Diário Da Juventude

By TatianaGoncalvez

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Mirela, Lívia e Thamara são três jovens de 15 anos que estudam no colégio de tempo integral, localizado na ci... More

Mirela
Lívia
Thamara
Mirela
Lívia
Thamara
Mirela
Lívia
Thamara
Mirela
Lívia
Thamara
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Thamara
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Mirela
Lívia
Thamara

Thamara

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By TatianaGoncalvez


Domingo, 07/05/2017, 18h00min horas.

Assim que acordei, exatamente as 9 da manhã, peguei o meu celular que estava no criado mudo ao lado da minha cama, fiquei surpresa e feliz quando vi que tinha mensagem no WhatsApp do Peter.

"Bom dia, vamos sair hoje à tarde?" – era o que ele tinha mandado às 8 da manhã.

Sorri ao ler a mensagem, fiquei completamente boba, é eu estava gostando muito dele, talvez até de mais, e nunca tivemos nada um com o outro, e talvez, nunca teremos.

"Bom dia! Claro, vamos sim, não vou fazer nada a tarde mesmo, vai ser uma boa sair, que horas?"

"Ótimo. Pode ser 16:00 horas?"

"Sim, pode."

Deixei o celular na minha cama e fui dançando até chegar em frente ao espelho, encarei o meu reflexo, e fiquei pensando o quanto eu seria linda se não tivesse essa cicatriz estragando o meu corpo. Maldita hora em que aquele acidente foi acontecer.

Tentei não pensar mais nisso e nem na cicatriz, eu teria que conviver com isso eternamente no meu corpo, isso não deveria importar para mim, mas me sinto horrorosa quando a vejo.

Tirei o pijama e vesti algumas de minhas roupas de ficar em casa. Mamãe entrou no meu quarto quando terminei de vestir minha blusa.

- Bom dia mãe. – disse, e sorri.

- Bom dia meu amor! Dormiu bem? – perguntou ela, caminhando até mim, e me abraçou por trás, ficamos nós duas de frente para o espelho.

- Dormi sim.

- Eu te vi saindo daquele carro ontem à noite. – ela disse, e me soltou devagarzinho. Meus olhos se arregalaram e fiquei com medo de que ela me desse um baita de um sermão.

- Desculpa mãe! Eu não tive escolha, o pai de um amigo meu nos trouxe, foi uma gentileza, eu não poderia recusar. – falei em total desespero. De repente mamãe soltou uma gargalhada alta.

- Calma Thamara! Nossa filha... Sinceramente, que medo todo é esse? – perguntou ela, tentando não rir mais.

- Vocês sempre me proibiram de andar de carro, pensei que fosse ficar brava com a minha desobediência. – disse ainda assustada.

- Querida... Quem te proíbe de andar de carro é o seu pai, eu não ligo, eu realmente acho que o seu pai está exagerando, foi um acidente, e já faz anos, não vai acontecer de novo, seu pai precisa entender isso, mas é tão complicado pra ele sabe... E você está em uma idade de descobertas, você precisa conhecer o mundo, não podemos mais ficar te proibindo de sair. – ela disse. Me olhava com ternura e preocupação também.

- Vai contar pra ele?

- Não. Fica tranquila meu bem. Olha, e esse seu amigo, ele é gatinho? – perguntou ela.

- Mãe! Ele é só um amigo! – disse rindo.

- Thamara, eu conheço esse olhar! Me conta a verdade vai, ele é super gato e você está completamente apaixonada por ele, não é? – mamãe insistiu, e eu ri mais.

- Sim. Ele é gato de mais e eu estou caidinha por ele. – confessei. Ela levou a mão na boca, tentando se conter, mas não deu muito certo, pois já estava rindo horrores.

- Não acredito que minha menina está apaixonada... Você está mesmo crescendo.

- Mãe, para vai, assim eu fico sem graça. Eu gosto dele sim, mas acho que ele não me olha dessa forma. – falei, sentindo- me triste por não ser correspondida.

- E porque acha isso?

- Mãe, é só olhar pra mim. – falei como se fosse óbvio.

- O quê? Thamara, não vejo nada de errado com você. Minha filha, você é incrivelmente linda! Além de ser uma ótima garota, o que você vê de errado em você? Esse rapaz seria um louco se não sentisse nada de especial por você. – disse ela.

