Prision [Em Edição]

By blueninaa

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De seis em seis meses, Kyungsoo procurava por novos ômegas para ajudar os seus amigos no cio. Mas, daquela ve... More

Prologue
The First Meeting
The First Impression
The First Friendship
The First Kiss
The First Plan
The Second Kiss
The First Contact
The First Date
The Second Plan
The First Joke
The First Rejection
The First I Love You
The First Chance
The First Threat
The First Bite
The First Confession
The First Time
The First Sensations
The First Pregnant
The First Revelation
The First Consultation
The Second Pregnant
The Third Date
The First Touch
The Second Touch
The Fourth Date
The First Propose
The Second Revelation
Não é cap, mas é importante!
The Truth About Him
Leia Atentamente, Por Favor.
The Mixed Feelings
The Problems Started
The First Interference
The First True Moment

The Second Date

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By blueninaa

~*~
O Segundo Encontro

A tempestade finalmente perdeu a força no começo da noite de terça-feira, fazendo Luhan se arriscar e abrir a janela do quarto. A temperatura havia despencado e o ar estava frio e límpido. Enquanto um pouco de neblina estava se formando e cobrindo o chão, as nuvens carregadas passavam em frente à lua, trazendo proporções iguais de luz e sombra.

Luhan se distraiu e se deixou devanear em meio ao vinho — que haviam ganhando de Sehun —, à brisa e a risada fácil de seus amigos. Ele percebeu que estava saboreando cada mordida que dava nos biscoitos amanteigados e no queijo de gosto forte e pungente, lembrando-se de uma época em que havia passado fome. Houve um tempo em que ele fora magro como um ramo de roseira.

As lembranças do chinês estavam aflorando à medida em que o álcool invadia seus vasos sanguíneos. Ele se lembrou de seus pais. Não dos tempos difíceis, mas das épocas boas, quando sua omma fazia um tradicional café da manhã americano com direito a ovos e bacon e o aroma delicioso preenchia toda a cozinha, e ele via seu appa andar de mansinho e se aproximar da esposa. Ele era um bom homem, havia servido à marinha chinesa há alguns anos. Ele ficou em navio por quatro anos, viajando para lugares como o Japão e a Coréia. Já sua omma era uma pessoa extremamente doce, uma ômega de linhagem pura, era lúpus igualmente ao seu appa. Ela adorava flores e sempre plantava bulbos em vasos de cerâmica que eram colocados na frente de casa durante a primavera. Tulipa, narcisos, rosas, begônias e violetas, todas aquelas flores explodiam em cores tão vivas que faziam os olhos de Luhan arderem.

O vinho ganhado de Sehun — que havia sido dado apenas por Minseok ter comentado a vontade repentina de tomar a bebida —, tinha toques de carvalho e damasco e o sabor era delicioso.

— Quer mais um pouco? — perguntou Baekhyun, vendo que a taça do lúpus já estava vazia.

Luhan fez que sim com a cabeça, e ele lhe serviu até a taça estar quase transbordando.

— Eu vou na cozinha pegar mais algumas coisas para comermos. — informou Junmyeon, ele era o mais sóbrio dos quatro.

Minutos depois o ômega voltou com o pratinho cheio de biscoitos e queijo cortados em cubos. Ele voltou a se sentar e começaram a conversar sobre coisas banais, coisas que amigos conversavam quando tinham álcool no sangue, nada de interessante. Até Baekhyun ter a brilhante ideia de pular a janela do quarto, era extremamente baixa, não tinha perigo de cair e machucar, senão estivessem moles por conta da bebida.

Luhan percebeu que estava cambaleando levemente e se segurou no parapeito da janela, se já era desajeitado e caia atoa sóbrio, imagina embriagado. Eles levaram a garrafa de vinha que ainda estava fechada — Sehun havia lhes dado duas por achar que uma era pouco para os quatro —, junto com as taças e o pratinho com biscoitos e queijo. Os quatro se sentaram na borda piscina, levantaram suas calças e colocaram seus pés dentro da água. A água estava extremamente gelada, mas estavam bêbados e não ligavam para isso. Eles continuaram a conversar e degustar o vinho, olhando para o céu pontilhado de estrelas.

Luhan se serviu mais um vez e tomou um gole. O líquido desceu quente pela garganta dele, o que o fez sentir-se um pouco zonzo. Escutava a risada gostosa de Junmyeon acompanhada pela risada de Minseok, que gargalhavam alto de alguma besteira dita por Baekhyun. Luhan se sentia feliz e seguro e pensou novamente no quanto aquela noite estava agradável.

Ele estava finalmente livre da prisão, e tinha amigos. Amigos de verdade, pessoas que riam e que o animavam. Fazia tanto tempo em que não vivia nada tão tranquilo e natural.

— Você está bem? — perguntou Baekhyun.

— Estou ótimo. — respondeu, encarando o amigo que lhe sorria sentando ao seu lado. — Estava só pensando... Em como nossa vida está diferente desde que fomos comprados daquele lugar. Eu nunca pensei que seria... Assim!

Baekhyun passou a olhá-lo com mais atenção.

— Tivemos sorte de sermos pegos por pessoas boas.

— Eu acho que você tem razão. — concordou ele.

Os quatro estavam sozinhos em casa. Chanyeol havia saído para resolver algumas coisas importantes com Yixing. Kyungsoo chegaria mais tarde naquele dia por conta da semana que teria que se ausentar. Tao havia saído para comprar algumas roupas — Do havia lhe dado dinheiro. Yibo estava ficando até mais tarde no escritório também, investindo pesado em seus conhecimentos para conseguir o cargo de promotor. E Jongin havia sido levado por Sehun e Jongdae até a academia, depois dos alfas terem descoberto o seu talento natural para a dança. Os meninos não tinham aula de dança nas terças e nem nas quintas, por isso haviam ficado em casa.

— Por que você não deixa Sehun entrar nesse coraçãozinho? — perguntou Minseok, pressionando o dedo no peito do chinês, ele estava sentado do seu outro lado.

— Estou melhor sozinho.

Junmyeon, que estava caladinho até então, deslizou o dedo pela borda da taça antes de dizer qualquer coisa.

— Bem, eu acho que ninguém nunca está realmente bem sozinho.

— Eu estou.

Todos os três pensaram na resposta de Luhan antes de pensarem em falar qualquer coisa. Então foi a vez de Baekhyun se pronunciar.

— Se presumirmos que você tenha comida, casa, roupas e tudo mais que precisa para sobreviver, você preferiria ficar sozinho em uma ilha isolada, completamente sozinho, para sempre, pelo resto da vida? Seja honesto, Luhan.

Luhan piscou, tirando os pés de dentro da água e afastando um pouco o corpo para trás, ficando sentado sobre a calçada que cercava a piscina. Ele tentou ficar o olhar nos três amigos que se inclinaram um pouco para ver sua reação mediante as palavras proferidas. Havia percebido que todos os três estavam tentando decodifica-lo naquele momento.

— Por que vocês acham que eu não seria honesto?

— Porque todo mundo mente, Luhan. — respondeu Minseok levantando um pouco a voz, sem querer. — É necessário para viver em uma sociedade na verdade. As pessoas mentem por omissão, isso acontece o tempo todo. As pessoas sempre contam a maior parte da história... E eu aprendi que a parte em que esquecem de contar é sempre a mais importante. As pessoas escondem a verdade porque têm medo.

Com as palavras de Minseok, Luhan sentiu um dedo tocar em seu coração. De repente, até mesmo o ar ficou difícil de respirar.

— Está falando de mim? — perguntou ele, com a voz estrangulada.

— Não sei. Estou? Baekhyun, estou falando dele?

Byun abaixou a cabeça e ficou encarando o líquido dentro de sua taça. Havia sentido que a indireta não era apenas para o chinês, mas sim para ele também. Tanto ele quanto Luhan escondiam coisas de seus passados, enquanto Minseok e Junmyeon haviam sido sinceros desde sempre, mesmo tendo sofrendo muito e viverem assombrados.

Luhan sentiu-se empalidecer, a garganta estava travada e os olhos arregalados. Não conseguia encontrar palavras que fugissem daquele assunto.

— Na verdade, ele estava dizendo sobre como é frustrante quando as pessoas se recusam a contar a verdade. Afinal, como é que podemos ajudá-las se elas insistem em esconder? Se não conseguimos entender o que se passa? — respondeu Junmyeon, seguindo o raciocínio do irmão.

Luhan sentia algo se contorcendo e estrangulando dentro de seu peito. Baekhyun ainda estava em silêncio, mas se sentia da mesma forma.

— Talvez elas queiram falar a respeito, mas sabem que não há nada que ninguém possa fazer para ajudá-las. — sussurrou o chinês.

— Sempre há algo que possa ser feito. — insistiu Minseok.

Os meninos também saíram de perto da piscina e caminharam para sentar nas espreguiçadeiras. Minseok e Junmyeon se sentaram na mesma, enquanto Baek se sentou ao lado direito dos irmãos e Luhan na espreguiçadeira da esquerda. O lúpus sentia as lágrimas começando a se formar em seus olhos e tudo o que ele pôde fazer foi piscar para contê-las. Sua boca estava seca. A garrafa de vinho já estava jogada no chão completamente vazia.

— Nem sempre. — sussurrou em resposta. Ele desviou o olhar para o chão, engolindo seco, sentia-se como se estivesse sendo sufocado.

— Às vezes tudo o que precisamos é de um ombro amigo para nos consolar. Por mais que as coisas doam, sempre é bom contar nossas verdades para as pessoas que nos amam e que irão nos proteger e nos apoiar em qualquer coisa. — disse Minseok, suspirando.

Agora era a hora de Baekhyun se sentir péssimo com o rumo em que a conversa teria tomado. Ele sentia a pressão das lágrimas por trás dos olhos e, embora tentasse contê-las, ele as sentia rolando pela face. Silenciosamente.

— Sabem por que eu odeio tanto o Tao? — pronunciou, com a voz embargada, trazendo toda atenção para ele. — Porque nós éramos melhores amigos no ensino médio. Eu fui a única pessoa que o acolheu aqui depois de sua chegada da China. Ele quase não falava a nossa língua, e minha fluência em mandarim ajudou muito. Nós fomos melhores amigos e confidentes por muito tempo, sempre nos apoiamos e contávamos nossos problemas um ao outro. Isso foi até o dia em que ele resolveu me apunhalar pelas costas e me fazer parar naquele lugar imundo em que vivíamos até o mês passado. Me desculpem, ainda não consigo contar tudo o que aconteceu em Bucheon. Ainda me dói muito o meu passado, e eu preciso superar tudo o que aconteceu para conseguir deixar outras pessoas saberem disso.

— Talvez deixar pessoas que te amam saberem disso é uma forma de ajudar a superar. — comentou Junmyeon, sentando na espreguiçadeira de Baekhyun, para poder abraçá-lo.

— E isso serve para você também, Luhan. — Minseok cansou de ser indireto.

Luhan desviou o olhar, sentindo-se completamente drenado e exausto.

— Acho que ainda não estou pronto.

— Mas talvez esteja pronto para seguir em frente e dar uma chance para o Sehun. — disse Minseok.

— Talvez.

Luhan percebeu que queria que Sehun o conhecesse melhor. Ele queria que ele o entendesse, porque tinha a sensação estranha de que ele era o tipo de alfa pelo qual o ômega poderia se apaixonar, mesmo que não quisesse. Maldito DNA lupino! Ele não queria convencer os amigos de que estava bem sozinho, queria convencer a si mesmo. Porém, já havia percebido que era impossível tendo Oh tão perto daquela forma. O ômega havia percebido que Sehun estava sempre tentando ser gentil e ser aproximar de si, e o seu jeito acanhado não o deixava entrar em sua vida. Ele era sempre educado consigo, sempre perguntando como estava e dando aquele sorriso bonito que só ele tinha.

Então, por que não dar uma chance?

xx

Sehun esfregava as mãos em seus cabelos laranjas, se sentindo frustrado e cansado. Eram quatro horas da tarde de uma quarta-feira chuvosa, tinha se irritado tanto na faculdade e queria ter matado um naquele dia. Estava se controlando o máximo que podia para não explodir.

Estava na cozinha preparando alguma coisa para comer, pois sabia que tinha que trabalhar dentro de duas horas e estava faminto.

De repente, todo o seu estresse foi passando à medida que o cheiro caraterístico de mel ia inundando as suas narinas. Era o cheiro de Luhan. O ômega havia acabado de entrar no cômodo.

— Boa tarde, Luhan hyung. — o cumprimentou, forçando um sorriso, tentando fazer o resto do seus nervosismo sumir.

— Boa tarde, Sehun-ah. — respondeu ele, pela primeira vez não deixou sua voz vacilar ao conversar com o alfa.

Oh pensou que não havia melhor oportunidade que aquela para conversar com o ômega, já que estava querendo ir atrás do mesmo desde quando havia acordado.

— Eu estava pensando... Se você gostaria que o levasse para jantar. Você tinha dito que aceitaria ir à um encontro comigo e pensei... por que não hoje? Saio mais cedo do trabalho. — perguntou, sem encarar o menor, voltando a se concentrar em montar um sanduíche para aplacar sua fome.

Luhan sabia que ele e Sehun haviam chegado a uma encruzilhada, uma que mudaria as coisas entre eles. Ao mesmo tempo, foi por aquela razão que ele tinha ido até a cozinha, sabia que o alfa estava ali. Queria descobrir se estava enganado em relação ao seus pensamentos e conversas com seus amigos na noite anterior, porque foi pela primeira vez que soubera, com certeza, que queria sair com ele.

— Sim, eu adoraria jantar com você. Mas com uma condição.

— E qual seria a condição?

— Que nós jantássemos em casa. Apenas nós dois.

Sehun sorriu, aliviado.

— Vai ser perfeito.

Ele podia dar um jeito de esvaziar a casa e fazer um jantar digno do ômega. Tudo daria certo.

xx

A missão de tirar todo mundo de casa estava quase completa, para a sorte de Sehun.

Kyungsoo e Yibo estava praticamente vivendo em seus respectivos escritórios, agora só faltava se livrar do resto do pessoal.

— Yixing hyung, por favor, leve o Junmyeon para sair e não volte tão cedo. — pediu, estava reunido com os três alfas em seu quarto.

— Beleza. Estava querendo mesmo chamá-lo para um segundo encontro, talvez essa seja a oportunidade perfeita. — o chinês respondeu sorrindo.

— Chanyeol, leve o Baekhyun para algum lugar que ele goste, motel talvez.

Os meninos riram da fala de Sehun e também do nervosismo que parecia exalar do mesmo. Chanyeol ponderou, talvez não fosse uma má sugestão.

— E pode deixar que já chamei Minseok, Jongin e Tao para irmos ao shopping. — disse Jongdae.

— Toma. — Chanyeol tirou o cartão de crédito da carteira e entregou ao menor.

— Tente não ficar tão nervoso assim, Sehun. —  disse Yixing, passando as mãos na camisa social azul que o amigo vestia. — Está parecendo que vai casar.

— Você não pode julgar ninguém, ficou pior quando ia sair com Junmyeon. — resmungou Chanyeol, tirando a razão do mais velho.

— Aigoo. — Yixing fez uma careta.

— Luhan é diferente. Essa pode ser uma oportunidade única, hyung. — Sehun murmurou, aflito.

— Ah, vai dar tudo certo, Sehun hyung. — Jongdae deu dois tapinhas no ombro do mais velho. — Agora nós já estávamos indo. Bom jantar!

A parte de tirar todo mundo da casa havia sido concluída, agora só restava acalmar o seu nervosismo e descer para jantar com Luhan. Era a única coisa que faltava, mas Sehun sentia que ia ficar maluco com tamanha ansiedade que apossava-se de seu corpo.

Resolveu que não podia mais adiar ao ver o seu relógio de pulso indicar oito horas da noite. Era o horário dito por Luhan que o jantar ficaria pronto. Sim, o ômega havia feito tudo com a ajuda de Minseok.

Agora era só rezar e torcer para tudo dar certo.

xx

Jongdae andava pelo shopping com Minseok, Jongin e Tao. O quarteto havia acabado de ver um filme de romance no cinema — era o gênero favorito dos quatro —, depois disso eles comeram pizza na praça de alimentação, agora estavam andando de loja em loja atrás de roupas para o alfa lúpus.

— Fique aqui com eles, eu volto em cinco minutos. — pediu Jongdae, dando um beijo na bochecha do ômega antes de sair correndo.

Minseok franziu o cenho, olhando para a porta da loja — por onde o alfa havia saído. Ele não entendia muito bem toda aquela afobação que exalava do mais novo.

Tao estava se divertindo ao ajudar Jongin escolher as roupas, e também escolhia algumas que gostava para ele mesmo. Enquanto Minseok estava distraído ao observá-los, sentando em uma das poltronas da loja.

