Capítulo 23

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O carro abafava o som da noite agitada lá fora

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O carro abafava o som da noite agitada lá fora. Pessoas corriam animadas para todos os lados e o Sol se preparava para se pôr a qualquer momento.

— Pode abrir os olhos. — Falei ao parar o carro no estacionamento. Ouvi um gemido de frustração vindo do banco do carona. Ela odiava surpresas, mas eu não podia fazer nada em relação a isso.

Estávamos no píer de Santa Mônica, de frente ao Pacific Park e esse seria nosso segundo encontro, que planejei para ser muito melhor que o primeiro.

Desde que me mudei para Califórnia, sempre tive o sonho de trazer Claire aqui. Ela gostava de "aventuras, coisas que dessem frio na barriga e tremedeira nas mãos mas que depois a deixassem eufórica e cheia de adrenalina". Lembro quando essas palavras foram ditas pela mesma garota ao meu lado quando ela tinha apenas doze anos. Tínhamos acabado de sair de uma montanha russa que montaram para um festival em nossa cidade natal e ela sorria como nunca. O brinquedo em Utah não era nem de longe tão grande quanto a do Pacific Park, mas para nós que morávamos quase no interior e conhecíamos um total de nada além da nossa cidadezinha simples, aquele pequeno parque improvisado em um grande terreno baldio era um mundo.

— O qu... O quê? — Ela perguntou com os olhos arregalados, sua cabeça movendo-se para cá e para lá, ora encarando o parque, ora olhando para mim estupefata.

— Surpresa! — Felei quase cantando a palavra e ela riu.

Ainda sem acreditar muito, Claire deu um impulso com o joelho no banco e se jogou em cima de mim, me abraçando desengonçada.

— Você é perfeito! Obrigada! — Ela me beijou nos lábios. Seu gloss tinha gosto de morango.

(...)


Claire parecia uma criança, quase saltitando enquanto andava. Sua mão estava deliciosamente quente segurando a minha. Ajeitei os óculos quando uma garota há uns quinze metros começou a me encarar fixamente.

— Acho que uma menina acabou de me reconhecer. — Disse disfarçadamente enquanto forçava um sorriso. Claire apertou minha mão de leve.

— Vai ficar tudo bem, não se preocupe. Dê um autógrafo, tire uma foto e está feito. — Ela respondeu como se fosse a coisa mais óbvia. Bufei, ansioso.

— Não quero pessoas atrás de mim interferindo em nosso encontro. Esse é o nosso momento, tem que ser perfeito. — Respondi, tentando esconder que o fato de as coisas terem agora chances de saírem dos trilhos estava me deixando nervoso.

Evans envolveu meu braço com os seus e encostou sua cabeça nele. Suspirou baixo e olhou para o chão. Algo a incomodava. Com minha mão livre levantei seu rosto e vi uma fraca fumaça branca sair de suas narinas e suas bochechas, observei, estavam mais vermelhas que o normal por culpa do frio. Ela sorriu fraco e soltou meu braço para ajeitar seu gorro de lã na cabeça.

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