Nove Meses Para Sempre

By Ami_ideas

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[Série Amor Fora de Época] Eleanor tinha apenas nove meses para se manter longe da sociedade que a acusaria d... More

Sinopse + Casting
Prólogo
I.I - O Primeiro Mês
I.II - Um Homem Difícil
I.III - Além do Castelo
I.IV - Um Toque de Gentileza
II. O Segundo Mês
II.I - Uma Lady A Frente do Tempo
II.II - Uma Tarde Agradável
II.III - Um Lord Displicente
II.IV - Alvorecer
II.V - Uma Prosa À Dois
III - O Terceiro Mês
III.I - Alhos e Bugalhos
III.II - Afronta Às Gotshalg
III.III - O Passado da Condessa
III.IV - Improváveis Acontecimentos
III.V - Uma Promessa
IV - O Quarto Mês
IV.I - O Tempo
IV.II - Logros Incontornáveis
IV.III - A Hora da Reflexão
IV.IV - A Resposta Por Dentro
V - O Quinto Mês
V.I - O Piso Proibido
V.II - Um Baile (Des) Encantado
V.III - Uma Noite Mágica
V.IV - Amor (Em Guerra)
VI - O Sexto Mês
VI.I - A Epidemia
VI.II - Dias Difíceis
VI.III - A Condessa de Champnou
VI.IV - A Redenção das Sogras
VII - O Sétimo Mês
VII.I - Indelével
VII.II - Elipse
VII.III - Duas Cartas
VII.IV - A Intrusa
VII.V - Duas Condessas
VIII - O Oitavo Mês
VIII.I - A Sala das Rosas
VIII.II - Sinestesia
VIII.II - Sobrevivência
VIII.III - Desaire
VIII.IV - Retratação

I - Uma Dama Inesperada

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By Ami_ideas

- Carregamos em nosso rosto, a história de nossas vidas. Em nosso corpo, as marcas que provam que ainda vivemos. No rosto dela não havia nenhum indício plausível que expusesse qualquer que fosse as suas histórias, mas seu corpo para sempre teria realces de um estigma. Mesmo assim, ela era leve como uma folha bailarina que dançava no último acto de sua vida, antes de finalmente beijar o chão.

_________________◊◊__________________

Camden saiu do mar sem nenhuma pressa. Os ombros largos se moviam a acompanhar as passadas cadenciadas enquanto a água escorria pela camisa branca e ceroulas de mesma cor. Os fios dourados estavam todos para trás e os pés descalços afundavam na areia fria que fazia questão de recordá-lo que não era uma boa estação para dar mergulhos demorados como os que ele dava todos os dias.

Tinha feito uma promessa quase três anos atrás quando a maldita tragédia aconteceu. Ainda se lembrava da noite fria e os relatos dos habitantes do vilarejo que tinham assistido tudo sem conseguir chegar a tempo para impedir o grande desastre que assolou sua vida. Quem diria que tudo terminaria de tal forma? Podia esperar de tudo dado ao facto prevalente, mas nada se comparava ao destino fatal. Incertezas eram facas de gumes afiados que se enterravam aos poucos em sua pele, pois geravam esperanças amoladas e que não se calavam em seu interior.

Quem sabe se? Era a pergunta que pairava sua mente todos os dias, mesmo após tantos anos onde todos tinham esquecido, menos ele que vivia e revivia os momentos intensos antes de tudo aquilo ter acontecido. Só por isso mergulhava naquele mar de inverno, procurando manter o coração congelado tal como seu corpo tinha mostrado ao se adequar a temperaturas tão baixas. Ou pelo menos era no que acreditava, porque só depois é que percebeu a razão de não odiar as temperaturas invernais.

— Creio que estamos atrasados, Leão. Shame. — Se envergonhou e acariciou o focinho do cavalo que relinchou. Os orbes cinzas analisaram o céu que mostrava tons laranjas, roxos e amarelos numa mistura bonita demais para ter que ir embora ao invés de se sentar ali para apreciar. Porém, tinha obrigações por cumprir e um título que exigia toda uma têmpera intocável por mais que por dentro desejasse ter sido um rebelde sem causa.

Apanhou as roupas que estavam dobradas em quadrados perfeitos perto de um dos pedregulhos entre vários que se espalhavam aqui e ali, e puxou a camisa molhada por cima da cabeça, revelando o torso muito bem moldado, antes de se vestir com a outra peça que estava intacta. Abotoou em toda calmaria que lhe competia e só então se dispôs a usar o colete por cima. As calças vieram por cima das ceroulas, pois sabia que algumas camponesas se punham a espreitar sempre que podiam e deixavam risadinhas envergonhadas escaparem pelo ar. Calçou as botas e finalmente colocou o casaco, ficando pronto para partir.

Quando montou o Leão – um cavalo dourado de raça pura que reluzia com os últimos resquícios dos raios do sol – se lamentou por ser tão tarde, não queria ser indelicado com a convidada, ainda mais sabendo da situação na qual se encontrava. Lord Parker tinha sido bem explícito na carta que lhe enviou, tanto que Camden demorou algum tempo para responder, refletindo se seria correto concordar com a presença de uma jovem naquele estado, colocando sua reputação em causa. Sabia que a família Parker estava quase na falência e que algumas propriedades tinham sido colocadas em leilão para que pagassem as dívidas do falecido patriarca. Também sabia o quanto Joshua era determinado e ambicioso, não tardaria a reverter a situação, a fama dele corria entre os membros do parlamento e muitas foram as mãos que se estenderam para ajudá-lo, inclusive a sua. Por isso não gostou de saber que a quantia avultada que enviara a família umas semanas antes, não servira para pagar a dívida pessoal entre os dois, a qual tinha sido descaradamente cobrada num pedido inusitado. Não era incomum que homens de posições superiores copulassem com suas subalternas, muitas eram enviadas para longe, por isso Camden compreendeu que aquela situação talvez fosse diferente, pois Lord Parker fazia questão de que a enviada ficasse sob uma espécie de responsabilidade e não sozinha em algum lugar daquele país.

Bom, ao que lhe competia era receber uma estranha em casa por nove meses e , todos saberiam que ela vinha de Londres – lugar onde fazia metade do ano sem colocar os pés – e que já tinha chegado à Champnou naquela condição. Pelo que o poupariam de qualquer acusação possível e iriam se concentrar em tentar descobrir quem era o nobre responsável por tal feito. Conversas como aquelas sempre rendiam longos serões de coscuvilhices entre as damas. Ao menos, sua dívida estaria finalmente paga, e poderiam esquecer o episódio triste que teria marcado o primeiro encontro dos dois.

Os habitantes paravam para o reverenciar ou ofertar alguns agrados sempre que atravessava a vila todos os dias, normalmente parava para ouvir uma e outra lamúria de praxe, era comum e garantia uma fidelidade entre os habitantes que o sentiam mais próximo do que todos os outros suseranos que se situavam pelas redondezas. Porém, naquele final de dia foi diferente porque Camden passou a galope mostrando que conhecia suas terras e não temia qualquer deslize na terra escorregadia, e sequer lhes dedicou um segundo da sua ansiada presença. Muitas eram as jovens que sonhavam com a possibilidade de algum conto de fadas acontecer e se tornarem no alvo do interesse dele, tanto que se apetrechavam e cirandavam sem parar na esperança de alguma mágica acontecer e se transformarem em futuras Condessas. Todos murmuravam que já era altura de ele se casar novamente.

Os portões subiram assim que um dos sentinelas o avistou do alto de uma das duas torres de pedra com vários andares e formato rectangular – que serviam para a vigilância do castelo e da vizinhança – e deu um grito de aviso não só pela chegada do Conde como para o cavalariço que correu a tempo de segurar Leão, assim que o seu dono parou e desceu.

— Vossa Senhoria. — O empregado que lhe concedeu uma reverência não deveria ter mais de vinte anos e era um pouco alto, com os cabelos pretos na altura do pescoço e uns grandes olhos verdes brilhantes. As ligeiras sardas que se espalhavam ao redor do nariz pontiagudo lhe davam até uma certa beleza que fazia muitas das criadas suspirarem.

— Jovem Rodgers. — Camden retribuiu com um aceno educado, os olhos cinzas não deixaram de examinar as calças do rapaz que já se encontravam acima dos tornozelos. Parecia que nunca mais parava de crescer. — Saberá me informar se o vosso pai já se fez presente ao castelo?

— Com toda certeza, milord. Inclusive já limpou e arrumou a carruagem que está preparada para qualquer eventualidade.

Camden não deixou nenhuma expressão transparecer, mas estava aborrecido por tamanha desfeita em relação a sua convidada. Se tinha concordado recebê-la, então deveria ter chegado a tempo de o fazer.

— Agradecido. — Deu meia volta e rumou em direção a entrada principal, passando a mão entre os fios de cabelo apenas para se lembrar que sequer usava um chapéu e que estava com as calças molhadas.

Magdalena abriu a porta muito antes deste se aproximar, tinha um grande rosto coberto por sardas – indicando de quem o filho tinha herdado – e as sobrancelhas claras estavam unidas no centro da testa. Usava uma touca por cima dos cabelos presos e um simples vestido azul e branco com uma grande gola aberta para os lados.

— Milord. — Até a vénia pareceu forçada, não deixando que Camden percebesse com exatidão se estava chateada com ele ou com outra coisa. Ela trabalhava no castelo há muitos anos para que soubesse numa única expressão o quanto estava destemperada.

Good Evening, senhora Rodgers. — A saudou, acenando ligeiramente em cortesia e entrando para o hall já a sentir as duas mãos gordas que o ajudaram a despir o casaco.

— Eu diria boa noite, milord. Eu diria boa noite. — Resmungava.

— Temo que me atrasei mais do que a conta, não era meu interesse de todo. Portanto, lamento. I'm sorry. — Ele se desculpou e se voltou para vê-la pendurar o casaco num dos pinos da parede feita de pedra rugosa. A iluminação ali dentro também era fraca àquela hora e o cheiro da cera da vela se fazia sentir pelo ar. — Ao assumir a chegada do senhor Rodgers junto da carruagem, devo concluir que minha convidada se encontra em meu castelo?

Os olhos de Magdalena faiscaram, revelando a fonte de toda sua preocupação. Levou a mão ao peito e as narinas se dilataram numa batalha interna antes de abrir os lábios pequenos para se dignar a falar.

— Creio que meu benquisto esposo terá cometido algum engano, milord. Por essas razões estou deveras inquieta. — Falava baixo demais. — Aposto que temos entre nós uma impostora que se faz passar por vossa convidada.

Impostora? — Camden franziu o sobrolho. — É grave o que me relata. Como terá a senhora Rodgers chegado a tamanha constatação?

— Veja por vossos olhos, Deus há-de saber que não me é competido julgar, mas como iria evitar? Quando avistá-la certamente compreenderá por que me sinto tão agastada. Thompson está um velho gagá a cada dia que passa.

Don't worry. — O Conde pediu para que não ficasse preocupada, não gostava de ver a governanta naquele estado e a curiosidade de saber quem se fazia passar pela senhorita Davies apenas aumentou. — Diga-me, senhora Rodgers, onde é que a possível impostora se encontra neste momento?

— Na sala comum, milord. Não a poderia acomodar de forma alguma, pelo menos não até todo este mal-entendido se ajustar.

Ele assentiu com a cabeça e seguiu pelo pequeno corredor que logo se dividia em dois ainda mais extensos. Passou pela longa escadaria dupla que serpenteava até ao cimo e virou à esquerda, ignorando as paredes escuras que continham dúzias de molduras com rostos familiares como uma lembrança de que tinham passado por ali. Deixou para trás pelo menos quatro portas gigantes com puxadores dourados e pesados, antes de finalmente encontrar a sala comum que como quase tudo ali dentro, era igualmente enorme com cortinados pesados da cor de carmim e belíssimos candelabros com pedras brilhantes em formato de gotas. A mobília antiga se destacava pela elegância dos bordados feitos à mão e estofos de tons escuros e com padrões ogivais. Todos os objetos de decoração se destacavam pela prata e ouro que esfregava opulência na cara de quem quisesse ver, assim como as tapeçarias que cobriam quase todo o chão amadeirado.

Nenhuma dessas coisas se destacava mais do que Eleanor que dormitava com o rosto escondido entre os próprios braços que estavam repousados no apoio de uma pequena poltrona. O cabelo muito bem preso formava uma bola grande na nuca, mostrando que mesmo não sendo liso, provavelmente era comprido. E o vestido despretensioso deixava à mostra a ponta das botas. Apenas um baú estava logo ao lado, mas que mulher viajaria para tão longe e por tanto tempo somente com um baú?

Camden não deixou de notar o tom escuro que vestia a pele dela, compreendendo que talvez a senhora Rodgers não estivesse a delirar, e tossicou para tentar acordá-la. Sem sucesso.

— Senhorita Davies? — Chamou, primando sempre por uma leveza, mesmo assim teve que se aproximar, pois ela continuou dormindo. Tocou seu ombro ao de leve. — Senhorita Davies!

Eleanor despertou, assustada, quase tinha esquecido onde estava e por isso se apavorou ao levantar o rosto e encontrar os indecifráveis olhos cinzentos. Demorou algum tempo a processar, e logo depois se levantou num pulo, envergonhada demais pelo seu atrevimento.

— Vossa Senhoria? — Perguntou porque não tinha a certeza. Por mais que aquele homem tivesse aquele rosto imponente de quem tinha nascido em berço de ouro, as calças molhadas e a ausência de algumas peças para completar o vestuário, não o faziam parecer um verdadeiro Conde. Sem contar que por alguma razão o tinha imaginado mais velho, seria o filho?

Ele ergueu o sobrolho.

— Perdão. — Fez uma reverência. Estava tão distraída – analisando o rosto quadrado muito bem esculpido que garantiam umas feições determinadas, com um nariz recto e lábios estreitos – que quase se esqueceu dos bons modos.

— Lord Byron-White, Conde de Champnou. — Se apresentou, retribuindo a mesura tão discretamente que se ela tivesse piscado não teria visto. — É a senhorita Davies?

— Com toda a certeza, Vossa Senhoria. — Respondeu e procurou a pequena maleta de colo onde tirou uma carta selada e se aproximou para entregar. A mão estremeceu, talvez pelo frio que se fazia sentir e não por se sentir intimidada pela presença daquele homem que a analisava sem vergonha alguma.

Camden recebeu a carta de olhos postos nela. Se era verdade que se tratava da verdadeira senhorita Davies, podia compreender a razão de Lord Parker ter-se engraçado com ela. Tinha um rosto que imitava uma maçã, olhos pequenos e rasgados, lábios um pouco cheios e bastante simétricos em relação ao nariz. Ainda assim, achava que era nova demais e o julgava por tê-la deixado na situação em que se encontrava.

Numa outra altura, teria guardado a carta para ler sentado no conforto do escritório, mas a rasgou sem nem hesitar, abrindo-a numa praticidade invejável. E finalmente baixou os olhos para ler:

À Vossa Senhoria,

Conde de Champnou.

Campos de Neve.

Prezado Lord Byron-White,

É com alarme que lhe escrevo, pois tenho conhecimento que se não receber esta carta então Eleanor Davies não estará bem e sob sua assistência. Por isso, lhe rogo que me escreva em resposta para que possa prosseguir descansado.

A minha conjectura permite que afirme que se encontra surpreso por não ter recebido em seu castelo uma das habituais damas a que está acostumado. Acredite, assim, que a senhorita Davies apesar de não obedecer aos padrões costumeiros é tão igualmente educada senão melhor que muitas figuras por nós conhecidas.

Ele levantou o rosto para encontrar os olhos ansiosos que o fitavam. Estava cansada pela viagem demorada que tinha feito até ali, não podia culpá-la por dormir daquele jeito no meio da sala. Soltou um suspiro, reconhecendo a importância que Lord Parker dava a jovem parada a sua frente e então recobrou a leitura.

Compreendo de igual forma se vós me julgais pelo ocorrido, mas espero que por ora tal facto se mantenha entre nós para não despertar a atenção do meu nome até que tudo se tenha resolvido.

Havia, com a máxima certeza, muitos lugares para onde poderia enviar a senhorita Davies, mas precisava que de alguma forma se sentisse um quanto amparada, ainda mais por uma figura de tamanha importância como a Vossa Senhoria. É de bom grado que afirmo poder contar com o vosso auxílio, pois quitará de vez por todas a dívida que até então nos uniu.

Acredito não ser necessário mencionar, jamais duvidei de vossa boa vontade, mas sinto a obrigação de vos explanar por que é preciso que a senhorita Davies se sinta muito bem cuidada, pelo menos até ao final de sua gestação, pois...

Camden engoliu em seco ao terminar a leitura, mas suas feições não se alteraram, apenas se demorou alguns segundos absorvendo a informação que continha do meio ao final da carta e reconheceu a assinatura de Joshua Parker. A dobrou novamente e guardou em sua mão.

