7● Catastrofe

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Precisava de tempo para pensar e me expressar, mas não havia brechas quando todo o meu tempo estava apenas a favor de te conquistar.

Luiza

-Nojento ! Ridículo! - falei compulsivamente enquanto tirava minha roupa para tomar um banho e me livrar de todo e qualquer resquício que havia sobrado dele- Peste! Vou te matar Rafael! Dolorosamente e lentamente.

Joguei minha blusa num canto, desfiz a trança e quando fui tirar a calça quase a joguei no lixo, pois havia pendurado os dois chaveiros que ele havia me dado na passadeira do cinto, mas ao invés disso apenas os tirei e joguei no fundo da minha gaveta da escrivaninha, apenas para nunca me esquecer de o odiar.

Fui para o chuveiro e o liguei na água quente, as gotas caíram confortante sobre meus ombros, fechei meus olhos grata por estar em casa e disse a eu mesma que jamais daria qualquer outro tipo de chance para o Rafael.

Depois que sai do prédio peguei o metrô e fui para casa, quando cheguei não foi surpresa encontrar todos dormindo, aliás ja eram quase duas da manhã. Suspitei revoltada por passar tanto tempo ao lado dele, terminei meu banho, me enrrolei num roupão e literalmente me joguei na cama, estava de saco cheio, cabeça quente e com raiva o suficiente para o matar. Quem ele pensava que era para me beijar daquele jeito? Eu não era uma dessas garotas que ele pegava e jogava fora, e eu iria provar isso, o iria fazer correr atrás de mim e perceber que comigo as coisas eram diferentes, daí no fim poderíamos ver quem ganharia esse jogo.

▪°▪°▪

Me acordar cedo era a mesma coisa que condenar as pessoa a minha volta a desgraça, por sorte em pleno  domingo me deixaram adormecer até que meu corpo resolvesse se incomodar com a cama e me obrigar a  levantar. Após tomar um banho e me torturar com a possibilidade de ter alguma visita em casa, resolvi descer para o café da manhã atrasado.

Era um dia de sol, e eu podia apostar que o Léo estava na casa do Rafa dando um mergulho. Bocejei ainda consumida pelo sono, eu realmente não entendia porque quanto mais dormiamos mais cansados ficavamos:

-Vai mesmo la pra baixo de roupão? - ouvi alguém dizer atrás de mim e me virei assustada, apenas para encontrar Marcela encostada no batente da porta do seu quarto me encarando.

-Por que não deceria? - perguntei confusa.

- Porque seu admirador e o clã estão la embaixo preparando um almoço nada saudável.

-Almoço?

-São duas da tarde, queria o que? Aliás que horas você chegou ontem? - me questinou parecendo realmente  interessada, mas mal ela sabia que eu não pretendia compartilhar a pior experiência da minha vida com ninguém.

- Cedo - respondi apenas - papai e mamãe simplesmente liberaram a casa para o Léo? - tentei mudar de assunto e impedir que as lembranças do Rafael me invadissem.

- Eles sairam umas onze horas para um almoço na casa de ums amigos, ou seja, não têm ideia do que está acontecendo aqui.

-Eu to morrendo de fome.- reclamei.

-É so ir lá comer- disse como se fosse obvio.-ou tá com medo e dar de cara com o Rafa?- ela sorriu de lado e eu a odiei por isso- Pode admitir que ele te surpreendeu.

-Ele simplesmente me fez o odiar mais - respondi sem vontade tentando deixar obvio que não queria falar sobre aquilo.

- Como assim?

-Depois te explico Marcela.- eu estava começando a ficar irritada - estão todos la embaixo mesmo?

-Menos o Ícaro.

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