Diário Da Juventude

By TatianaGoncalvez

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Mirela, Lívia e Thamara são três jovens de 15 anos que estudam no colégio de tempo integral, localizado na ci... More

Mirela
Lívia
Thamara
Mirela
Lívia
Thamara
Mirela
Lívia
Thamara
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Thamara
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Thamara
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Lívia
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Mirela
Lívia
Thamara

Mirela

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By TatianaGoncalvez

Quarta feira, 10/05/2017, 21h00min horas.

Lavínia havia passado no teste, e hoje foi o primeiro dia dela no nosso colégio, nós duas ainda estamos nos conhecendo, estou tão empolgada em tê-la no mesmo colégio que eu!

Tudo era muito novo para ela, sua vida tinha mudado de uma hora para outra, descobriu que tinha uma irmã gêmea e ainda troca de colégio.

- Seus hematomas doem? – pergunto, ela estava com algumas manchas dos tapas que havia levado, mas quase não dava mais para notar, e a maquiagem que ela tinha passado também disfarçava.

- Não. Não mais. Eu estou bem. – respondeu ela.

- O que aconteceu entre você e o Lucca lá no quarto? – resolvi perguntar de uma vez. Só estávamos nós duas conversando, sentadas lado a lado na grama do pátio. O primeiro tempo era vago, pois estava acontecendo uma reunião com os professores.

Ela me olhou e riu. – Está preocupada comigo ou está interessada nele?

- O quê?! Não. Eu gosto do Caleb, eu só estou curiosa. – disse.

- Nos beijamos, usamos nosso tempo no quarto para nos beijarmos. Na verdade, eu o beijei, ele só correspondeu. – respondeu ela, bem tranquila, a Lívia não poderia saber disso...

- Mas você não tem namorado? – pergunto, estava ficando confusa.

- É complicado. Eu tenho sim, mas estamos mais brigando que namorando, e foi só uma ficada também, não pretendo ficar novamente com o Lucca, foi apenas um momento provocado por um jogo. – ela disse.

Devo ter feito uma cara horrível, pois ela percebeu. – O que foi? Está me julgando não é?

- Não é isso... Quer dizer, você tem um namorado e traiu ele com o Lucca, como pode ficar tranquila com isso? Eu não ficaria, na verdade, eu jamais teria a coragem de trair o meu namorado. – falei.

- Não seja bobinha Mirela. Não existe mais fidelidade hoje em dia, casais de namorados vivem se traindo, pessoas casadas se traem, amigas se traem, irmãos se traem, assim é a vida. E o que os olhos não vêem o coração não pode sentir, meu namorado é o oposto do Lucca, ele é o oposto de todos os carinhas desse colégio, os rapazes daqui são mais mauricinhos, o meu namorado é mais vivido... E por isso nossa relação é complicada, tenho que terminar com ele, não tenho mais interesse nele, não como antes. – ela fala.

Fiquei um pouco chocada com o que ela tinha dito, eu estava conhecendo uma Lavínia totalmente diferente do que eu imaginava. Mas eu preciso aceitar que ela não é como eu, vivemos em realidades completamente diferentes e talvez por isso, ela seja assim.

- Acho que você presenciou muitas traições. – falo.

- Sim, de mais. E eu passei por coisas que eu não gosto nem de lembrar. Você tem sorte de ter crescido com seus pais adotivos, você tem uma boa vida. – ela diz, com o olhar distante.

- Parece até que você não gosta da sua família. – digo.

- Eu amo a minha avó, e apesar de tudo, também amo a minha mãe. Mas ás vezes não consigo me dar bem com ela. Mas eu não gosto do lugar em que vivo, passamos por muita necessidade, agora nossa condição melhorou um pouco, mas, ainda assim não é a vida que eu desejo para mim. – ela diz.

- Por que "apesar de tudo"? O que a sua mãe te fez? – resolvo perguntar, isso havia me chamado atenção.

- Ela era uma viciada em drogas quando engravidou da gente, e nos primeiros anos da minha vida, ela realmente largou e seguiu com sua vida, mas quando eu tinha treze anos, ela começou a beber muito, e teve um caso com um homem nessa época, ela ficou dependente da bebida, estava virando uma alcoólica, e vê-la bêbada quase sempre, me envergonhava, e fazia com que eu sofresse, porque eu não podia ter uma mãe normal como as outras meninas da minha idade tinham? Aquele cara era um chato, eu rezava todos os dias para que os dois terminassem, os dois terminaram um pouco antes do meu aniversário de 14 anos, então, a mamãe melhorou, largou a bebida, procurou ajuda, e desde então nossa vida tem estado melhor, mas as minhas lembranças ás vezes chegam para me atormentar. Você teve muita sorte de não ter crescido assim. – ela diz.

- Nossa realmente deve ter sido muito difícil para você. Eu sinto muito. – falo.

- Não sinta. Ficou no passado.

- Lavínia.

- Sim?

- Promete que não vai mais se aproximar do Lucca para ficar?

- Por que está tão incomodada com isso? – ela pergunta.

