Capítulo 21 - Desventuras em Série. Parte I

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“Existem apenas duas coisas muito sutis que distingue a calmaria do caos, é a linha da serenidade e o exato momento em que ela se rompe

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“Existem apenas duas coisas muito sutis que distingue a calmaria do caos, é a linha da serenidade e o exato momento em que ela se rompe.”
- Anônimo lastimoso.

Ao entrar no quarto, com o corpo tremendo após contar a verdade para Covárdia, Tonto se deparou com Halva andando de um lado para o outro e Flora tentando acalmá-la sem obter sucesso. Olati e Corteo estavam na cama, sentados e ambos se olhavam com desdém.

— Onde você estava? — gritou Halva ao vê-lo trancar a porta. — Você nos deixou aqui e sequer se importou em nos avisar onde estava.

— Eu saí para dar uma volta, não conseguia dormir. Aconteceu alguma coisa?

— Não, mas e se tivesse acontecido? Você não estaria aqui!

— Eu não os abandonei, apenas estava andando por aí com a...

— Com quem? — Sim, Halva estava irritada e era bem perceptível no tom ríspido de sua voz e julgando também que ela estava com os punhos cerrados.

— Eu saí com a Covárdia, ela me mostrou alguns lugares — respondeu ele.

— Enquanto estávamos aqui pensando o pior, ele passeava. Viram o que eu disse? — intrometeu Corteo. — Ele não se importa conosco. Deveríamos ter partido como sugeri mais cedo.

Tonto lançou um olhar para o garoto que se fosse uma pedra, com certeza teria lhe furado a testa.

— Tonto, você nos abandonou mesmo? — perguntou Flora que estava com seu sorriso murcho.

— Não! Eu já disse que não. Eu só fui até o subsolo com a Covárdia, e lá ela me mostrou muita coisa útil!

— Tipo? — retrucou Corteo.

— Mapas, histórias sobre Haga que eu queria que vocês também estivessem lá para conhecer. Vamos precisar da ajuda dela. Ela conhece esse mundo, nós não. Só sabíamos da existência dos nossos vales, como se tudo se resumisse a isso. Ela vai nos ajudar.

— Você contou a verdade para ela? — indagou Halva se aproximando dele como um trovão. — Por que você fez isso? Eu não confio nessa gente, foi por isso que eu menti para aquela mulher estranha! E você estraga tudo porque acha que pode confiar em qualquer um!

— Nós podemos confiar nela, eu sei que podemos! Todo esse tempo, ninguém se mostrou disposto a nos ajudar. Apenas fugimos dos anciões ou dos Bobo-cuias. Ela não é como eles!

— Como você pode ter certeza?

— Eu vi confiança nos olhos dela como não via há muito tempo — retrucou ele e se sentou na ponta de uma das camas com todos os olhares pesando sobre suas costas.

O Inventor de EstaçõesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora