Eterno

By juli_moments

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| EM REVISÃO | Eu poderia continuar te odiando, poderia manter a ideia de que você era o maior canalha do mu... More

Eterno
1● Imerso
2● Início da guerra
3● Provocações
4● Recaída
5● Apreciando
6● Antes que a noite termine
7● Catastrofe
8● Invadindo seu espaço
9● Atraso
10● Males que vem para o bem
11● Quebrando as regras
12● Noite a dentro
13● Tentação
Hey Desculpa!!
14● Cães
15● Nos seus braços
16● Confissões da alma
17● Se perdendo
18● Apelo inútil
19● Cala a boca e me escuta
20● Difícil
21● Que a verdade seja dita
22● Certo ou errado?
23●Resultado
24● Incompreendido
25● Deixa acontecer
26● Pela manhã a tormenta
27● Por bem ou por mal
28● A máscara caiu
29● Jogo limpo
30● Hora da decisão
31● Acreditar no amor?
32● Apresentação
33● Sempre aqui
34● Quebrando regras
35● A hora chegou
36● Definhando
37● Dia a dia
38● Amizade e amor
39● Jantar
40● Uma luz se acendeu
41● Luz de velas
42● Apenas um dia
43● Liberdade?
44● Soprando as velinhas
45● Mudanças
46● Que a verdade seja cantada
47● Fica aqui
48● Jamais será um adeus
49● O que é novo assusta
50● Passos
51● Estarei para sempre aqui
52● Vida em pedaços
53● Apenas vá embora
54● Antes que eu te esqueça
55● Ainda sei viver sem você
56● Apagando o passado
BÔNUS ● Rendição
57● Brigar ou fugir?
58● Te amo. Te odeio
59● Bate, rebate
60● Trapacear faz parte
61● Há apenas um culpado
62● Grandes Esperanças
63● Sentimentos
64● Cada palavra
65● Enquanto houver tempo
66● É hora de parar
67● A pior dor de todas
68● Olhem para nós
69● Nosso tempo
70● Primeiros passos para o recomeço
71● Consegue me ouvir?
72● Me obriguem
74● O amor me protege da solidão
75● Dar um tempo?
! Aviso IMPORTANTÍSSIMO ¡
76● Tentando seguir
77● Um lugar para chamar de meu
78● Estranho jeito de amar
Epílogo
Depois de muito tempo continuação?
Simm! Teremos continuação.
RECOMEÇO

73● Com o tempo vem a saudade

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By juli_moments

Ficarei bem aqui, enquanto os dias durarem e o amor permanecer.

Rafael

3 meses depois

Dias e horas eram difíceis, tornava complicado respirar e aceitar. Acordava todos os dias e tentava me envolver nas pequenas coisas, em uma foto, em um áudio, em gravações de quando cantávamos juntos, mas nada era o suficiente, parecia haver uma brecha em cada canto que antes ela habitou. Mais estranho do que estar sozinho era ver a vida de todos a minha volta ganhar um novo sentido, enquanto a minha parecia apenas despencar.

O filho do Léo e da Isa tinha nascido, aquele foi um dia bastante turbulento. Isa queria que a Lu estivesse com ela  e eu queria fugir pelo mesmo motivo, mas fiquei lá. Dei apoio ao Leonardo e garanti que tudo ficaria bem, mas quando o pequeno Andrew nasceu tudo o que consegui fazer foi fugir, não gostava de ver a sombra de uma vida que talvez eu jamais tivesse, e não queria ser um fardo em um dia tão memorável.

Os cachorrinhos da Nevasca e do Darth também tinham nascido, porém  dessa tarefa era impossível fugir. Comecei a me sentir da família da Luiza, todos os dias ia a casa dela e cuidava daqueles filhotinhos, pelo menos até chegar o tempos e doa-los. Minhas visitas sempre acabavam em um café da tarde ou uma conversa com sorrisos dolorosos, por gestos eles deixaram bem claro que minha presença preenchia um enorme vazio, mas a verdade era que eu me sentia bem naquela casa, havia partes da Lu em casa cantinho. Pelo menos eles entendiam o que eu estava passando.

Talvez a única coisa que me fizesse me sentir melhor era ter a certeza de que realmente estava recuperado, depois que tive alta precisei voltar a ir regularmente ao hospital, primeiramente pela Lu, e depois porque ainda tinha algumas seções de químio. Quando terminava  simplesmente me desvencilhava para o lado dela, e segurava sua mão até alguém me expulsar de la.

Nato tinha reaberto o Golden, ele relutou por dois meses dizendo que não era justo celebrar quando a Lu estava no hospital, mas chegou uma hora que nem as contas e nem os clientes puderam esperar, por isso  reabriu, e como uma forma de consolo e fuga me ofereci para voltar a tocar. Pelo menos naquele palco eu conseguia senti-la ao meu lado, conseguia acreditar que um dia tudo voltaria ao normal. Por vezes até  dividia o palco com o Dante, voltamos a nos dar bem, talvez até ja o considerasse um amigo, mas não admitia.

