Prision [Em Edição]

By blueninaa

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De seis em seis meses, Kyungsoo procurava por novos ômegas para ajudar os seus amigos no cio. Mas, daquela ve... More

Prologue
The First Meeting
The First Impression
The First Friendship
The First Kiss
The First Plan
The Second Kiss
The First Contact
The First Date
The Second Plan
The First Joke
The Second Date
The First Rejection
The First I Love You
The First Chance
The First Threat
The First Bite
The First Confession
The First Time
The First Sensations
The First Pregnant
The First Consultation
The Second Pregnant
The Third Date
The First Touch
The Second Touch
The Fourth Date
The First Propose
The Second Revelation
Não é cap, mas é importante!
The Truth About Him
Leia Atentamente, Por Favor.
The Mixed Feelings
The Problems Started
The First Interference
The First True Moment

The First Revelation

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By blueninaa

~*~
A Primeira Revelação

Kyungsoo estava sentado na ponta de sua cama, ele chorava alto e soluçava com o rosto enterrado nas mãos. Jongin observava a cena sem saber o que exatamente deveria fazer, dilacerava o seu coração ver o menor daquela forma, mas ele era tão péssimo para consolar as pessoas e tinha medo de acabar piorando a situação se tentasse.

Subitamente, Kyungsoo estava se sentindo com um estranho dentro de sua própria casa. As pessoas que mais confiava e amava o esconderam coisas, as pessoas que mais amava no mundo escondeu evidências importantes de sua própria vida, omissões e mentiras que cortaram o coração do pobre ômega. Foi crueldade, porque essas coisas o fizeram sentir com um lixo, um nada, uma pessoa a qual todos a sua volta sempre espera o pior. Kyungsoo nunca se sentiu tão horrível antes.

Sem mais saber o que fazer, Jongin decidiu que deveria se aproximar, deveria fazer alguma coisa para confortá-lo, não importava o que, só sabia que tinha que fazer alguma coisa.

— Ei... Kyungsoo? — o chamou, colocando a mão sobre o seu ombro. O ômega nem precisava levantar a cabeça para saber quem era.

— Oh, Jongin... Eu me sinto tão mal... — disse Do, com a voz embargada, levantou a cabeça e olhou para ele com seu rosto inchado pelo choro. Seus olhos estavam vermelhos e inundados de lágrimas.

Jongin não hesitou em sentar-se ao seu lado e puxou-o para os seus braços, fazendo-o colocar a cabeça no vão de seu pescoço. Kyungsoo deixou que todas as suas lágrimas saírem, e o alfa nem se importava se sua camisa estava sendo encharcada pelas lágrimas do menor. Ele só queria confortar Kyungsoo. Ele sentia que precisava fazer isto.

— Vai ficar tudo bem. — o moreno respondeu, contornando a sua cintura fina com o braço, enquanto usava a mão para lhe acariciar o local e outra pousava sobre a sua coxa.

— Eles não tinham o direto de fazer isso comigo... Não depois de tudo o que já fiz por todos. — disse Kyungsoo, chorando compulsivamente no ombro do outro, enquanto se agarrava cada vez na barra da camisa dele.

— Imagino como você se sente. — Jongin respirou fundo. Abraçando-o mais apertado, deixando-o derramar toda a sua angústia. — Por isso que estou dizendo que tudo vai ficar bem. Estou aqui agora, com você.

— Obrigado por isso.

— Não está chateado comigo? Sabe, eu sempre soube de tudo.

— Você mal conseguia chegar perto de mim, imagina me contar algo assim. — respondeu, olhando para o alfa com seus olhinhos castanhos brilhando por conta das lágrimas, e seu rostinho vermelho e completamente molhado. — Acha que peguei pesado com ele?

Jongin sorriu, sentindo o cheiro delicioso que os cabelos do garoto emanava e, sentindo os batimentos do seu coração acelerando. Nunca havia se sentindo tão confortável em estar na presença de Kyungsoo como estava naquele momento. Sempre se sentia um idiota quando conversava com o menor, mas estava se saindo bem por ora, não se sentia como um garotinho virgem e apaixonado, apesar de a presença do ômega ainda abalar as suas estruturas.

