Evil Boy (Romance Gay)

Par lorde_underworld

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Gay | + 18 | Classificação indicativa. [CONCLUÍDA] Após ser abandonado em um orfanato junto do irmão, Ivi co... Plus

0. Notas Iniciais
1. Bernardo - Parte I
2. Bernardo - Parte II
3. Destino
4. Reflexo
5. Sem parar
6. Sangue quente
7. Dono do jogo
8. Retaliação
9. O que fizeram com ele?
11. Novo ataque
12. Vingança
13. Pele de cordeiro
14. Limpeza
15. O fim
00. Série Underworld

10. Perdão

602 74 8
Par lorde_underworld

Deixei o escritório com um novo objetivo de vingança em mente.

Foi muito fácil fazer a polícia alcança Lilian. Francis já tinha muita coisa relacionada ao desvio de dinheiro que ela fazia na empresa guardada. O resto foi apenas buscar base em pequenas denúncias de roubo e falcatruas que a mulher estava afogada até o pescoço e juntar tudo em um bolo que foi entregue para a imprensa e a polícia. Quis estar perto para testemunhar a cena e o que senti quando ela foi presa foi muito pouco.

Depois do que fizeram com o meu pai, eu queria mais! Queria que eles sofressem mais do que sofri, do que a minha mãe sofreu, do que Filipe sofreu! E­stava na hora de ir além na minha vingança, e por isso fiquei toda aquela semana planejando que Lilian fosse a primeira a testemunhar esse novo capítulo.

Deixei a Gordon & Cia quando a poeira baixou. Peguei o elevador e desci para o estacionamento. Não havia mais aquela felicidade de ter tido êxito em destruir a vida de alguém. Afinal, eu mal tinha começado.

— Ben! – ouvi David atrás de mim e fechei os olhos. Droga de garoto que não me deixava em paz!

Fingi não ouvir, apenas continuei a andar até que ele correu para me alcançar.

— Bernardo! Por favor, me espera.

— O que você quer?

— Você sumiu! Seu pai morreu e não falou nada comigo até agora, você desapareceu! O que está acontecendo?

Revirei os olhos.

Sei que não era certo o que estava fazendo com ele. Eu estava no clímax do desespero, meu pai foi esfaqueado igual a minha mãe e a culpa dessa vez foi toda minha.

— Você leu a minha mensagem – falei, sucinto. – Vá para a minha casa mais tarde e nós conversamos.

— Não! Ben, por favor, explique de uma vez por todas o que está acontecendo...

— Me solta! – falei, quando ele segurou meu braço para evitar que eu entrasse no carro. Olhei para ele de um jeito animalesco.

— Desculpe – David me soltou, mas se colocou a minha frente para que eu não fosse. – Bernardo, me dá uma resposta. O que fiz para você agir frio desse jeito comigo?

Você, nada. Mas o monstro do seu pai...

— Já disse que vamos conversar depois.

— Sei que está sendo difícil. Mas me deixa cuidar de você – ele tentou tocar meu rosto, mas me afastei. – Por favor, não faz assim.

— David, preciso de verdade falar com você. Mas não agora. Nesse momento quero que fique longe de mim ou não respondo pelas minhas ações! – tentei passar, mas ele continuou no mesmo lugar. Senti suas mãos pegarem meu braço e me levarem para perto dele. Seus lábios se aproximaram e quase cedi. Felizmente voltei a realidade a tempo e o empurrei com força. – Depois de hoje a noite vou te contar a verdade. E é você mesmo quem vai me querer longe.

A cara que ele fez foi de dúvida.

— Como assim?

— É só ir que verá.

Aproveitei a brecha que ele me deu para sair dali e entrei no carro. Dei a partida falando para mim mesmo que de agora em diante David era carta fora do baralho, não tinha mais utilidade. Por isso era preciso me livrar dele antes que se tornasse um problema.

Estava com isso na cabeça, até que abri o vidro do carro e ouvi o grito dele quando eu estava para sair dali:

— Eu não vou desistir de você! – ele afirmou. – NÃO VOU!

Infelizmente, sabia que aquilo não era verdade.

Na 13ª delegacia de polícia ninguém da Gordon & Cia estava presente para ver o que aconteceria. Não precisei de muito para entrar, bastou dar meu nome para o delegado e a minha antiga carteira de identidade para que ficasse claro quem estava ali: Ivi Gordon. Meu sobrenome ainda me abria portas. E foi com ele que consegui chegar ao clímax para completar mais uma vingança.

— Assine aqui, por favor – disse o delegado, me entregando o papel de visita.

Assinei como Ivi, sorri e, me fazendo de simpático como sempre, deixei um bolo de notas de 100 no bolso da camisa dele. Ainda conseguia lidar com as pessoas melhor do que antigamente.

Era hora de Lilian aprender que cedo ou tarde o destino cobrava o preço dos nossos pecados.

Desci as escadas para a cela depois que me revistaram. O guarda que eu comprei se afastou quando percebeu minha chegada, saiu do bloco de celas e fechou a porta.

O lugar era um tanto escuro, algumas prisioneiras em volta se agitaram com a minha presença. Andei de vagar, sem me importar com nenhuma delas até alcançar a última cela e ver a mulher de cabelos escuros, rosto choroso e roupa bagunçada encolhida em um canto. Perto dela estavam outras duas mulheres que a observavam com risadas sínicas e dividiam um colchão. Olhei para elas com seriedade e depois me voltei para aquela mulher indefesa.

— Olá, Lilian.

Assim que me aproximei da grade ela levantou o olhar.

Olhei diretamente para ela e Lilian sorriu como se eu fosse a resposta para as suas preces.

— Você – ela falou, sorrindo. – Gordon te enviou? Ele vai me tirar daqui? Por favor, diga alguma coisa.

— Ah, sim. Ele me mandou – menti.

— E onde está o advogado? Conseguiram provar que nada do que disseram é real?

— Claro. Eles já estão chegando.

— Graças a Deus! Bernardo, não sabe como ando preocupada. É tudo culpa do idiota do Francis! Vou destruir a vida daquela cara quando sair daqui! Ele acha que pode se ver livre de tudo e fugir. Mas não pode!

— Não. Com certeza ele não pode. É por conta disso que Francis vai ter o que merece, assim como você.

Deixei que meus olhos mostrassem a minha verdadeira expressão. E o que vi em Lilian foi pavor.

É basicamente nessa hora que eles enxergam a verdade por trás de cada um dos meus atos. Imagino o que passa na cabeça deles, talvez todas as pistas que dei sobre quem eu verdadeiramente era e a premeditação dos meus atos. Lilian pousou a mão sobre a boca, pasma.

— Você – ela disse, sem acreditar. – Esse tempo inteiro, foi você.

— Ainda não terminei.

— Esse tempo todo...

— Fiz o que tinha que fazer, mas não rápido o suficiente. Sinceramente, acho que procurei algo que me fizesse acreditar que existia bondade na família de vocês, mas nós dois sabemos que foi pura ilusão.

— Por que fez isso? Não entendo...

— Por Ivi Gordon. Pelo o que você fez com a mãe dele. Por ter destruído a vida de duas crianças inocentes!

— Não matei a mãe deles.

— Você a roubou! – bati na grade com ódio. – Fez com que ela e os filhos passassem fome! Acha isso justo, Lilian?

— Os filhos não foram prejudicados com isso! Eles ganharam uma bolada como herança do seguro de vida dela! – Lilian gritou – O que você quer?

Essa foi uma pergunta que gostei de responder.

— Quero justiça. E você vai me dar isso.

Olhei para as mulheres atrás de Lilian e uma delas tirou por baixo do colchão a faca. Lilian continuou a minha frente, sem entender nada, até que a mulher chegou por trás dela e colocou a lâmina em seu pescoço, ameaçando cortar caso ela gritasse.

— Não! Não! Por favor!

— Calma, Lilian. Está com medo de mim?

— O que é isso? Por favor, não me mate – ela chorou. Parecia prestes a ter um ataque cardíaco. Agora sim eu estava gostando daquela vingança.

— Quero que me fale – a moça que a segurava bateu com a testa de Lilian na grade e ela gemeu de dor. – Pense bem porque não vai ter outra oportunidade: Você matou a mãe de Ivi?

— Não! – ela gritou. – Não matei, juro! Não fui eu, estava com amigos em um quartel de drogas. Não contei a ninguém porque fiquei com medo de ser presa. Estava com meus amigos, eles podem confirmar tudo. Eu juro!

— Acredito em você, por incrível que pareça sei quando um Gordon mente para mim – e me aproximei mais. – Nesse caso, diga quem matou. Mostre utilidade.

Ela arregalou os olhos.

Fiz sinal para que a mulher agisse e então a outra surgiu e segurou Lilian. Ela tentou se contorcer e gritar, mas taparam sua boca e em seguida começaram a cortar seu braço. A faca ficou ensanguentada e então voltou para o seu pescoço.

— Seja boazinha, querida – abusei do sarcasmo. – Quem matou a mãe de Ivi?

