O Inventor de Estações

By ItaloAnatercioS

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🏆 VENCEDOR "THE WATTYS AWARDS 2019" NA CATEGORIA FANTASIA 🏆 🏆 1º Lugar no Concurso Wattpad Brasil - Fanta... More

Magia
Prólogo
Capítulo 01 - Coisas que brilham
Capítulo 02 - Depois da cerca
Capítulo 03 - A reunião dos Anciões
Capítulo 04 - A Floresta de Mármore
Capítulo 05 - Os outros Sinibios
Capítulo 06 - Sob um novo céu
Capítulo 07 - O Furto e a cantiga
Capítulo 08 - O menino do saco
Capítulo 09 - Carne Seca. Parte I
Capítulo 10 - Carne Seca. Parte II
Capítulo 11 - Carne Seca. Parte III
Capítulo 12 - A Congregação. Parte I
Capítulo 13 - A Congregação. Parte II
Capítulo 14 - Passagem Sem Volta
Capítulo 16 - Civilização dos Inquebráveis. Parte II
Capítulo 17 - Civilização dos Inquebráveis. Parte III
Capítulo 18 - Civilização dos Inquebráveis. Parte IV
Capítulo Extra - Poema para Haga
Capítulo 19 - Descobertas No Subsolo
Capítulo 20 - A Espiã
Capítulo 21 - Desventuras em Série. Parte I
Capítulo 22 - Desventuras em série. Parte II
Capítulo 23 - Desventuras em série. Parte III
Capítulo 24 - Desventuras em série. Parte IV
Capítulo 25 - Interessados, sumiços e quedas. Parte I
Capítulo 26 - Interessados, sumiços e quedas. Parte II
Capítulo 27 - Terra Vermelha. Parte I
Capítulo 28 - Terra Vermelha. Parte II
Capítulo 29 - Girassol adormecido
Capítulo 30 - Outono e Inverno
Capítulo 31 - Fragmento de estrela
Capítulo 32 - O círculo das energias
Capítulo 33 - Ilha Tenebrosa
Palavras Mágicas
Capítulo 34 - O choro da criança
Capítulo 35 - O segredo. Parte I
Capítulo 36 - O segredo. Parte II
Capítulo 37 - O homem na estrada
Capítulo 38 - Cantiga na estrada
Capítulo 39 - O Rastro no céu
Capítulo 40 - Redoma de Cristal
Capítulo 41 - Coração de Pedra
Capítulo 42 - A jornada da Menina Vermelha
Capítulo 43 - Batalha e a terra que cura
Capítulo 44 - O Cemitério das naves
Capítulo 45 - Os vultos do abismo sem fim
Capítulo 46 - Verdade nas mãos. Parte I
Capítulo 47 - Verdade nas mãos. Parte II
Capítulo 48 - Corrupção da terra
Capítulo 49 - Um mundo corrompido
Capítulo 50 - A grande sala de estrelas
Capítulo 51 - O Amor é Selvagem
Capítulo 52 - A Rosa da esperança
Capítulo 53 - Aprisionados
Capítulo 54 - A solução. Parte I
Capítulo 55 - A solução. Parte II
Capítulo 56 - A Fortaleza sombria
Capítulo 57 - De volta ao lar
Capítulo 58 - O sábio e a Harmonia
Capítulo 59 - Fantasmas do Passado
Momentos
Capítulo 60 - A esperança
Capítulo 61 - A Rosa violenta e o abraço frio
Capítulo 62 - A anciã e o menino
Capítulo 63 - O despertar do último
Capítulo 64 - O regresso da Harmonia
Capítulo 65 - Feridas
Capítulo 66 - Os prisioneiros e o menino
Capítulo 67 - A morte do antiquíssimo
Capítulo 68 - A anciã, a criança e o abismo
Capítulo 69 - A volta dos inocentes
Capítulo 70 - A Harmonia das Estações
Epílogo
Agradecimentos
oizinho
❄️🌸 Algo especial 🍁☀️
Capítulo Extra (spin-off): A Torre da Espera
Artes ❄️🍁🌸☀️
Heyzinho 🦊

Capítulo 15 - Civilização dos Inquebráveis. Parte I

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By ItaloAnatercioS


Estava quente demais, e a luz que os banhava era tão pálida e estranha. Todo o céu girava sobre suas cabeças, mas aos poucos, as crianças foram recuperando os sentidos. Já começavam a enxergar com mais nitidez. De pé, Halva examinada a si própria, dando giros ainda cambaleantes para então se convencer que realmente estava em seu tamanho normal. Ela ajudou Flora a ficar de pé e Olati também, pois os dois ainda estavam confusos, assim como Corteo, mas este, não precisou de ajuda para se equilibrar. Depois foi a vez de Tonto, que permaneceu sentado por alguns instantes, olhando para as próprias mãos, ele queria vomitar, ou algo parecido. Seus sentidos demoraram a voltar ao normal, mas então sua mente foi atingida por memórias, lembranças de alguém. Um amigo.

Goque!

De pronto, o menino ficou de pé, e começou a olhar em todas as direções, queria encontrar seu amigo, pois este o esperava. Mas, além da Floresta Mimosa, havia apenas um campo de grama muito verde e aparentemente normal demais. Olhando para a floresta que acabaram de sair, tiveram a impressão de que aquilo não passava de um jardim, mesmo com sua imensidão que se perdia no horizonte até chegar na Floresta de Mármore.

— Que lugar é esse? — indagou Corteo.

— Não deve ser nenhum lugar importante — constatou Halva afundando os pés na grama verde. — Não imaginei que encontraríamos apenas um campo após aquela floresta maluca.

— Não devemos esperar nada desse mundo. Eu nem mesmo sabia da existência da floresta de Mármore e olhe onde estamos. Deve haver muito mais que isso — finalizou Corteo.

E ele estava certo, embora sua certeza lhe causasse formigamento no estômago. Havia algo errado em tudo aquilo, pois em suas vidas, aquelas crianças nunca ouviram falar em nada além dos seus próprios vales. O conhecimento do seu próprio mundo não estava em suas mãos, e por lástima, estavam sendo obrigados a enfrentar todo aquele desconhecido sem ao menos saber o que encontrariam. Era como estar, de repente, em um outro mundo.

— É como estar em um outro mundo — falou Tonto, melancólico.

Todos olharam para ele e viram sua expressão tão preocupada, cheia de tons amarelados de medo.
— Você está bem? — perguntou-lhe Halva.

— Estou — respondeu ele coçando a cabeça. — Mas eu esperava encontrar alguém aqui desse lado. Era para ele estar aqui.

— Alguém?

— Um amigo que conheci na floresta de Mármore, ele falou-me que estaria aqui, do outro lado da Floresta Mimosa.

— Talvez esse não seja o mesmo lado que ele te falou. Pode estar para aquele lado — Halva apontou para além da Floresta Mimosa, o lado oposto ao  que estavam. Mas, se Goque estivesse esse ali, seria visível, pois a floresta não passava dos joelhos de um homem adulto.

Tonto negou com a cabeça, pois ele não estava daquele lado, nem do outro. Goque não estava ali e ele não queria acreditar nisso.

— Seu amigo vai aparecer, você demorou para atravessar a floresta Mimosa. Ele deve estar em algum lugar procurando comida — falou Halva olhando ao longe, para além do horizonte verde daquele campo.

— Nós não vamos ficar aqui esperando por ele, não é? — exaltou Corteo.

— E se eu quiser esperar? Na verdade, eu vou esperar por ele — retrucou Tonto.

Os dois mais uma vez trocaram tabefes através de seus olhares cortantes. A sorte era que ambos estavam distantes e entre eles, estava Halva, carrancuda e decidida a estapear os dois se fosse necessário.

— Então fique aí, seu bobalhão! Assim, um bobo-cuia te pega e se distrai com você enquanto a gente foge — bravejou Corteo virando as costas para o garoto amarelo.

Flora acompanhava aquela discussão como quem queria interromper tudo e amenizar as coisas com um abraço e talvez cantigas alegres sobre as borboletas, mas ela nem precisou tentar, pois sabia que não adiantaria em nada.

— Nós temos que seguir — disse Halva por fim. — Precisamos mesmo sair daqui. Tonto, você quer mesmo ficar?

Aquela era uma pergunta que nem mesmo ele conseguia responder para o seu coração. Parte de seus pensamentos gritava para que ele ficasse e outra parte dizia para continuar.

Talvez ele esteja seguro em algum outro lugar, me esperando, foi o que pensou.

Deve-se dizer, que para todos ali, era difícil tomar a decisão de abandonar alguma coisa, ou deixar algo para trás. Visto que, nenhuma das crianças queriam lembrar de seus lares daquela forma. E vendo que Tonto tinha que tomar uma decisão como essa, todos lembraram melancolicamente de seus pais e avós, seus vales e suas vidas. E todos sentiam a angustia do menino, como se houvesse um fio de conexão entre eles, permitindo sentir as mesmas emoções, mesmo que não na mesma intensidade. E, sentindo o peso de tudo aquilo, Tonto caiu sobre a grama, ajoelhando-se e cobrindo o rosto com as mãos. Espantada, Halva se aproximou, mesmo que não soubesse o que fazer, apenas tocou sua mão pálida no ombro do garoto e em seguida foi a vez de Flora e Olati se aproximarem. Estavam compartilhando da mesma dor, até mesmo o garoto birrento em tons de ferrugem, olhou para trás e viu a cena dos quatro agachados na grama e sentiu em seu peito, algo lhe tocar profundamente.

O que aconteceu em seguida, não foi muito agradável. Uma desventura, mais uma talvez.

Perdidas naquela estranha sensação, as crianças não perceberam algo acontecer ao redor e talvez, mesmo se notassem, não adiantaria mais.

E foi isso: do chão ao redor, uma espécie de fumaça rosa começou a surgir lentamente, com tentáculos dançantes a se aproximar das crianças. No início era tímida, mas foi ganhando força e coragem, até rodear os cinco e então alguns começaram a tossir. Corteo inalou da fumaça e tentou se afastar dela agitando as mãos, mas seu corpo parecia atrair aquela coisa. Assim como Halva que tossia sem parar, ainda tentou cobrir as narinas com a manga do vestido, mas já havia inalado tanto daquela fumaça rosa, que logo perdeu os sentidos e os domínios sobre seu corpo.

— O que está acontecendo? Estamos perdidos — ela ainda conseguiu falar, embora sua voz estivesse distorcida e inaudível.

Envolvidos por toda aquela fumaça, não conseguiram ver nada do que aconteceu em seguida, pois estavam adormecidos.

Era possível ouvir ao longe, bem distante, vozes grossas e roucas demais para conseguir identificar uma palavra e vultos enormes rodearam os cinco.


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