— Não. Está magoado e isso é normal. — respondeu com a voz baixa. — Você se importa muito com Jongdae, por isso está se sentindo assim. É como se tivesse sido traído, certo?

Kyungsoo assentiu e deu um sorriso fraco em meio as lágrimas, deitando a sua cabeça no ombro dele novamente. Jongin tomou a liberdade de entrelaçar os seus dedos com os do menor. Por alguns minutos, ambos ficaram olhando para suas mãos repousadas sobre a coxa do meu ômega em silêncio, apenas observando a forma em que suas mãos pareciam se encaixar, elas se encaixavam como se fossem feitas sob medidas uma para a outra.

— Eles são meus irmãos. — disse Kyungsoo, respirando fundo e quebrando o silêncio.

Jongin não podia ver o rosto do menor, mas sabia perfeitamente como ele estava: olhos fechados, lágrimas silenciosas escorrendo por suas bochechas, lábios retesados, hesitantes. Conseguia adivinhar apenas pela entonação que ele usava para falar. Sua voz estava embargada e arrastada, mas não soluçava mais, o seu choro estava controlado.

— Eles quem?

Kyungsoo levantou a cabeça, as mãos ainda unidas às dele. Seus olhos estavam transparentes e embaçados por conta das lágrimas. Um nó cresceu em sua garganta, levando-o a suspirar pesadamente antes de resolver dar alguma resposta.

— Jongdae e Sehun. — respondeu ele. — Os dois são meus irmãos de sangue.

— Como assim? — Jongin ficou enternecido, confuso e surpreendido com o que havia ouvido.

— Minha omma era uma ômega comum e meu appa um alfa lúpus. Eles se casaram, mas nunca foram atados. — ele ainda chorava ao iniciar o relato daquela história, sua voz estava baixa, deprimida. — Quando eu tinha por volta de seis anos, em uma manhã acordei em um lugar desconhecido, estava no orfanato sem saber de nada que havia acontecido, só sabia chorar e sentir falta da minha omma. Tempos depois um pequeno bebê chegou no orfanato e eu tive uma conexão enorme com ele, era como se fosse meu, mesmo tendo apenas sete anos de idade, sentia que aquele bebê era meu.

— Era Jongdae?

— Sim, era ele. — uniu seus lábios em uma linha fina. — Também tive uma conexão com Sehun, mas não era igual, porque ele era muito recluso. Ele nunca me deu tanta liberdade para chegar perto ou cuidar dele, não como Jongdae.

— Como descobriu isso?

— Consegui ser CEO da empresa que trabalho por mérito próprio, mas a herdei porque o dono era o meu avô. Era pai da minha omma, nunca descobri isso porque ele usava Kim e eu Do, o sobrenome do meu appa. Ele também não sabia, descobriu isso um pouco tempo depois de saber que estava com câncer e acabou deixando uma carta me contando tudo em detalhes e deixou todas as coisas dele para mim em testamento.

— Sehun nasceu em abril e Jongdae em setembro, mas no mesmo ano. Como isso aconteceu?

— Como disse antes, minha omma era uma ômega comum e meu appa um lúpus. — Kyungsoo engoliu seco, retornando o relato em seguida. — Meu pai teve um amante, um ômega lúpus, foi dele que Sehun saiu. E Jongdae nasceu da minha omma mesmo.

— E como vocês foram parar na mesma casa se adoção? — Jongin indagou, normalmente ele escutaria tudo em silêncio, mas estava curioso de mais com aquela história.

— Appa queria se livrar de mim, então me deu para o lar adotivo, semanas depois descobriu que omma estava grávida novamente, por isso eu nunca soube antes que tinha um irmão.

— Mas o outro ômega também já estava grávido, esperava o Sehun.

— Ele já tinha sete meses quando meu appa descobriu da outra gravidez. Ele queria se livrar de mim e da omma pra ir viver com esse ômega. — Kyungsoo apertou os olhos, tentando controlar a dor interna que sentia. — Minha omma morreu no parto do Jongdae, foi a deixa que meu appa teve para se livrar de nós, ele levou o bebê para o mesmo orfanato que eu.

