Capítulo 40 - Redoma de Cristal

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“Eu encontrei um menino

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“Eu encontrei um menino. Era o meu menino. Tão triste ele estava, era sábio e silencioso. Seus olhos eram os meus. Ele era o meu menino. Aprisionado em uma redoma. Tão sábio ele foi um dia.”

— Minha senhora — disse um guarda entrando na congregação olhando-a com seriedade. Ele se aproximava apressado e ofegante. — Tenho notícias sobre o Ancião Soluá e as crianças.

— Finalmente — retrucou a sra. Dondon como uma lâmina. — Ande, fale onde estão!

— Ainda neste dia estarão se aproximando daqui. Parece que houve um acidente, tem apenas uma carruagem vindo a toda velocidade.

— Espero que pelo menos as duas crianças estejam nela. As redomas já estão prontas?

— Sim, minha senhora — o homem curvou a cabeça, tirou do bolso um papel amarelado e amassado que julgou não ser muito apresentável diante de tanto poder daquela mulher, mas seguida as ordens dos filósofos. — Um dos filósofos me ordenou que lhe trouxesse isto — e estendeu o papel para ela.

Seus olhos quase não aceitaram no significado daquelas gravuras e teorias, mas logo fez sentido. No papel estava o projeto que tanto lhe custou. Primeiro precisou convencer a homens e cientistas, filósofos e incrédulos de que aquilo seria a salvação de todo um mundo. Ela ainda podia lembrar dos anos de dedicação na arte de persuadir, ser convincente. Passou anos levando inúmeras reprovações até que encontrou pessoas tão ambiciosas quanto ela mesma. As quatro redomas gigantes expressas no papel, dispostas em um círculo estavam sinalizando a conquista. Quatro redomas para quatro crianças. Quatro passos para finalmente descansar e findar a vida dos sinibios. Apenas quatro passos. Largou o esboço de lado e voltou-se para encarar o homem.

— O sr. Soluá está com duas crianças, mas, e as outras duas? — seus olhos inspecionavam a face do homem procurando qualquer sinal de vacilo ou hesitação.

— Já temos cerca de dez homens e bobo-cuias atrás da garota e do outro menino.

— Nenhuma notícia ainda?

— Ainda não, mas pelo tempo que partiram, suponho que estejam perto de capturá-los.

— Sua suposição não me vale de nada. Só espero que façam isso antes que um deles se aproximem daquele lugar — ela retrucou feroz. Fez um sinal com a mão para que o homem se retirasse imediatamente e assim ele fez.
Algum tempo depois, houve uma reunião que não fora marcada para aquele dia e apenas a sra. Dondon estava disposta a comparecer. Filósofos e cientistas estavam esperando por ela em uma sala vazia da congregação por onde os raios do sol entravam através das grandes janelas. Havia alguma coisa no centro daquela sala e estava coberta por uma lona negra e pesada e, conforme se aproximava, ela tinha mais certeza do que se tratava.

— Não esperava por isso, senhores — ela disse ficando diante da grande coisa coberta unindo as mãos como duas serpentes se enroscando. — Finalmente está pronto?

O Inventor de EstaçõesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora