Ela e eu

Bởi laresppereira

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Luísa sempre teve um olhar diferente para uma professora de sua faculdade. Quando finalmente consegue lhe ter... Xem Thêm

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Prólogo
I
II
III
IV
V
VI
VII
VIII
IX
X
XI
XII
XIII
XIV
XVI
XVII
XVIII
XIX
XX
XXI
XXII
XXIII
XXIV
XXV
XXVI
XXVII
XXVIII
XXXIX
XXXX
XXXXI
Carta
:)
Informações

XV

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Bởi laresppereira


Luísa:

Depois que subi as escadas, atendi o celular e fiquei no quarto. Era da delegacia onde o homem da noite anterior tinha sido levado. Me passaram informações de que ele tinha sido liberado por outro delegado e que não tinha dado em nada. Acabei xingando tudo e todos, desliguei em seguida e tentei me acalmar antes de descer.

Vi um pequeno cachorro preto na sala brincando com os meninos, estranhei, mas preferi ir repassar a notícia para Ana.

- Por quê tem um cachorro na nossa sala?

- As crianças esconderam e...

- Depois você me conta, eu estava numa ligação  e aconteceu uma coisa nada boa. - Mordi meu lábio inferior.

- Cancelar a viagem? - Ela perguntou mudando a feição.

- Não, nada disso! É que o cara de ontem foi liberado por um delegado... Ele continua solto por aí.

- Sério?! Quem foi o delegado?

- Não sei, nem quis saber. Estou puta demais, Ana. Aquele infeliz vai continuar solto!

- Vem cá. - Ela esticou sua mão e dei a minha, me puxou e nos abraçamos. - Isso foi passado, já aconteceu e vamos esquecer. Amanhã vamos viajar juntinhas e shallow now.

- Se fizer piadas desse nível, eu cancelo a viagem. - Falei e ela me deu um tapa na bunda. - Agora é sério, temos um cachorro?

- Seus filhos o escondeu no quarto de hóspedes, alimentou com biscoito e água, mas acho que ele não tocou nos biscoitos. Precisamos ir em um pet shop ou supermercado, vacinar esse cachorro e ainda perguntar se a sua mãe fica com ele.

- Cecí e Raquel não podem ficar?

- Tente tirar esse cachorro de perto deles pra você ver, meu amor.

À tarde, bem depois do almoço, fomos até um petshop da cidade. Parecia um shopping, tinha dois andares e muitas coisas, até uma pequena cafeteria. As crianças correram para ver alguns brinquedos, enquanto Ana e eu vigiávamos de longe e tentávamos entrar em um consenso de qual ração levar.

Depois que Ana leu o rótulo de várias marcas, decidiu por uma e compramos logo dois pacotes para não precisar ficar indo ao petshop. As crianças carregavam alguns brinquedos e roupas nos braços, mas logo tratamos de devolver as roupas e comprar apenas três brinquedos, cada um tinha o direito de escolher um. Fizemos o pagamento, enfiamos as sacolas dentro de um carrinho e fomos na cafeteria.

Pedimos sucos para as crianças e eu, um café para Ana e alguns pães de queijo e pães de chocolate, do mesmo tamanho que o de queijo.

- E o nome dela vai ser mesmo Jade? - Perguntei.

- Sim, mamãe. - Gael respondeu como se fosse óbvio.

- Vocês vão ajudar a limpar o que ela sujar, levar para passear e dar carinho? - Eles assentiram de boca cheia. - E não vão parar de cuidar, né? Sempre dar amor e carinho.

- Sim. - Gustavo respondeu depois que engoliu.

Aproveitei que estavam animados e felizes, e contei que Ana e eu íamos viajar. Suas carinhas ficaram mais tristes quando contamos que seria apenas nós duas e que eles ficariam com as vovós, padrinho e madrinhas. Mesmo assim prometemos que iríamos voltar antes mesmo de sentirem nossa falta.

- Quelo fazer xixi. - Gustavo pediu fazendo carinha de aperto.

- Vamos, vou com você ao banheiro. - Falei levantando e os outros dois decidiram acompanhar.

Os dois fizeram xixi e ficaram apontando alguns adesivos de animais que tinha pelo banheiro. Depois que retornamos a cafeteria, Gael me puxou para mostrar um coelho que estava à venda. Enquanto os três babavam o bichinho, olhei de relance para a cafeteria e notei alguém na nossa mesa.

