O nadador e o assistente

By PHMMoura

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O clube Prado Maranhão de desportos aquáticos, um lugar onde aqueles que miram o topo dos esportes aquáticos... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Epílogo

Capítulo 35

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By PHMMoura

— Não pode ser — disse Mari, parando o garfo a meio caminho da boca aberta. — Sério isso?

— Sim — disse Cris.

A expressão surpresa no rosto de sua prima era engraçada, mas, mesmo antes de contar a novidade sobre ele e Nelson, o assistente já tinha um sorriso de orelha a orelha.

— Boa, priminho — disse ela, compartilhando a felicidade dele.

— Valeu. — O sorriso do assistente só crescia.

Cris voltou a atenção para a comida, mas, em vez de comer, ele brincou com o que estava no prato. O que ele queria era correr até o outro lado do refeitório e contar ao mundo que ele e Nelson estavam juntos.

— Mas vamos ser justos por um instante — disse Mari, finalmente comendo a comida no garfo. Então ela o apontou para o primo. — Já tava na hora. Tipo, todo mundo tava cansado de esperar vocês dois ficarem. Falo sério, todo mundo.

— Cala a boca. Não estou ouvindo nada. Não importa o que diga, estou feliz demais pra dar ouvidos — murmurou Cris enquanto comia os ovos. — Espera. Como assim todo mundo estava cansado de esperar? Mais alguém além de você e do Marcelo sabe de nós dois?

Nunca contei pra ninguém... E não tem como o Nelson ter contado pra alguém além do melhor amigo. O Marcelo poderia ter falado pra alguém, mas duvido...

Mari riu e mostrou uma expressão de falso choque.

— Você tá brincando, né? Por favor, me diga que tá brincando.

— Apenas diga...

— Eu não acredito, priminho. Você deve mesmo estar com a cabeça nas nuvens e no Nelson pra não ter notado.

Cris suspirou. Logo sentiu que era uma conversa que ele não gostaria de ter. Não agora, quando estava feliz demais com tudo acabou entre ele e o nadador. Seu coração ainda batia forte quando ele se lembrava de como Nelson voltou só para dar aquele beijo apaixonado nele.

Mesmo assim, sua curiosidade foi mais forte. Por que sou assim...?

— Sério, só desembucha logo, Mari. Porque, se quiser tirar onda comigo, vou te ignorar e ser feliz.

— Beleza, vou contar. Só não vire um daqueles caras que só pensa no namorado e esquece das primas legais — disse Mari. Então se inclinou para frente enquanto mostrava um sorriso maldoso. — Se você acha que sua situação com o Nelson é um segredo, pense de novo. Os dois são um assunto bem popular entre as meninas.

Cris ficou de queixo caído. Mas, no segundo seguinte, o sorriso voltou. Então todo mundo já sabe da gente...

Por um lado, ele gostava da ideia. Cris era o mais aberto que podia com sua sexualidade.

Por outro lado, ele tinha medo de que seria muito para o Nelson dar conta.

Mas vai dar tudo certo, de um jeito ou de outro. Cris simplesmente sabia que daria.

— É mesmo? — ele disse, fingindo que a novidade não era uma surpresa para ele.

Mari riu.

— Pare de fingir que já sabia. Pode enganar seu namorado com isso, mas não funciona em mim.

— Tá bom — disse Cris, corando com a menção da palavra namorado.

Somos namorados agora... A ideia era o suficiente para fazê-lo querer rir de felicidade.

— Vou te dizer tudo, primo meu. Primeiro, tinha várias meninas com inveja por terem perdido um baita partido pra você — disse Mari, feliz demais em compartilhar a fofoca. — Mas, quando isso passou, elas ficaram interessadas em que ponto do relacionamento vocês estava. Teve até bolão pra adivinhar quando os dois iriam finalmente ficar.

— Sem chance... — As bochechas de Cris ficaram vermelhas enquanto ele cobria o sorriso com as duas mãos. — Não fiquei sabendo de nada disso...

— É... acho que é porque estava ocupado demais caído de amores pelo Nelson pra nos notar aqui no planeta Terra. Mas, sei lá. Quem sou eu pra dizer qualquer coisa? — disse Mari, erguendo as mãos. Porém, no momento seguinte, ela soltou uma risada seca. — Perdi o bolão, aliás. Valeu pela falta de consideração com a carteira da sua prima.

— Quê? Você apostou?

— Mas é claro. Não tinha como eu não participar. E pensei que ia vencer fácil... Tinha certeza de que já teriam dado uns pegas agora. Mas, não. Você só chupou o pau dele. Obrigada mesmo por manter a pureza do seu relacionamento — disse ela, sem tirar o sarcasmo enquanto fazia sinal de joinha.

Cris decidiu ignorar o sarcasmo da prima.

— De nada, Mari — disse, com um sorriso animado. Mas então olhou para baixo e suas bochechas ficaram vermelhas de novo. — Mas, sério. Estou feliz de que não transamos de cara. Se tivéssemos, talvez eu não tivesse me apaixonado por ele...

— Tô ligada... E adoro saber do amor alheio, falando nisso... me deixa bem feliz...

— Eu sei que deixa. Obrigado por me ouvir. Tanto quando quero conversar e quando não quero. — Cris sorriu para a prima. Mari suspirou e sorriu também. Mas então ele parou, o rosto ficando pálido. — Ei, quando você disse que todo mundo sabe... o m-meu... pai sabe também...?

— Que você é gay? Claro, acho que ele teve suas suspeitas desde que você trouxe seu primeiro namorado pra casa. Mas acho que o tio soube mesmo foi quando pegou vocês dois pelados no seu quarto.

— Pare de me lembrar disso...

Embora tivesse acontecido anos atrás, a lembrança ainda era uma vergonha que só.

— Impossível. Você ser pego com o pinto do namorado dentro da boca é uma das melhores memórias de natal que tenho.

Cris corou enquanto balançava a cabeça.

— Deixando isso de lado. Não era o que eu tava falando quando perguntei se ele sabe...

— Eu sei, primo. E não. Não acho que ele saiba o quão próximo você ficou do seu nadador nos últimos meses...

— Ótimo... graças a deus...

O assistente suspirou de alívio e voltou para seu café da manhã já frio.

— Não faria diferença, Cris — disse Mari com uma voz baixa e estranhamente séria. — Ele não vai ficar bravo porque você tá feliz.

— Eu sei, mas... — Cris pressionou os lábios enquanto tentava encontrar as palavras certas para expressar o que sentia. — Não é que eu esteja feliz, é porque eu...

— Porque se apaixonou por um nadador do clube — Mari terminou a frase para seu primo.

— É... — O assistente abaixou o olhar. — Não é a primeira vez que isso acontece...

— A última vez foi diferente. O tio ficou bravo porque pensou que você estava brincando e não levava o trabalho a sério. Os resultados do nadador foram ridículos pra um membro do nosso clube.

— É, eu sei, mas...

— Mas, quando o tio descobriu a verdade, ele ficou irritado com o nadador por gritar e te culpar. Ele até acabou o contrato na hora com o cara que te chamou de todas aquelas coisas nojentas — lembrou Mari. — Não importa o quão rígido ele seja com você sobre o futuro, isso é prova de que o tio vai te proteger, não importa a situação.

— É, acho... não, você tem razão.

Cris não tinha como esquecer da raiva do pai quando o nadador gritou e xingou o assistente.

— Isso mesmo, tenho razão sim. Acredite em mim quando digo isso; dessa vez, você está apaixonado pelo Nelson. O tio não vai falar um ai enquanto seu relacionamento não atrapalhar os resultados dele.

Cris suspirou e, quando olhou para a prima de novo, ele sorria de verdade.

— Obrigado por me lembrar disso, Mari.

— De nada, primo. — Mari mostrou um grande sorriso sincero. — Estou sempre aqui pra ouvir suas histórias de amor gay.

— Sabe que pode chamar só de histórias de amor, né? — Cris soltou uma risadinha.

— Tenho plena consciência disso — disse ela, dando outra mordida na salsicha. — Mas, por algum motivo, não tem o mesmo impacto.

— Tá certo... — O assistente riu de novo.

— Qual é, priminho. Agora que a conversa séria acabou, vamos pro que importa.

Mari engoliu o resto do café da manhã e colocou a bandeja do lado. Depois, posicionou os cotovelos na mesa e cruzou os dedos.

— Então, Cris. Por favor, conte para sua prima aqui como planeja celebrar hoje com o Nelson. Quais as ideias pervertidas que se passam por sua mente? — perguntou ela, forçando uma voz grave a sair.

O assistente corou e olhou em volta para se certificar de que ninguém ouvia. Quando percebeu o que fazia, ele riu. Estou agindo que nem o Nelson, pensou. Ele não desgostava da ideia.

— Ora, ora. Você estaria, por acaso, com vergonha de que te ouçam? — perguntou Mari, com uma voz ainda mais grave, balançando a cabeça ao mesmo tempo. — Não pode ser.

— É sim. Mais pelo Nelson. Não sei se ele está pronto pra ter pessoas sabendo o que planejo fazer com ele depois.

Mari mostrou um sorriso malicioso enquanto assentia, concordando.

— Boa. Aposto que ele vai ficar mais cansado com você hoje do que com a competição.

Cris dividiu o mesmo sorriso malicioso da prima.

— Vou me certificar disso. Ele vai ficar mais sem fôlego debaixo dos lençóis do que debaixo d'água.

Eles olharam um para o outro e riram em coro.

— Isso é excitante, priminho. Quero saber de tudo depois.

— Nem vem. Sou um cavalheiro. Não chupo e saio falando pro mundo.

— Ah, jura? Vai mandar uma dessas pra cima de mim, Cris? A pessoa que escutou você falar sobre o Nelson desde que conheceu o homem? Espera um momento. Eu comecei a ouvir dele desde antes de você conhecer o nadador. E agora que vão finalmente ir pra cama do jeito que vieram ao mundo, você vai simplesmente ficar sem me contar?

Cris sabia que seria inútil resistir a prima. Nunca conseguiu desde que eram pequenos. Mas, se o Nelson ficar sabendo, ele vai ficar com tanta vergonha... não que eu desgoste de imaginar isso...

Enquanto Cris sonhava acordado, Mari inclinou-se no assento.

— Tudo bem, priminho. Beleza. Ok. Não me conte de nada — disse, com o tom de voz normal que parecia mais intimidador que o normal. — Vou só imaginar todas as coisas pervertidas que você e o Nelson vão aprontar depois. Mas, já que tenho imaginação fraca, terei que pedir ajuda das meninas.

O assistente pressionou os lábios para conter o sorriso. Sabia... Nunca venço ela...

— Tá bom... Eu vou te contar tudo amanhã... Se conseguir caminhar, é claro — adicionou ele, com um sorriso malicioso.

Mari assentiu, concordando novamente.

— Muito bem, primo. Pode preparar a loção.

— Sempre tenho de prontidão.

Enquanto os primos riam, Mari levantou.

— Vou pegar um pouco de leite. Quer? Ah, é mesmo. Nelson já te deu um pouco hoje — disse ela, com um sorriso malicioso enquanto se afastava.

Cris balançou a cabeça e terminou de comer seu café da manhã.

— Acabou? — perguntou Mari ao voltar. — Ótimo. Vamos.

— Pra onde?

— Ver seu namorado nadir, oras — disse Mari, a voz indicava que deveria ser óbvio. — O que mais?

— Você vai junto? — Cris não podia conter a surpresa.

Mari riu.

— Mês é claro. Não tem como eu perder algo tão importante no relacionamento gay do meu priminho. Provavelmente vou ser a pessoa que mais vai torcer. Bom, a segunda. Até parece que eu ia ganhar de você nisso.

—Então vamos nessa! — Cris sorriu.    

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