Capítulo 2

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(...)

- Scott, eu estou indo viajar amanhã... - Aquelas palavras que eu ouvia tanto antigamente como algo normal de sua carreira agora me assombravam totalmente.

- O quê? Não vai levar meu filho de mim, Vanessa! - Ela não se abalou com meu tom de voz alto e continuou séria.

- Você sabe melhor que eu que não sirvo pra ser mãe, cara. Eu nunca quis ter filhos e aí veio o Seth... Eu não tive coragem de abortar porque pensei em você e como era seu sonho ser pai e... - Ela deu uma pausa e sentou, respirando fundo - Eu só voltei pra te entregar ele.

- Me entregar ele? Esse bebê não é mercadoria, Vanessa! - Naquele ponto eu já estava mais uma vez fervilhando de raiva daquela mulher.

- Eu sei, mas ele é o seu filho também! - Ela gritou e assustou o bebê que dormia tranquilo, fazendo ele acordar aos berros - Acalma ele, Scott... - Ela se levantou com a mão na testa e começou a andar de um lado pro outro, nervosa por ouvir ele chorando.

Depois de alguns poucos minutos, consegui fazer com que ele voltasse a dormir, mas continuei com ele no colo. Era louco que só de olhar pra ele eu já me acalmava. Precisava dele perto pra me manter no eixo.

- Scott, eu tenho um trabalho... Pelo amor de Deus! Você sabe o quanto que eu batalhei por ele e eu não posso parar por causa dessa criança. - Ela olhou para o pequeno dormindo no meu colo - Eu não quero ficar com ele, só quero poder voltar ao trabalho e não ter que me preocupar com choro de bebê de noite.

- Como um ser humano pode ser tão frio assim? - Perguntei em voz alta, mas pra mim mesmo - Ele é um recém-nascido, precisa da mãe pra crescer saudável... Sabe quanto o seu leite é importante pra ele?

- Meu leite secou há algumas semanas... - A olhei incrédulo, só podia ser mentira - Não me olhe assim! Acontece! E acabou acontecendo comigo... Ele está à base de uma fórmula que o pediatra passou lá na França. Deve vender aqui também.

- Essa não é a questão mais importante. Ele precisa da presença da mãe, Vanessa! Como pode largar ele comigo e sumir de novo? Eu não sei cuidar de um bebê! - Eu estava entrando em pânico e ela nem sequer demonstrava pena. Vanessa sabe esconder bem seus sentimentos, disso eu sabia e já me acostumei com o tempo.

- Arruma uma babá, Scott... Não é tão difícil, cara! Até te recomendaria essa que está comigo agora, mas ela voltará pra França amanhã de manhã. - Ela me encarou por alguns segundos, talvez estudando o meu rosto nervoso - Por favor, Cott!

- Não me chame assim! - Respondi entredentes e ela me encarou sombriamente.

Ela então se levantou raivosa e tomou o bebê do meu colo com cuidado para não acordá-lo e colocou no carrinho. Chamou a babá, se despediu e foi embora sem mais nem menos.

Fiquei assustado com medo de que ela levasse o bebê com ela nessa viagem. Mas eu ainda tinha esperanças de que ela havia mudado o pensamento sobre largar o filho e continuar por aqui com ele.

Mas essa esperança só durou até manhã seguinte...

Acordei, não pelo despertador como sempre, mas sim com um chorinho que eu estranhamente conhecia vindo do andar de baixo. Esfreguei os olhos, coloquei os chinelos e desci para ver o que Vanessa queria a essa hora.

Quanto mais perto eu ficava da sala, mais alto era o choro e isso me deixou preocupado. Apressei o passo e desci as escadas quase tropeçando e quando cheguei ao cômodo, levei um susto. Não havia Vanessa, babá ou alguém que eu realmente esperava ver ali...

- Scott, de quem é esse bebê? - Alana me encarava assustada enquanto tentava acalmá-lo.

- Lana, é uma longa história... - Continuei sério e fui em sua direção - E aí, garotão, cadê sua mamãe? - Peguei ele do colo dela.

- Quem é ele, Scott? - Alana repetiu e continuou a me encarar enquanto eu ninava o bebê.

- Uhm... Acho que devo lhe parabenizar... - Sua careta de dúvida só piorou e eu ri de sua possível confusão mental.

- Oi? Do que você está falando?

- Parabéns, você é titia! - Disse e vi ela cambalear até o sofá mais próximo e cair com tudo em cima dele - Esse é o Seth, meu primogênito.

- O-o quê? Titia?! - Ela me encarava incrédula - Como? Quando? Onde? Por que não me disse antes? Com o quê você estava na cabeça pra querer adotar um bebê, Scott Harris?

- Querida irmãzinha... Eu não adotei esse bebê. Ele é meu. Tem meu DNA correndo nas veias desse molequinho.

- Mas como isso é possível? Que vadia você irresponsavelmente engravidou, Scott? - Ela perguntou com ódio no olhar mas abaixou o tom de voz quando eu fiz sinal para ela não gritar já que o bebê havia se acalmado e agora observava meu dedão.

- Que forma amigável de perguntar quem é a mãe dele... - Ri sem humor. Alana levantou e veio observar o bebê a encarando do meu colo. Era impressionante como nós já tínhamos tanta ligação em tão pouco tempo juntos - A mãe dele era o amor da minha vida, que fugiu com o amante e agora voltou pra me entregar o que é meu de direito.

- Não entendi... - Lana parou pra pensar e quando descobriu, me encarou abismada - Não é possível!

- A Vanessa é a mãe do Seth, Alana. - Seu queixo quase caiu no chão - Ela me contou assim que chegou aqui, semana passada.

- E como você não me disse isso, Scott? - Ela estava enfurecida - Eu sou sua irmã! Papai e mamãe já sabem? Hein?! - Indignada, me deu um tapa na nuca.

- Ai! Dá pra você parar de gritar? - Sacudi levemente o bebê para que ele não se assustasse com os gritos de minha irmã escandalosa.

- Desculpa... É que eu estou nervosa. - Ela respira fundo e senta no sofá - Acabei de descobrir que sou tia e a ficha ainda não caiu.

- Nem pra mim a ficha caiu ainda... - Ri e coloquei o bebê no carrinho - Só não te contei antes porque estava em esperando o teste de DNA ficar pronto.

- Entendo que tenha ficado em dúvida... Aquela mulher é uma víbora, estava só esperando pra dar o bote!

- Falando na víbora, onde está Vanessa? - Perguntei olhando para os lados e Alana negou com a cabeça.

- Não faço ideia... Quando cheguei, Seth estava com dona Nastácia.

- Oi? - Perguntei atônito e já entrando em desespero.

Se ela não estava aqui só significava uma coisa: ela tinha largado o moleque comigo...

Eu não podia acreditar no que estava acontecendo... Ela teve mesmo coragem de largar o filho dela comigo pra fugir novamente? E o que eu iria fazer com aquela criança? Eu também tenho uma carreira muito importante... Como seguir com um bebê? Como cuidar do moleque se eu não tinha tempo nem para cuidar de mim?


- Hey, Cott! - Lana estalou os dedos em frente ao meu rosto e só então percebi que estava perdido em meus pensamentos - Você sabe onde ela está?

- Ela foi embora... Ela simplesmente foi embora! Merda! - Bradei entredentes e olhei o pequeno mexendo suas perninhas dentro do carrinho, tentando me colocar no lugar novamente - Ela só veio me entregar a criança e foi embora.

- Como assim, Scott? Pelo amor de Deus, que mulher em sã consciência largaria um recém-nascido e sumiria? - Ela perguntou enquanto eu vasculhava a imensa bolsa que Vanessa havia deixado ao lado do carrinho.

- A Vanessa acabou de fazer isso, Lana... - Disse sério soltando em seguida um suspiro longo - Ela me disse que não queria o bebê e que só veio pra cá pra me entregar ele porque precisava continuar com a carreira dela.

- Com que monstro você se apaixonou, Scott?! - Ela perguntou abismada e eu não consegui responder. Ela estava certa... Como eu pude amar uma mulher tão fria e sem coração como Vanessa? - O que você vai fazer agora?

- Eu já esperava isso dela... Mas tinha esperanças que ela mudasse de ideia, sabe? - Sentei no sofá com as mãos cobrindo meu rosto - O que eu vou fazer com esse bebê, Alana?

- Hey, acalme-se! Um bebê não é o fim do mundo, cara. - Ela acariciou minhas costas como fazia antigamente quando eu estava triste ou nervoso - Olha que coisinha mais linda ele é!

Alana tinha razão... Não tinha porquê ficar parado me lamentando pelo presente de grego que minha ex-noiva deixou em meu apartamento. De uma forma ou outra, ele era meu filho e eu tinha que dar a ele tudo o que sua mãe sem coração não deu.

- Vou ter que ligar pro Carl e falar que não vou poder gravar por alguns dias. Preciso encontrar uma babá o quanto antes... - Peguei o celular do meu bolso e procurei alguns contatos necessários - E vou precisar de sua ajuda, maninha.

- Pode falar, Cott... - Ela disse quase num sussurro enquanto observava o bebê dormir sereno.

- Pode quebrar o galho de comprar as coisas para o quarto dele? - Ela me encarou espantada e um sorriso brotou em sua face - E essas coisas que bebês precisam... Tipo fralda...

- Jura?! Jura que vai me deixar decorar o quartinho dele? - Ela parecia não se aguentar de tanta felicidade. As vezes eu esquecia do quando ela queria ser mãe. - Ai, eu te amo!

- Se quiser pode levar ele... - Falei olhando dentro da bolsa que encontrei perto do carrinho - Acho que é essa a fórmula que ele está tomando. Vanessa não me disse o nome mas deve ser essa, sim...

- Mas eu não tenho jeito com crianças... - Ela disse baixinho, parecia realmente chateada - Não sei nem trocar fraldas, Scott!

- Ninguém nasce sabendo, maninha. - Ri de seu pequeno desespero - Você vai se dar bem com Seth... Ele parece ser bem bonzinho.

- Tudo bem, então. Qualquer coisa te ligo! - Ela depositou um beijo em minha bochecha antes de pegar o carrinho e a bolsa do bebê.

- Usa o óculos e aquele chapéu, tem um paparazzo que não sai daqui faz dias. Está me tirando do sério! - Ela assentiu rindo - E não esquece de comprar um bebê conforto, pelo amor de Deus!

- Pode deixar, maninho! - Ela piscou pra mim antes de sair - Eu sou a melhor em fazer compras e gastar dinheiro, meu amor!


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HEEEEEEY! Gente, estou dando uma olhadas nesses primeiros capítulos pra mudar algumas coisinhas. Nesse eu não mudei nada nesse mas a partir do capítulo 3 tem coisa nova, não reescrevi eles, apenas adicionei mais informações se é que me entendem...

Espero de verdade que gostem!!!!!

Meu Presentinho de GregoWhere stories live. Discover now