Desde então comecei a compor, em partes por que era bom contrariar o meu bom senso e escrever música para ela, meu pai sempre me pegava escondido testando as notas e ria, dizendo que sabia que em algum momento aquilo iria acontecer. As letras não faziam muito sentido, mas mas me davam certo consolo, pois ali estariam marcados detalhes da Luiza, detalhes que eu não queria esquecer, mas que o tempo insistia em arrancar de mim.

Todos os dias eu ia a ver, os pais dela a visitavam de manhã e a noite, mas me permitiram passar a noites ao lado dela. Tinham a transferido para um quarto, três meses era tempo de mais para ficar em uma UTI. Todas as noites eu tocava para a Lu, tentava decorar cada traço do seu rosto e me lamentava, abria meu coração apenas porque sabia que ela jamais se lembraria dos meus lamentos. Não queria que Luiza se recordasse de tudo o que falei, pois jamais me senti tão deprimido. Continuava tentando ser forte, tentava prosseguir com a minha vida e me lembrar que em algum momento tudo ficaria bem, mas sempre tinha uma voz que insistia em sussurrar que talvez as coisas só piorassem, talvez eu fosse obrigado a viver sem a parte essencial de mim, talvez eu fosse obrigado a seguir em frente.

Consequentemente toda a situação me tornou mas frio, meus amigos diziam que eu não sorria mais, não era mais quem costumava ser, e então eu ria achando tudo ridículo. Como alguém podia ser o mesmo depois de ter passado pelo que passsei? Eu ao menos podia dormir direito a noite por causa dos pesadelos. Apenas passava pelos dias, mostrando o que restou de mim e tentando não perder essas partes devastadas também.

Queria simplesmente acordar e ter como preocupação apenas a implicância da Lu, queria me sentir furioso com a astúcia dela e impaciente com sua teimosia. Queria todos os dias ir até sua casa só para a irritar, e depois de uma boa briga beijar sua boca apenas para a fazer se calar. Mas a Luiza ja não falava mais, ela ao menos conseguia me olhar com seu jeito de quem sabia tudo o que eu estava pensando. Eu ao menos podia abraça-la.

Me sentia um inútil, e um monstro por tudo o que fiz com ela. Tivemos tanto tempo que desperdicei por teimosia, e ela sempre, independente do que eu fiesse ou dissesse ficou ao meu lado. Porque mesmo por baixo daquela marra toda a Lu era gentil, e me amava. Ela cuidou de mim e me mostrou que eu não era um ser tão terrível como pensava. Me mostrou que de nada valia ter várias garotas e não ser feliz, me fez enxergar o quão orgulhoso sempre fui, quando na realidade só precisava abrir meu coração. E agora, sozinho e sem ninguém tão relutante quanto eu ao meu lado, só conseguia me sentir vazio, desamparado e confuso, tentava não pensar em como seria sem ela, mas sabia que precisava imaginar. E quando permitia me pegava a beira do desespero, a verdade é que não restaria nada se a Lu se fosse, eu não era do tipo que se confortaria com lembranças boas, eu queria ela viva e nada mais.

Me levantei sentindo meu corpo doer, não era mais a dor constante que o tumor causava, mas sim uma dor exaustiva. Meu cabelo tinha crescido novamente e meu corpo ja não ostentava as marcas de agulhas, eu simplesmente me restaurei. Inteiro por fora, devastado por dentro:

- Vai acabar surtando. - ouvi Ick dizer as minhas costas e bufei irritado por ter deixado a porta aberta - Não pode passar todas as noites em claro.

- Posso sim - continuei olhando pela janela e me lembrando do dia em que a Lu quase ficou pelada, naquele mesmo lugar - To dormindo a tarde, então não importa.

- Vai tocar no Golden hoje?

- Não, hoje é o Dante. - vivíamos revezando, e nos finais de semana trocávamos juntos - Vou para o hospital daqui a pouco.

- Claro que vai.

Me virei e o vi inquieto, ele se sentou na beira da minha cama e continuou me encarando, como se tentasse desvenda algo. Odiava o super auto controle do Ícaro, eram raras as vezes que o vi sem controle, e me orgulhava por ter sido o motivo dessas revoltas. Não falei nada, apenas continuei de pé esperando que  falasse, até que ele colocou a mão no bolso e tirou duas coisas estranhas e coloridas, jogou na minha direção e por impulso consegui pegar:

- Achei jogados na sala - Ick se explicou, enquanto eu encarava os dois chaveiros que tinha dado para a Luiza, na primeira vez que saímos juntos - Achei que fosse querer.

Eu os tinha jogado na sala, foi no dia em que brigamos e ela foi embora, no mesmo dia que a minha vida e a dela ficaram por um fio. Engoli em seco e os coloquei na minha mesinha, momentos como aquele aconteciam com frequência, eu olhava algo e imediatamente era transportado para outro momento, em um tempo onde éramos felizes:

- Obrigado - falei sincero - Não sei se ela vai querer de volta, mas não custa nada guardar... Trás boas lembranças.

- Como conseguiu eles?

- Ela jogou na minha cara quando terminei com ela - ri me lembrando do quão idiota fui - consegui isso no nosso primeiro encontro forçado, ela me disse que queria um urso gigante mas só consegui ganhar essas porcarias.

- Ela pendurou eles na chave da Harley - sorriu entretido, as vezes me esquecia do quão amigos eles tinham se tornado - ficou horrível, mas ela dizia que não se importava, porque eles a faziam se lembrar de você.

- Quem a vê nem imagina que ela seja tão boba. - era como a imaginar na minha frente, com seu sorriso petulante e seus gestos carinhosos.

- Uma boba imensamente apaixonada.- Ícaro concordou - Aquela garota morreria por você.

Eu tinha certeza que ele não tinha percebido e que não tinha falado por mal, mas eu percebi, fechei a cara e me sentei desolado na poltrona. Era claro que a Lu morreria por mim, tanto que era exatamente aquilo que estava acontecendo:

- Foi mal - Ick finalmente entendeu e pareceu culpado - Não queria dizer isso.

- Tudo bem.

- Olha, ela não morreu por você Rafa - falou naquele seu tom típico de conselheiro, e talvez pela primeira vez me senti grato por o ter por perto - e nem vai. Vocês terão um futuro juntos.

- Eu sei - sorri tentando parecer confiante, mas minha voz deixou claro o quanto aquilo parecia irreal para mim - vamos nos casar, comprar uma casa e ter filhos - ri por aquilo soar irreal.

- Eu to falando sério Rafa - Ícaro insistiu e eu me calei - Não é muito a cara de vocês ter um futuro assim, mas não deixa de ser possível.

- Já pensamos sobre isso - admiti me sentindo exposto, não me agradava muito contar as conversas que tínhamos tido - pode parecer mentira, mas vivo sonhando com isso. Quero me casar, ter filhos e uma casa, quero me preocupar com um emprego descente e as notas das crianças. Quero ter a chance de fazer ela feliz, entende? De pelo menos tentar concertar toda a merda que fiz.

Aquilo era compaixão estampada na cara dele? Por um instante pensei que o Ick começaria a rir, aliás, eu tinha descrito a vida que ele teria. No fundo eu sabia que eu e a Lu não teríamos um futuro normal, mas Ícaro era pessimista, ele tinha o dom de acreditar nas coisas mais absurdas e por isso apenas sorriu e concordou. Como se o que eu tivesse dito fizesse total sentido:

- É difícil de imaginar, mas acho que você consegue - falou empolgado - acho que sua mãe ficaria orgulhosa.

- Com certeza ficaria - revirei os olhos e me levantei - mas a Lu não.

- Por que?

- Não somos assim - minha fixa pareceu cair - na verdade não tenho ideia de como poderíamos ser, e não  posso simplesmente deduzir um futuro sem ela por perto para me ajudar.

- Você é mesmo louco por ela.

- Completamente.

- Quando você menos esperar tudo ficará bem - me garantiu e se levantou - Ela não vai desistir, sabe disso.

- As vezes questiono isso.

- Não devia.

- Todos me olham como se eu fosse um lunático, pensam que eu não entendo que a qualquer momento posso perder ela. - desabafei, era exaustivo ver todos me encararem e cochicharem, lamentando a má sorte que eu tinha.

- Ninguém tem o direito de te julgar, e sinceramente você é a melhor pessoa em toda essa situação. É o único que não pensou em desistir - Ícaro parecia empolgado, sorria como se eu fosse digno daquilo - e o mais engraçado é que você me lembra muito a Lu quando ela cuidava de você. Você vivia tentando a afastar mas isso só servia para que ela se aproximasse mais.

- Nunca pensei que doesse tanto ver alguém que amo naquele estado, e não poder fazer nada.

- Infiizmete você agora sabe, e também entende o porque dela sempre ficar por perto.

Eu realmente sabia, na verdade sentia na pele o que era passar por aquilo, e ja não a culpava mais, apenas me julgava por ter sido tão mesquinho:

- É melhor guardar os chaveiros. Algo me diz que ela vai quere-los de volta.

Ícaro acenou ainda sorrindo e saiu do meu quarto, peguei os chaveiros novamente e fiquei alguns momentos os encarando. Eu os guardaria, e esperaria o tempo que fosse para devolve-los para ela. Se fosse preciso esperaria a eternidade.

______________________________________

2 de 7

Boa noite meus amores!

Demorei um pouco para postar, mas aqui está. Faltam apenas 5 agr :(

3 meses se passaram, a vida de todo mundo seguindo, mas de quem importa mesmo ainda não progrediu.

Parece que o Rafa se saindo um ótimo namorado. Acham que a Lu vai acordar? Ou o Rafa será obrigado a conviver sem ela?

Me digam o que esperam ok? Se a Lu sobreviver, como acham que será o futuro deles?

Beijos
Até o próximo.

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