Capítulo 13 - A Congregação. Parte II

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O silêncio voltou a reinar por todo o lugar e este, também se encolhia contra as paredes pálidas

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O silêncio voltou a reinar por todo o lugar e este, também se encolhia contra as paredes pálidas.

A Sra. Dondon, que carregava em si, um certo rancor por Margarida, não parava de encará-la e todos podiam ver as faíscas do ódio sendo lançadas. A mulher largou o papiro sobre o trono onde estava sentada e caminhou até o centro do altar, seguida dos outros Anciões.

— Nós já chegamos a uma decisão e seremos piedosos — falou o Sr. Margor do vale do Outono. — Queremos as quatro crianças, e tudo voltará a ser como antes.

— O que querem com os nossos filhos? — perguntou Soraia, que sentia repulsa só de olhar para o Sr. Margor, que lhe causou tantos problemas.

— Por causa deles ou deve algo que possuem, todo o nosso mundo se encontra em caos! Falem onde eles estão escondidos e seremos piedosos, vocês podem confiar — o velho sorriu e revelou seus dentes amarelos e cheios de ganância. — Sejam colaborativos e nos falem a verdade!

— Não vamos entregar nosso filho para vocês! — bravejou Rencor. — Vocês estão fazendo tudo errado, seja lá o que for! O Inventor deveria estar ciente de tudo isso! Os senhores não podem dominar os vales!

— Sr. Rencor, cresceste para se tornar um homem fantasioso? Cheios de pensamentos vadios? — indagou o Sr. Golosso, ao lado da Sra. Dondon. — O Inventor já não existe mais. Ele criou este mundo e nos abandonou, nos deixou como donos de tudo que podemos pisar.

— Isso é tirania!

— Como ousa nos ofender dessa forma? Só estamos cuidando da harmonia dos vales! Não acha que somos capazes, Sr. Rencor? — o ancião já estava descendo do altar, caminhando devagar até se aproximar de Rencor e os outros. Era possível ver cada detalhe do seu rosto enrugado, as manchas causadas pelo sol, a vaidade e sede pelo poder. — Quem mais seria capaz de cuidar do nosso bem?

Rencor poderia se deixar dominar pela raiva que sentia, poderia naquele momento socar a face daquele homem que estava tão próxima a sua.

— FALE! — gritou. — Quem teria a boa alma para proteger todo esse mundo, Sr. Rencor? Vocês? Pobres homens e mulheres que não são fortes o bastante para lidar com a verdade? Nós, sim! Veja! Olhe para todos os anciões, ande! Erga os olhos!

O Sr. Golosso segurou no queixo de Rencor de o fez olhar para os sete Anciões que estavam no altar. Todos possuíam a mesma aura, as mesmas ambições. As duas senhoras de vestidos rosa, com flores enormes a enfeitar os cabelos; a Sra. Dondon; os senhores do vale do Inverno, frios e cínicos, silenciosos; o Sr. Margor e sua esposa. Todos ali compartilhavam a mesma essência e esta não era boa.

— Consegue enxergar a diferença, Sr. Rencor? Todos vocês, conseguem enxergar a diferença? Nós podemos e cuidamos de tudo, para o bem de todos! Suas vidas devem-se a nós, pois nós decidimos o melhor.

— Nossas vidas não estão nas suas mãos, Sr. Golosso. Nunca estiveram.

— E o senhor pensa que está nas mãos de um ser que nos abandonou? Que criou tantos riscos neste mundo? Hã?

O Inventor de EstaçõesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora