BloodLycan - A Saga dos irmão...

By AmandaScopel

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Prepare-se para muitas surpresas, suspense e fortes emoções nesta continuação da história dos irmãos Mool, Jo... More

Informações
Capítulo 1 - Lua Cheia
Capítulo 2 - Marshmallows
Capítulo 3 - Novos Ares
Capítulo 4 - Membros da Alcateia
Capítulo 5 - Flor Dourada
Capítulo 6 - Despedida
Capítulo 8 - Wolf Pack
Capítulo Bônus - O Início do Raio de Sol
Agradecimentos

Capítulo 7 - Correntes

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By AmandaScopel


John sentira uma mão suave e familiar acariciar seu rosto, enquanto dizia:

— Amor... Acorde amor...


— A... Acira? — ele sussurrou ao despertar, mas ela havia desaparecido. Levantou com um pouco de dor, pois a cura de seus ferimentos estava lenta, por estar a quase um dia sem se alimentar direito. — Que lugar é esse? — perguntou a si mesmo, analisando o ambiente gelado e sem iluminação. O chão possuía vigas e buracos do tamanho de camundongos e tinha goteiras por toda parte. Começou a farejar o lugar. As paredes eram de pedras, com algumas partes cheias de fungos, devido ao péssimo estado de conservação. John também avistou correntes penduras na parede e uma pequena vidraça com grades. Foi até a grade da cela, que seria sua única saída, mas antes que tocasse nas barras de ferro, a voz de uma garotinha o surpreendeu.


— Eu não tocaria nelas se fosse você e eles não vão te deixar sair até dar o que querem...


John se aproximou farejando a parede da cela ao lado, e encontrou um buraco, no qual avistou os pequenos olhos verdes, que o observavam e perguntou:


— O que são eles, garota?


— Eu os chamo de sanguessugas... — disse a voz de um homem, que se encontrava em outra cela, logo à frente.


John farejara cerca de três lobos transformados, que estavam em forma humana. Mesmo sem vê-los, ele sabia através do cheiro, pois quando humanos, os lycans e principalmente os transformados, ficavam com seus cheiros mais fracos e também vulneráveis.


— Já ouvi falar sobre eles, mas nunca os encontrei antes... Pensei que fossem apenas histórias para assustar crianças.


— Como consegue ficar nesta forma sem a lua cheia e consciente? — perguntou a menina curiosa.


— Eu nasci assim...


— Você é um puro sangue então? — perguntou o homem de outra cela e John assentiu.


— Você é um lobo solitário? — a menina questionou.


— Não, eu possuo uma alcateia... Falando nisso... — John caminhou até a pequena janela e soltara um uivo profundo e bem alto.


— Por que fez isso? — a menina se encolheu na parede contra as grades e os homens a imitaram, como se estivessem com medo.


— O que há de errado com vocês? — John perguntou intrigado.


— Não devia ter feito isso, agora eles virão pra cá... — respondeu a menina.


John ficara em silêncio e foi para o fundo da cela, quando avistou uma luz amarelada, que se aproximava e a voz de um homem ecoou bem alta.


— Conhecem as regras vira-latas, o responsável pelo barulho inconveniente deverá se entregar, senão todos serão castigados! — John avistara o homem um pouco acima do peso e de cabelos castanhos. Em seguida, uma voz feminina também ecoou pelo ambiente.


— Dia de sorte deles Edgar, eu já sei quem foi... — a garota ruiva aparecera novamente e parara na frente da cela de John. — Este aqui! O novato... Aproveitando o castigo, vim aqui interrogá-lo. — ela lançara um olhar malicioso para o lobo. John nada disse e só os ameaçava mostrando os caninos. Ela então ordenou: — Pendurem-no!


Três homens entraram na cela com bastões de choque, o cercando. John sabia que não eram humanos, por isso teria que tomar cuidado. Perambulava de um lado para o outro no fundo da cela, com os olhos atentos nos estranhos. Quando o primeiro homem avançou com sua velocidade sobre-humana, John fingiu ser um alvo fácil, mas quando fora receber a descarga elétrica, segurou a mão do homem firmemente e o lançou contra o outro. Desviou do terceiro homem, que surgira por cima e correu em direção a porta, que estava aberta. Quando colocou as patas para fora, foi surpreendido por uma descarga elétrica no pescoço. A vampira havia se escondido no teto rochoso, com várias vigas de metal enferrujado, no qual ela tinha se pendurado. Sentiu a descarga pelo corpo e tentou se levantar, mas os outros homens se aproximaram rapidamente, aproveitando que ele caíra no chão e direcionaram as armas de choque, o fazendo gritar até ficar inconsciente. Como o ambiente era uma penumbra, os choques pareciam fogos de artifícios, num intervalo muito curto de um para o outro.


— Pendurem-no! — repetiu a mulher.


Os homens rapidamente o arrastaram para dentro da cela e soltaram os ferros, que ficavam presos às armações das correntes.



John sentia seus braços dormentes, tentou movê-los enquanto recobrava a consciência, mas barulhos estridentes vieram a cada movimento. Tentou arrancar as correntes por várias vezes, até que uma voz o interrompeu.


— Já tentamos isso, não conseguirá rompê-las... — afirmou o homem da cela à frente. — Só Deus sabe do que estas correntes são feitas, se é que ele existe.


— Droga! — John rosnou.


— Você tá bem? — perguntou a menina receosa, aproximando-se novamente da cela de John.


— Tirando a parte de eu estar acorrentado, já tive dias melhores...


Barulhos de passos se aproximavam das celas novamente e todos ficaram em silêncio. A vampira parara na frente da cela de John, mas desta vez estava sozinha e vestia um jaleco branco.


— Você de novo? — John perguntou em tom de deboche.


— Sentiu minha falta é? — a vampira sorriu e abriu a cela.


— Nem fodendo! — John rosnou.


— Falando nisso... — ela caminhou até ele e começou a tocá-lo e continuou: — Se colaborar podemos nos divertir mais tarde...


— Tire suas mãos imundas de mim!


John lhe direcionara várias dentadas, mas graças às correntes, ela estava em uma distância segura.


Ela sorriu maliciosamente e perguntou:


— Onde eles estão? Basta apenas responder esta pergunta simples e poderá ser livre novamente.


— Vai para o inferno! — John cuspira nela e soltara um riso zombeteiro.


— Acha engraçado? — ela esfregou o rosto em um pano, que tirara do jaleco e disse sorrindo: — Eu já estou nele meu querido, igual à outra cadela de sua alcateia...


— Do que está falando?


— Eu mesma a mandei para lá... Infelizmente ela não quis colaborar conosco, então não tive opção a não ser matá-la... E acontecerá o mesmo com você se não colaborar! — ela dizia cada palavra bem tranquila e limpando as unhas, mas sabia que ao citar a loba, mexera com ele.


— Sua desgraçada! — ele tentou avançar nela novamente. — Eu vou acabar com sua raça!


Ela o encarou, como se aquela ameaça não significasse nada e deu as costas para ele dizendo:


— Bom em breve você irá colaborar e será por bem ou por mal!


— Grrr... Volte aqui sua desgraçada! — John gritou e ficava dando uns trancos nas correntes com a intenção de arrebentá-las. Após alguns minutos, John parou pela exaustão e por estar faminto.




No meio do trajeto ao local de encontro combinado, Allec e Jennifer nem sequer chegaram na entrada da cidade, pois mudaram de rota, após ouvirem o uivo de John a alguns quilômetros de distância. Mantinham-se na forma de lobos e mesmo caminhando bem próximos de uma estrada pavimentada, eles eram camuflados pela densa floresta, que cercava a cidade. Fazia algumas horas em que eles caminhavam desde que fugiram da fazenda, até que os filhotes acabaram se deitando no chão, por estarem exaustos.


Jennifer deitou-se ao redor dos filhotes e Allec analisara, que não deviam estar muito longe de onde viera o uivo de John. Ele colocou a mochila que carregava no chão e pegou um pedaço de carne, começando a mastigá-lo. Os filhotes ao notarem o que ele fazia, se aproximaram de Allec e começaram a abanar suas caudas. Ele mastigara e engolira parcialmente a carne, mas a regurgitou para os filhotes, deixando a carne mais macia, pois eles ainda não estavam muito acostumados a comerem alimentos sólidos.


Enquanto eles comiam, Allec se aproximou e deitou ao lado de Jenny perguntando:


— E você amor, está bem? Não está com fome também?


— Eu estou bem, vamos guardar o que trouxemos para eles, pois precisam mais do que nós... E podemos pegar qualquer animal depois.


— Se você diz. — ele comentou e a acariciou com o focinho.


Depois de descansarem por algumas horas, Allec guiava o caminho, mas parou de repente, colocando a mochila no chão, enquanto comentava:


— Estamos próximos Jenny, mesmo fraco, consigo sentir o cheiro dele... — Allec estava perto de uma poça de lama e surpreendeu a Jenny e os filhotes ao se jogar nela de costas.


— O que está fazendo Al? — ela perguntou e os filhotes imitaram o comportamento de seu tio.


— Disfarçando nosso cheiro! — ele riu após ver os filhotes se lambuzando também. — Falta você Jenny!


— Sério que terei que fazer isto? — ela se aproximou da poça e farejou, tampando o focinho em seguida. — Essa lama tá fedida!


— Essa é a ideia, seja lá o que forem, devem possuir um olfato similar ao nosso...


— Sem chance Al... Não vou me jogar aí... — ela deu alguns passos pra trás.


— Bom... Se você não quer fazer isto então... — ele levantou rapidamente e pulou em cima dela a derrubando de costas. — Me dá um abraço! — afirmou se esfregando nos pelos dela, manchando os graciosos pelos brancos de um tom marrom acinzentado e ela rosnou:


— Allec! Para com isso! — ela o empurrou com as patas traseiras e ele voltou para lama. — Olha o que você fez!


— Você tá linda amor! — ele riu e se assustou quando ela deu um pulo em direção a ele.


— Agora você vai ver! — e os dois rolaram na lama.



O sol já dava sinais de sua despedida diária.


Jennifer e Allec haviam encontrado um galpão, bem próximo do mar e um pouco afastado das residências. O lugar parecia mais como uma garagem antiga, mas o cheiro de John vinha forte daquele local. Eles observaram durante algumas horas e haviam deixado os filhotes escondidos e presos há alguns quilômetros dali.


— Ele está lá, posso sentir! — afirmou Allec.


— O que faremos agora? Não parece ter muita gente lá dentro...


— Também acho, farejei em torno de umas cinco pessoas, ou seja, lá o que forem...


— Como chegaremos lá sem nos verem?


— Eu tive uma ideia...


Quando foram correr em direção oposta ao galpão, eles se surpreenderam pelo uivo de um lobo. John já sentia a aproximação deles, mesmo com seus cheiros disfarçados.




John continuou a uivar, mesmo ouvindo os alertas de seus companheiros de cela e dois dos guardas apareceram. Um dos homens o ameaçou:


— Olha vira-lata, se não parar agora, eu juro que irei te eletrocutar até seu coração parar!


John o ignorou completamente e soltou outro uivo.


— Ora seu... — eles abriram a cela impacientemente e começaram a eletrocutá-lo. — Te avisamos! Tente uivar agora desgraçado!


John, já quase inconsciente, fora poupado temporariamente ao escutarem barulhos de sirenes, que os fez parar.


— Edgar, é aqui!


— Droga, o que será desta vez?


— Vamos verificar... Terminamos com você mais tarde!


Afirmou o homem dando um soco no estômago de John que gemeu de dor, porém ainda consciente, soltou um breve sorriso após a saída dos guardas.


Allec e Jennifer observavam a conversa entre os policiais e os homens que foram atendê-los, sobre a denúncia que receberam do lugar. O jovem casal encontrava-se escondidos e camuflados entre as árvores, na lateral esquerda do galpão. Além das árvores ao redor, também havia carcaças de carros e pilhas de ferrugem, aparentando ser um ferro velho.


Jenny olhara para Allec, que acenou positivamente e ele guiou o caminho através do olfato. Entraram pela porta dos fundos, antes trancada por um cadeado, que fora destruído pelos lobos. Mesmo estando escuro, Jennifer não deixou de notar o mal estado de conservação, em que o galpão se encontrava. O cheiro de ferrugem era forte por todo lugar, e graças a sua nova habilidade de enxergar no escuro, conseguia ver as enormes teias de aranha por toda parte e também os roedores, que fugiam com a presença dos predadores. Eles sorrateiramente vasculhavam dentro do galpão, entre os montes de caixas e containers espalhados por toda parte. O casal encontrou uma pequena porta de madeira no chão, que estava aberta. Ao se aproximarem, eles tamparam o focinho, devido ao cheiro forte de urina e esgoto, que saíam daquela passagem subterrânea.


A loba se segurou no braço de Allec e não tiveram opção, a não ser descer por aquela escada, de onde vinha o cheiro de John. Hesitantes, avistaram um corredor e não havia iluminação. Conforme caminhavam, notou a presença de outros lycans, que os observavam em silêncio. Na última cela encontraram John, que estava pendurado por correntes e Allec sussurrou ao vê-lo:


— John!


Mesmo ofegando, John conseguiu dizer:


— É bom ver vocês!


Allec tentou abrir as grades, mas queimou suas patas ao tocar nos ferros e grunhiu de dor.


— Onde estão as chaves? — Jennifer perguntou a John, após analisar as patas de Allec, que já se regeneravam.


— Com o homem gordo, ele as carrega na cintura... — disse a menina da cela ao lado.


— Escondam-se, rápido! Eles já estão voltando. — alertou John.


Allec e Jennifer se esconderam entre as vigas de metal e entre o teto rochoso, permanecendo em silêncio.


— Cacete, odeio esses policiais, sempre se intrometendo onde não devem... — resmungou Edgar.


— Vamos verificar depois com os superiores e descobrir quem fez essa denúncia.


Pararam em frente à cela de John e Edgar disse:


— Olá amigo, não achou mesmo que havíamos nos esquecido de você, achou? — comentou enquanto destravava a porta e preparava os bastões de choque. John rosnou e começou a gritar quando recebeu novamente as descargas.


Algo havia fechado a grade atrás dos homens e quando foram olhar, um lobo avançou na garganta e o outro quebrou o pescoço do guardião das chaves.


— Rápido Jenny, antes que mais deles apareçam! — eles começaram a soltar as correntes de John, que caiu ajoelhado, pois sentia-se atordoado. — Segura no meu ombro, mano... — disse Allec o ajudando a levantar, enquanto Jennifer libertava os outros lobos.


— Precisamos sair daqui, agora! — Jennifer afirmou indo na frente, enquanto observava o ambiente.


— Nós o carregamos e você vai à frente com a loba para verificar o caminho. — disse um dos homens para Allec, que se posicionaram para ajudar John a caminhar.


Por sorte, os outros homens de guarda eram humanos, que não tinham como "farejar a situação", e por isso os lobos passaram despercebidos por eles e chegaram sem muitas dificuldades à floresta.


— Pensei que nunca sairíamos de lá, muito obrigado por isso! — afirmou um homem de cabelo grisalho.


— Não há de que! — respondeu Allec. — Quem sabe um dia não possamos nos encontrar de novo, não é?


— Seria um prazer, bom estamos indo, boa sorte a vocês!


— Obrigado... — agradeceram os lobos.


— Pra vocês também! — respondeu John, que já havia se recuperado dos choques. Os três lycans olharam para a garotinha ruiva.


— E você menina, tem alguma família te esperando? — John questionou e ela apenas acenou negativamente.


— Aliás, qual é seu nome?


— É Rebeca senhor...


Os lobos se entreolharam e John continuou:


— Me chame de John, Rebeca, e estes são Allec e Jennifer.


— É um prazer! — disse a garota timidamente.


— O prazer é todo nosso! — respondeu Jennifer.


— Gostaria de vir conosco? — John perguntou.


A menina começou a chorar e acenou positivamente.


— Seja bem vinda! — Jennifer se aproximou e perguntou: — Posso verificar uma coisa?


Rebeca acenou novamente e ela começou a tocar-lhe atrás do ombro e parou ao sentir um pequeno relevo.


— É exatamente o que eu pensava... Irei removê-lo, tudo bem?


— Tá bem... — Rebeca respondeu.


— Sou só eu que não estou entendendo nada? — Allec direcionara a pergunta a John, sem desviar o olhar de Jenny e Rebeca, que estava há alguns metros de distância.


— Não... Também não sei o que se passa ali...


— Irá doer um pouco... — ela a segurou firmemente. — No três, ok?


A menina confirmou com a cabeça e fechou os olhos, se preparando para dor.


— Um... — Jennifer a surpreendeu ao cravar as garras antes do tempo combinado e a menina começou a gritar.


— Jenny, o que está fazendo? — perguntaram os machos surpresos.


— Isso! — ela mostrou um pequeno chip, que arrancara do ombro de Rebeca, que chorava em silêncio. — Eles iriam nos rastrear através dela... Quando caçadora, fazíamos isso para encontrar as alcateias... — Jennifer começou a lambê-la para estancar o sangue. — Pronto, está tudo bem agora, você é muito forte Rebeca! — ela a abraçou, enquanto a menina ainda chorava, retribuindo o abraço e Jenny continuou: — Eu ainda estou desconfiada, achei fácil demais o resgate... É como se...


— Como se estivessem nos observando agora e esperando que os levemos até os filhotes... — interrompeu John, começando a farejar o ambiente.


Allec o imitou e disse:


— É estranho, porque eu não consigo farejá-los direito...


— É wolfsbane Al... — comentou Jennifer olhando ao redor e afirmou: — É melhor irmos!


— Rebeca, venha, suba nas minhas costas. — ordenou John, ficando em sua forma quadrúpede.


E os lobos começaram a correr rumo aos morros, que davam caminho para uma floresta.



***

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