Jongdae voltou alguns minutos depois, avisando para os dois que iria comprar um sorvete com Minseok, enquanto eles podiam continuar escolhendo as coisas que queriam, e que não era para nenhum deles se preocuparem, pois pagaria tudo o que eles escolhessem com o cartão de crédito dado por Chanyeol.

Ele arrastou Minseok pelos corredores do shopping até chegarem nas escadas rolantes.

— Dae, tem que subir para ir até a praça de alimentação. — comentou, ao perceber que estavam descendo.

— Não vamos para a praça de alimentação. — disse ele, entrelaçando sua mão nas do outro Kim, arrastando-o novamente até estarem em uma parte não tão movimentada do primeiro andar do shopping.

Minseok deixou ser levado pelo alfa, mas estava completamente confuso.

— Podia me explicar o que está acontecendo, Dae-ah? — Minseok colocou as mãos na cintura e pendeu a cabeça para o lado, inflando as bochechas e fazendo um biquinho.

— Não faz essa carinha, hyung. — disse, manhoso, se vendo obrigado a selar os lábios do mais velho. Não resistia a fofura do menor.

— Tá me deixando curioso, Jongdae!

O alfa sorriu com a empolgação do garoto. Ele deu mais um selinho nos lábios do ômega, antes de se afastar um pouco e pegar algo dentro de seu bolso.

— Eu tenho algo pra você. — entregou uma caixinha pequena para Minseok.

O menor abriu a caixinha e quase deixou o queixo cair ao ver o lindo colar que tinha dentro.

— É lindo! — disse, observando os detalhes do colar de ouro com um pequeno pingente em forma de âncora.

— Sabe, âncoras significam estabilidade e confiança. A âncora é um instrumento que devolve a esperança nos momentos turbulentos, pode significar companheirismo e fidelidade entre um casal. — suspirou, pegando o colar nas mãos do ômega e pedindo para ele se virar de costas. Rapidamente, Jongdae colocou o colar no pescoço de Minseok e o virou de frente novamente. — É assim que eu enxergo nos dois, como dois companheiros. Quero que sejamos um casal que confia um no outro, quero que você seja a minha âncora e quero ser a sua. — ele tirou o colar que usava de dentro da blusa, deixando-o nítido a visão do menor. — Mesmo com medo, eu quero me aventurar ao seu lado... Então... Eu queria muito saber o que devo fazer para você ser meu. Quer namorar comigo?

Minseok demorou alguns instantes para responder, ele tinha um sorriso enorme no rosto e seus olhos brilhavam.

— Você não precisa fazer nada. Eu já sou completamente seu. Eu sou a sua âncora, e você é a minha. — segurou o pingente de seu colar, e levou os dedos até o pingente que pairava sobre o peito do mais novo, fazendo com que Jongdae sorrisse e fechasse os olhos. — E, claro, eu aceito ser seu namorado.

— É muito cedo para dizer que te amo, mas eu quero deixar claro que estou muito apaixonado por você, Kim Minseok.

— Eu estou muito apaixonado por você também, senhor Kim Jongdae. — riu da última parte da sua fala, antes de segurar o rosto do alfa com suas mãozinhas e levar seus lábios até os dele.

Eles se beijaram de uma forma lenta e apaixonada, sem ao menos se importarem de estarem no meio de um shopping, e de seus amigos estarem os esperando.

Estavam felizes demais, apenas por estarem juntos.



xx

— Desculpe-me por não ter planejado nada para fazermos hoje. Sehun me avisou que queria a casa vazia agora. — lamentou Yixing.

Ele e Junmyeon andavam um ao lado do outro na calçada de um parque. Não sabiam o que poderiam fazer juntos, talvez fossem jantar novamente. Yixing não sabia. Era terrivelmente péssimo com encontros.

O alfa encarava o menor pelo canto de olho, vendo como a luz do luar o deixava mais bonito. E por um momento tudo o que ele fez foi se virar para olhar fixamente para o ômega. Não queria ser indiscreto e muito menos deixar  o Kim desconfortável, mas ele era lindo demais  e sua atenção parecia se fixar como cola nele.

