Diário Da Juventude

By TatianaGoncalvez

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Mirela, Lívia e Thamara são três jovens de 15 anos que estudam no colégio de tempo integral, localizado na ci... More

Mirela
Lívia
Thamara
Mirela
Lívia
Thamara
Mirela
Lívia
Thamara
Mirela
Lívia
Thamara
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Thamara
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Mirela
Lívia
Thamara

Lívia

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By TatianaGoncalvez


Quinta feira, 08/06/2017, 22h00min horas.

Mais uma manhã em que nada da certo pra mim. A escola já foi um lugar melhor, onde eu gostava de estar, eu me divertia, tudo era tão simples quando eu não estava com ninguém, quando o Lucca era só minha paixão platônica, quando meus problemas era apenas o fato de não saber se ele me enxergava como uma mulher.

Naquele tempo minha vida era muito mais fácil, e eu não sabia! Depois que ficamos juntos, foi a partir desse momento que minha vida começou a ficar complicada.

Nunca pensei que eu fosse ter tantos problemas com apenas 15 anos de idade...

Ser adolescente não é nada fácil, tudo na nossa vida é tão dramático! Bom, quando eu cheguei ao colégio em plena manhã, eu estava morrendo de sono, Charles tinha mandado uma mensagem dizendo que já havia chegado e que estava me esperando na cantina, mas eu nem respondi, não tive chances, eu vi o Lucca com a mesma cara de sempre entrando pelo portão da escola.

O rosto transparecendo tristeza e até um pouco de raiva, ele ficou tão isolado desde que o pai morreu. Como eu queria poder ajudá-lo e fazer com que ele voltasse a ser o que era antes, mas isso não dependia exclusivamente de mim, ele tinha que fazer sua própria parte.

Parecia que ele não queria ser ajudado, como se ficar recluso fosse seu novo jeito de viver, como se fosse sua única e possível escolha, o que claro, não era. Ele podia bem mais que isso, mas insistia em se afastar de todos com quem tinha uma relação amigável. Mas eu nunca desisti dele, eu não poderia fazer isso jamais.

- Lucca. – disse, ficando ao seu lado.

Ele me olhou cabisbaixo e não esboçou sorriso algum, continuava com o rosto sério e sem vida.

- Vai me ignorar agora?

- Porque você simplesmente não se afasta de mim pra sempre? Me faria um grande favor. – ele disse bem grosseiro.

Fiquei em choque com o que ele disse, era a primeira vez que ele estava sendo grosseiro comigo desde que tudo isso aconteceu.

-Eu não consigo.

- Deveria tentar.

- Eu não consigo me afastar de você, porque você é muito importante para mim, para que eu possa te deixar de lado. Não entende que eu não suporto, te ver afundar?

- Esquece de mim Lívia. O Lucca que você conhecia morreu, assim que meu pai se foi. Ele não existe mais, e não adianta quantas vezes você tente, aquele Lucca não vai mais voltar. – disse ele.

- Não. Eu não aceito isso.

- Deveria aceitar. Te pouparia tanto trabalho. Não preciso que sintam pena de mim, eu não quero a sua pena. Você deveria voltar para seu namoradinho e esquecer que um dia nós dois nos conhecemos.

Tá... Isso doeu bem lá no fundo. Como ele podia simplesmente dizer para que eu esquecesse que um dia nós dois nos conhecemos? Seria como matar uma parte de mim. Não da para esquecer essas coisas.

- Lucca... Por favor, não faz isso com você, não faz isso com nós dois, ser essa pessoa não te faz bem, e não faz bem a ninguém que gosta de você, não está apenas sofrendo, está fazendo todos que gostam de você sofrer também. Eu estou sofrendo em te ver assim e como está me tratando. Você tem duas escolhas, ser a pessoa maravilhosa e legal que você é, ou continuar sendo essa pessoa reclusa e idiota que está sendo, não escolha o segundo caminho. – disse.

Ele revirou os olhos, eu podia sentir a raiva que ele sentia. Raiva de ter perdido o pai daquela forma, tão novo, dava para notar. Não posso culpá-lo, eu também sentiria raiva no inicio, mas continuar dessa forma, não vai ajudar nada, só vai fazer com que ele se torne uma pessoa amargurada para sempre.

Ele precisa seguir em frente, precisa se salvar.

- Eu escolho o caminho que me der na telha, apenas suma da minha frente.

- Seu pai não iria gostar de te ver assim, ele gostaria que você seguisse em frente e continuasse sendo o que sempre foi. – arrisquei dizer.

- É aí que está Lívia! O meu pai não está mais vivo! Ele não sabe como estou, e nem vai saber, por isso eu posso fazer o que quiser, pois isso não vai fazer diferença alguma para ele, sabe por quê? Porque ele está morto Lívia! Morto! – ele gritou muito alto, totalmente fora do controle.

Tentei tocar o braço dele, mas ele me empurrou um pouco forte. – Não encosta em mim! Me esquece!

Quando ele notou que eu me assustei com sua agressividade repentina, seus olhos se encheram de lágrimas e murmurou um pedido de desculpa bem baixo e rápido, e saiu correndo para longe de mim.

Tá... Aquela foi a minha vez de chorar, e eu não consegui controlar, uma lágrima escorreu por meu rosto bem no momento em que Charles pegou em minha mão, e só assim, me dei conta de que ele havia se aproximado sem que eu o visse.

- Charles...

- Eu vi o que aconteceu. Eu só não parti para cima dele porque sei que ele está sofrendo muito, mas se isso voltar a acontecer, não sei se posso me controlar.

- Não foi nada de mais. Ele só se descontrolou.

- E te empurrou forte. Da próxima vez vai ser o quê?

- O Lucca não é assim ta. Ele jamais iria me fazer mal, nunca teria a coragem de me bater, se é isso o que você teme.

- Acontece que o Lucca que você conhece não existe mais, e você tem que começar a aceitar isso. Esse novo Lucca é capaz de qualquer coisa, pois você não o conhece mais. A dor transforma as pessoas Lívia, e na maioria das vezes para pior.

- Eu sei que ele ainda existe. Só está escondido lá dentro. Eu não posso desistir.

- Temos que entrar em um acordo.

- Como assim? – perguntei, sem entender onde ele queria chegar com aquela frase.

-Ou é ele ou eu. Quem é mais importante para você? Eu sou o seu namorado, e nem parece. Nós dois não nos beijamos faz tempo, não temos um momento juntos como um casal a tempos também! Você vive atrás dele e nunca de mim, eu simplesmente fiquei para escanteio, nem sei mais o que nós dois temos. – ele disse, magoado, só naquele momento eu percebi o que eu estava fazendo com ele.

Ele estava sofrendo por minha culpa, eu estava sendo uma péssima namorada.

- Desculpa. Eu não percebi o que eu estava fazendo com você. Eu prometo que vou tentar ser uma namorada melhor, mas você tem que entender que o Lucca é meu amigo, e, eu não posso desistir dele, eu também faria isso por você. – disse.

Charles suspirou. – Tudo bem Lívia. Só não se esqueça que tem um namorado e que esse namorado sou eu. – ele disse.

- E eu não vou esquecer. Eu gosto de você seu bobo. – disse e sorri, para provar, me aproximei mais e o beijei.

Pela primeira vez depois de muito tempo, um beijo de verdade entre nós dois. Mas eu só estava fazendo o meu papel de namorada, eu não estava no clima para beijo naquele momento, mas eu precisava provar a ele que não tinha motivos para se preocupar. Que eu gostava dele, e isso era o suficiente para nós dois continuarmos juntos.

Pelo menos é o que eu estou tentando me convencer, eu gosto muito do Charles, muito mesmo, mas não o amo como amo o Lucca.

Será que o meu gostar é o suficiente para que nós dois continuemos juntos?

Houve um momento em que eu me separei do Charles e fui me encontrar com minhas amigas, as avistei no corredor. E para minha surpresa, elas estavam com o celular nas mãos, e liam algo, a palavra "social" era dita algumas vezes por elas.

- Olha Lívia! Hoje vai ter uma social na casa de um aluno do terceiro ano, ele nos colocou no grupo da festa, está todo mundo falando nisso, e você também está inclusa no grupo. O que acha? Vamos? – perguntou Josi, a primeira a se manifestar.

- Hoje? Nem é final de semana ainda. – disse.

- E isso não impede de alguém dar uma festa.

- Os pais dele devem ser bem liberais. – disse.

- Não importa, o importante é irmos à festa! – disse Josi, toda contente.

- Seu namorado sabe que quer ir?

- Claro! Ele vai comigo meu bem.

Dei um sorriso, como eu queria que minha vida fosse tão leve como a da Josi. Maluquinha essa garota.

- Não estou no clima para festas. – disse.

E notei Thamara e Mirela me olharem "estranhamente sem jeito", o que claro, eu acabei achando bizarro.

- O que foi? Vocês duas estão querendo ir a essa social hoje? – perguntei incrédula.

- O Peter vai, então, eu também quero ir com ele.

- E você Mirela? – perguntei.

- Eu quero ir para esquecer um pouco dos meus problemas e tentar pelo menos por uma noite parecer ser uma adolescente normal. - disse ela.

Franzi a testa. – Que tipos de problemas você tem além de não estar mais com o Caleb? – perguntei.

- Lavínia e eu tivemos uma briga. Ela me viu beijando o Iago.

Arregalei os olhos, totalmente incrédula! Desde quando minha amiga beijando aquele Deuso todo rebelde do Iago?!

- Uau... Mirela! Quando ia me contar? Como foi? Foi bom? Você está gostando dele?! – perguntei eufórica, pela primeira vez depois da morte do pai do Lucca me sentindo a uma "adolescente normal".

Josi não fez uma cara muito boa. – Eu sei que a Mi precisa voltar se divertir e se relacionar, mas... É que o Caleb é como meu irmão, nossos pais estão juntos, e eu fico triste por ele, eu realmente o considero o meu irmão, e vejo o quanto ele está sofrendo por não ter a Mirela na vida dele. – disse Josi.

- Josi, entendemos isso. Mas o Caleb também deu uma mancada enorme, e se for para a Mi voltar com ele, vai acontecer, mas enquanto isso, qual o problema dela se divertir dando uns pegas naquele ser todo poderoso?! – falei, empolgada de mais.

- Quer saber, eu não vou me meter nisso, quero que tanto a Mi como o Caleb seja feliz, espero que ninguém saia magoado dessa história. – ela disse.

- Tarde de mais minha amiga. Acho que todos nós já saímos magoados nessa história. – falei.

- Então... Você não quer ir? – Mirela perguntou.

- Não estou com vontade, mas acho que vou sim. Acho que vi ser bom para mim e para o Charles ter um momento de diversão hoje à noite.

- Esse namoro está durando em... – debochou Mirela.

- O quê?! Que maldade amiga! – disse e ri.

- Todas nós sabemos de qual garoto você realmente gosta Lívia. – acrescentou Thamara, todas contra mim, vê se pode! Assim fica difícil meu povo!

...

Quando chegou a noite, fomos para a tal social, e ficamos surpresas com a quantidade de gente que estava lá, isso em pleno dia de semana! Ok... Eu também estava, então, são sei por que a surpresa.

Charles estava atrasado, enquanto ele não chegava, fiquei conversando com minhas amigas.

- Lívia, e seu namorado? – perguntou Peter.

- Ainda não chegou Peter Pan. – zombei e ele riu.

- Você é tão engraçada Lívia... – disse ele.

- É, eu sei disso. – ironizei, e todos riram.

- Ele já deve estar chegando. – acrescentei.

- Você emagreceu um pouquinho Thamara. – disse, me dando conta só naquele momento, eu sempre fui ótima para reparar no corpo das pessoas, e ela havia emagrecido um pouquinho sim, bem pouco, mas emagreceu, e isso era um fato que não passava despercebido aos meus olhos.

- Que nada! Estou normal. – disse ela, um pouco nervosa.

- Não. Você deu uma emagrecida sim, sou ótima para reparar nessas coisas amiga! – disse.

- Que bom então.

Peter olhou de soslaio para ela, como se estivesse a interrogando com o olhar, o que estava acontecendo afinal? Porque ela ficou tão nervosa pelo fato de eu ter dito que estava mais magra?

- Vamos ali Peter? Dançar um pouco? – perguntou ela a ele.

Ele assentiu e os dois se afastaram do grupo. – A Thamara ficou estranha depois que eu disse que ela emagreceu né?

- Não reparei. – respondeu Mirela aflita. E eu sabia bem o motivo de tanta aflição, ela não esperava que a irmã gêmea fosse aparecer na festa também.

Lavínia havia acabado de chegar, as duas trocaram um olhar, mas o olhar da Lavínia para Mirela foi sinistro, a garota estava mesmo com raiva!

- Oh não... – choramingou Mi.

- O quê? – eu quis saber.

- Caleb acabou de chegar. Eu não queria que ele viesse.

- Para com isso Mi, também não dá para ficar evitando ele pra sempre, além de ser da nossa escola, é da nossa sala.

- Mesmo assim...

- Mi...

- O que foi Lívia?

- Eu acho que a sua irmã vai... – não consegui terminar de f alar, apenas apontei para a direção da Lavínia, a mesma estava caminhando rapidamente na direção do Caleb, pegou no braço dele e lascou o maior beijão nele! Claro, até o Caleb se dar conta de que era a Lavínia e afastá-la.