— É de meu maior desejo que tenha feito uma boa viagem, senhorita Davies. Desculpe a minha ausência aquando da sua chegada, alguns hábitos se apossam de minha pessoa mais do que me é conveniente. É notável o seu cansaço, darei ordens para que a acomodem devidamente e que lhe preparem uma refeição. Pela manhã poderá conhecer o castelo e os Campos de Neve se assim desejar. — Foi prático em suas palavras, nem afável ou rude, apenas certeiro. — Excuse me. — Pediu licença.

— Agradecida. — Eleanor fez uma vénia e suspirou ao vê-lo dar passadas firmes para fora dali, voltando a se sentar um pouco incomodada por uma pequena dor de coluna.

Camden quase se esbarrou com Magdalena ao sair da sala comum e franziu para a alcoviteira que tinha escutado toda a conversa. Pareceu ficar ruborizada, mas não perdeu a postura séria e logo abriu a boca.

— Como deverei proceder, milord? Convenhamos que a vossa convidada não é uma esperada dama como as demais.

— Acompanhe a senhorita Davies até aos aposentos, leve a refeição para que se alimente devidamente antes de se deitar. Está um quanto exausta, chame uma camareira para que ajude-a no que necessitar. — Ele recomeçou a andar, ainda processava tudo o que tinha lido, sem tomar partido. Não deveria se intrometer em assuntos alheios, sem contar que a índole de Eleanor também estava em causa. As mulheres solteiras deveriam se dar ao respeito.

— Não a poderei colocar nos quartos principais onde vossos conhecidos nobres ficam quando se encontram no castelo, tampouco imagino que deva ocupar um lugar à mesa ao lado de Vossa Senhoria. Perdoe a minha intromissão, mas não encontro alguma explicação para tudo isto.

— A senhorita Davies está de esperanças e se encontra aqui a pedido de um conhecido de minha parte. É tudo o que necessita saber por ora, senhora Rodgers, faça o que vos compete e tudo correrá naturalmente.

— De esperanças? — Magdalena arregalou os olhos e fez o sinal da cruz. — E ficará aqui entre as moças de boa índole? Não é de bom-tom. E me perdoe mais uma vez, milorde, para que possa cumprir direito com os meus afazeres há que existir um devido enquadramento.

Ele parou, irritado. Não sabia desde quando receber uma pessoa criava tanto atrupido e tudo o que precisava era de se trocar e comer alguma refeição quente para depois poder responder a carta de Lord Parker.

— Se a senhorita Davies cá se encontra como convidada, mas obviamente é uma criada e não pertence a vossa classe, qual será a forma de tratamento adequada para que a possa encaixar? Comerá na cozinha ou na sala de jantar? Dormirá lá em baixo com as camareiras ou nos quartos principais? Estou apenas bastante desordenada. — A senhora Rodgers insistiu. Os olhos verdes eram pequenos demais, mas viam muito e conheciam o Conde melhor que ninguém para ler os sinais de que começava a ficar exaurido com todo aquele falatório.

— A senhorita Davies é uma visitante, senhora Rodgers. Ficará no castelo por nove meses. Acredito que irá facilmente encontrar uma forma mais do que ajustada para resolver esta e qualquer situação que certamente advirá. — Quando começava a ficar impaciente, os olhos cinzas escureciam e a linha por baixo do queixo se demarcava. — Agora, please, tenho assuntos por tratar.

— Às suas ordens, milorde. — Magdalena o reverenciou ficando para trás naquele imenso corredor, mas fumegava por dentro e processava toda a informação que tinha ido parar em seus ombros.

Precisava encontrar um equilíbrio para poder encaminhar Eleanor.

_________________◊◊___________________

B

oa noite meus flocos de neve, cá estou eu de vento em popa. Ehehehhee. Já falei que as atualizações vão ser muito regulares não é? Então não precisam acumular capítulos, pois não vão ficar roendo as unhas. Camden e Eleanor vão estar por aqui, aproveito para perguntar o que acharam das primeiras impressões?

E o Conde? O que acham dele e que tantos segredinhos esconde?

Ah, espero que não estejam irritadas com a senhora Rodgers. Kkkk ela é muito chata no que consiste as regras da sociedade e vai ficar boa parte do livro bufando mesmo. Rsrsrssrrs.

Beijos Para Sempre.

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