— Não precisa se preocupar com isso. — respondeu Junmyeon, encarando o alfa de volta com um pequeno sorriso nos lábios e as bochechas coradas. Era tão comum ficar corado perto de Yixing, nem conseguia evitar mais que tal ato acontecesse. — Gosto de comer, então pode me levar para jantar todas às vezes que formos sair juntos.

— Então, o que você acha de voltarmos para o carro e procuramos algum restaurante para comermos?

— Acho ótimo!

Eles entraram no carro e rápido acharam um restaurante de comida chinesa, era perto da academia e Yixing já havia comida ali antes, então resolveram jantar por ali mesmo.

O jantar foi bastante divertido, como da outra vez, só que agora eles pareciam mais à vontade um na presença do outro. Não agiam mais como duas pessoas desconhecidas, agiam mais como um... Casal! Agiam totalmente como um casal e nenhum dos dois perceberam esse detalhe. Yixing mantéu sua mão sobre a mão de Junmyeon — que estava repousada sobre a mesa —, durante o jantar inteiro.

Depois do ótimo jantar que tiveram, os dois decidiram caminhar pela calçada da rua novamente. Ainda estava muito cedo para voltar para casa, com certeza Sehun e Luhan ainda estavam jantando. Era bom dar um tempo livre aos dois para se conhecerem, e Yixing gostava da companhia de Junmyeon, e vice-versa. Aquela rua por onde andavam só haviam restaurantes, dos mais variados tipos, até tradicionais coreanos ou franceses.

Yixing caminhava com as mãos dentro do bolso da calça, queria pegar na mãos do ômega, mas tinha medo de ser invasivo. Queria beijá-lo e fazer coisas típicas de casais sem se sentir desconfortável com isso. Ele estava querendo fazer uma pergunta para o menor, mas tinha medo de estar sendo rápido demais.

Junmyeon ao ver a careta que o alfa fazia, resolveu perguntar-lhe o que estava o atormentando.

— O que houve? Aconteceu alguma coisa?

O chinês resolveu dizer logo de uma vez. Não custava nada se arriscar afinal.

— Eu quero namorar com você.

Ele, a princípio, não entendeu. Franziu a testa, com sua mente tentando assimilar se realmente havia ouvido direito as palavras que o alfa soltara, e perguntou:

— O quê?

— Você pode achar cedo demais, pois esse é o nosso segundo encontro. Mas... — Yixing se interrompeu, parando de andar e fazendo com que o ômega parasse também. Ele tomou a liberdade de contornar a cintura de Junmyeon com os braços antes de prosseguir. — Eu estou apaixonado por você, Kim Junmyeon. Eu quero namorar com você. Quer namorar comigo?

O ômega ficou por um instante encarando o maior. Quando ele terminou de falar seu coração estava batendo muito rápido e sentia-o quase esmagando em sua caixa torácica, começou a soar frio e sentiu que poderia desmaiar ali mesmo, mas se manteve firme, ainda não queria acreditar no que Yixing falava. Era bom demais para ser verdade um alfa daquele estar apaixonado por si.

Lentamente ele deixou um sorriso aparecer em sua face e continuou olhando para Yixing, que já estava aflito pela demora.

— Eu também estou apaixonado por você, claro, muito apaixonado. E eu aceito namorar com você, Zhang Yixing.

O alfa sorriu aliviado e puxou o corpo do ômega colocando-o contra o seu, sentiu as mãozinhas do ômega pousando sobre o seu ombro e aproximaram suas bocas. Eles se beijaram ali, na esquina de uma rua movimentada, onde pessoas passavam a cada instante, mas não ligavam, pois estavam um com o outro.

xx

Sehun caminhava com Luhan para a cozinha, eles ainda estavam em um absoluto silêncio. O alfa achava que deveria dizer alguma coisa inteligente, mas sua mente não conseguia formular absolutamente nada naquele momento.

— Sehun, não sei o que você acha, mas eu gostaria muito de abrir o vinho agora. — disse o ômega. Ele resolveu quebrar o silêncio ao ver o nervosismo do maior. Luhan que era sempre tímido e acanhado, estava mais solto naquela noite.

— É uma boa ideia. — sorriu pequeno. — Não sei o que vocês preparam, então não sei qual combina mais com a refeição. — Sehun coçou a nuca.

— Qualquer um está ótimo. — respondeu Luhan. — O jantar ainda não está pronto, Minseok só me ajudou com metade. Não deve demorar muito.

