Tratado dos Párias - Supremo...

By IsabelaAllmeida

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Celina estava lutando para se encontrar. Após anos fechada em seu próprio mundo e dependente da droga que sua... More

Vamos lá.
Prólogo
Primeiros dias
Abstinência
Retorno
Consciente
Reunião- Parte 1
Reunião- Parte 2
Reunião- parte 3
Os três irmãos
Solução
Despertar de Dimitri
Retorno Conturbado
Dimitri
Jena
Floresta Obscura
Chegada
Tudo Estranho
Se descobrindo
Se descobrindo...
Uma visita
Um recomeço...
O sedutor
Revivendo o chamado com tinta
O choque de Dimitri
Os lobos da Terra
Saída do Vilarejo
Ritual da Lua Sangrenta
Ritual da Lua Sangrenta- Parte 2
Primeiros dias
Dimitri
Correndo com lobos
Um sonho com fim.
Encontro inesperado.
Pria, Eu e Elas
Retorno
Uma frase e...
Laço e Âncora
Dimitri
O lago
Sem acordos
Celina
Dois braços
O juramento de Dimitri
Dimitri
Confronto
Um abraço
Conforto
Laican
Ritual

Reencontro

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By IsabelaAllmeida

Jena

— Vamos, todas vocês, fiquem atentas a movimentação nas fronteiras, e não ultrapassem a linha de domínio, uma vez invadindo o território de outro clã estarão sujeitas as leis da alcateia inimiga.

— Sim, minha alfa.

Pris e Briana após anuir se dividiram, cada uma delas levaria um grupo de lobas, as melhores e mais treinadas para guarnecer nossas fronteiras, agora, sem a presença de Laican e sua intuição para as tramas dos lobos rivais, não podíamos contar com a sorte, o jeito era manter vigília constante.

Com minhas betas tudo estava resolvido, não podia haver falhas, não quando Organda podia enviar seus malditos lobos para iniciar o trato da lua, marcar o dia do desafio, e ainda que disso dependesse a liberdade de Celina eu rogava a mãe terra para que demorasse chegar esse dia, pois se Laican perdesse o desafio Celina poderia perder além da liberdade, a vida.

A realidade era que precisávamos de tempo, tanto para que nosso Alfa fosse trazido de volta, tivesse tempo suficiente para recuperar as forças para só assim ter chances em uma luta.

O morcego está chegando... Permiti que passasse...

— Morcego? — Perguntei somente para não manter o total silêncio, agradeci por poder fazê-lo através da conexão psíquica, se fosse cara a cara, minha beta teria presenciado uma Alfa muda e com o rosto afogueado de excitação e irritação.

— Sei o que sente Jena, ele perguntou de você e não parece contente, há um motivo para ele ter vindo e posso jurar que é por causa de sua visita a bruxa.

— Não pode se intrometer Pria, é minha vida particular.

Não, é sua derrocada para a miséria da solidão, lembre o que a bruxa avisou. E sim, vou me intrometer porque antes de minha alfa, você é minha amiga e me recuso e ver você continuar com isso. Você me incentivou a aceitar Jef, me fez encontrar a felicidade ao lado do meu companheiro, agora é sua vez de fazer o mesmo, estamos torcendo por você, Alfa.

Minha loba rosnou em ameaça, não precisava de Pria para me lembrar, eu sabia muito bem o que aquela bruxa havia dito, era eu que estava lá, maldição!

Se o elo com aquele morcego fosse quebrado, nunca mais eu teria um companheiro, o elo só quebraria com o feitiço dela se eu resistisse a ele por dois meses. Poderia ser fácil, se eu não tivesse a loba dominando metade dos meus instintos.

Estalei a boca sentindo sua presença cada vez mais perto. Seria mais fácil se o supremo dos sombrios não o tivesse acordado.

— Estou acompanhando seu raciocínio e em minha defesa lhe asseguro que não o trouxe, ele veio sozinho, te encontrou por conta, não me culpe.

— Mas você o trouxe perto o suficiente para que me sentisse.

— A bruxa queria falar com ele, me odeie, lute comigo, mas foi um pedido dela. Afinal é direito dele já que vai prejudicá-lo também.

— Porque ela quer falar com ele?

— Para que o ritual seja feito.

Senti meu coração acelerar sentindo uma culpa estranha. — Ele sabe?

— Sim, contei a ele.

Maldita intrometida, porque tinha adiantado a ele? Senti uma dorzinha...

— Ele aceitou?

Ele vai conversar com você antes, acho que ele quer te dar essa resposta pessoalmente. Precisei contar, mas acho que ele já sabia que você ia tentar algo assim, ele falou que os irmãos tinham razão.

— Maldição! Devia ter me avisado antes sua sarnenta. Eu não queria falar com ele assim sem me preparar primeiro.

Ouvi a risada de Pria e Briana e rosnei.

Você está com medo Jena. — Pria falou ainda rindo. — Afirma categoricamente não querer elo com o sombrio, mas tem medo de encará-lo. Mas não esqueça que é a regra da bruxa, aceite ou desista dessa loucura.

