Curando Feridas ( Hiatus)

By alinecori

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Juliana sempre foi expert em usar máscaras, afinal, eram nelas que ela podia se esconder. A sua defesa sempre... More

Prólogo
Capitulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6 - Hugo.
Hiatus
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Ebook Grátis...
Capítulo 10
Capítulo 11
Capitulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Dica de leitura!!
Capítulo 16
Aviso!!
Chamada!!!
Capitulo 17
Perguntinhaa...
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 26
Bônus Marina
Capítulo 27
Por favor não ignorem
capitulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Aviso.....
Capitulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Amorecos.
Capitulo 38
Capitulo 39
Capitulo 40
Olha eu de novo!

Capítulo 25

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By alinecori


Hugo

Eu já tive essa sensação antes. Eu já me senti perdido assim. Só que dessa vez foi diferente. Quando descobrimos a doença de Sofia, apesar de segurarmos no último fio de esperança de que no final tudo ficaria bem, estávamos nos preparando para um final ruim. Nos amavamos tano que chegava doer! E o que me segurou mesmo foi o presente do céu. Yago meu filho que amo tanto e que movo céus e terra por ele.

Fiz o caminho do elevador até a minha sala no automático. Eu não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Se alguém me sentasse e me contasse eu não acreditaria tamanho o absurdo! Sento-me em minha cadeira ainda com os olhos no papel que já estava um pouco molhado devido ao suor de minha mão. — Merda! Uma grande Merda!

Releio o rascunho escrito a mão fixado com um clipe em um resultado de exame de Dna. " Yago é meu filho, não tenho como agradecer tamanho presente". Levo minhas mãos em minha cabeça e continuo não acreditando.

As iniciais de Yago e Juliana só confirmam a loucura que meus olhos veem.

A imagem de Juliana sorrindo vem em minha mente e sinto meu estômago revirar. Não consigo associar a imagem dela abandonando uma criança. Não sei os motivos de ter feito isso, mas como eu disse certa vez, não acredito em nenhum motivo que justifique tal covardia.

O celular em minha mão agora vibra e o nome dela pisca na tela. Estremeço e desligo. Eu não quero falar com ela. Não agora quando a minha vontade é de gritar tamanho a confusão em que minha mente se encontra.

O telefone em minha mesa toca.

— Oi.

— Senhor, Juliana na linha, passo a ligação?

— Não! Diz que estou em reunião e se ela insistir outras vezes inventa outra desculpa.

Fecho meus olhos procurando me acalmar. Preciso manter a razão em um momento como esse. Sinto um sentimento de perda me invadir e me sinto vulnerável.

Quais seriam os motivos dela? Caramba, por isso se parecem tanto! E o pai biológico?

Heitor entrou em minha sala e eu não pude esconder o que estava havendo, eu precisava ouvir meu amigo. Saber o que ele achava de toda essa situação.

— E o fato de conhecer Álvaro? Ela me escondeu tudo! Ela já sabe de tudo, tinha o exame e até agora não se pronunciou. Ela pode estar querendo os direitos sobre Yago. — Sinto um gosto amargo descer em minha boca — mas ela não tem, eu sou o pai e Sofia é mãe! — Digo batendo na mesa fazendo Heitor se encolher.

— Calma Hugo. — ele procura me acalmar. — Precisa falar com ela. Ouvi-la. Saber o que de fato aconteceu! Não pode ficar imaginando coisas e tirando conclusões precipitadas. Vai enfartar desse jeito cara!

— Eu estou calmo Heitor! Você sabe que odeio mentiras, que odeio ser enganado.

— Mas você não está sendo enganado. Coloca a cabeça para funcionar. Ela apenas omitiu isso de você!

— Da na mesma! Eu não sei quais são as reais intenções dela ao se aproximar de mim e de meu filho. — Digo tamborilando os dedos e minha mesa.

— Essa é uma outra questão. Mas não estou certo que ela queira fazer algum mal á vocês. Yago é louco nela, e criança não gosta de quem quer fazer mal, elas sentem de longe quando a pessoa é ruim.

Balanço a minha cabeça. Nada tira da minha mente que ela já sabia de algo quando se aproximou de mim.

— E se ela tiver se aproximado de mim intencionalmente? Apenas por causa de Yago? Não gosto nem de imaginar uma coisa dessas.

— Não sei como vai fazer, mas precisa ouvi-la o mais rápido possível, para não ficar sofrendo e nem pensando besteiras.

Passo a mão em meus cabelos e engulo em seco. Eu estava com raiva, mas também estava com medo. Medo de ver meu filho escapar pelas minhas mãos e isso era uma coisa que eu não aceitaria, jamais.

...............................

Passei o dia ignorando todas as suas mensagens e ligações. Não queria ouvi-la. Precisava tentar me acalmar primeiro, procuraria ela no outro dia. Olhei a quantidade de chamadas e aquilo de alguma forma me deixou tentado a retornar, mas em segundos empurrei para o lado esta possibilidade e foquei em apenas descansar a minha mente.

Antes que Yago viesse pedindo para brincar com ele pedi Marina que o colocasse para dormir mais cedo, não quero descontar em meu filho o stress do dia. Ele não merece nada de mim além de paciência e amor.

Decidi que o melhor que tenho a fazer é conversar com ela amanha. Onde com certeza eu estarei bem mais calmo, com a cabeça fria e uma noite de sono em dia. Fui até a biblioteca e peguei um livro sobre finanças envolvendo o mercado imobiliário.

Passo as folhas, mas não consigo me concentrar,

— Hugo você precisa de alguma coisa? — marina como sempre aparecendo da nada e me surpreendendo.

— Não. Obrigado! — ela sorri.— Aliás, eu quero sim. Quero ficar sozinho. Poe terminar de fazer o que tem pra fazer amanha!

— tem certeza? Posso fazer um chá de camomila com mel para você! Parece nervoso. Ele sempre te acalma!

— Obrigado Marina! Quero apenas ficar sozinho.

Marina não escondeu o descontentamento. Deixou a sala segundos depois e eu joguei o livro no sofá.

— Que se danem as finanças! Quem quer saber. — Murmurei colocando a mão sobre a cabeça. Deitei-me no sofá e fechei os olhos por um instante.

Juliana teve um filho. E este filho é Yago.

Minha mente me levou a lembrar de todas as vezes em que observei os dois juntos. A forma como ela o tratava nos últimos dias. A voz desesperada quando eu disse que ele estava doente e que não íamos ao almoço na casa da amiga! Tudo passou a fazer sentido!

"O que eu vou fazer com você? O que ouve no seu passado? Deus, que os motivos dela sejam explicáveis mesmo que não sejam justificáveis"

Coloco a mão sobre o peito falho ao imaginar que isso me acalmaria. Escuto a campainha soar e meu coração dá um solavanco. Por favor que não seja ela. Obrigo-me a levantar em direção a porta. Penso em vestir uma camisa mas desisto quando mais uma vez a campainha toca e sinto minhas mãos gelarem. Inspiro e solto ar fechando os olhos. Hugo, razão e não emoção.

Os olhos suplicantes, o nariz vermelho me levaram a concretizar que ela já sabia o que tinha ido fazer em minha casa.

— Não vai entrar? — ela olha para a minha mão que ainda segura a porta te dando passagem.

— Posso? — o olhar tímido não alivia nem um pouco a tensão do momento.

— Não foi para isso que veio ? — Pergunto. Ela passa por mim sem me olhar e o cheiro que sai de seus cabelos me atropela. Fecho a porta com os olhos fechados. Razão não emoção.

— Te liguei várias vezes e não me atendeu!

— Não. — os braços cruzados é uma tentativa de me proteger dos encantos que ela tem sobre mim.

— Não. Não o que?

— Não atendi. Não quis falar com você. — Passei por ela que se encolheu.

— Aconteceu alguma coisa? —Até onde ela vai? Por que não abre o jogo logo.

— Acho que essa pergunta quem tem que fazer é eu. Tem algo que eu preciso saber Juliana? — Viro-me para ela e elevo a voz. A vejo se encolher mais. Meu coração dói. Tenho vontade de Abraçá-la. Razão Hugo.

Ela veio em minha direção com a mão estendida. Me esquivo e viro as costas. Ela não vai tocar em mim.

Vou em direção ao balcão na sala e pego o exame de DNA. Jogo sobre ela o papel e ela soluça deixando escorrer um fio de lágrima.

— Estou esperando uma explicação. Pretendia esconder isso mim até quando? ACHA QUE SOU OTÁRIO? —grito.

— Não é da forma que está pensando — o soluço que ela solta me assusta , mas permaneço firme.

— Não sabe o que eu estou pensando. Me esclareça as coisas então Juliana.

Meu peito subia e descia rapidamente dificultando o ar circular.

Juliana enxuga os olhos de forma desajeitada.

— Foi uma surpresa para mim também. Uma surpresa feliz!

— O que? — Eu estava indignado. — quando um filho abandonado passou a ser uma surpresa feliz?

— Eu me arrependi! — Ela joga os cabelos para trás.

— Isso é o que menos importa agora Juliana. Se você se arrependeu foi porque fez porque quis. — Eu não queria que fosse assim.

— Amor.... — ela diz e eu a fuzilo com os olhos. Ela pigarreia. — Eu era muito nova e estava em uma fase muito difícil da vida. E não tinha condições de ter um filho.

Eu sorria, mas de raiva. Eu não estava acreditando no que estava ouvindo.

— O pai me aband....

