Teoria da Sincronicidade [CON...

By _LuisaSV

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Jackie Rivera está no último ano do ensino médio e isso significa que é o último ano para conseguir alcançar... More

Sincronicidade
St. Martin
Dedicatória
Epígrafe
0. Prólogo
1. Sanders
2. Trio Infernal
3. Águas Turbulentas
4. Desavenças
5. Sexta Feira
6. Órbitas Enigmáticas
7. Benjamin Rivera
8. Vestido Dourado
9. Olho Roxo
10. Capitão
11. Ryan Willians
12. Gwen e Ben
13. Fim de Festa
14. Macbeth
16. Me Beije
17. Peixinha
18. The Cure
19. Vinte e Oito Segundos
20. Bella Notte
21. Mar em Lágrimas
22. Polaroid
23. Festa do Pijama I
24. Festa do Pijama II
25. Coração e o Corvo
26. Jaqueta Vermelha
27. Alyssa
28. Perdão
29. Banheiro Interditado
30. Doces Lembranças
31. Cúmplice
32. Sábado Decisivo
33. Baile de Inverno
34. Últimos Suspiros
35. Pernas Bambas
36. Carta de Coragem
37. Jackie Rivera
38. Epílogo
Leitores
EXTRA

15. Doces e Travessuras

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By _LuisaSV


Eu tentei escapar da festa de Halloween, juro que tentei.

Principalmente depois de descobrir que Bárbara estaria na competição de natação que teria no Millstown High School. Ela foi convidada para sediar a competição e seria homenageada pelas escolas que iriam participar.

Meu estômago rodava, as cobranças que eu fazia em cima de mim cresciam ainda mais.

Queria escapar da festa de Halloween mas, Noah insistiu para que eu fosse, do outro lado da linha, Ryan fazia o mesmo, fazendo drama ao dizer que era a única chance que ele teria para se aproximar de Noah sem ser maltratado, mas para isso precisaria de mim lá, mesmo que fosse para dar uma força.

– Você acha mesmo que não está infantil? – pergunto para Noah olhando a minha própria roupa ao sair do seu carro.

Eu tinha desenterrado do fundo do meu guarda roupa uma jardineira de shorts jeans, junto com uma blusa amarela de Noah e um óculos grande preto de mentira, eu estava perfeita como uma Minion de Meu Malvado Favorito.

– Está mais bela que qualquer pôr do sol que eu tenha visto! – Noah saiu do carro como Peter Pan, uma fantasia que ele tinha pego do clube do teatro quando soube da festa – Eu estou um pouco nervoso com essa festa, Mason vai estar lá.

– Isso é ruim?

– Eu não sei, exatamente, é a segunda vez que nos encontramos. – Noah pensa por longos segundos – Mudando de assunto, por que veio comigo para essa festa? Você e o Tyler brigaram?

– Não.

– Tem haver com o sexo fracassado? – ele diz e arremesso um soco no seu ombro – Que droga, Jack, só estou brincando... Até hoje não me disse o motivo de não realizar o sonho de qualquer ser vivo nesse planeta de transar com um cara como Tyler Cornell, sem ofensa.

– É complicado... – suspirei cansada – Só fiquei nervosa.

– E... Até onde vocês foram? – ele arqueia as duas sobrancelhas – Ora, vamos, estou curioso, sou o seu melhor amigo... Dedos?

– Algumas vezes. – respondo corada, ele abre a boca e começa a remexer a língua como se estivesse beijando um homem invisível – Você pode parar com isso?

– Vou encarar sua mudança de assunto como um "sim". – Noah observa e depois de similar uma língua numa vagina, começa a fazer outros movimentos que indicam... Outras coisas que envolvem sua boca aberta e sua linga cutucando a bochecha – Também?

– Já acabou?

– E o pau? Chegou a encontrar a porta da casa da felicidade? – comenta meio debochado, eu chuto sua canela como resposta e ele reclama de dor.

Massageio a testa e relembro a noite no quarto de Tyler, estávamos despidos, sem nenhum tecido nos separando, pele contra a pele e na hora mais importante eu recuo, nervosa, me afastando enquanto ouvia a voz de Logan na minha cabeça e visualizo seu rosto a minha frente.

– Não! – bufo com raiva – Só estava nervosa, só isso! Ele ficou frustrado porque queria muito isso e eu só sai correndo.

– E por isso que você negou ir de carona com ele?

E principalmente para não dar de cara com Logan.

– Talvez. – confesso uma meia verdade – Você precisa confirmar a minha história... Eu disse a ele que você precisava da minha ajuda para os seus pais deixarem você sair de casa.

– Por que não me diz logo por que tanto estranhamento com Tyler?– Noah diz arrumando a franja loira – Você não está escondendo nada de mim, não é?