— Não vou desistir, eu aceito. Vocês são muito intrometidas, eu não devia ter contado a vocês duas. Que a sarna as alcance e seus pelos caíam!

Ouvimos seus pensamentos, você está tão distraída que nem se deu ao trabalho de fechar sua mente para nós. — Briana falou com a voz neutra, não parecia contente por me dizer isso, definitivamente minhas betas estavam preocupadas comigo. — Você chegou a conclusão para justificar sua decisão de que não quer um sombrio como companheiro, mas sabemos que não é esse o verdadeiro motivo.

Eu mal podia acreditar que elas estavam explanando todos os meus pensamentos, me virando do avesso sem a minha permissão.

Ouvi o suspiro pesado de Pria. — Você quer protegê-lo, devia deixar que ele decida o que pensar sobre seu passado, sobre os perigos e sobre tudo. Está tomando a decisão por ele Jena. Não acha que é um erro não confiar no julgamento dele?

— Me deixem, as duas.

Pense bem sobre isso Jena, vai sofrer por um medo bobo, entendo seu lado, mas ainda assim devia tentar deixar o passado para trás.

A ligação psíquica sumiu, a fechei para as duas, não queria mais ouvir sobre isso. Agora ouvia apenas o ranger das árvores e o chilrear dos pássaros, elas tinham me deixado em paz finalmente, mas essa paz durou muito pouco, porque logo eu o vi.

E agora que não estava naquela confusão de sonho, eu pude vê-lo de verdade. Dimitri estava mudado, não tanto quanto imaginei que estaria, mas dava para suspirar sem perceber com a visão...Seu rosto agora era de um homem feito, seu corpo estava maior, mais definido, eu conseguia ver todas as formas esmeradamente esculpidas através do tecido da camisa.

Já me deixava em chamas só de lembrar de como ele era antes, mas o que eu estava vendo era... absurdamente lindo.

Todos os traços, ainda que fosse o mesmo rosto, estavam mais aparentes, mais rígidos angulando seu rosto de maneira perfeita.

Era o mesmo, o sombrio que eu me lembrava ainda estava ali. Os olhos azuis claros e limpos, as formas do rosto, mas era uma aparência madura.

Ele se aproximou me olhando sério, aqueles malditos olhos...

Senti vontade de pular no lago, oh quentura infernal! Sentia o calor aumentar a cada passo que ele dava em minha direção.

Aqueles olhos, tão azuis e tão cristalinos parecidos com o lago que eu ansiava e isso me confundiu, se o desejo era pelo frescor da água ou pelo calor daquele olhar focado em cada movimento meu. O que aparentemente não focava nada já que eu sequer tinha movido um músculo desde que o vi.

Não! Ele estava fazendo de propósito, me encarando dessa maneira para me testar. Era um tipo de batalha silenciosa e decidi que não perderia para ele. Não ia desviar meu olhar, mostraria a ele que eu podia me controlar.

Dimitri podia até parecer um homem maduro, mas ainda era um maldito morcego.

Quando ele ficou próximo o suficiente para eu sentir a onda nervosa começar a me atormentar eu sibilei. — Pode parar aí mesmo morcego.

Levantei a mão, estava próximo demais, minha loba já começava a se agitar, a sentir o cheiro do companheiro.

Ele sorriu de modo muito maroto para meu gosto e deu mais alguns passos. — Faça eu parar, loba.

Quase farejei o ar em sua direção. Quase me deixei levar apenas pelo som.

Maldita voz sedutora.

— Não chegue perto de mim, estou avisando!

Isso o motivou a diminuir o espaço deixando apenas meio palmo nos separando. Cheiro de hortelã, almíscar e hálito morno. Perto demais...

— Fiquei sabendo que quer quebrar o elo de companheiro, não dormi sequer um ano e você correu para encontrar uma bruxa que pode fazer isso, verdade?

Raciocinar era complicado, se ele fosse um oponente já teria, com certeza, me matado, pois eu mal conseguia formular uma resposta. Que olhos! Que boca! Mãe terra dê me força!

— Verdade, não o quero.

Uma de suas sobrancelhas bonitas salteou para cima e ele riu, que sorriso! Concentre-se, maldição!

— Agora que já confirmou, pode ir embora Dimitri.

Ele deitou a cabeça de lado me avaliando por um momento curto, mas que pareceram horas e então para minha surpresa sorriu de maneira preguiçosa como se comandasse toda a situação.

— Estou ouvindo seu coração, sabia lobinha? Se não me quer como afirma, porque ele acelera a cada passo que dou? Porque não tirou os olhos de minha boca desde que comecei a falar? E porque evita olhar para essa belezura a sua frente?

Ele tinha razão, uma belezura recheada de gostosura, eu tinha que admitir.

— Cale-se! Eu estava apenas pensando.

Como um gato do mato, ele me circulou lentamente, parecia querer marcar cada centímetro ao meu redor com seu cheiro delicioso, parou quando ficou atrás de mim, tão perto que senti seu peito encostar em minha costa quando respirou.

Meu corpo enrijeceu quando ele encostou os lábios em minha orelha, deslizou pelo lóbulo tão levemente que senti meu corpo arrepiar, mas fiquei firme, sequer pisquei só para mostrar a ele que não me afetava, porém quando ele sussurrou me senti definhar de necessidade de me virar e pular em seu pescoço. Tomar sua boca tirando o melhor de seu gosto e arrancando com volúpia tudo o que era meu por direito.

Engoli toda a saliva que formou pela gula e cerrei os olhos. Maldito morcego! Não ia ceder assim tão facilmente, ele precisaria se esforçar muito mais para me fazer sucumbir ao seu maldito charme natural.

— Vá embora, não o quero aqui.

— Ah não? — Ele falou com os lábios tão perto de minha pele que fui obrigada a me virar e dar um passo para trás para garantir uma distância minimamente segura.

O riso rouco escapou de sua boca e me senti ridícula por ser tão fraca, logo seu rosto endureceu e seus olhos ganharam um brilho malicioso. Me puxou para ele e novamente me virou de costas e voltou a falar ao pé do meu ouvido.

— Você tem dois meses para resistir a mim. Mas acho tempo demais, então não lhe darei trégua. — Assoprou o lóbulo de minha orelha e tentei me afastar usando a minha agilidade, mas ele igualmente veloz segurou firme meus braços me mantendo perto. Rosnei baixinho em alerta, mas o efeito saiu quase como uma súplica visto a fraqueza de minha loba em me ajudar a resistir.

Ele riu de minha tentativa e estalou a boca ainda perto demais. — Não pode... Pelas regras da bruxa, só pode resistir, não pode lutar comigo, se o fizer vai reforçar o elo de companheiro.

Respirei fundo buscando calma e ele continuou sua tortura com a voz macia assoprando minha pele.

— Quero muito, mas não posso tomar sua boca sem seu consentimento, mas ainda que a seduza sem poder olhar seu rosto, porque não conseguirei resistir a você se olhá-la nos olhos, vou usar tudo o que tenho nesses dois meses. Não pode fazer nada lobinha, a não ser resistir como puder. Não facilitarei sua vida.

Após dizer isso ele passou de leve os lábios pela curva do meu pescoço, senti suas presas arranhando minha pele.

Porque eu não dizia uma maldita palavra? Eu sabia o motivo, eu estava ansiando pela mordida, ansiando pela sensação.

Nem tinha percebido que tinha fechado os olhos, que estava completamente entregue ao seu toque.

Abri os olhos assustada, acordando de meu devaneio, ele não estava mais ali, havia sumido.

Deixei escapar um grito de frustração, um rosnado alto para que ele pudesse ouvir de onde estivesse escondido.

O desgraçado estava brincando com minha mente, só podia ser isso.

Idiota! Como me deixei levar assim?

Minha loba arranhou querendo sair, querendo ir atrás dele, ela já estava cedendo aos encantos do morcego? Essa traidora!

Precisávamos correr para acalmar a libido, dois meses? Como eu suportaria? Em apenas minutos de conversa me entreguei completamente ao momento, tendo sequer forças para impor minha vontade e isso era... Como isso?

Mas, os morcegos não podiam fazer isso, podiam?

E a lorota de respeitar a companheira? E aquela história de um amor por vez, e as regras do tal livro das sombras?

Dimitri... Quem era esse príncipe na verdade? Um maldito rebelde sedutor? Isso nem existia entre eles, porque justo esse morcego que minha loba reconheceu como companheiro tinha que ser diferente dos honrados e tranquilos sombrios?

Grunhi pensando na loba, era por isso, ela o queria justamente por essa peculiaridade.

Eu ainda não entendia o meu próprio corpo, ele me traiu descaradamente, me abandonou se vendendo as sensações e eu acabei parecendo uma virgem humana que não sabe como agir.

Mas eu sabia, uma loba como eu que sempre dominou e nunca foi dominada, eu não podia me deixar levar dessa maneira. Dimitri não ia ganhar esse jogo, na próxima vez que eu o visse fingiria que ele sequer existia.

Agora era questão de honra, não podia permitir que ele conseguisse brincar comigo novamente.


Oiee gente, esse não consegui revisar. Espero que não tenha muitos erros. Mas quando eu tiver um tempinho corro aqui e atualizo, só postei porque não vou ter muito tempo essa semana que vai vir, porque estou caçando emprego :(

Crise galera, coisa triste. Então... Ajudem a autora aqui comprando meus livrinhos rs, e se puderem avaliando eles.  Quem puder avaliar na Amazon ficarei imensamente grata, e quem ainda não consegue e puder ir lá no skoob dar aquela forcinha( aquela coisa feita de bom coração ou porque gostou de alguma história minha) 

Não é complicado gente, com um empurrãozinho de vocês, quem sabe eu saía desse sufoco. Beijos e até a outra semana. 

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