— O PAI DE YAGO SOU EU! — Ela se assustou com a minha reação. O medo ao ouvir ela falar sobre um pai que não seja eu me invadiu. — Não vem com essa de pai não. Eu nunca vou aceitar isso. — Ando de um lado para o outro.

— Hugo! Para pra me ouvir. Por favor.

Ergo a sobrancelha. Ela continua.

— Quando eu descobri eu estava grávida tinha acabado de me formar. Eu dividia uma kitnet com uma amiga. Tem noção do que é isso? Mal tinha condições para me sustentar, o futuro ainda incerto. O que eu podia oferecer para uma criança? Eu não tinha nada para dar. Eu não tinha estrutura, não queria ver meu filho sofrer qualquer necessidade que fosse. Eu ia perdê-lo. Iam leva-lo de mim! Você não entende!

Eu apenas ouvia incrédulo. Não podia acreditar que a mulher que eu amava admirava tanto tinha sido tão covarde. Estava atônito.

— Não me olhe assim Hugo! A vida já foi e é muito dura comigo. Nunca dei uma de vitima, porém, você sabe da minha história, não com riqueza de detalhes, mas sabe o quanto sofri. Tive meus medos, meus motivos e ainda que não se sinta satisfeito, eu sou sim a mãe de Yago! — ela disse em meio aos soluços. Os olhos vermelhos pelo choro me queimavam — eu não vou negar a minha felicidade quanto a isso.

A revolta e a indignação crescem.

— Você não pode chegar assim Juliana. Eu não tenho culpa da vida ter sido dura com você. Isso não muda nada.— Apontei o dedo em sua direção — E francamente, mãe? Você nunca foi e nem será, no que depender de mim.

Ela tentou se aproximar de mim e espalmei a minha mão para que ela parasse onde estava.

— Eu tenho direitos. — disse com a cabeça baixa. A voz sai tremida como se não estivesse certa daquilo que me falava.

— Direito? Onde? VOCÊ ABANDONOU YAGO JULIANA — grito mais uma vez. — Não foi mãe. Não serve para isso.

As palavras escorriam da minha boca e com ódio. No mesmo instante quis pegá-las de volta, mas já era tarde.

Ela chorou compulsivamente, Eu queria fugir, fugir de todo esse temporal que se instalou em minha vida.

Soltei o ar.

— Eu não sei os reais motivos que levaram você se aproximar de mim. Mas no momento quero você longe de mim e do meu filho.

Ela balançava a cabeça em um movimento desesperado.

— Hugo meu am....

— Pode parar! Nada do que me disser vai me convencer, portanto, me poupe. Se poupe.

— Hugo — ela se aproxima. Eu permaneço duro. Rígido. — Eu nunca imaginei encontrar meu filho. A vida trouxe vocês para mim. Por favor, não faz assim. Eu os amo tanto. Me ouça com calma.

Doeu! Ouvir aquilo doeu demais. Engoli em seco quando seus olhos me fitaram. Apesar de tudo, eu não podia negar que a amava. Mas era a vida do meu filho que estava em jogo. Era a segurança dele! O medo de perdê-lo era maior que qualquer coisa. Eu não sabia quem era seu pai biológico e nem suas intenções. Eu me sacrificaria em favor do meu bem maior. O meu filho que apesar de não ter meu sangue em suas veias, tinha tudo de mim impregnado nele.

Passei por ela sem encará-la. O cheiro do seu cabelo fez meu corpo estremecer, mas ainda assim eu permaneci indo em direção a porta.

Abri a porta mostrando a saída. Olhei em seus olhos buscando forças não sei de onde com o coração acelerado.

— Por favor! — era quase uma súplica. — Fique longe de nós. Você nunca fez falta a Yago, então vai permanecer assim. E se o que você sente é amor, você vai saber que seu lugar não é conosco.

Um soluço estridente invade e ecoa pela sala. Ela envolve seus braços em minha cintura e eu sinto minhas pernas falharem. Ainda usando os últimos resquício de razão que eu tinha tiro suas mãos de mim. Fecho os olhos. — Por favor. — murmuro.

Ela me olha e enxuga as lágrimas. Solta o ar, como se estivesse se renovando.

— Eu vou te dar um tempo para assimilar tudo Hugo. Mas não vou sair assim da sua vida facilmente. Eu vou lutar por vocês. Eu não vou abrir mão do que a vida está me dando. Só queria que você soubesse disso.

— Não preciso de tempo para saber que o que você fez foi uma pu °°°° de uma covardia Juliana.

— Me deixa vê-lo só por um instante. — ela implora.

— Não. Vai embora, por favor. Não me faça ser aquilo que eu não quero ser com você!

Ela balança a cabeça e acaba passando pela porta. Fecho a porta ainda virado. Não queria olhá-la de novo. De repente tudo que eu podia fazer era chorar. Hoje eu choraria, porque amanha seria um novo dia e eu não me permitiria chorar mais.

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