Scott Harris tem uma vida de dar inveja. Com uma cobertura custando milhões, uma namorada tão famosa quanto ele e sua carreira de ator decolando monstruosamente rápido, o que poderia dar errado?
Numa reviravolta do destino, o que parecia ser um cont...
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— Anda, Claire! Para quem são esses testes? — Ele perguntou tentando conter a voz para não causar alarde. Dei de ombros, sem saber o que responder. Não queria ter que entregar Alana sem a permissão dela.
— Para mim é que não são, Scott! — Soltei, enfim, tentando alcançar as caixinhas em suas mãos mas ele levantou os braços para que eu não as pegasse. Pulei algumas vezes mas não consegui alcançar.
— Você não...
— Claro que não estou, Harris! De quem eu estaria? Do Ursinho Pooh, por acaso? — Seu rosto se contorceu e vi que estava tentando não ficar enrubescido mas sem sucesso. Suas bochechas ficaram mais vermelhas que nunca.
— Bem... Não sei da sua vida íntima, e nós nunca... E então pensei que... — Ele desviou o olhar, nervoso. Parecia uma criança tentando se esconder ao ser pega no flagra fazendo algo que não devia.
— Então pensou errado! — Estava começando a ficar com raiva de todo aquele show — Achei que o que nós tínhamos era algo sério, Scott. Por que a desconfiança toda agora?
— Você tem razão, me desculpe.
Suas desculpas pareciam ser sinceras. Ele olhou para os pés e me entregou as caixinhas, meio relutante. Ele segurou meu braço de forma delicada assim que peguei os testes e eu o encarei sem entender.
—Claire, eu sinto muito mesmo... — Ele respondeu olhando fundo nós meus olhos. Estava amargurado, eu conseguia sentir que ficara tenso — É que desde que Vanessa me deixou, ando muito desconfiado. Não é por mal, entende? É só que... Quando vejo já estou paranóico. Me desculpe.
— Você não precisa se desculpar. Eu te entendo completamente, só que você sabe que pode confiar em mim, não sabe?
— Eu sei. — Ele me abraçou, e deixou que eu me aconchegasse em seu peito, como eu sempre costumava fazer quando éramos menores. — Mas... Posso saber para quem são? — O que eu iria falar? Alana não tem certeza de nada. Ela não...
— São para mim, Cott... — Lana estava vindo em nossa direção. Parecia estar melhor mas ainda tinha os lábios pálidos e os olhos fundos. Dei alguns passos para trás, ficando fora do caminho dos dois. Desde quando ela estava ali?
— Mas... Que... Porra... — Scott disse olhando fixamente para a irmã, que se encolheu com a última palavra. Ele se aproximou e segurou o rosto dela delicadamente, observando o rosto da irmã por alguns instantes — Você acha que está grávida, Lana? — Ela assentiu e sorriu fraco. Scott respirou fundo e a abraçou em seguida — Já era tempo, maninha, dois anos que espero por isso!
Alana voltou a chorar, ainda nos braços de Scott. Era compreensível que estivesse nervosa ou com medo do que estava por vir, mas eu tinha plena certeza de que ela se sentiria a mulher mais feliz do mundo quando tivesse o seu bebê nos braços.