Eu penso em Logan, automaticamente.

Eu apoio minha mão em uma árvore e simplesmente começo a bater minha cabeça no tronco.

– Jackie! – Noah vem ao meu socorro e me puxa para longe – Você enlouqueceu e eu não fiquei sabendo?

– Não é nada – digo limpando a sujeira do meu cabelo após a sessão de "desintoxicação de pensamentos errados" – só lembrei de algo que não queria... Vamos para a festa logo? Não posso voltar tarde, minha vó disse para que eu não demorasse muito.

– Por quê?

– Ela é bem medrosa, principalmente depois de ver alguns filmes de terror junto comigo para provar que é corajosa...– suspiro cansada – Ela acha que algum palhaço com balão vermelho vai vir me assassinar até o fim da noite e quer se sentir segura em saber que estou dormindo no mesmo teto que ela.

– Esperamos que esse palhaço seja o Tyler, com seu enorme pênis rosado para desaparecer com sua virgindade de uma vez por todas.

Noah enlaça seu braço ao meu e juntos, vamos em direção a casa do lago que seria o palco da festa de Halloween esse ano para os adolescentes e universitários que procuravam diversão nessa noite. Há uma grande fogueira no meio de várias árvores, não muito longe, tinha uma casa de dois andares, bem iluminada, tocando uma música agitada que se estendia até aqueles que preferiam ficar perto da fogueira.

O lugar está bem cheio, as festas de Halloween em Millstwon são organizadas por um grupo de universitários populares pela cidade, são bastante famosas a ponto de vir gente das cidades vizinhas para comemorar a data. Ao me aproximar, consigo ver alguns esqueletos brancos de mentiras pendurados nas árvores, aranhas que surgiam de repente e fantasmas por todas as partes da casa, abóboras com velas por dentro nos lugares mais altos e estratégicos.

– Falando nisso, eu não queria tocar nesse assunto, mas... – Noah pisca os olhos azuis para mim – Sei que deve ter algo a mais nisso, nesse rolo com o Tyler, quando estiver pronta, pode vir me contar que eu irei escuta-la, somos amigos e amigos também são para essas situações.

Abro a boca uma, duas, três vezes. Noah está esperando uma resposta de mim, mas graças a alguma entidade do céu, somos interrompidos por um cara fantasiado de príncipe, extremamente bonito e atlético. Queixo quadrado, pele clara, a barba bem aparada e cabelo castanho claro.

– Mason! – Noah fala com a voz um pouco trêmula – Você realmente veio!

– Você me convenceu, muito. – Mason cumprimenta Noah e se vira para mim, com um sorriso bonito e um piercing em formato de argola numa das narina – Você deve ser a Jackie! Noah falou muito sobre você.

– Espero que tenha falado bem – brinco e cumprimento Mason rapidamente, pensando se esse era o momento de deixá-los sozinhos, mesmo tendo uma certa preferência com Ryan – Noah, vou procurar Tyler, você se importa?

– Não, espera – Noah segura a minha mão e vejo que ele está suado, está extremamente nervoso com esse encontro com Mason – pensei que iriamos ficar a festa inteira grudados, você sabe, desde a última festa, prometi que não ia largar de você e...

– Está tudo bem, Noah – digo tirando a minha mão da sua – vou encontrar Tyler e depois procuro por você, feito?

– Tudo bem – ele olha pro Mason com um sorriso tímido – nos encontramos dentro da casa.

Sorrio para os dois e saio apressada.

A música da Nicki Minaj tocava tão alto dentro de casa, que quem estava ao redor da fogueira, conseguia aproveitar o som e o vento fresco de Outubro, meu tipo ideal de local para ficar durante a festa.

Eu não sabia quem ao certo eu estava procurando, provavelmente Tyler, por mais que preferisse olhos claros, talvez quisesse me encontrar com olhos negros intensos e profundos. Paro no meio do caminho e procuro um poste para bater a minha cabeça com mais força.

Suspiro e me sento num dos troncos deitados, próximo a fogueira alta que estavam alimentando com mais tochas, há algumas pessoas ao meu lado, mas nada que incomodasse. Tiro o celular do bolso e mando uma mensagem para Tyler, me relembrando que não tinha checado minhas redes sociais desde cedo, usando o meu tempo disponível para poder estudar, ler o livro do trabalho de literatura, arrumar a minha fantasia improvisada e dormir o máximo que podia.

A última meta não foi cumprida, mas espero que amanhã seja um dia diferente e eu consiga.

– Minion? – uma voz grave e sombria diz atrás de mim.

Ao me virar eu grito quando vejo um homem todo de preto e uma máscara branca escondendo quase todo o rosto. Caio do tronco da árvore com a bunda no chão duro, estava prestes a correr quando o estranho tenta me tranquilizar:

– Calma, Jackie! Sou eu, Ryan!