Como só tinha nós cinco na cafeteria, era alguém a mais na nossa mesa. Voltei a olhar e notei um corpo conhecido.

- Meninos, vamos? Mamãe está chamando para irmos embora.

- Mas mamãe, ali tem gatinho! - Guilherme apontou.

- Me prometam que não vão mexer em nada, vou voltar para a mesa. Porém ficarei de olho.

- Sim, plometo! - Eles falaram em uníssono e correram para onde tinha alguns outros animais expostos.

Voltei a caminhar para a mesa e logo reconheci Tainah, ela estava de short curto, regata preta e rasteirinha, com um saquinho de alguma coisa do petshop.

- Oi, Luísa! - Ela abriu um sorriso enorme.

- Oi, Tainah. - Sorri sem graça.

- Estava aqui contando para Ana sobre as provas, fiquei tão exausta!

- Imagino, todas nós estamos exaustas.

- Sim, graças a Deus temos essas férias. Uma pena que não vou poder viajar...

- Mas aqui tem muita coisa para fazer, tem praia, cinema, shopping, dá para dormir o dia inteiro... - Ana comentou.

- Aham, inclusive, vocês vão ficar por aqui mesmo?! Eu sei que Luísa tem férias da faculdade, mas da delegacia, né? Uma pena.

- Consegui uns dias de folga da delegacia. - Falei.

- Sério?! Então dá para marcarmos algo, uma praia, por exemplo. O que acha? - Ela olhou para Ana e sorriu: - Claro, você também.

- Adoraríamos, mas precisará esperar um pouco. Estamos viajando para Orlando amanhã, uma segunda lua-de-mel na Disney. - Ana piscou para ela e me olhou.

- Sim, vamos passar alguns dias, mas não sabemos nem a data de retorno. Provavelmente quando bater a saudade absurda das crianças. - Falei retribuindo o sorriso para ela.

Escutamos um barulho alto na loja e demos um pulo.

- Cadê os meninos?! - Ana perguntou olhando para os lados.

- Com os bichos. Ai, Jesus!

Ana e eu corremos até onde tinha alguns animais, mas as crianças continuavam acariciando um gato preto e outro branco.

- Vamos, estamos indo embora. - Ana chamou e eles vieram até nós.

- Que barulho foi esse? - Questionei.

Eles só balançaram os ombros. Vimos alguns funcionários tentando levantar uma prateleira do outro lado da loja, então decidimos ir logo para casa.

Retornamos para a mesa e Tainah continuava lá. Ao ver os meninos, ela sorriu.

- Oi, meninos! - Ela apoiou as mãos nos joelhos e se abaixou um pouco para falar com eles. - Como vocês estão?

Gustavo e Guilherme ficaram calados, enquanto Gael fez o sinal de beleza com a mão.

- Vocês estão cada vez mais lindos e maiores!

- Vou pagar a conta. - Ana falou revirando os olhos de forma discreta sem que Tainah notasse.

Ela foi até o caixa e eu fiquei com os meninos. Tainah ficou conversando com eles, mas eles sequer respondiam. Gustavo já tinha se enfiado atrás de mim e Gael pedido colo.

- Já paguei a conta. - Ela retornou guardando a nota fiscal e o troco no bolso do short.

Guilherme ao vê-la pediu colo.

- Não posso, vou carregar as sacolas, amor.

- Quer ir no colo da tia Tainah? - Ela disse mostrando os braços e ele negou, correndo para Ana. - Então eu posso levar as sacolas até o carro.

Guilherme deu um pulo na frente de Ana e ela o segurou. Tainah pegou as nossas sacolas e seguimos até o carro em silêncio. No estacionamento, os meninos sentaram na cadeirinha e os ajudei a colocar os cintos. Tainah ficou ajudando Ana a colocar as compras no porta-malas.

- Posso pedir uma coisa? - Tainah falou enquanto eu fechava a porta traseira.

- O quê? - Ana respondeu de braços cruzados.

- Uma carona, eu vim de Uber.

- O carro está cheio. - Falei me aproximando.

- Vamos dar uma carona para a garota, o que custa, meu amor? - Ana falou sorrindo, mas eu conhecia aquele sorriso. Cínica.

- Vai ter que levar um dos meninos no colo. - Falei abrindo novamente a porta traseira.

- É melhor eu ir com eles, você pode ir no banco da frente. - Ana disse tirando a cadeirinha de Guilherme e levando até o porta-malas.

- Ai, obrigada.