— E como Sehun foi parar lá também?

— Os dois morreram em um acidente de carro, enquanto Sehun estava em casa com uma vizinha, ele já era mais grandinho. O conselho tutelar decidiu levá-lo para o lar mais próximo, porque seus progenitores não tinham outros parentes vivos.

— História confusa e completamente surpreendente. — Jongin concluiu.

— Sempre amei, cuidei e protegi como se Jongdae fosse meu filho e, no final descubro que somos irmãos.

Aquilo explicava a ligação forte que o ômega e o alfa tinham. Eram fortes laços sanguíneos, os dois eram irmãos, mas se amavam como se fosse omma e filhote. Kyungsoo não sabia explicar qual foi a sensação que teve ao descobrir aquilo, era sem lógica como as coisas aconteceram.

— Você não vai contar isso a eles?

— Não acho que faça diferença. — deu de ombros, se afastando do alfa.

Se sentia triste ao dizer aquilo. Ele se importava muito com os dois alfas, apesar de Sehun não lhe dar tanta liberdade assim e parecer não gostar muito de si, ainda o amava como filho, igual amava Jongdae. Daria sua vida por qualquer um dos dois se precisasse, faria de tudo por eles, exatamente tudo. Amava-os demais, só que havia sido magoado, não por conta do mais novo estar apaixonado, até gostava disso e achava fofo, mas sim por não terem confiado nele para contar isso e terem achado que ele iria reagir mal diante a notícia. Não era nenhum monstro sem coração, gostava de amar e de cuidar das pessoas. Por isso havia resolvido que não faria mais nada por nenhum deles, teriam que aprender a se virarem sem ele, já que não era importante.

— Posso perguntar só mais uma coisinha sobre esse caso? — perguntou Jongin, hesitante. O ômega fez que sim com a cabeça. — Por que vocês três tem sobrenomes diferentes?

— Tenho Do como meu appa, Jongdae é Kim como a omma e Sehun é Oh como o omma dele.

Jongin meneou a cabeça em entendimento, ainda estava abismado com aquela história toda. Era muita coincidência e maluquice para ele digerir, imaginava como Jongdae e Sehun se sentiriam se descobrissem aquilo tudo.

— Você não quer descansar um pouco? Chegou de uma viagem longa há pouco tempo. Deveria tomar um banho e dormir. — perguntou, quebrando o assunto anterior. O pequeno já havia parado de chorar e agora a única evidência era seu rosto marcado e os olhos inchados.

— Seria estranho se te pedisse para dormir comigo? — devolveu a pergunta, mantendo a cabeça baixa, fazendo círculos com o polegar na mão do alfa.

— Não, se isso te fazer sentir melhor. — tentou conter um sorriso idiota que queria escapar.

Kyungsoo levou as mãos até o rosto de Jongin, segurou ambos os lados com delicadeza, forçando-o a lhe fitar com seus intensos olhos castanhos. Jongin sentiu como o ômega estava trêmulo e ele também estava.

— Obrigado, Jongin-ah!

O menor não sabia se era o frio ou a intensidade das emoções que estava sentindo que o fazia ficar daquela maneira. Ele sempre parecia ser forte, e uma parte dele queria que realmente fosse assim o tempo inteiro, mas não conseguia controlar os sentimentos. Aquela situação toda com Jongdae havia o desarmado e, Jongin também lhe tirava todas as estruturas. Ele havia construído uma muralha em volta de si, e desde que conhecera o alfa, assistia tijolo por tijolo cair até tudo desmoronar. Kyungsoo achava aquilo tudo uma droga, pois, sentia como se tivesse borboletas em seu estômago e definitivamente não sabia lidar com aquilo mais.

— Você não tem motivos para agradecer, realmente me importo com você. — sorriu pequeno.

Kyungsoo foi tomado por um impulso desconhecido, fazendo-o subir as mãos por toda a pele macia do maior até os seus cabelos lisos e sedosos, iniciou uma massagem nos fios de uma forma terna. Depois, desceu as mãos para o seu rosto novamente e fez um carinho em suas bochechas, fazendo-o fechar os olhos com o contato.

Aquela foi a deixa que o ômega teve para inclinar o rosto e roubar um beijo do Kim. Sentiu o alfa levar suas mãos e apertar a sua cintura com firmeza, iniciando um beijo mais afoito. Sentir os lábios de Jongin contra os seus era mágico, apesar de já ter beijado-o antes, daquela vez as coisas pareciam diferentes. Pareciam mais intensas e cheias de emoções.

Os dois ficaram aos beijos por algum tempo, o suficiente para Kyungsoo esquecer momentaneamente dos acontecimentos anteriores. Eles foram envolvidos em uma bolha onde só existiam eles e mais nada. Pararam de ser beijar quando Do avisou que estava com sono e que deveriam ir tomar banho. Jongin desceu para o seu quarto, enquanto o ômega foi em direção ao seu banheiro.

xx

Enquanto Kyungsoo e Jongin haviam subido, o resto do pessoal ainda ficaram pasmos com os acontecimentos da última hora. Chanyeol havia ido deixar as malas do ômega na porta de seu quarto e voltou de lá com uma velocidade luz, ainda queria algumas explicações assim como o outros.

— Minseok, deveria subir com ele para o quarto. — disse Sehun, vendo a forma que o alfa se acabava de chorar agarrado ao namorado. — Pode deixar que explico as coisas para o pessoal.

— Vamos, Dae-ah. — o ômega abraçou Jongdae de uma forma atrapalhada e começou a arrastá-lo pelas escadas até o andar de cima.

Jongdae ainda chorava alto e de uma forma estrangulada, se tivesse apanhado não teria sentindo tanta dor como sentia. Saber que era uma decepção e que magoou a pessoa que lhe criou doía, era como se uma brasa quente tivesse cortando a sua pele.

— Olhem pelo lado bom, galera. Pelo menos Yibo não está aqui. — Sehun riu.

— Na verdade, estou sim. — respondeu Yibo, assustando todos, fazendo-os se virarem para olhá-lo.

Wang estava encostado na batente da porta, concentrado em mexer no celular e não dando a mínima para o que acontecia no ambiente.

— Desde quando está aqui, demônio? — Sehun também se assustou, por estar tão envolvido com as coisas que estavam acontecendo, nem ele havia sentindo a presença do chinês.

— Cheguei junto com vocês, mas pelo fato de não estar nem aí com suas vidas, não dei a mínima. — deu de ombros, completamente desinteressado enquanto digitava algo no celular.

Tao parou no lugar quando ouviu a voz do alfa. Única coisa que rodava em sua mente era a loucura que Chanyeol queria que ele cometesse. Seu corpo se retesou e ele tremeu só de imaginar a ideia de ter que tentar beijá-lo. Eles trocaram farpas todas as vezes que se encontraram e se lembrava muito bem que Yibo quase o bateu na última vez que se esbarraram. Então, tentar beijá-lo era quase como tentar cometer suicídio. Havia se arrependido naquele mesmo momento de ter dado ouvidos à Chanyeol, aquilo sem dúvidas iria dar muito merda.

— Finge que o Yibo não existe e conte logo o que você aprontou. — pediu Chanyeol, começando a ficar irritado com Sehun, de fato havia ficado com ciúmes do lúpus e agora estava agindo de um modo completamente infantil.

Sehun revirou os olhos e soltou um suspiro pesado, pensando por onde deveria começar.

— Sehun? Como assim? O que você aprontou? — indagou Yixing, se aproximando do mais novo com uma careta confusa adornando a sua face.

— Desculpa, hyung. Mas eu, Minseok e Jongdae armamos para as coisas acontecerem da forma que aconteceu. — respondeu, dando dois passos para trás ao ver o chinês se aproximar. — Única coisa que saiu dos nossos planos, foi o Min hyung também ter entrado no cio.

— Obrigado. — Yixing agradeceu, sorrindo ao pousar as mãos nos ombros do estudante.

Sehun ficou boquiaberto e em seguida olhou com desconfiança para o mais velho.

— Está me agradecendo por quê?

— Seja lá o que fizeram, deu certo e não me arrependo de como as coisas aconteceram. — respondeu, olhando de canto para Junmyeon com um sorriso no rosto. — Sou grato por ter feito o que fez, pois isso me levou à fazer a melhor coisa que já fiz na vida.

Junmyeon sentiu o rosto esquentar com a fala do alfa e se sentiu quentinho por dentro ao receber a onda de amor que vinha da marca.

— Deixa ele explicar o que fez e, porque fez primeiro, depois você agradece. — disse Chanyeol, puxando Yixing para trás. Ainda queria uma resposta, afinal ele foi ameaçado primeiro para aquilo tudo poder acontecer.

Sehun iniciou a explicação de como ele e Jongdae ficaram curiosos para saber os motivos de apenas Yixing conseguir sentir o cheiro de Junmyeon. Eles procuraram algo na internet, mas como não descobriram nada, começaram a pesquisar em alguns livros de genética que acharam na biblioteca da Universidade. Depois de alguns dias os dois descobriram que Junmyeon é um tipo raro de ômega lúpus. Pelo que foi dito nos livros, existiam apenas quatro ômegas daquela espécie em toda a história lupina.

Alfas são atraídos por ômegas principalmente por conta de seus aromas viciantes, por isso Junmyeon não tinha um. Pois, ele não podia atrair outro alfa a não ser o que nasceu predestinado para ser seu. Ele e Yixing foram feitos sob medidas um para o outro. Nasceram predestinados a se pertencerem. Eles não podiam se atar a outras pessoas, pois, apenas a tentativa poderia causar a morte de ambos. Outra coisa era que o destino ia se encarregar e colocá-los no caminho do outro, não importava como, eles iam se conhecer de uma maneira ou outra. E iriam se apaixonar drasticamente na primeira troca de olhar que dessem, como aconteceu de fato.

O plano de fazerem os dois passarem o cio juntos foi necessário, depois de as duas almas gêmeas se encontrarem, o cio de Junmyeon seria mais forte e o ômega sofreria muito por conta disso, ele sentiria uma dor imensa e poderia até morrer se não fosse saciado e marcado por Yixing.

— Certo... — Junmyeon estava meio baqueado após escutar todo aquele relato. Era muita coisa, não só para ele, mas para todos também. — Por que as pessoas estão sentindo o meu cheiro agora?

— Porque você já encontrou a sua alma gêmea. Seu cheiro passou a ser sentido por outros no instante em que ele te marcou. — respondeu Sehun.

— Por isso que quis viajar justo nessa semana. — Chanyeol afirmou, abobado com a capacidade daqueles dois pensarem alguma coisa do tipo.

— Jongdae ficou para esconder os documentos e as chaves para Yixing não ir viajar, caso o cio atrasasse. E Minseok inventou que estava doente para ter motivo de fazer Jun hyung ficar.

— Explicações já foram feitas, agora todo mundo vai caçar um jeito de dormir. — Yixing bateu palmas, expulsando cada um para os seus respectivos quartos. Era tarde da noite e todos estavam com as emoções a flor da pele depois de tudo, então todo mundo precisava descansar.

xx

Os cinco alfas estavam sentados na mesa do café da manhã como de costume. Jongdae estava mais cabisbaixo que o normal, os ocorridos da noite passada haviam o deixado para baixo, fazendo-o perder totalmente o apetite. Ele havia chorado até pegar no sono e por conta disso acordou com uma imensa dor de cabeça, mas já havia tomado um analgésico para fazer aquilo passar. Só a dor em seu peito que não passava, pois, não tinha nenhum remédio que curasse aquilo.

Kyungsoo apareceu na cozinha, vestindo seu típico terno de trabalho. Ele foi em direção a cafeteira, em silêncio, sem o usual "bom dia" que dava á todos sempre que acordava. Ele encheu uma xícara de café e sentou à mesa, ainda em silêncio, entre Chanyeol e Yibo e, em frente a Yixing.

O chinês raspou a garganta, precisava falar com Kyungsoo sobre uma coisa que estava pensando desde que marcou Junmyeon na semana anterior, tinha momentos melhores, sabia disso, mas não queria adiar aquela conversa.

Do levantou o olhar, enquanto bebericava a xícara de café, esperando que ele dissesse alguma coisa.

— Hum... Eu estava pensando em procurar outro lugar para morar com Junmyeon. Agora que estamos marcados, acho precisamos de uma pouco de privacidade.

Todos os olhares foram direcionados ao lúpus, exceto o de Yibo que não estava dando a mínima para a conversa na mesma, estava completamente alheio enquanto comia uma banda de mamão e mexia em algo no celular.

— É correto pensar dessa forma. — respondeu Kyungsoo, mantendo a voz firme e grossa, mas sem querer ser rude, apenas não estava a fim ser bonzinho com eles naquela hora da manhã.

— Sim, mas como você sabe, eu trabalho o dia inteiro e não queria ter que deixá-lo sozinho, ainda mais que é bem provável ele estar grávido. — continuou. — Pensei em levar Jongin para viver conosco.

— Não. — respondeu de imediato.

— Por que não? — ele levantou a sobrancelha.

— Porque não quero que ele vá.

O clima desconfortável pareceu se duplicar naquele instante. Ninguém nunca havia visto Yixing e Kyungsoo discordarem ou debaterem alguma coisa, os dois sempre andavam em bons termos. Por isso estavam todos olhando com surpresa, inclusive Yibo que tinha levantado o olhar para observá-los.

— Eles são irmãos, achei que seria bom se ele fosse junto. — o chinês se justificou.

— Entendi isso, mas estou dizendo que não quero que ele vá.

Kyungsoo respondia aquilo com um total desinteresse, como se fosse nada demais, mas por dentro estava gritando com a raiva que estava guardada em seu peito. Não ia deixar que Jongin saísse de sua casa, pois, gostava dele e queria mantê-lo o mais perto possível.

— Não tem como levar Minseok, pois, teria que levar Jongdae junto.

— Bem, por mim todos os dois podem ir contigo, à vontade. — deu de ombros. — Quando você arrumar um local, mande-os fazer as malas e sumam. Se quiser levar Sehun também, não me oponho.

Kyungsoo parecia desinteressado, negligente, como se os dois fossem completamente irrelevantes em sua vida. No fundo, no seu coração, aquilo estava doendo. Aquelas palavras haviam doido nele mesmo, mas ele só queria dar uma lição nos dois.

— Sério que você está me expulsando de casa? — Sehun levantou a voz, deixando não só o ômega, como todos assustados.

— Não grite comigo! — Do desferiu o punho na mesa e se levantou. — Não pense que vou continuar sustentando os seus caprichos, Sehun. Quiseram me fazer de vilão, então agora vou agir como tal. Não vou pagar faculdade pra nenhum dos dois mais, não vai ter mais mesada e dinheiro fácil na mão quando quiserem. Acabou! Não vão receber nada de mim mais e, se quiserem sumir daqui, a porta da rua é a serventia da casa.

— Você é um dramático. Completamente dramático! Filhos vivem escondendo as coisas dos pais e nem por isso eles o renegam dessa maneira. — Sehun rebateu.

Jongdae manteve a cabeça abaixada, se contendo para não começar a chorar.

— Não vou ficar aqui discutindo com uma criança irresponsável.

— Você que é uma criança dramática! E daí se ninguém aqui confia em você? Foi você que construiu essa imagem horrível de si mesmo, se achamos que você vai surtar com qualquer coisinha é porque estamos certos, igual você está fazendo agora. — Oh se estressou com o ômega, despejando tudo em cima dele, com a voz totalmente rude.

Kyungsoo se afastou, assustado. Começando a deixar algumas lágrimas caírem de seus olhos, tanto pelas palavras rudes e tanto pelo tom de voz usado, seus ouvidos haviam doído por ele ter usado seu tom de alfa com ele.

— Chega! — Jongdae gritou, com raiva daquele papo. — Não fala assim com meu omma, Sehun!

— Ele te expulsou de casa e te renegou! — Sehun respondeu, controlando o seu tom, mas ainda indignado com os acontecimentos.

— Ele só está chateado, é normal, entendo o que está sentindo. Não precisa usar seu tom de alfa e gritar com ele. — o menor o repreendeu.

O ômega chorava em silêncio, mas suas lágrimas caiam em abundância. Era assustador para Jongdae ver o menor chorando daquela forma, parecendo tão indefeso, derrotado e com medo. Quando Sehun usava a voz de alfa era realmente aterrorizante, até mesmo para alfas comuns, imagina então para um ômega.

Chanyeol se levantou para verificar se o baixinho estava bem, mas ele se afastou e simplesmente saiu correndo. Saiu correndo e deixou os cinco alfas para trás. Jongdae não hesitou antes de traçar o mesmo caminho feito anteriormente por seu omma, precisava pedir perdão e fazê-lo se sentir melhor.

— Você vai se desculpar com ele assim que a poeira abaixar. — Chanyeol ordenou a Sehun, se retirando da mesa em seguida.

Sehun suspirou fundo e abaixou a cabeça, se sentindo um imbecil.

xx

Yibo precisava conversar com Baekhyun sobre uma coisa delicada, havia descoberto umas coisas e agora precisava da ajuda do ômega com aquilo, mas não sabia como iniciar um assunto tão delicado como aquele com ele.

Ao parar em frente ao quarto do ômega, ele deu duas batidinhas na porta e esperou que alguém lhe atendesse e justamente Baekhyun que a abriu. Ele estava arrumadinho e parecia que ia sair.

— Posso conversar com você? — perguntou, educadamente.

Baekhyun fez que sim com a cabeça, sentindo-se meio intimidado por saber que a índole daquele alfa não era uma das melhores.

— Do que precisa?

— Estou montando um caso contra Byun Dakho e preciso saber se está disposto a testemunhar contra.

O ômega engoliu seco ao ouvir o nome do pai, fazia tempos que aquele ser não era citado em sua presença.

— Isso vai fazer com que ele vá preso para o resto da vida?

— Minha intenção é condená-lo a morte. — respondeu, mesmo sabendo que estava falando com o filho do homem, manteve a sinceridade, pois, um crápula como Dakho deveria estar vivendo a sete palmos abaixo da terra.

— Marquei de sair com Sehun agora, pode ser depois? — questionou, não se assustou quando disse que o condenaria a morte, porque até ele queria aquilo, por mais que parecesse um absurdo um filho desejar a morte do pai. Byun Dakho desgraçou com a sua vida e faria questão de fazê-lo pagar por isso.

— Prefiro que seja no meu escritório mesmo, é mais confiável. Se não se sentir confortável para me relatar tudo o que sabe sozinho, pode levar alguém para acompanhá-lo.

— Certo. — assentiu com a cabeça.

— Obrigado. — forçou um sorriso de gratidão. Estava realmente grato, mas sorrir não era muito o seu estilo.

Deu de costas assim que Baekhyun fechou a porta novamente, dando de testa co Zitao saindo do seu quarto. Ele iria mesmo falar com o ômega, havia conversado com Kyungsoo uns dias antes de viajar e o empresário o fez entender que não deveria tratar alguém tão mal daquela forma.

Desde que pegara um caso de estupros múltiplos, homicídios, agressões, prostituição e máfia de ômegas, havia tomado a decisão de mudar. Não deixaria um ômega que o magoou no passado fazê-lo maltratar outros inocentes. Se repudiava com as coisas que via e que era relatado a si. Queria ser um alfa melhor, uma pessoa melhor e começaria desde já.

— Zitao... — o chamou, segurando-o levemente pelo pulso. Huang ergueu a sobrancelha e esperou que o alfa dissesse alguma coisa. — Quero te pedir perdão por tudo o que já te fiz até hoje. Sei que fui um babaca e assumo isso. Poderia me perdoar?

As palavras dele pareciam ser tão sinceras que o ômega estava me cogitando a perdoá-lo. Quando pensou em falar alguma coisa, a maldita voz de Chanyeol começou a martelar dentro da sua mente. Sem dúvidas iria esfaquear o médico quando o visse novamente.

— Perdoo sim, mas com uma condição.

Foi a vez de Wang erguer a sobrancelha.

— Qual?!

— Se me der um beijo. Te perdoo se me beijar.

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