- É que ele era o namorado da Lívia e ela ainda gosta muito dele, não o esqueceu, eu não quero vê-la sofrendo e também não quero que vocês duas briguem por causa dele. – disse.

- Sério? Eles foram mesmo namorados? Agora está explicado o motivo de tantas perguntas sua a respeito disso.

- Sim, terminaram há pouco tempo. Desculpa, eu sei que sou sua irmã, mas é que eu fico em uma saia justa, caso você tentar algo com o Lucca. – eu disse.

- Tudo bem, eu entendo. Eu não vou mais beijar o Lucca. Tenho outros planos. – ela diz e sorri.

- A é? Está interessada em algum rapaz do colégio? – pergunto, estava curiosa. Minha irmã era bem rápida com assuntos do coração, eu demorei séculos para ter algo com o Caleb. Eu gostaria de ser tão determinada como ela.

- Sim. Me interessei, mas ainda não sei o nome dele, qualquer dia eu te mostro.

- Claro, mas não se esqueça de terminar com aquele cara tatuado. – falei e ri.

- Ei... Você conhece o meu namorado? Como sabe que ele é tatuado? – ela perguntou, me olhando com atenção.

- Sim, eu o conheço. Foi por causa dele que eu descobri que tinha uma irmã gêmea.

- Como assim?

- Eu estava andando na rua, quando ele me confundiu com você e veio falar comigo, e eu não estava entendendo nada, e falei para ele que eu não me chamava Lavínia, que meu nome era Mirela, ele não acreditou no inicio, e conversa vai e conversa vem, ele disse que sua ficante era igual a mim, conversamos a respeito e ele me passou seu contato. Se ele não tivesse me visto aquele dia, hoje ainda não nos conheceríamos. – falei.

- Nossa... ele não me contou isso, mas também nem tinha como ele me contar, desde que isso tudo aconteceu, eu nunca mais voltei a falar com ele, ele me liga, me manda mensagens, mas eu nunca retorno, acho que vou retornar para agradecê-lo então, dar uma explicação para o meu sumiço. – ela disse.

- Faz isso sim, ele parece ser legal, apesar de ser diferente e parecer ser aqueles típicos caras durões. – falei.

- Então você gostou dele? Achou ele bonito? – ela perguntou, e eu não sabia se respondia com a verdade ou a mentira.

- Ele é bonito sim, parece ser legal.

- Ele é realmente muito lindo. Mas o seu namorado, o Caleb, também é um gato! Vocês dois formam um lindo casal, pelo pouco tempo que fiquei aqui, pude notar que você é muito popular. – ela disse, e eu ri.

- Já deu para perceber é?

- Claro que sim, cego é quem não vê isso. – ela disse. E então Josi se aproximou. Ela nos olhava de uma maneira estranha, como se estivesse confusa, em dúvida sobre quem era eu.

- Mirela, posso falar com você? – ela pergunta, olhando para mim. Então ela conseguiu nos diferenciar.

- Claro, senta aí também.

- Desculpa, é que é um assunto pessoal, eu precisava da sua ajuda. – ela diz e olha sem jeito para Lavínia, meio que pedindo desculpas com o olhar.

- Tudo bem Josi, não precisa ficar sem graça, eu entendo. Eu vou deixar vocês duas a sós, depois nos falamos. – despediu-se Lavínia.

Assim que minha irmã saiu, Josi sentou no lugar dela, ao meu lado.

- Desculpa, é que eu fiquei com vergonha de falar disso na frente dela, eu não a conheço direito.

- Tudo bem. O que aconteceu? – perguntei, estava curiosa.

- É o seu amigo Cauã.

- O que tem ele? – perguntei, segurando para não rir, acho que meu amigo havia conseguido bagunçar a cabeçinha da Josi.

- Ele... Ele me beijou. Estávamos conversando normal, e do nada ele se aproximou e me roubou um beijo. – ela disse, fazendo drama, e eu ri.

- Não é para rir Mirela! Isso é sério, eu não esperava por isso.

- Mas você não gostou? – eu quis saber. Essa era a pergunta que realmente importava.

- Gostei. Gostei de mais, só que naquele momento eu fiquei sem reação e disse que tinha que fazer uma coisa e saí de perto dele. – ela disse, estava muito nervosa com um simples beijo.

- Se você gostou, então qual é o problema? É melhor você gostar de um cara que gosta de você, do que gostar de um que só tem olhos para a Thamara. – eu disse, me referindo ao Peter, antes da Josi começar a conversar com a gente, ela era obcecada pelo Peter.

- Eu não sei por que o Cauã me beijou, e se ele fez isso apenas para se aproveitar? Tirar uma lasquinha? E se ele não quiser mais nada comigo? E por favor, esquece o Peter, ele é passado, já o esqueci a um bom tempo! – disse ela.

Então era esse o problema, ela tinha medo de se apaixonar por ele por nada, não queria sofrer uma desilusão amorosa, mas quando entramos em um relacionamento, seja ele o mais complicado possível, não a certeza sobre os assuntos do coração, a desilusão amorosa acontece mais cedo ou mais tarde, e não há como sairmos impunes desse jogo.