Ela hesitou antes de responder. Aquilo me deixou transtornado.

— Matem ela – ordenei.

— Não! Não! Por favor! Eu não sei, ninguém nunca me disse. Voltei e ela estava morta. Não perguntei nada, ninguém nunca me falou quem foi – ela percebeu meu olhar de ódio. Percebeu que sua vida estava em risco ali e falou. – Mas sei quem esfaqueou seu pai.

Tenho que admitir, ela era inteligente.

— Explique – falei, com calma.

— Ryan previu seu caráter, ele foi o primeiro a enxergar como você era perigoso para os planos da empresa. Meu padrasto enxergou o que você estava fazendo, se infiltrando daquela forma e arruinando os planos dele. Por isso resolveu te dar uma lição! Era para ser você naquele apartamento. Você estaria morto a essa altura!

Baixei o olhar, sem ter mais o que dizer.

Me mantive calmo, frio, e independe do que meus sentimentos diziam não me deixei levar por eles.

— Por favor, - ela falou, afinando a voz. – Me perdoa.

Olhei para os seus olhos, vendo o medo que eu causava.

E sorri.

— Peça perdão à Ivi Gordon.

Bastou eu dizer aquilo e uma das mulheres pegou a faca e enfiou na barriga de Lilian – no mesmo lugar onde meu pai recebeu os golpes. Ela gritou alto, se contorceu e tentou lutar inutilmente. Mais golpes vieram, a faca deslizou e retornou para o seu útero causando um estrago que espalhou sangue por toda a grade.

Afastei um passo para não ser atingido pelo chafariz vermelho. Lilian foi jogada no chão e as mulheres começaram a desmontar a faca e esconder os restos no colchão. Sorri para elas. Depois me abaixei e me aproximei de Lilian, que agonizava. Deixei meu rosto próximo à grade e então falei:

— Consegue sentir a dor que o meu pai sentiu?

— M-me perdoa – ela falou, agonizando.

— Está perdoada.

E pela primeira vez desde que isso tudo começou, fui sincero.

Saindo da delegacia ouvi os gritos e uma ambulância se aproximando.

Recebi as notícias do meu informante dentro da delegacia. Lilian ainda estava viva, como eu previa, mas seu estado era delicado. A imagem dela caída ainda estava guardada em minha mente e por mais que eu quisesse não me trazia nenhuma satisfação. Pelo menos ela enfim entendeu que toda ação tem uma reação...

Meu celular tocou algumas vezes depois disso. Era David. Ele me passou mensagens avisando o que houve com Lilian e dizendo que iria se atrasar para o nosso encontro. Achei aquilo satisfatório, não podia contar com a sorte para fazer tudo. O tempo deveria ser bem calculado. Voltei para o meu apartamento, entrei no elevador e chequei a porta.

Meus pensamentos ainda estavam na cela. Achava engraçado o fato de Lilian ter implorado tão pouco antes que eu mandasse esfaqueá-la. O fato dela ter pedido perdão tornava tudo um pouco diferente... Acho que quase me arrependi.

Mas tinha que ser forte! Não podia ter pena de nenhum deles. Eram vermes que tinham de ser punidos!

Entrei em casa e a escuridão me envolveu. Tudo ali dava a sensação de deserto. Tirei a arma da cintura e a posicionei à minha frente, mirando para o vazio e a escuridão que existia ali.

Ouvi passos. Movimentos pequenos que vinham lá de dentro e que se moviam. Mantive minha mira firme. Aproximei minha mão do interruptor e deixei que todo o ambiente fosse iluminado.

Na minha frente não havia ninguém.

Andei mais um pouco. Cheguei perto do sofá e virei o corredor. Bastou me aproximar o suficiente para enxergar atrás de um dos móveis e a figura encolhida perto da estante apareceu. Cheguei perto dele e apontei a arma em sua direção.

— Sei que está aí! Apareça!

Ouvi a respiração dele. No começo não se moveu, depois se movimentou aos poucos e se virou vindo em minha direção de braços erguidos.

Fitei seu corpo alto, o cabelo bem cortado, os olhos de um castanho vibrante e os músculos bem definidos. Ele estava sem camisa, com uma calça de tactel preta e ataduras na barriga, escondendo um longo corte que se curava. Assim que me viu ele sorriu e abaixou os braços.

Baixei a arma, aliviado.

Abri a boca, e quase não consegui falar.

— Olá, filho.

— Pai... – disse, com a respiração pesada. – Eu já não falei para você não sair do esconderijo?!

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