Meu Presentinho de Grego

By MaiaParaQueTeQuero

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Scott Harris tem uma vida de dar inveja. Com uma cobertura custando milhões, uma namorada tão famosa quanto e... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
SURPRESAAAAA
Capítulo 17
Capítulo 18
Elenco dos Sonhos - Votação ENCERRADA
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26

Capítulo 7

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By MaiaParaQueTeQuero


— O que?!  — Ouvi minha voz sair num fio de desespero — Europa? Como assim Europa?

Não. Aquilo não podia ser verdade... Europa? 

Estava tudo dando tão certo. Eu já estava me programando para conseguir encaixar as gravações da série e as do filme se as duas fossem ao mesmo tempo, mas, Europa? Como poderei lidar com isso? Mesmo que as gravações do filme de Daniel comecem depois do término de Lost Lives, como mudar toda a minha rotina e a de Seth por seis meses em um continente totalmente diferente? Será que Claire aceitaria ir conosco se eu aceitasse esse papel?

— Ah, cara. Você sabe... — Ele começou a gesticular com as mãos no ar — Eu sei que os filmes são mais elaborados e mais bem feitos aqui em Hollywood mas esse filme tem uma pegada mais medieval, entende?

— Não, eu não entendo. Por que não usa a "mágica da tecnologia" a favor de vocês aqui? — Ele me olhou com as sobrancelhas arqueadas como se a resposta fosse óbvia.

 — O que melhor do que um cenário real, com figurinos reais e pura realidade? — Ele deu ênfase na última parte e ficou esperando minha resposta. Acho que nunca fiquei tão indeciso em toda a minha vida — Por favor, estou contando com você, parça!

— Acho que não posso... — Daniel me olhou como se estivesse vendo um fantasma na sua frente.

— Por quê? Ah, cara! Por quê? — Ele perguntou se alterando e eu me assustei um pouco. Nas vezes que nos vimos nunca conheci esse lado nervoso de Dan.

 — É que... Uhm... — As palavras sumiram da minha boca. 

Eu estava prestes a acabar com minhas chances de estrelar um filme pelo bem estar do meu filho e me achava um tremendo imbecil por estar com raiva disso. Era meu filho em jogo e eu não conseguia tirar aquela proposta da minha cabeça. Que pai eu seria para ele se aceitasse esse papel e nos mudasse por metade de um ano para um país a milhares de quilômetros daqui?

  — Desembucha Scott! — Ele estava inconformado, esperava uma explicação e eu me sentia na obrigação de dá-la.

— É que eu sou pai agora, não pos... — Nem comecei a falar direito e ele já me interrompeu.

— Não, espera. Eu ouvi certo? Você, Scott Harris, tem um filho?

— É cara, pode acreditar...— Tirei meu celular do bolso e mostrei uma foto de Seth para ele, que observou a tela curioso.

— Como eu não fiquei sabendo disso? Preciso encotrar fontes melhores urgentemente!

— Suas fontes não estão erradas, é que eu estou mantendo o garoto em segredo por enquanto. Pode parecer egoísta mas estou poupando a imagem dele. Não quero tabloides discutindo e tentando descobrir quem é a mãe. Essa mulher já me deu muita dor de cabeça, não quero mais.

 — Co-como assim? É uma stripper? Ou uma fã? Puta que pariu, mano! Me diz que você não engravidou uma fã! — Ele cobriu o rosto com as mãos esperando, talvez, que uma bomba explodisse na sua frente se eu dissesse "sim".

— Ei, não é nada disso. — Respondi e fiz sinal para que um trabalhador da lanchonete viesse até nós. Daniel respirou fundo e acendeu a tela do celular para ver as horas. 1h15 da manhã — Gostaria de mais um Milk Shake de chocolate, por favor.— O cara assentiu anotando em um bloquinho e se distanciou em seguida.

  — E quem é a mãe? — Ele perguntou, parecendo bastante curioso com a minha tragédia familiar. Revirei os olhos e me recostei na cadeira, me negando a responder — A mãe dele não pode ficar com o bebê enquanto você está nas gravações?

  — Cara, é complicado de explicar, nem eu estou  entendendo direito. Foi tudo tão de repente e agora eu estou praticamente sozinho com ele — Voltei minha atenção no relógio e respirei fundo. Só lembrar daquela víbora da Vanessa já me tirava do sério.

  — Então quer dizer que você está sozinho nessa? — Ele perguntou alarmado e eu neguei com a cabeça.

— Tem uma pessoa me ajudando, mas não posso simplesmente chegar nela e perguntar se quer se mudar comigo para outro continente assim do nada, entende?

O cara magricelo apareceu trazendo o meu pedido e eu dei a ele uma nota de cem. Disse que podia ficar com o troco e o garoto mal acreditou. Os próximos cinco minutos que se passaram foram em total silêncio, Daniel no celular conversando com alguma garota por mensagem e eu bebendo meu milk shake sem saber qual rumo seguir na minha vida.

 — É cara... Vou ter que meter o pé, tenho um encontro com uma mina daqui a pouco. Resolveu o que vai fazer?— Daniel me encarava sério enquanto eu terminava minha bebida.

— Tenho até quando para te dar uma resposta? — Perguntei e ele sorriu fraco, acho que estava esperando que eu desse minha resposta final agora.

 — Pode me dar uma resposta até o fim desse mês? É que nós estamos com pressa para fechar com o elenco final...

—   Claro, claro... Acho que consigo até antes. — Levantei e estendi a mão em sua direção e Daniel a apertou logo em seguida.

 — Pense com cuidado, amigão... Estou contando contigo, de verdade! 

 — E eu contando com a minha babá. — Daniel gargalhou alto e tampou a boca com a mão assim que percebeu que estava sendo escandaloso demais até para ele. 

 — Tudo bem, tudo bem... — Ele disse respirando fundo — Assim que resolver o que fazer, ligue imediatamente para mim.

(...)

Fechei a porta do carro e encostei a cabeça no banco, respirando fundo. Quando eu recebi a mensagem de Daniel perguntando se eu poderia encontrá-lo hoje, não passou na minha cabeça em nenhum momento que ele fosse fazer uma proposta como essa.

O que eu faço? 

Seria egoísmo meu mudar toda minha rotina e a rotina do meu bebê por um filme? E se fosse possível, como eu conseguiria mudar tudo daqui dos Estados Unidos para onde quer que fosse na Europa? Seriam seis meses em um lugar totalmente diferente. Metade de um ano ocupado com gravações sem quase dar a atenção que Seth precisa do pai agora. Se eu aceitasse essa proposta, será que Claire estaria disposta a se mudar comigo e cuidar do meu filho no exterior?

(...)

Destranquei a porta do apartamento e entrei em silêncio. Joguei minha bolsa em um dos cantos do hall de entrada e fui em direção a cozinha. No meio do caminho, porém, me deparei com uma Claire pensativa, aninhada em uma poltrona da sala e com uma xícara de um líquido fumegante em mãos, que pelo cheiro deveria ser chá. Assim que deu conta da minha presença, sorriu surpresa.

— O que está fazendo acordada a essa hora? — Perguntei curioso e ela deu de ombros, bebericando um pouco do chá. Estava usando um grosso casaco de lã com gola rolê como vestido e mesmo assim estava encantadora.

— Seth deu trabalho para dormir hoje, ele estava um pouco febril. Tentei te ligar mas seu celular só dava fora de área.

— Eu estava resolvendo alguns problemas com os diretores da Série.

Menti. Não sei como ela reagiria se eu falasse logo de cara sobre a ideia insana de Daniel ou o que eu estava pensando em fazer em relação a proposta. Isso poderia assustar Claire e eu não queria ter de procurar outra babá na manhã seguinte. Gostava dela e de seu trabalho impecável e duvido que conseguiria encontrar outra babá que fizesse tão bem para o meu filho como ela faz.

— Ele está melhor? — Perguntei, quebrando a nova barreira de silêncio que se instalou sobre nós e ela balançou a cabeça positivamente — E ainda não foi dormir por quê, cara Evans? — Ela riu do jeito que a chamei e levantou a xícara na minha direção para mostrar seu conteúdo.

— É camomila. Acabei perdendo o sono então vim pra cá pensar um pouco na vida.

Sentei na poltrona ao seu lado e fiquei a observando em meio a luz fraca do abajur que nos separava. Sua beleza me era tão familiar, como não conseguia lembrar de onde a vi ou a conheci?

Ela sorriu assim que percebeu que eu estava a encarando descaradamente e como uma criança de quatro anos, colocou a língua para fora, fingindo fazer pirraça. Ri de sua bobeira e fiz o mesmo. Era assustador e surpreendente ao mesmo tempo o jeito que Claire me fazia sentir quando estava com ela. Era como se transportasse para um lugar sem preocupações, como...Como se me teletransportasse para meu passado calmo e despreocupado em Utah. E como eu sentia falta disso...

— Eu posso perguntar uma coisa? — Ela voltou a me olhar nos olhos — Se não quiser responder tudo bem, eu...

— Você quer saber do meu bebê, não é? — Ela perguntou num tom baixo e calmo, como se fosse óbvio e já esperado. Suspirou e voltou a me olhar, triste. Eu sou um tolo de ter entrado nesse assunto... Agora ela vai ficar magoada comigo.

— Desculpe, não queria deixar você triste, só... Só fiquei curioso. Desculpe!

— Não tem problema, Harris. — Ela forçou um sorriso amarelo que logo se desfez — É que eu estava certa de que já superei mas sempre que alguém toca no assunto eu vejo que nada mudou desde aquele dia. Não estou preparada para falar sobre isso agora... Me desculpe.

Um silêncio constrangedor se estendeu por alguns poucos minutos. Eu não deveria mesmo querer me meter em um assunto tão delicado assim. Aonde eu estava com a cabeça?

— Não me olhe assim! — Ela falou e riu baixo, foi só então que eu percebi que a observava — Não estou chateada por você querer saber. Na verdade já estou até acostumada com as pessoas vindo me perguntar. É que ainda é difícil demais para mim. Acho que em um outro momento, talvez...

Sua voz calma aliviou minha consciência, que estava me matando achando que tinha ferrado tudo com ela.

— Você é diferente...— Disse assim que ela se levantou alegando estar cansada. Claire parou de costas para mim e deixou seus ombros caírem, levemente. Ouvi um suspiro pesado.

— E você não mudou nada...

Minha cabeça confusa não me deixou pensar sobre essa frase, por mais que ela fosse tão confusa quanto minha vida nessas últimas semanas. Era estranha, talvez eu tenha a escutado mal. Estava exausto e precisava ir dormir.

Olhei pela ultima vez meu relógio. Duas e dez da manhã. Subi, me arrastando e entrei no meu banheiro. Tomei um banho quente e caí na cama consumido pela incerteza sobre o que fazer com essa proposta inacreditável em que fui cotado e pela confusão de sentimentos que experimento quando estou perto de Claire. Tudo pesou tanto em minha cabeça que quando eu fechei os olhos...

(...)

Depois de colocar uma roupa mais confortável, fui ver como estava Seth. Ele dormia tranquilamente e segundo meus cálculos, já havia mamado há uma hora. Acariciei os seus poucos cabelinhos e ele ameaçou acordar. Dei leves batidinhas em suas costas até ele parar de resmungar e voltar a dormir profundamente. Fechei a porta com cuidado ao sair e desci para procurar Claire. Estava afim de comer fora, já que Sra. Nastácia havia tirado o fia de folga. Talvez até conseguisse contar a Evans da proposta de trabalho que recebi ontem à noite.

Procurei-a em toda parte mas não a encontrei. Foi então que pensei que ela poderia estar em seu quarto. Pensei em bater na porta mas ela estava etreaberta. Com um empurrãozinho, a abri mais e pude ver ela de frente ao espelho grande, observando algo. Foi então que vi uma coisa, que fez meu coração acelerar e meus passos aumentarem a velocidade na sua direção.

— O que é isso, Claire? Por que seu pescoço está todo roxo? 


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