Capítulo 19 - Descobertas No Subsolo

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— Para onde estamos indo? — perguntou Tonto a Covárdia, após dobrarem na primeira rua

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— Para onde estamos indo? — perguntou Tonto a Covárdia, após dobrarem na primeira rua.

Ela não respondeu, estava apenas andando em passos acelerados deixando-o tenso.

— Acho que voltarei a dormir — ele continuou. — Estou com sono.

Covárdia desacelerou os passos e se voltou para ele, ainda caminhando e disse:

— Você está explorando Haga, não está? — havia faíscas em seus olhos e sua voz era acalentadora em meio ao silêncio fantasmagórico da cidade. — Só acho, que antes de explorar todo esse mundo com seus amigos, você deveria conhecer pelo menos a história do seu mundo, dos povos que vai encontrar. Não quer isso?

Ela havia cutucado no lugar certo. Mesmo com a mentira de Halva, que não havia sido nada convincente, Tonto resolveu embarcar na primeira enxurrada de oportunidades que lhe apareceu. E era aquela. Ele assentiu e assim, os dois continuaram caminhando.

Depois de mais alguns minutos, chegaram no carrossel e olhando para ele, Tonto sentiu uma estranha vontade de voltar a girar, sentia falta daquela sensação outrora sentida e teve vontade de se encaminhar até ele. Mas foi puxado pela camisa:

— Você não pode ir novamente! Não, não! — gritou Covárdia. Seus olhos estavam assustados demais para o momento. — Venha, menino! Vamos sair daqui!

Os dois continuaram andando, e de vez em quando, Tonto lançava olhares para o carrossel que ficava mais e mais distante. Eles cruzaram várias ruas e logo estavam tão distantes da Torre da Luz que tudo que viam dela era sua estranha esfera que emanava aquela luz pálida da noite. Logo chegaram em um local onde não havia casas nem outras construções, era apenas um lugar vazio e com vários buracos no solo. Alguns desses, bem escavados, possuíam escadas que desciam até onde não poderia mais ver os degraus. Aflita, Covárdia olhou para todas as direções e de repente, entrou em um dos buracos descendo seus degraus e chamou por Tonto.

— Venha logo! Não temos muito tempo.

Ele desceu os primeiros degraus vendo a superfície ficar logo acima de sua cabeça e depois, a penumbra o consumiu. Tentando achar algum apoio, esticou os dois braços e tocou na terra que o rodeava, estava em um túnel largo, com paredes sólidas e frias. O cheiro era seco e um tanto salgado, uma mistura de raízes e lama.

Houve o som de ferrolhos se abrindo e em seguida, uma luz oscilante iluminou os dois ao pé da escada. Covárdia olhou para Tonto, e ambos sentiram frio, desses que existe de dentro para fora. E entraram no túnel. Havia tochas acesas aqui e ali, e dava ao lugar, um certo calor incômodo e abafado.

— Estamos no subsolo. Onde todos nós vivemos durante anos — falou Covárdia como se soubesse que essa era a resposta ideal para algumas perguntas na mente do menino.

— Onde eu acordei após ser trazido para cá?

— Você acordou nos aposentos de Ama. Aquela parte é extremamente proibida para os outros habitantes. Só quem ela confia pode andar por lá. Mas, essa parte, tudo isso que está vendo, é que conta nossa história. A história dos Inquebráveis.

O Inventor de EstaçõesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora