Tratado dos Párias - Supremo...

By IsabelaAllmeida

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Celina estava lutando para se encontrar. Após anos fechada em seu próprio mundo e dependente da droga que sua... More

Vamos lá.
Prólogo
Primeiros dias
Retorno
Consciente
Reunião- Parte 1
Reunião- Parte 2
Reunião- parte 3
Os três irmãos
Solução
Despertar de Dimitri
Retorno Conturbado
Dimitri
Jena
Floresta Obscura
Chegada
Reencontro
Tudo Estranho
Se descobrindo
Se descobrindo...
Uma visita
Um recomeço...
O sedutor
Revivendo o chamado com tinta
O choque de Dimitri
Os lobos da Terra
Saída do Vilarejo
Ritual da Lua Sangrenta
Ritual da Lua Sangrenta- Parte 2
Primeiros dias
Dimitri
Correndo com lobos
Um sonho com fim.
Encontro inesperado.
Pria, Eu e Elas
Retorno
Uma frase e...
Laço e Âncora
Dimitri
O lago
Sem acordos
Celina
Dois braços
O juramento de Dimitri
Dimitri
Confronto
Um abraço
Conforto
Laican
Ritual

Abstinência

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By IsabelaAllmeida

Celina

Calafrios percorriam minha pele, meu corpo estava dolorido, eu tinha sentido calor a maior parte do tempo, mas agora o frio me atormentava. Muito frio e mesmo enregelada e tremendo sentia meu corpo molhado, eu estava suando profusamente.

Implorei para que me dessem a bebida doce que me fazia sonhar e esquecer que eu só estava me escondendo para não sofrer mais, no entanto eu tinha a consciência, ainda que esmagada por vários pensamentos desconexos, de que fazia algum tempo que não recebia a dose calmante da qual eu dependia para não sofrer.

Estranhamente essa dependência me fazia pensar em minha mãe. Desde de pequena eu percebia que ela era instável, e sempre culpei papai por isso, mesmo que na época eu não visse nada demais, ele não a feria fisicamente, mas mentalmente ele a atormentava e por isso, eu nunca, enquanto eu mesma era normal, a vi ter um dia de paz. Ela tentava, disfarçava, mas era assombrada por fantasmas.

Mas, ainda assim, ela estava estranha, mais do que o normal.

Antes ela dizia "Volte Celi" e eu tentava e me agitava e chorava e então ela me dava a bebida levemente doce enquanto pedia para que eu me acalmasse e eu me acalmava assim que bebia.

Mas depois de um tempo, quando eu tentava voltar, ela dizia "Não, por favor não." e então a bebida ficou mais doce e ainda mais doce e com isso eu parei de tentar voltar porque era mais fácil não tentar.

Essas lembranças chegavam sem aviso e iam embora sem dar adeus, era uma tortura lembrar tanta coisa e não ter noção de quando aconteceu.

E mesmo que o tempo fosse confuso eu sabia que o que acontecia comigo não tinha relação com as lembranças que chegavam. No entanto, a batalha era semelhante.

Todas as vezes que tentei reclamar, pedir ajuda, Tiago apareceu, mas nunca me ajudou, porque não entendia que meu choro era um pedido por socorro.

E o mesmo acontecia agora, ninguém parecia entender que eu pedia socorro, que eu precisava da bebida para continuar viva, porque eu não podia viver sem ela. Eu sentia isso dentro de mim, eu estava morrendo, sabia que estava, meu corpo sofria tanto que eu tinha certeza que iria falhar a qualquer momento, meu coração estava cansado demais e podia parar, pois estava se esforçando demais para bater rapidamente.

Meu corpo não estava suportando suar tanto e ficar quente por tanto tempo, eu não conseguia mais continuar, precisava da bebida como precisava de ar, mas eu já sabia que não me dariam, pois não me deram quando chorei, nem quando gritei, nem quando implorei.

Eu não conseguia entender porque tudo para mim era assim, porque todos que se aproximavam me faziam sofrer.

Não era possível que minha vida não tivesse significado, tinha que significar algo mais do que sofrer. Devia ser um daqueles carmas femininos que o monge cristão vivia a dizer que acontecia, que éramos amaldiçoadas por isso estávamos fadadas a vir ao mundo somente para pelejar nas mãos de tantas pessoas.

Antes eu sabia quem eram os que me infligiam dor, mas agora eu não sabia de nada, nem mesmo tinha a mínima ideia de como vim parar aqui.

Quem eram esses afinal? Porque estavam a fazer isso comigo? O que fiz a eles?

Nada... Isso eu sabia, não fiz nada para eles, aliás, nunca fiz mal a ninguém que me fez mal, essa era a parte mais triste. Existem humanos fazem outros sofrer simplesmente porque gostam disso.

***

— Deixe-a aí nessa esteira. Celeste vai me ajudar a banhá-la.

— Limpou essa banheira, Jena? Tenho certeza que ela está aí desde a guerra da Supremacia.

— Cala essa boca Jef! É claro que a banheira foi limpa, essa morada foi faxinada hoje de manhã.

— Por quem?

— Amélia e Celeste estiveram aqui, não viu não?

— Ah eu vi, foi uma gentileza da rainha humana vir aqui somente para faxinar, mas e você, fez o que?

— Gentileza uma ova, Amélia só veio porque quer usar isso contra mim para pedir mais carroças de coisas para seus pobres.

_ Sim, sim. Ela tem essa fama de a rainha pedinte, mas você fez o que? Não respondeu minha pergunta.

_ Fiquei olhando, ora! Por acaso presto para limpar qualquer coisa que tenha um teto? Se eu quisesse limpar não teria pedido ajuda. Quer saber? Saía daqui, maldito seja! Vá avisar a velha que Celina já pode ficar submersa.

— Estou indo. Mas...Como ele está Jena? Ninguém nos diz nada. Estamos preocupados.

— Ele também está passando por um processo de limpeza do corpo, por sorte o lobo o protegeu, mas isso também foi demais.

— Ouvi dizer que o lobo se perdeu no Nemeton, é verdade?

— É verdade, mas é o corpo que está sendo salvo. O veneno era forte. Mas ele não está só, graças a mãe terra nosso Alfa tem muitos amigos. Vá Jef, não se preocupe com Laican, temos é que nos preocupar com essa menina, ela pode encontrar o lobo. Laican estava cuidando de criar um laço, não deu tempo de concluir o processo, mas a velha vai reforçar isso agora. Vá, cuide dos lobos, o bando precisa ser liderado.

— Não se preocupe com nada, tem lobos vigiando toda a floresta Lican, e alguns escondidos nas fronteiras com as matilhas rivais, fique tranquila quanto a isso, só traga nosso Supremo de volta, e a companheira dele.

— Estamos fazendo de tudo para isso.

— Ela já está pronta?

— Sim, vamos arriscar na próxima, já fizemos tudo o que estava ao nosso alcance, agora é com a loba.

— Mas ela não será transformada com uma mordida.

— Justamente, mas terá a mente mais forte por causa da influência da loba.

— Ela não poderá ficar aqui, não é seguro.

— Ela ficará no vilarejo, o padre Moura irá cuidar dela, e será bom um ambiente familiar, algo que mostre a ela um pouco do passado, isso pode ajudar.

— Tomara que dê certo.

— É... Tomara.



Oi gentee, viu quero agradecer a vocês que foram no skoob avaliar o livro, não só esse como outros meus. Nossa, eu fiquei completamente encantada, em ler as avaliações, em saber que dispuseram um pouquinho do seu tempo para dar estrelinhas nas histórias lá e alguns até deixaram resenhas. Ah gente, tem leitores que eu queria colocar em um potinho só para cuidar e amar. Obrigada viu.

Agradeço também as avaliações na Amazon, lá é mais complicado porque nem sempre sei quem foi e infelizmente quando clico naquele botão lá "útil" não contabiliza, deve ser porque eu sou a autora do livro e por isso a amazon desconsidera.

Mas olha, tem um ranking muito legal na Amazon, sua opinião é levada em conta pelos outros leitores e o ranking sobe conforme você recebe votos de útil em suas avaliações, então quem tem blog de livros, e é um influencer na questão literária, seria legal para promover sua página. Ao avaliar o livro, vocês podem colocar o nome de sua página, blog ou mesmo o insta, logo abaixo da avaliação, usando rashtags. ( Vi isso em uma das avaliações feita no tratado) Achei muito legal.

Bom, quanto ao capítulo, espero que tenham gostado, agradeço de coração a todos vocês que estão comentando, votando e colocando em suas bibliotecas. Continuem me dizendo o que estão achando, pois são vocês que estão impulsionando essa história a ir para frente, porque juro, eu me inspiro muito e levo muito a sério o que falam aqui. Beijinhos, vou postar mais porque vocês merecem :*

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