- Fica tranquila Josi. O Cauã gosta de você, ele está a fim de você a um tempinho, ele me disse. – falei.

Ela arregalou os olhos e começou a rir descontroladamente. – Eu não acredito! Isso é mesmo verdade?! Ai Meu Deus! – gritou ela, toda empolgada.

- Claro que é verdade. Você gostou mesmo de beijá-lo em. – disse e ri.

- Eu adorei! Ele é lindo, e tão fofo, e legal, e beija bem. – ela disse, entre suspiros e eu caí na gargalhada. Ela era engraçada apaixonada.

- Que bom então. Cauã vai ficar muito feliz em saber que é correspondido. – disse.

- Eu vou lá atrás dele! Obrigada Mirela! – ela gritou, já correndo feito uma maluca.

Quando Josi saiu, eu levantei e fui atrás do Caleb, e no meio do caminho, encontrei Lívia e Thamara.

- Oi meninas, vocês viram o Caleb? – perguntei.

- Vimos não, mas se quiser, a gente o procura com você. – disse Lívia.

- Obrigada, eu quero. E a Lavínia? Alguém viu?

- Também não. – respondeu Thamara.

E seguimos em busca de algum dos dois no colégio, era nosso tempo livre e éramos todos da mesma sala, menos o Peter, que era mais velho que nós e de outra série. O pessoal da nossa sala estava no centro da escola, todos pertos um dos outros, mas Caleb e Lavínia tinham sumido.

Nossa última opção foi procurar dentro da biblioteca do colégio, talvez algum dos dois estivesse por lá. Encontramos os dois de pé conversando em um corredor entre as estantes com os livros, Caleb estava de costas para mim.

- Achamos vocês. – eu disse. Imediatamente Caleb se virou para me ver, seus olhos estavam arregalados, parecia assustado.

- Mirela! – disse Lavínia sorrindo e me abraçou.

Sorri de volta, ainda abraçada a ela. – O que estão fazendo aqui? – pergunto.

- E juntos? – acrescenta Lívia.

Ele ainda me olhava assustado, se ele não parasse com isso, seria eu a ficar assustada.

- Está passando mal Caleb? – pergunto, e me aproximo dele, tocando em seu rosto, para ver se ele estava com febre.

- Não. Eu estou bem. – ele responde.

- O que estavam fazendo aqui? – Lívia insistiu.

- Eu vim para ler e acabei encontrando o Caleb estudando para uma matéria, aí me aproximei dele para conversar um pouco, ele estava me perguntando onde estava a Mirela, e aí vocês chegaram. Bom, eu vou indo agora pessoal, quero conhecer melhor o colégio. – disse minha irmã.

- Nos vemos depois. – falei.

- Mi, nós vamos te deixar a sós com o seu namorado, depois nos vemos. – disse Thamara, e levou Lívia junto.

Aproximei dele e coloquei meus braços em volta de seu pescoço. – Temos que aproveitar esse pouco tempo que nos resta de horário livre, não acha? – sugiro e ele da um sorriso de lado.

Caleb tem um pequeno piercing em seu nariz, nem da para perceber, só se chegar muito perto, e eu gostava de ser a única a chegar tão perto assim dele. Ele era o moreno mais gato do colégio, aos meus olhos.

- Mirela.

- Sim?

- Tem como você usar algo para eu poder diferenciar você da sua irmã? – ele perguntou.

Dei um sorriso de lado. – Está com dificuldade para nos diferenciar? Aconteceu alguma coisa? – quis saber.

- Não aconteceu nada. É só que ás vezes quando vejo ela, fico na dúvida se é você ou não, eu sei que o jeito de vocês duas são diferentes e tudo, mas vocês duas são completamente iguais, e de uniformes ficam praticamente a mesma pessoa, e assim fica difícil de reconhecer. Eu não quero errar. – ele fala de uma maneira tão fofa, que fico com peninha dele, e muita vontade de enchê-lo de muitos e muitos beijos.

- Entendo. Eu vou pensar em algo e te aviso. Agora podemos nos beijar?

Ele riu, e me puxou para mais perto, e seu lábio logo invadiu o meu. E eu esperava que a bibliotecária não nos pegasse no flagra.

O que não aconteceu! (Glória). Durante a tarde que passei na escola, fiquei pensando no que eu poderia fazer para que Caleb tivesse certeza de que estava falando mesmo comigo e não com minha irmã gêmea, mas eu não fazia ideia naquele momento.

Eu não queria pintar meu cabelo de outra cor, pois amo a cor loira dele, também não queria cortar, não tenho como mudar meu estilo, então só me restou apelar para acessórios, eu tinha que usar algum acessório em especial, optei por um cordão que ganhei dos meus pais quando completei 13 anos.

É um cordão muito delicado e diferenciado, é uma corrente de ouro, com um pingente de um coração de vidro, e dentro desse coração de vidro está à inicial do meu nome, a letra M. Eu quase nunca o uso, pois como é muito lindo e delicado, tenho medo de que estrague, mas já que o Caleb precisa de algo para me diferenciar, passarei a usar o cordão, e o problema estaria resolvido.


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