Na cozinha, o chinês se apoiou contra o balcão, deixando uma perna por cima da outra, enquanto esperava Sehun que havia ido buscar um vinho na adega. Minutos depois o maior voltou com uma garrafa de sauvignon blanc, ele preparou o saca rolhas e com uma série de movimentos rápidos, ele abriu a garrafa. Ele serviu uma taça com o líquido, colocou a garrafa sobre o balcão e entregou-a para Luhan.

Pela primeira vez, Sehun parecia mais nervoso que o ômega. Ele podia sentir o cheiro natural de mel, mesclado com o cheiro do creme para o corpo com aroma de coco que o pequeno usava. Era o melhor cheiro que ele já havia sentindo em toda a sua vida. Sabia que seu lobo interior estava mexido, apenas por saber que antes odiava ficar perto de pessoas com o cheiro doce.

— Por que você preferiu jantar na cozinha e não na sala de jantar? — perguntou Sehun.

— Apenas não gosto de comer na mesa. — deu de ombros, dando um sorriso entristecido. Torceu para que o alfa não notasse. — Vai demorar um pouco para o peixe terminar de assar.

Sehun assentiu com a cabeça.

Luhan tomou um gole, se sentindo extraordinariamente feliz ao sentir o sabor gostoso do vinho. Era acostumado a tomar desde novo, seus pais não se importavam, e sinceramente era muito fã da bebida. O aroma suave de hortelã que exalava de Sehun ainda perfumava o ar, ainda mais que uma rajada de vento batia contra o alfa. Ele achava bonitinho a forma como ele olhava para si, esforçando-se para não parecer indiscreto.

O chinês prometeu a si mesmo que iria se esforçar ao máximo para conseguir conversar direito com o alfa, sem gaguejar, sem ficar com medo e sem se sentir inferior à ele. E estava conseguido até então.

Sehun olhou bem para ele. O ômega havia não o olhava, na verdade ele tinha o olhar perdido, olhando para a porta, em direção a grama que havia além dela.

— Está tudo bem? — perguntou ele.

Luhan levou alguns minutos para responder.

— Estava pensando em como me sinto bem perto de você. Um alfa que eu não conheço, e que muito menos me conhece...

— Acho que o conheço bem o bastante.

Sehun observou o instante em que o ômega abaixou o olhar.

— Você pensa que me conhece. — disse Luhan, em um sussurro. — Mas, na verdade, não conhece.

O mais novo sentiu que o chinês estava com medo de dizer mais. Podia sentir o cheiro do medo saindo de seus poros, ouvia o som do coração dele acelerando em seu peito.

— Eu acho que você é um ômega inteligente e charmoso, que tem um coração enorme. — Sehun falava, rodeando a borda da taça de cristal com o indicar, enquanto observava o menor  apertar os lábios. — Você tem razão quando diz que eu não conheço os detalhes específicos de sua vida, ou de seu passado, mas não imagino que essas coisas sejam importantes. Todo mundo tem um passado, mas ele se limita a ser apenas o passado. Você pode aprender com ele, mas não pode mudá-lo. Eu conheço o suficiente de você, Luhan, e ainda quero conhecer mais.

Do outro lado do balcão, Luhan parecia mais frágil do que o normal. Ele tinha os olhos marejados e um sorriso triste nos lábios.

— Você fala como se as coisas fossem simples. — disse o mais velho, passando as costas da mão para secar a única lágrima que havia rolado por sua face.

— Pode ser simples caso você queira.

Luhan girou a taça entre os dedos, segurando-a pela haste, enquanto considerava as palavras  do maior.

— E se o passado talvez não for passado? E se ainda estiver acontecendo?

— Acha que ele ainda está atrás de você?

— O que você disse? — Luhan titubeou, com os olhos arregalados na direção de Sehun.

— Você ouviu o que eu disse. — continuou Sehun. Ele manteve a voz firme e tranquila durante toda aquela conversa. — Você tem medo que ele o encontre, então supõe que ele ainda esteja atrás de você.

— Ele quem? Como você sabe? — perguntou ele, com a mente trabalhando em alta velocidade, os olhos arregalados e o coração acelerado.

— O alfa de quem você tem medo, Luhan. Um ex namorado, talvez. Estou errado?

Aquelas palavras de Sehun foram o bastante para lhe tirar todo o fôlego. Como ele sabia?

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