Pelo visto não é só a minha vó que tem certo receio de Halloween.

– Você me assustou, droga! – digo sentindo meu coração disparar, encaro Ryan e vejo que ele esconde a cabeça num capuz escuro que está conectado a sua capa e a máscara branca que esconde os olhos e um pouco da bochecha esquerda – Ah, não... Você está fantasiado de que, exatamente?

Que não seja o que eu estou pensando.

– Fantasma da Ópera, lógico – ele responde risonho e abre um pouco a capa revelando uma blusa cheia de detalhes e babados, copiando perfeitamente o figurino – pensei em fazer algo artístico, teatral, para me aproximar de Noah, sem que ele me reconhecesse, fiz umas pesquisas e achei que essa fantasia seria ideal... Até treinei mudar a voz, tipo o Batman, sabe?

– Fez pelo Noah? – pergunto chocada que ele responde positivamente, extremamente feliz – Isso é ruim, se você quer causar uma boa impressão.

– Por que?

– Noah detesta o Fantasma da Ópera, não o musical em si, mas o personagem, considera ele um machista, usurpador, doente, psicopata, abusivo, ele ama o final exatamente porque a garota não termina com o Fantasma e por que ele supostamente desaparece, alguma coisa assim.

Ryan ficou boquiaberto por mais de dois minutos.

– Eu devia ter consultado você antes dessa fantasia, não é? – ele pergunta.

Dou um sorriso.

– Não se preocupa, Ryan, eu gostei de toda a preparação para a fantasia – levanto limpando a jardineira – e também gosto do jeito que você se esforça para conquistar o Noah, é único.

– Obrigado, mas está falando isso para me consolar?

– Não – dou uma risada – foi só uma observação, espero que dê certo com Noah, tenho esperanças que você faça mudar de ideia com uma nova versão do Fantasma da Ópera, menos babaca e mais romântico.

Ryan parecia estar feliz com o meu comentário, mas por alguma razão, aquele sorriso se desmancha.

– Jackie – Ryan pigarreia – nós somos amigos, não somos?

– Acho que sim! – respondo entusiasmada, até alegre com a sua pergunta – Mesmo que em segredo.

– Exatamente – ele sorri por dois segundos e retorna a ficar sério – acho que nunca perguntei como você está, em relação... A tudo. E lembra da história que me contou? Da sua amiga e o namorado dela? Eu fiquei pensando sobre isso e queria perguntar se a sua amiga por acaso seria vo...

Ryan para de falar, está concentrado em algo atrás de mim. Ao me virar, consigo ver o motivo da sua preocupação: Trio Infernal. Precisamente, ele estava focado em Tyler e sua reputação de garoto briguento com qualquer um que se aproximasse da namorada.

– Acho melhor eu ir – Ryan fala por mim e acena rapidamente, se afastando aos poucos – preciso encontrar alguns amigos meus.

– Tudo bem, até mais. – digo acenando a cabeça, engolindo em seco ao imaginar os olhos de Tyler em mim enquanto eu trocava algumas palavras com o garoto mascarado.

Como de costume, o Trio Infernal chega ganhando a atenção de todos quem estava na festa. Sierra estava no meio de Logan e Tyler, usando um vestido preto bem curto e um decote que valorizava os seios, estava com um casaco grande e branco de pelos, luvas de veludo vermelhas como a bota de cano alto e uma peruca preta e branca que era tão perfeita que eu pensei que a garota tinha pintado o cabelo para a ocasião.

Sua maquiagem ressalta os olhos, os lábios vermelhos com um sorriso assassino, sempre segurando um cigarro negro e comprido.

A melhor versão de Cruella De Vil que eu tinha visto em toda a minha vida.

Ao seu lado, Tyler se vestia de pirata, sombra preta nos olhos, uma blusa branca fina que mostrava boa parte do peitoral e dos músculos, um casaco azul, calças escuras e botas marrons. Ele estava com um protótipo bem real de espada pendurado no cinto da sua calça, usava uma peruca de dreds escuros e um chapéu de capitão.

Perfeito, como o esperado.

Entretanto, apesar de toda a produção dos dois, quem chamou a minha atenção, foi Logan. Usava calças brancas meio rasgadas, sapatos da mesma cor, estava sem camisa, revelando os músculos bem definidos e as tatuagens curiosas. Em volta da cintura pra cima, ele estava todo enfaixado, enrolado com uma faixa branca até os ombros, indo até o pulso.

Seu rosto está todo pintado de branco, olhos esfumaçados e uma touca improvisada de faixa que escondia a cabeça. Eu me esforcei para não rir, porque já o imaginava com uma roupa listrada de preto e branco com algemas nos pulsos.

– Jackie! – Sierra me avistou e correu para me dar um abraço – Tyler estava procurando por você!

Ela me olhou de cima abaixo de jeito maldoso, percebi que usava lentes de contato azul escura, melhorando ainda mais a sua fantasia. A garota deu um sorriso que não me pareceu tão gentil assim.

Isso me faz lembrar do que Noah tinha me dito anteriormente, da possibilidade de Sierra ter uma queda por Tyler. Depois dessa teoria, tudo que Sierra fala ou faz, eu não consigo pensar em outra coisa, senão nisso.

– Adorei a fantasia, está fofa! – ela diz por fim.

Fofa.

Sierra conseguiu me provocar, principalmente vestida como a Cruella De Vil mais sexy de todos os tempos. Ela fez questão de enfatizar a frase ao deixar o casaco de pelos branco cair, mostrando os ombros desnudos. Uma demonstração sucinta que dizia: olhe para mim, me dê atenção, sou gostosa, sinta inveja por não conseguir chegar aos meus pés.

Pelo menos ela tentou, sempre a achei incrivelmente linda, quis ter o seu cabelo algumas vezes, mas não a ponto de querer me enfiar em cirurgias plásticas para ser como ela.

– Obrigada. – digo meio sem graça, ignorando o seu veneno que destilava em forma de palavras – Sua fantasia está incrível também.

– Isso? – ela olhou para si mesma e colocou o cigarro comprido na ponta da boca – Isso não foi nada.

Obviamente foi alguma coisa, principalmente a peruca que eu aposto que é mais cara do que todas as perucas que as atrizes de Game of Thrones usam.

Sou interrompida quando um pirata fica a minha frente e deposita um beijo lento e morno em meus lábios. Quando ele se afasta, consigo sentir o cheiro de maconha por toda a parte da sua roupa.

– Vamos entrar? – Tyler se vira animado para Sierra e Logan – Agora sim que a festa começou.

Tyler coloca o braço ao redor do meu ombro antes que eu cumprimentasse Logan e me guia em direção a casa com a música alta e os corpos dançantes. Todos os convidados param de fazer o que faziam para encarar o Trio Infernal e... A garota Minion que estava com eles.

– Com quem estava conversando? – Tyler indaga curioso perto do meu pescoço enquanto tira algo do bolso.

– Um garoto, estava me perguntando onde ficava o banheiro – minto sem graça e vejo Tyler colocar um cigarro na boca – e...

– Você está bem? – Tyler indaga e acende o cigarro, após tragar, passa para Sierra e volta a colocar o braço ao meu redor – Você parecia distante pelas mensagens no celular.

– Estava ocupada, fiquei a tarde lendo um livro para um trabalho de literatura. – digo ajeitando a franja na minha testa e subo as escadas junto com ele – E... Você está com um cheiro meio... Intenso de maconha, presumo que estava desde cedo?

– Claro – ele me encara sorridente e agora faz sentido ele estar todo tranquilo – é Halloween, Jackie, doces e travessuras.

A festa está uma verdadeira loucura, o espaço é gigantesco e pessoas espalhadas por todos os cantos com todos os tipos de fantasias, dançando freneticamente, pulando, beijando, extravasando, seja na pista ou em cima de uma bancada larga que tinha perto do sofá. Havia uma mesa perto de uma porta que dava para uma cozinha com vários drinks, ponches e copos customizados de preto para a data comemorativa.

Há balões com desenhos de caveiras por todas as partes, luzes coloridas, focando mais no vermelho e preto e uma bela decoração bagunçada de papel higiênico e abóboras com caretas sombrias. O lugar está incrível e talvez eu estava começando a ficar animada.

Algumas garotas do teatro acenam para mim e eu faço o mesmo gesto de volta, pensei em chegar perto e tentar conversar, mas Tyler me puxou para uma rodinha grande com alguns universitários e uma parte do seu time.

Sierra foi direto para o meio do grupo, rodando enquanto exibia a sua fantasia. Logicamente, foi recebida com assovios, elogios pervertidos e olhares invejosos de algumas garotas que não conseguiram chegar à sua altura.

Fico ao lado de Tyler, ele toma metade de uma pequena pílula que divide com Logan e entrega outros para seus amigos. Ele ri com os garotos do time, de vez em quando me dava um selinho e voltava a conversar.

– Minion? – ouço uma voz grave bem próxima e ao me virar, me deparo com Logan com o copo de cerveja na mão – Perdi uma aposta, eu acho.

– Aposta? – pergunto arqueando as sobrancelhas.

– Pensei que seria algo mais previsível – ele dá um gole na sua bebida – algo meio marítimo, uma sereia, uma nadadora, salva-vidas, ou até um peixe. Sequer pensei em Minion.

– Eu também estou surpresa com a sua fantasia – olho de cima para baixo, tentada com a sua provocação – pensei em algo... Com algemas e um uniforme laranja?

Logan dá uma risada e dá uma voltinha rebolando para mostrar toda a fantasia, enquanto isso, eu tentava parar de sorrir tanto, mesmo que por um maldito segundo.

– Sierra me ajudou com a fantasia, saiu melhor que a encomenda, apesar de gostar de coisas caras, ela é boa em ser econômica – ele revela – mas não me livrei do meu personagem, só parcialmente.

– Parcialmente? – pergunto o desafiando.

– Exatamente, posso muito bem ser uma múmia que antes era um cara que foi preso por tráfico de drogas. – ele dá uma piscadela e mostra dois braceletes prateados que usava – Está vendo isso? São as minhas algemas antes de ser mumificado.

Dou uma risada com o seu comentário e ao mesmo tempo, consigo sentir meu coração bater mais forte, mais rápido.

Que droga é essa?

– Onde está Noah? – Logan pergunta e fico feliz que ele está ocupado com a bebida ao invés de reparar em meu rosto corado – Tyler disse que você viria com ele.

– Ah, claro – pigarreio – Noah está com o cara que está conhecendo, é universitário, resolvi dar um tempo a ele, para você sabe... Ele está cansado de ser a minha vela, ser o terceiro na relação a dois, agora chegou a minha vez de sentir na pele o que é isso.

– Sei exatamente como Noah se sente – Logan dá um meio sorriso – Com todo respeito a você e Tyler, mas é um porre mesmo.

Franzo o cenho.

– Eu disse com todo respeito – ele frisa segurando meu braço, me balançando e sem que eu perceba minha pele está toda arrepiada por causa do contato – não é para fazer essa cara de enterro quem ficou ofendida, não era esse o objetivo.

– Para a sua sorte, o karma é uma vadia e está voltando para mim – respondo bem humorada e seu sorriso está satisfeito com minha resposta.

– Enquanto a Macbeth? Progredindo?

– Preferia a morte a cada página que viro, não sei como conseguiu ler aquilo sem tentar arrancar os próprios olhos. – estremeço revirando os olhos e Logan sorri de um jeito caloroso que faz meu peito transbordar.

Fico fazendo uma lista de xingamentos mentais por causa dessas sensações perturbadoras em meu corpo. Eu tenho que me controlar, tenho que me concentrar, eu sou a namorada de Tyler.

Tyler Cornell, não Logan Sanders.

Foco.

– Tyler – me viro para o meu namorado e seguro a sua mão, entrelaçando nossos dedos para frisar quem era o garoto que eu sou apaixonada – eu vou pegar alguma bebida, você quer alguma coisa?

– Você – Tyler dá um sorrisinho, mesmo quando todo mundo zomba da sua resposta e beija meus lábios em frente a todo mundo, sua língua atravessa a minha boca, todo mundo grita ao nosso arredor enquanto eu o sinto sorrir por causa desse gesto.

Tyler me amava e eu não podia decepciona-lo de maneira alguma. Ele queria ter um futuro comigo, queria me fazer feliz, tinha se entregado a mim como nunca tinha feito a ninguém em toda sua vida, me deu mais do que eu tinha feito.

Eu tinha que me lembrar disso.

– Eu acho melhor ir – digo envergonhada por ser o centro das atenções.

Vou em direção à mesa de bebidas sentindo que estava a um passo de explodir. Meu pescoço queria virar involuntariamente para o grupo em que estava Tyler e Logan, ver suas reações, saber o que Logan sentiu ao me ver fazendo aquela cena, querendo saber se o afetou, imaginando mil coisas, mas me segurei e continuei firme.

Lembre-se de quem você é namorada, Jackie.

Lembre-se.

Foco.

Tive sorte por estar longe das paredes, caso contrário estava batendo minha cabeça para dar um basta nesses pensamentos confusos.

Quando chego a mesa de bebidas, consigo respirar, é longe deles que eu encontro um pouco de paz no coração. Estar entre Tyler e Logan parecia ser um teste constante da qual eu estava a um passo de falhar.

Pego um copo que estava abandonado em um canto.

Eu tinha que beber, tinha que relaxar, tinha que me soltar e após me embebedar de verdade, com toda coragem reunida e os desejos à flor da pele, iria puxar Tyler para um dos quartos de cima e esquecer da existência de Logan, esquecer todas as merdas que ele me fazia sentir só de sorrir para mim.

É, eu tinha que fazer isso.

Foco.

– Ei, espera, chica! – uma voz rouca e melodiosa me alerta e meu pulso é puxado para, me impedindo de beber.

Olho para o lado e me deparo uma garota vestida de chapeuzinho vermelho. Ela é um pouco mais alta que eu, a pele bem bronzeada, lábios grossos e vermelhos, o cabelo negro caia em cachos majestosos até a cintura. Seus olhos castanhos estavam tão arregalados que pensei que estaria cometendo algum pecado horrível em beber naquele copo.

– Uma menina colocou algo nessa bebida e saiu andando quando viu um garoto – ela me explica e tira o copo da minha mão – não é recomendável, confie em mim.

– Ah... – digo envergonhada – Acho que devo um obrigado, por ter salvado a minha pele.

Um segundo a mais e eu estaria revivendo o meu aniversário de dezesseis anos: uma bebida e uma noite que eu esqueci por completo.

– Tome – a garota colocou um pouco do ponche em um copo para mim – essa eu tenho certeza que não vai ter nada suspeito.

– Obrigada... De novo. – digo pegando o copo e sem pensar duas vezes, eu engulo tudo de uma vez, sinto o líquido queimar a minha garganta e tusso após terminar a bebida em questão de segundos.

Por Dios! – a garota vestida de chapeuzinho comemora ao me ver fazendo caretas – Tem alguém aqui que quer ficar bastante louca!

– Pode ter certeza que sim! – digo colocando mais bebida em meu copo – É o objetivo de hoje à noite.

– Aliás, meu nome é Carla, Carla Gonzalez. – ela diz sorridente com um sotaque bem carregado.

– Sou Jackie, Jackie Rivera – digo apertando a sua mão – você é daqui?

– Sim, nascida e criada, morei por um tempo em Millstown, a maior parte da infância.

– No passado? – indago curiosa – Então não mora mais aqui?

– Não, tive que me mudar com minha mama para o México depois que meu papa faleceu, eles são de lá. – ela responde tirando um cigarro da bolsa vermelha que carregava no ombro, estava explicado o sotaque tão carregado – Estou na cidade por causa do casamento da minha prima, crescemos juntas e eu acabei pegando o papel de ajudante da noiva, ficarei por alguns meses na cidade... Desculpa, estou falando demais.

– Não se preocupe com isso, sei como é isso... – respondo impressionada e beberico minha bebida, tremendo assim que sinto o álcool atravessar minha garganta novamente – Agora que você falou de México, esse é o país que eu secretamente sonho em visitar, principalmente por causa da culinária. É uma das metas que eu pretendo alcançar.

– Já gostei de você, pelo visto temos algo em comum. – ela diz tragando um pouco do cigarro – Eu sou suspeita para falar da culinária mexicana, mas ... E você? O que faz em Millstown e por que ainda não visitou o México?

– Estou no ensino médio, último ano. – suspiro um pouco nervosa – Naquela época sombria em que eu preciso decidir o meu futuro.

– O último ano do ensino médio – Carla estremece – A pior época de nossas vidas, ano das escolhas, mas também pode ser uma das melhores, depende do ponto de vista.

Quando paro para pensar, minha vida começou a desandar com a chegada de Logan Sanders, então, de acordo com meu ponto de vista, é um dos piores anos de todos os tempos.

– Talvez meio a meio. – dou um sorriso amarelo – Você já se formou?

– Sim, faz um ano e alguns meses que me formei, atualmente estou fazendo cinema em uma universidade no México – ela dá um sorriso orgulhoso e posso ver pela sua reação que é algo que ela gosta mesmo de fazer.

O curso combinava perfeitamente com ela, Carla é bem bonita, tanto quanto Sierra, tinha traços fortes, um corpo estrutural e um sorriso cativante graças a sua boca carnuda.

– E quais são os seus planos para o futuro? – indago para Carla.

– Atriz e futuramente, quando estiver com mais experiência, diretora ou roteirista. – ela explica e fico impressionada.

– Parece ser divertido, meu melhor amigo também quer ser ator, seguir esse mesmo rumo... Vocês iriam se dar muito bem.

– É sério? – ela olha para os lados, bastante ansiosa – Como ele se chama? Ele está aqui?

– Se chama Noah e... – olho ao meu redor – Eu o perdi de vista faz um bom tempo.

– Desculpa a empolgação – ela justifica dando uma risada baixa – é difícil encontrar pessoas que compartilham da mesma paixão que você, então eu acabo me empolgando... E se ele quer seguir essa carreira, que seja corajoso, o mercado assusta muitos, mas isso é com qualquer profissão: se você não se esforçar e dar sua alma naquilo, você nunca vai conseguir mesmo... E você não me falou ainda o que pretende fazer depois do ensino médio.

– Ah... – arrumo a franja em frente à testa – Fisioterapia e tentar ser uma nadadora profissional.

Carla sorri.

– Não, não. – Carla balança a cabeça negativamente e coloca mais bebida para mim e para ela – Repita comigo, Jackie: você não vai tentar uma nadadora profissional, você vai ser uma nadadora profissional.

Carla levanta o copo, pedindo por um brinde. Bebo um gole, bastante generoso e animada com sua frase e empolgação. Bato de leve nossos copos. Comemoramos nosso futuro com risadas, gritinhos vergonhosos e copos de plásticos, é o suficiente para me deixar mais relaxada e querer, definitivamente, estar naquela festa.

– Já podemos ser melhores amigas depois disso. – respondo para ela em meio de risadas.

– Por favor, faz tempo que não faço boas amizades de festa, quase uma vida inteira. – ela diz animada – E que um dia eu esteja produzindo, como atriz ou diretora, um filme inspirado na nadadora profissional bem a minha frente e...

– Carla?

Quando eu e minha nova amiga de festa nos viramos para a terceira pessoa que surgiu durante a conversa, deparamos com Sierra. A garota está nos avaliando e de repente, arregala os olhos finos. Ela dá um gritinho e corre para abraçar Carla.

– Eu não acredito que está aqui! – Sierra diz toda sorridente – Devia ter nos avisado que estava na cidade, Carla!

– Vocês se conhecem? – pergunto surpresa para ambas.

– Claro que sim! – Sierra abraça a garota de novo, toda sorridente, acho que nunca a vi tão feliz – Como vou esquecer da melhor namorada que Logan já teve?

Por um triz, meu copo não cai no chão.

Carla e Sierra começam a conversarem freneticamente, colocando o assunto em dia, enquanto algo dentro de mim parecia rachar.

Tyler já teve vários casos, muitos mesmo, uma lista extensa que nunca foi superada por nenhum outro garoto ou garota do St. Martin, mas nunca nenhum desses casos me incomodou como Carla, a ex-namorada de Logan. Extremamente linda, sensual e se não bastasse, divertida e carismática, queria ser uma artista. Nunca pensei que me sentiria diminuída igual agora. O que era uma garota magrela, sem peitos, sem corpo, com músculos demais por causa da natação e com problemas de socialização perto de uma mexicana com sorriso gentil e uma voz rouca e melodiosa?

O que eu estava pensando?

– Eu vou procurar o Logan, ele precisa ver você! – o grito de Sierra me desperta e eu volto a realidade.

– Sierra é maluca! – Carla me dá uma risadinha – Você a conhece? Parece que sim e...

– Estudo no St. Martin, como ela – explico mais séria, segurando meu corpo com mais força – sou namorada do Tyler Cornell, melhor amigo dela.

– Ah... Tyler – Carla me olha com um pouco de descrença.

– O que? – digo com uma risada nervosa – Estranho que o astro do St. Martin namore alguém meio fora dos padrões dos jogadores de futebol?

– Fora dos padrões?

– Sabe, líder de torcidas, ser gostosa, peitos e um corpo violão. – respondo com um sorriso seco.

– Não! – Carla tenta consertar o mal entendido – Não quis dizer isso, sinto muito se meu tom de voz diz o contrário, é que... – ela dá uma risada sem graça – Não me odeie, mas nunca fui muito fã de Tyler.

– Ah.

– E você pareceu ser uma garota legal... Legal demais para ele, se é que me entende. Na época que eu o conheci, era um cafajeste, todo dia uma garota diferente e isso me fez ficar com um pouco de inimizade com ele, mas talvez ele tenha mudado.

– Olha só quem eu encontrei! – o grito de Sierra chama nossa atenção, quando me viro e vejo a asiática puxando Logan com pressa – Olha quem está aqui! – Sierra dá gritinhos de excitação – Carla Gonzalez!

Assim que Logan encara Carla, seus olhos escuros ficam arregalados. Ao espiar Carla rapidamente, seu sorriso diminui gradativamente e seus olhos castanhos parecem brilhar ao encarar o garoto a sua frente.

Está explicito que ela estava mexida diante do ex-namorado, de alguma forma foi afetada, seja da maneira ruim ou boa... E talvez ele esteja também.

E eu era testemunha de que ela tinha sido afetada de uma maneira boa, era só olhar pra ela e perceber.

– Carla! – Logan dá um sorriso gigante e a abraça de repente, aquele simples e inocente contato entre eles faz meu estômago dar voltas – Não esperava ver você por aqui!

– Nem eu esperava me ver em uma festa aqui em Millstown! – Carla sorri e o abraça de volta, consigo ver que ela estava até um pouco sem graça por estar tão perto dele – Como estão seus irmãos? Sua mãe?

– Bem – Logan parece animado em vê-la ali e não consigo parar de me sentir tão afetada pelo modo como conversam tão naturalmente – E a sua família?

– Estão todos aqui, para o casamento da minha prima – ela se aproxima de Logan e cutuca o seu peito freneticamente – sei que recebeu o convite e espero vê-lo lá.

– Você sabe que não sou fã de casamentos.

– Perfeito, porque eu também não gosto, vamos fazer companhia um para o outro. – Carla continua, tão feliz que aquilo me faz querer desaparecer, bem ali.

Pego meu copo, sorrio para Sierra, que me encara surpresa. Não espero ela fazer qualquer tipo de comentário venenoso, saio andando sorrateiramente daquele ambiente. Minha mão tremia e na minha cabeça, repassava uma imagem, de Logan e Carla em um casamento... Não havia imagem mais bonita de um casal do que eles juntos, como também, agonizante.

Apesar de sorrir para alguns colegas de classe, parecer animada, se alguém perguntasse como eu estava, eu iria desabar em lágrimas, sem saber ao menos o motivo de tal coisa ridícula!

Eu tinha sorte de ter a habilidade de saber sorrir, saber fingir que estava bem... Apenas minha vó e Noah sabia me decifrar, mas eles não estavam aqui, então tudo ficaria bem. Volto para Tyler e quando me aproximo eu o beijo.

– O que foi isso? – Tyler diz meio abobado, certamente chapado.

– Minha forma tímida de falar que eu te amo. – digo dando outro beijo em seus lábios.

– Continue – ele dá uma risada.

Ele me dá um beijo na testa, quando começa a beijar meu pescoço vejo uma cabeleira loira não muito longe dali. Noah estava sozinho, andando pelos cantos da casa até achar um sofá e se sentar.

– Eu já volto, de novo – digo para Tyler e deposito outro beijo em seus lábios – Noah parece meio para baixo.

– Não demore. – ele me dá outro beijo e me solta.

Sigo em direção a Noah que parecia ter voltado de algum enterro, segurando um copo sem a mínima vontade de fazê-lo. Aproveito que estou no mesmo estado e sento ao seu lado no sofá.

– E então? – pergunto suspirando – Por que está sozinho sem Mason, o universitário?

-Eu acho que fiz besteira. – Noah suspira e tira o chapéu de Peter Pan, bagunçando o cabelo loiro no processo – Mason e eu estávamos nos corredores do segundo andar, estávamos meio que nos beijando e... Ele meio que me pediu para... Você sabe, começa com "c" e termina com chupar ele.

– E? – pergunto curiosa.

– Obviamente eu disse que não! – Noah bufou – Pelo amor de Deus, estávamos num corredor! Alguém podia passar e nos ver! Se eu ficar famoso um dia, eu gostaria de não ter nenhuma foto minha chupando um pau circulando na internet, famosos são discretos e eu preciso ser também. E você e eu sabemos como os alunos do St. Martin são uns babacas que adoram fazer graça com fotos.

– Nem me fala – estremeço – Carol Jeckins, ano passado, foto dela sem a calcinha por causa de um babaca do Red Falcon.

– Exatamente, a garota mudou de cidade por causa disso. – Noah continuou e ficou muxoxo – Mason ficou meio... Não sei! Chateado? Não sei o que dizer, só sei que ele disse que iria procurar um amigo e desapareceu.

– Um babaca, obviamente. – completo.

–Talvez... – Noah morde a unha do dedão – Talvez ele esteja me procurando, porque depois que ele saiu, eu fugi de vergonha, acho que a última pessoa que eu quero ver, é ele.

Olho para o meu próprio copo. Meu próprio corpo quer me trair e procurar Logan, me perguntando se ele estava com Carla, se ele ainda gostava dela, se era apaixonado por ela, se ele beijaria ela essa noite.

– Noah – fechei os olhos para espantar aqueles pensamentos da minha cabeça – a noite não parece ser uma das melhores para você.

– Obviamente. – ele revira os olhos e relaxa o corpo no sofá ao se deitar um pouco mais.

– E mais ou menos para mim – levanto o corpo e Noah franze o cenho – que tal a gente apertar o botão do que se foda e beber como se fosse a última noite de nossas vidas?

Noah fica animado, sorrio em estar com ele.

– Quem é você e o que você fez com a minha amiga Jackie Rivera? – ele levanta o corpo – Quer saber? Não se preocupe com a versão madura da Jackie, gostei mais dessa. Adorei a ideia. Um brinde pela melhor noite de nossas vidas?

– Um brinde pela melhor noite de nossas vidas.

Brindo nossos copos de plásticos e eu e Noah viramos a bebida.

O Halloween começou.

Notas da Autora :

Eu ouvi um: "VAI DAR MERDA?"

Primeiro queria me desculpar pela demora, e para compensar, em breve teremos mais um capitulo, mais breve do que imaginam..... (adicionem o livro na biblioteca para não perderem nenhuma atualização!)

Votem e comentem (ajuda demais na motivação da autora para continuar a escrever, ajuda a gente!)

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