Nesse momento, Lavínia olhou para Mi e deu um sorriso satisfeito, como se estivesse "realizado sua vingança".

- Eu não acredito que ela fez isso para se vingar de mim... – disse Mi, nervosa de mais para meu gosto.

Caleb tentou vir em nossa direção, mas Mirela não permitiu que ele se aproximasse mais. – Vai embora Caleb! Eu vi tudo, sei que não foi você, então não precisa me explicar nada! – ela gritou.

- Mas então porque está brava comigo?

- Não interessa ta!

Lavínia se aproximou e riu na cara da Mi. – É bom não é irmãzinha? Como se sentiu? Como está se sentindo? Isso é pra você provar do seu próprio veneno.

- Como assim? – perguntou Caleb.

- Você é uma idiota Lavínia! Você podia ter feito qualquer coisa, menos beijar ele! Você sabe o que eu sinto por ele! – gritou Mirela.

Lavínia soltou uma gargalhada forçada. – Ata! Então você pode beijar meu ex- namorado dentro do meu quarto e eu não posso beijar o seu ex em uma social?! E quer saber, os seus sentimentos pelo Caleb, não impediu que você beijasse o Iago no meu quarto!

O barraco estava garantido! As duas gêmeas estavam descontroladas e gritando tão alto, que o povo estava tudo olhando e cochichando, estavam se divertindo com toda a cena dramática de DR entre as únicas gêmeas existentes no colégio.

- Você beijou aquele cara?! – disse Caleb.

Mirela ficou sem reação quanto a pergunta dele. – Ela beijou sim Caleb! Isso porque ela te ama, imagina se não te amasse. – debochou Lavínia.

Caleb deixou a cena, saiu apressado para fora daquela casa. – Eu não suporto você Lavínia! Como pode fazer isso comigo?!

- Cala a boca! Não se faça de vitima, apenas aceite que quando eu quero, eu consigo me vingar, e esse beijou hoje no Caleb, eu quis. – disse ela.

Mirela empurrou forte a irmã e saiu correndo também, fui correndo atrás da Mi, quando avistei o Charles aos beijos, todo agarradinho com uma garota da nossa turma de artes. Se eu não me engano o nome daquela menina era Melissa.

Fiquei em choque quando vi os dois em um beijo profundo e bem intimo... Ele a beijava como louco, como se fosse um rapaz solteiro, como se os dois fossem ficantes ou namorados.

Mas eu era a namorada oficial, que no momento era corna, e aquela garota era apenas uma amante, pra não dizer outra coisa...

Eu senti uma gigantesca decepção ao presenciar aquela cena, não sofri por estar sendo traída, apenas estava decepcionada e me sentindo enganada, eu esperava mais do Charles, sempre pensei que ele fosse bem melhor que isso, melhor que os rapazes de hoje em dia, mas pelo o que vi, ele era igual aos outros.

Uns safados mentirosos. Eu confiei fielmente a ele, pensava que ele realmente gostava de mim, nunca pensei que ele um dia pudesse me trair assim, me apunhalar dessa maneira, e ainda vem cobrar por eu lutar pela a amizade do Lucca.

Sendo que quem estava ficando com outro, era ele e não eu. Senti raiva também. Como fui burra.

Eu poderia arrumar o maior barraco ali naquele momento, dizer tudo o que eu estava pensando dele naquele momento, jogar na cara dele tudo o que estava entalado ali na minha garganta. Mas não foi isso o que eu fiz, a Mi estava desesperada, triste, chorando e com raiva, e eu não podia deixá-la sozinha naquele momento, e eu não queria arrumar mais uma cena dramática para que o pessoal do colégio pudesse se deliciar assistindo, o Charles iria saber que eu vi, iria escutar tudo o que eu sinto, mas não naquela noite.

Aquela noite a Mi precisava de mim, e ela precisava bem mais do apoio de uma amiga do que eu, ela realmente estava sofrendo, eu não.

E foi nessa noite que eu percebi que eu não amava o Charles, pois se fosse o Lucca beijando outra garota, eu tenho certeza que eu estaria chorando horrores, e estaria doendo muito.

Mas o fato de eu não amá-lo, não significa que eu tenha gostado de ter sido traída, eu fiz papel de boba e isso não iria ficar assim.

Mas a minha amiga sim precisava de um ombro amigo aquela noite, e eu faria de tudo para conseguir amenizar um pouquinho a raiva e o sofrimento dela, e foi o que eu fiz, pelo menos tentei, e é isso o que importa.

Afinal, a amizade é isso. 

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