-o, querendo me afundar em algum buraco, ainda mais agora que qualquer um poderia ter assistido o meu ato idiota, e se Jared tivesse visto?

— Sinto muito. — o atendente de sorriso assustador voltou para o balcão e só agora notei que  ele tinha um boné azul na cabeça. — Mas não encontrei nada no seu nome. 

Hm... Obrigada. — dei-lhe um sorriso amarelo, talvez mamãe tenha esquecido de enviar a carta, entretanto era sexta-feira, Nancy mandava uma correspondência por semana e agora o correio só funcionaria na segunda-feira. 

— O que aconteceu? 

— Não tem nenhuma carta para mim. — cabisbaixa tirei o meu relógio do pulso e o guardei na bolsa, ele me lembrava a mamãe sempre quando eu o olhava e por hora eu gostaria de esquecê-la, como ela fez comigo.

— Liga pra ela essa noite e, sei lá, peça para ela ler a carta que enviaria, ou conversem sobre qualquer coisa. — Jared sugeriu, dando-me um sorriso acolhedor e mordeu seus lábios antes de prosseguir, ele ficava bonito fazendo tal ato, no entanto eu ainda prefiro quando Patterson sorri de forma espontânea. — Na outra rua tem uma ótima sorveteria, quer ir comigo?

Concordei usando minha cabeça e Jared se animou sorrindo alegremente. Tentei devolver o sorriso na mesma empolgação, mas por hora era um pouco difícil me animar. Era tão bobo da minha parte me importar com as cartas que mamãe me mandava quando eu posso ligar para ela a qualquer hora do dia e conversar sobre tudo o que eu quiser.

O lugar onde Jared me convidou era pequeno, podia dizer que era o meu quarto multiplicado por três, mas apesar da simplicidade de espaço, o local era bem frequentado de adultos com crianças e adolescentes comprando mesmo que seja uma bala. As paredes do ambiente eram brancas, o piso amadeirado e bem lustrado, por todo canto havia mesas espalhadas. No entanto Jared e eu escolhemos nos sentar no balcão, nossa intenção não era demorar. 

Enquanto a atendente de cabelo afro dava assistência a uma criança ao nosso lado, aproveitei para checar a lista de sabores, em meio a muitos, eu sempre adorava tomar o de chiclete e fazia meses os quais eu não aproveitava uma sequer dessas delícias geladas.

— Qual sabor vocês desejam? — a balconista perguntou, dando um amplo e bonito sorriso.

— Me dê um de chiclete — ela continuou a me encarar com seus olhos de jabuticaba. —, hm... — tentei lembrar quantos dólares eu trouxera para a escola, mas eu tinha certeza que eram poucos. — Uma bola por favor.

— Eu quero um de morango balsâmico com pimenta preta. — meu nariz se franziu só de ouvir a palavra pimenta, isso realmente era real? — Pode ser uma bola também, por favor. — a atendente assentiu mostrando o quão verdadeiro era aquele sabor. — O que foi? — Jared sorriu olhando diretamente para meus olhos. — É gostoso, meu sabor favorito.

Precisei quebrar nosso contato visual, eu estava com um pouco de vergonha de estar saindo com um garoto e com certeza meu rosto ganharia um tom avermelhado a qualquer hora. Entretanto quem roubou minha atenção fora a criança sentada próximo a nós cantando uma música infantil um pouco alto demais com ajuda de seu pai.

A atendente voltou com nossos pedidos, primeiro entregou para Jared e depois para mim, o garoto sorriu para ela em forma de agradecimento e sequer esperou para abocanhar o seu sorvete. Soltei uma risada pela forma o qual se deliciava de seu gelado e ele mostrou a língua para mim, tal como uma criança brincalhona.

Tomando o sorvete, parei para observar a criança que ainda cantava alegre junto ao seu pai. Me pergunto se ela também tinha uma mãe ou era apenas a garotinha e uma imagem paterna vivendo cada um dos seus dias. No entanto, a criança demonstrava o quão feliz estava com o senhor e com o seu gelado que possuía a mesma cor rosa que o meu. Em todos os dias eu queria ser como ela, sem preocupações, pressões familiares ou escolares, ser grata por tudo que vier pela frente e transbordar amor para todos seres humanos, sem alguma diferença ou rivalidade. 

Sai dos meus devaneios quando o meu sorvete já havia chegado ao fim e o de Jared também, como de costume, a atendente veio outra vez falar com a gente, tendo ainda o mesmo sorriso belo nos lábios carnudos pintados de vermelho.

— Vocês desejam mais alguma coisa? — perguntou ela, dividindo olhares entre nós e negamos em conjunto. A balconista focou em Jared e comprimiu os lábios antes de continuar. — Você quem irá pagar a conta da sua namorada?

