Ela e eu

بواسطة laresppereira

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Luísa sempre teve um olhar diferente para uma professora de sua faculdade. Quando finalmente consegue lhe ter... المزيد

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Prólogo
I
II
III
IV
V
VI
VII
VIII
IX
X
XI
XII
XIV
XV
XVI
XVII
XVIII
XIX
XX
XXI
XXII
XXIII
XXIV
XXV
XXVI
XXVII
XXVIII
XXXIX
XXXX
XXXXI
Carta
:)
Informações

XIII

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بواسطة laresppereira


Ana:

Luísa chegou em casa após as sete da noite, estava com a blusa branca um pouco suja, provavelmente em alguma ocorrência da delegacia. Ela me viu e sorriu.

- Como foi no trabalho?

- Persegui um ladrão que estava roubando no posto de gasolina, consegui o prender e tive que retornar em uma delegacia só para fazer o inquérito policial. - Ela começou a desabotoar a blusa ali mesmo na sala. - Por isso vim mais tarde, eu saí quase cinco da tarde.

- Você vai para o bar com o pessoal?

As crianças voltaram correndo da área e dois abraçaram as pernas de Luísa, enquanto Gustavo veio até mim.

- Acho que sim.

- Eu quelo ir! - Gael pediu.

- Eu também! - Os outros levantaram os bracinhos.

- É festa de adulto, não pode. - Peguei Gustavo no colo.

- Posso ir pa casa da dinda?

- Não, acredito que todo mundo vai para essa festinha, mas podemos deixar na casa da vovó. - Luísa respondeu sorrindo.

- De novo?! - Guilherme cruzou os braços.

- Ei, nada de birra! Vou ligar pra ela, OK? - Ele assentiu.

Luísa logo subiu para o quarto e eu fui colocar o jantar deles. A noite passou um pouco devagar, a mãe de Lu veio buscar as crianças, que ainda foram com carinhas emburradas.

Luísa estava no quarto há um tempão, então eu subi e a encontrei com um short dourado, uma blusa branca e rasteirinha. Ela parecia estar discutindo em uma ligação.

- Eu já falei que amanhã eu vou. - Pausa. - Caramba! Eu vou já sair, não posso... - Pausa bem mais longa. - Você está ficando chata.

Me afastei da porta e fui até o quarto dos meninos, fingindo que estava procurando algo. Alguns minutos depois ela passou pela porta e logo voltou quando me viu.

- Preciso sair, OK? Algum problema?

Ainda pensei em falar algo sobre o bar, mas apenas balancei os ombros. Ela sorriu e saiu quase correndo, escutei o barulho da porta e fui buscar meu celular no quarto.

Mandei mensagens para Cecí, Fernando e Raquel, perguntando se tinham falado com Ana, mas todos negaram, informando que estavam indo para o bar. Fernando me ligou assim que me respondeu.

- O que rolou? - Ele perguntou antes de eu falar "alô".

- Onde você está?

- Terminando de me arrumar. Você não vai?

- Eu ia com ela, mas saiu sozinha, escutei falar com alguém no celular, era alguma mulher.

- Do trabalho?

- Não sei, eu não escutei a voz da pessoa, nem o assunto, mas ela disse que iria encontra-la.

- Eu pensei que estivessem se acertado, Ana...

- Estávamos bem, mas agora eu nem sei mais o que pensar.

- Você quer que eu te busque para irmos ao bar?

- Não quero ir encontrar os outros, vão perguntar por ela e eu não quero responder que eu não sei onde está a minha esposa. - Choraminguei.

- Não chore! Troque de roupa e desça, daqui a pouco estou aí embaixo, vamos dar uma voltinha.

Desliguei a ligação e fui para o quarto. Tomei um banho rápido, coloquei um vestido preto bem justo ao corpo, marcando minha cintura e minhas coxas que eram um pouco grossas. Coloquei um salto médio, ajeitei uma bolsa, me maquiei e desci para encontrar Fernando.

- Uau! - Ele falou assim que cheguei na portaria. - Vamos para alguma festa?

- Qualquer buraco, só não quero ficar em casa.

- Estou vendo, é a segunda vez que te vejo de vestido, a primeira foi no seu casamento.

Ele abriu a porta do carona para mim e depois entrou para dirigir.

Fernando sabia o que exatamente eu queria quando estava mal. Por sermos amigos desde quando entramos na faculdade para lecionar, apesar dele entrar seis meses depois de mim, ficamos bem amigos. Foi algo diferente, quando nos vimos parecia que era para ser, alguns outros professores até acharam estranho que em uma semana que questionaram se estávamos namorando. Fernando sempre foi pegador, quanto de mulher e de homem, mas às vezes ele se acalma, namora um pouco e depois volta para a vida de sem-vergonha.

Fernando estacionou o carro no mesmo bar onde me reconciliei com Luísa, do qual eu até cantei na frente de muitas pessoas. Infelizmente, Eduardo que era o dono do bar não estava, então fui para uma mesa com Fer. Recebi alguns olhares de homens, revirei os olhos e ele riu.

- Se quiser eu finjo ser seu namorado. - Ele respondeu pegando o cardápio de bebidas sobre a mesa.

- Não precisa, apenas ignoro macho escroto. Bem, o que vai beber? Hoje eu só quero tequila.

- Um suco de abacaxi com hortelã. - O encarei e ele sorriu. - Estou dirigindo e responsável por você.

- Foda-se, Fernando, você também vai beber.

Ele chamou um garçom e pediu seu suco e minha tequila. Fiz o ritual e virei, fazendo uma careta em seguida.

- Pronto, apagou o fogo de álcool?

- Eu quero acender o fogo, pois no momento esse é o único que posso ter, já que ela deve estar transando com Tainah ou qualquer outra aluna que estiver dando em cima dela.

O garçom trouxe mais uma dose de tequila.

- Não acredito que ela esteja com essa Tainah ou com outra aluna.

Fiz o ritual e bebi mais uma dose. Dessa vez não fiz careta.

- Por quê não? Você sabe de alguma coisa? Onde ela está?

- Não, mas também acho que esteja resolvendo alguma coisa de trabalho. Se vocês estavam bem e ela ia até ao bar, não acredito que esteja com outra mulher nesse momento.

O garçom trouxe a terceira dose e Fernando lançou um olhar feio para ele.

- Ah, pois eu acredito. Na verdade, acho que não acredito mais no amor. - Balancei os ombros e coloquei o sal na língua.

- Não seja exagerada, Ana. Ela te ama, tenho certeza.

Virei o copo, chupei o limão e bati o copo na mesa. O garçom se aproximou e deixou o suco de Fernando.

- Do que adianta me amar? A culpada disso tudo sou eu! Se eu tivesse conversado com ela sobre as atitudes ainda no começo, nada disso estaria acontecendo.

- Não se culpe e nem a culpe. Isso tudo já foi e agora não tem mais como reverter. A única coisa que pode fazer é seguir a vida ou conversar com ela mais uma vez.

- E ela falar a mesma coisa que disse? Não, muito obrigada. Sou trouxa, mas não duas vezes na mesma semana.

- Você é trouxa, não interessa a quantidade de vezes por semana.

Ele tomou um pouco do suco e olhou algo no celular.

- Que foi?

- As meninas estão perguntando onde estou, é para estarmos no bar com elas.

- Então vamos. - Balancei os ombros e chamei o garçom.

- Pensei que não fosse querer ir por causa das perguntas sobre ela.

- Estou pouco me importando. Na verdade, lá deve ter mais mulheres que aqui, nesse buraco só tem macho me olhando.

- E tudo hétero. Vou avisar as meninas.

O garçom entendeu que era mais uma dose de tequila, então colocou sobre a mesa. Fiz mais um ritual e virei. Em seguida, Fernando pagou a conta. Ele dirigiu até o bar onde tinham marcado, aquele mesmo onde Luísa tinha sido cantada pela sapatão tatuada. Fer estacionou em um local mais afastado, então tivemos que andar um pouquinho pelo quarteirão.

O pessoal estava em uma mesa próximo a calçada, então logo escutei o grito de Cecília reclamando que o garçom não tinha trago a sua cerveja.

- Gente, o espírito barraqueira continua. - Falei ao seu lado e ela me agarrou.

Cumprimentei a todos da mesa e arranjei uma cadeira ao lado de Raquel, perto de Fernando.

- Onde está Luísa? - Ela perguntou baixinho.

- Também queria saber. - Balancei os ombros.

Fiquei conversando com ela sobre o sumiço, mas logo ela me tratou de arranjar uma cerveja, dizendo que era apenas para molhar a garganta, eu não poderia misturar bebidas. Porém eu recusei. Pedi ao garçom uma dose da mesma tequila que havia tomado e ele logo trouxe.

- Alguém vai sair carregada. - Raquel comentou.

- Sim, por você, meu amor! Me leve em seus braços! - Cecília segurou o rosto da mulher e lhe deu um selinho.

- Meu Deus, que bafo de cerveja! Coma algo. - Ela enfiou batata na mão de Cecí, que revirou os olhos.

Algum tempo depois, notei uns olhares para alguém atrás de mim. Marcelo apenas sorriu.

- Ei, Fer, saia da minha cadeira, pule para aquela. - A voz de Luísa surgiu ecoou em meus ouvidos.

Fernando sentou ao lado e ela puxou um pouco mais a cadeira para perto de mim. Pediu uma cerveja para ela e me observou fazer o ritual da tequila ao contrário.

- Acho que essa quinta dose de tequila já é o suficiente. - Ela tirou o copo de perto de mim. - Vou pedir uma água para você.

- Não quero água.

- Onde estava, Luísa? - João, professor de Tributário, perguntou enquanto dava um gole de sua cerveja mais cara.

- No banheiro, a fila está gigante! - Ela revirou os olhos e pegou os pedidos com o garçom.

- Que merda, estou louca pra mijar. - Cecília reclamou voltando a sentar.

Raquel levou Cecília até o banheiro, enquanto Luísa colocava um copo de água na minha frente. A encarei e ela sorriu, passou o braço pelas minhas costas e colou nossas cadeiras. Olhei Fernando de relance e ele estava segurando o riso.

Luísa se meteu na conversa que estava rolando na mesa e eu bebi a água. Foi até melhor, acho que na sexta dose eu já estaria com o fígado arruinado de vez.

As meninas retornaram um tempinho depois e Raquel confirmou que a fila estava grande mesmo. Olhei para Luísa, que me olhou e ofereceu um sorriso e uma piscada. Voltei a encarar meu copo de água ao lado do seu cheio de cerveja.

- Você veio de carro? - Ela perguntou.

- Onde você estava?

- Tive que resolver algumas coisinhas. - Ela limitou-se a dizer e eu fiquei calada. - Veio no carro?

- Não, com o Fernando.

- Então voltaremos de Uber. - Ela segurou minha mão e pousou-as em meu colo.

Ficamos um tempão naquele bar. Falávamos mais com os outros, entre nós era apenas o básico de pedir alguma bebida ou comida.

- Eu já vou indo, preciso da minha cama. - Fernando disse retirando seu dinheiro da carteira e entregando a Marcelo. - Alguém quer carona?

- A gente, viemos de Uber. - Raquel levantou a mão e Cecília concordou.

Eles se despediram, pagaram a conta e foi embora.

- Podíamos ter carona também. - Falei baixo e ela terminou a cerveja.

- Vamos pedir o Uber. Vou apenas ao banheiro.

Ela levantou e saiu. Um tempinho depois ela retornou, pagamos nossa parte e saímos do bar. A avenida, apesar de ser orla da cidade, é um pouco perigosa durante a noite e como já haviam poucos carros e pessoas no bar, parecia mais esquisita.

- Ei, o Uber no posto de gasolina está dando mais barato. É aqui atrás. Quer ir lá?

- A rua está deserta, é melhor chamar aqui.

- Na verdade eu queria comprar uma coisa na lojinha, mas tudo bem, eu peço aqui.

- Ok, vamos lá. - Respondi e ela sorriu.

O posto ficava na parte detrás do bar, mesmo assim precisávamos dar a volta na metade do quarteirão. Luísa se aproximou de mim e segurou minha mão, eu apenas deixei e permaneci calada.

- O que precisa comprar?

- Uma água e algo para comer, aquela comida do bar não encheu minha barriga. - Assenti. - Também está com fome?

- Um pouco, eu só bebi uma dose de tequila e duas garrafas de água. - Revirei os olhos e ela riu, apertei sua mão como repressão.

Vimos um cara vindo em sentido oposto. Aquilo me deu uma sensação estranha. Ele usava uma blusa amarela, uma bermuda preta e chinelo. Tentei soltar a mão de Luísa, mas ela segurou mais forte ao notar que eu tinha ficado com medo.

- Ele não é louco de mexer com a gente. - Ela disse baixo e continuou a andar comigo.

O cara lançou um olhar para nossas mãos e passou por nós, mas logo ouvi passos atrás e um empurrão para frente, quase me fazendo cair.

- Odeio sapatão, quero vocês longe da minha área! - Ele disse bem alto.

- Você está louco? Você a empurrou! - Luísa respondeu com a mão na cintura, provavelmente estava com a arma.

- E daí? Eu também te empurro, sua inútil!

Notei quando ele pegou algo na cintura e foi para cima de Luísa, mas fechei os olhos e me encolhi.

Escutei um tiro ecoar nos meus ouvidos e o silêncio tomar conta do lugar.

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