Ana entrou no banco de trás e colocou Gui no colo. Me aproximei dela e perguntei se estava tudo bem mesmo, ela apenas balançou a cabeça positivamente e sorriu.

Tainah abriu a porta do passageiro e entrou. Fechei a porta traseira e entrei no motorista. Liguei o carro e tentei dirigir o mais rápido possível para a casa da garota.

- Então, está gostando do estágio? - Ana puxou assunto quando parei em um sinal vermelho.

- Sim! O escritório de vocês é muito bom! Estou aprendendo muita coisa. Obrigada pela oportunidade.

- Seu contrato é de quanto tempo mesmo? - Ana questionei e lancei um olhar para ela pelo espelho interno do carro, mas ela me ignorou.

- Um ano, mas pode ser prorrogado por mais um ano, segundo Dra. Raquel e Cecília.

- Sim, mas são poucos os contratos que prorrogamos. - Ela respondeu acariciando o cabelo de Gui que já cochilava em seu colo.

- Sério? Tem dois estagiários lá que prorrogaram o contrato...

- Daniele e Conrado são excelentes, bem ativos, os melhores estagiários que já tivemos. - Lancei um outro olhar para ela. - Segundo Raquel e Cecí.

Tainah ficou calada. Alguns segundos depois, notei que ela viu uma carteira de cigarros dentro do carro e franziu o cenho.

- Você está fumando, Lu?

Notei que Ana revirou os olhos com o apelido de Lu que apenas os íntimos possuíam.

- Não, não. Minha sogra e minha mãe que fumam.

- Somos todas fumantes passivas. - Ana comentou do banco de trás. - Na verdade, muitas vezes sou ativa.

Ela deu um sorrisinho cínico.

Por sorte, já estávamos na frente do condomínio da menina. Ela retirou o cinto e me olhou. Meu coração acelerou.

- Obrigada pela carona. Boa viagem para vocês. - Ela sorriu.

- Obrigada. Boas férias, Tainah.

- Espero que quando retornar, me convide para fazer algo. Lembra que disse que poderíamos manter uma amizade? Então! - Ela riu e olhou para Ana. - Tchau, professora.

- Tchau, querida.

Tainah desceu do carro e entrou no prédio.

- Não vai vir para cá?

- Guilherme dormiu, é melhor irmos logo para casa, você sobe, pega as coisas e vamos deixar logo na casa da avó deles.

- Certo.

Como combinado, subi e peguei apenas o necessário, e ainda a cachorrinha Jade. Eles iam dormir também em casa com a avó, então não era necessário levar muita coisa. Voltei a dirigir enquanto Ana continuava no banco traseiro com os três adormecidos.

Chegamos na casa da minha mãe, ela nos recebeu animada e ajudou a leva-los para sua cama. Jade ficou no quarto junto com eles, deitada no canto.

- Ansiosas para voltarem à Disney? - Minha mãe perguntou nos puxando para a cozinha.

- Sim, estou com saudade do parque do Harry Potter. - Respondi sentando em uma cadeira e Ana fez o mesmo.

- Pensei que fosse para transar que nem louca. - Ana revirou os olhos. - Vou ter que transar dentro da cabine do trem de Hogwarts.

- Minha nossa! - Mãe riu e colocou uma garrafa de água sobre a mesa com dois copos. - Não vão ser presas, por favor.

Ficamos conversando um pouco, depois nos despedimos, falamos com as crianças que já estavam acordadas e fomos para casa.

Ana pegou as chaves e decidiu dirigir. Coloquei uma música animada no rádio e fui cantando durante o caminho. Ela estacionou na garagem e subimos pelo elevador para a cobertura.

- Já trocou nosso dinheiro para o dólar, né? - Perguntei. Ela apenas assentiu. - Algum problema?

- Essa carona ridícula que demos para a sua ex-peguete. - Ela disse assim que o elevador abriu.

- Eu disse não, você quem aceitou.

- Queria ver qual era o lance da garota.

Entramos em casa e eu fechei a porta.

- Falar sobre o estágio foi sacanagem, o lance de aumentar ou não o prazo do contrato.

- Fui realista. Já teve gente que não aguentou nem um ano, ué.

Ana retirou a sandália perto do sofá e encostou-se no mesmo, me olhando.

- Ei, fumante passiva. - Passei por ela e segurei sua cintura por um lado.

- Às vezes beeem ativa.

Ela segurou meu braço e me jogou no sofá, sorriu safada e subiu sobre mim.

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