— Nã-não somos namorados. — neguei o mais rápido possível, sentindo minhas bochechas queimarem. Olhei para Jared esperando que ele também negasse, entretanto a única coisa feita pelo garoto fora pegar o celular e tirar uma foto minha naquele estado embaraçoso. — Não faça isso. — inclinei meu corpo para mais perto, tentando tirar o celular de sua mão, mas só consegui sentir o cheiro bom de seu perfume. — Você é um bobo infantil. — cruzei os meus braços, frustrada por não ser tão ativa como ele.

— Mas você ficou linda. — deu uma risadinha. — É o meu novo papel de parede. — virou a tela de seu celular para que eu visse, estava longe da captura estar feia o problema era o meu rabo de cavalo estar atrapalhado e minhas bochechas que me deixaram parecendo uma pateta.

Eu iria retrucá-lo, pedindo que apagasse aquela foto, no entanto minha bexiga se apertou. Olhando para os lados notei a placa em cima de uma porta indicando o banheiro feminino, deixei todas as minhas coisas sobre o balcão e a passos rápidos me direcionei para acabar com a pontada irritante na minha bexiga. Depois de fazê-lo pude suspirar de forma tranquila enquanto lavava minhas mãos. Aproveitei o amplo espelho na minha frente e ajeitei o meu penteado, eu ainda não acreditava que passei todas as horas anteriores com ele naquele estado.

Deixei o banheiro um pouco mais devagar, eu ainda precisava encarar a balconista e Jared sem que minhas bochechas corassem. Ainda no balcão, a atendente conversava com Jared dando um dos seus sorrisos bonitos, no entanto quando notou minha presença deixou o garoto sozinho e seguiu para fazer o seu trabalho. Patterson que segurava minha bolsa, levantou-se do banco e fez sinal para que saíssemos.

— Eu ainda preciso pagar o sorvete. — avisei enquanto pegava minha bolsa, mas antes de abri-la ele disse: — Eu já paguei. — Jared tampouco me deixou comentar sobre seu ato e continuou. — Você pode me pagar o dinheiro, se quiser.

— Tudo bem. — concordei procurando alguns dólares na minha bolsa, entretanto não encontrei dinheiro algum. — Outro dia eu devolvo o seu dinheiro.

Jared concordou sem esquecer de sorrir, mas agora não era algo verdadeiro, sequer chegava nos seus olhos, estava mais para forçado e automático. Com as mãos no bolso de seu jeans deixou a sorveteria, eu o acompanhei segurando a alça de minha bolsa. A gente se despediria naquele mesmo lugar, Patterson continuaria seguindo para sua casa e eu faria o mesmo, no caminho ao contrário. Não imaginava o que dizer para ele, tampouco sabia lidar com os seres humanos e sua complexidade.

— A atendente me passou o número dela. — Jared quebrou o silêncio, no entanto eu apenas comprimi meus lábios e concordei. — Talvez eu ligue. — deu de ombros olhando para a rua, ele estava fazendo isso desde que saímos da sorveteria, evitava qualquer tipo de contato visual comigo. — A gente se vê outro dia.

Acenei para ele em forma concordância e dei as costas andando o mais rápido que pude. A balconista era tão bonita com sua pele preta e cabelo desafiador, parecia ser alguém social, cheia de assuntos para tratar e tinha tanta atitude que me invejava. Eu era tão simples comparada a ela, sem nenhuma característica marcante ou algo que os outros olhem e falem "uau". Se eu fosse como ela os garotos não me chamariam de esquisita, sentiriam vontade de falar comigo ou de me convidarem para sair e sequer me notariam por usar uma roupa curta.

Na porta de minha casa, abri minha bolsa para procurar a chave, mas não a encontrei, provavelmente está jogada em um canto do meu quarto. No entanto continuei revirando minha bolsa sentindo falta de algo. Olhei de maneira breve para o meu pulso agora nu e outra vez remexi minhas coisas. Meu relógio não estava mais alí. Eu o guardei, certo? Sim, eu o guardei, talvez quando estava na sorveteria, no clube ou no correio, mas mesmo assim ele não se encontrava no mesmo lugar. 

O ganhei no único aniversário em que mamãe e papai passaram juntos após o divórcio, algo que nunca mais se repetiu e que talvez nunca mais se repita, pelo menos uma boa lembrança daquele momento eu tinha. Até pouco tempo. O relógio significava muito para mim e tenho certeza que para o papai também, sem contar na mamãe que sempre me questiona se ainda o uso. Como vou contar isso para eles ou sequer fazer com que minha mente entenda que eu realmente o perdi? 

Sem perceber, lágrimas quentes já rolavam pelas minhas bochechas. Por que eu tinha que ser assim, tão fraca e vulnerável? Precisei me sentar no degrau da escada para me permitir desmoronar outra vez.


A Alex não tem um minuto de paz, credo. Kskakaka.

Enfim, algum palpite do porquê de Jared ter "mudado"? Quero ler todos.

Outra coisa, as publicações serão uma por  semana até que eu termine o ano escolar, mas garqnto que vez ou outra solto mais de um capítulo ma semana.
Espero que tenham gostado éo capítulo e kyssis!

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