- Você é a minha mãe. Claro que diria que sou linda.

- Mas você é, e isso é uma coisa óbvia querida. Porque se menospreza tanto?

- Eu sou estranha, não tenho muitos amigos, algumas garotas da escola riem de mim, eu tenho esse cabelo cor de fogo que quase ninguém do meu colégio tem essas sardas fortes por praticamente todo o meu corpo, e para piorar, essa cicatriz ridícula na minha barriga, e esse corpo completamente fora dos padrões de beleza. – disse.

Mamãe me olhou assustada, como se estivesse vendo um monstro em sua frente.

- Thamara... Corpo fora do padrão de beleza? Seu corpo é lindo! Será que não enxerga isso? Nem gorda você é. Suas sardas são lindas em você e te faz diferente das outras garotas, seu cabelo cor de fogo é o que te deixa mais encantadora que você já é, e sua cicatriz faz parte de você, da sua história, do seu passado, e não é tão feia como você vê, não é feia. Meu amor, eu fico muito preocupada quando te escuto falar essas coisas de você, acho que seria bom você frequentar um psicólogo. Não é normal que uma garota linda como você se ache horrorosa.

- Você não entende. Nunca vai entender. Olha para a Lívia e para a Mirela, as duas são super magras, eu sou mais gorda que elas.

- Você não é gorda Thamara, é mais cheinha que elas, mais encorpada, é só isso!

Respirei fundo antes de entrar em uma briga sem sentido com a minha mãe por causa disso, ela é a minha mãe, jamais vai me achar feia, não que de fato eu me ache feia, eu não acho. Eu sei que sou bonita, mas não consigo me sentir bonita o suficiente como todos falam, o fato de eu ser bonita faz com que as garotas do colégio me odeiem, como se não bastasse eu ser bonita, tenho que ser ruiva e cheia de sardas, a grande maioria das garotas dariam tudo para serem ruivas, e exatamente por isso, elas me vêem com inveja, pelo menos, as garotas malvadas sim. E o fato de eu ter essa cicatriz é um motivo para que elas pratiquem suas maldades comigo, é horrível, mas é a verdade, as pessoas hoje em dia estão cada vez mais malvadas, praticam mais o ódio do que o amor, o que é uma pena, claro.

Seria tão mais fácil se todos fossem amigos e ninguém odiasse o outro apenas para ter alguém para odiar.

- Tá bom mãe. – foi só o que falei.

- Vou marcar uma consulta em algum psicólogo para você frequentar, não posso permitir que essas ideias continuem na sua cabeça. – disse ela, bem séria.

- Tá bom. – falei.

- Estou fazendo isso para seu bem, porque te amo e me preocupo com você, tenho medo de que você possa ter alguma depressão.

- Eu não tenho depressão, não se preocupe, mas se quer que eu vá a um psicólogo, tudo bem, eu vou. – disse.

- Ninguém nunca sabe que tem depressão até que alguma coisa acontece.

- Mãe... Eu não sou suicida. – disse, ficando sem paciência.

- Thamara, por favor, sempre que tiver problemas, sentindo coisas ruins dentro de você, não deixe de me procurar, me conta tudo, sou sua mãe e vou fazer o possível para te ajudar, irá se lembrar disso? – ela pergunta se aproximando de mim, pegando na minha mão.

- Tudo bem, eu vou te procurar sim. – disse, em seguida, mamãe me puxou para um abraço, e logo após, beijou minha testa.

- Eu amo você.

- Eu também te amo mãe. Posso sair hoje à tarde com o Peter?

- Seu amigo de ontem?

- Sim.

- Claro. Espero que dê tudo certo entre vocês dois. – ela disse e saiu do meu quarto sorrindo.

É mãe... Eu também esperava por isso, e como. Mas isso só fazia parte dos meus sonhos mais loucos, jamais aconteceria na realidade. Eu não sou o tipo de garota que Peter gosta.

As meninas não haviam dado sinal de vida, talvez estivessem ocupadas, pois nem online estavam.

Não fiz muita coisa no Domingo, só fui sair de casa para poder encontrar com o Peter. Mesmo sabendo que nada aconteceria entre nós dois e que esse encontro era apenas uma "saída entre amigos", eu não tive como não me arrumar toda, com direito a maquiagem para vê-lo, queria estar bonita para que ele ficasse impressionado, poderia ser perda de tempo, mas vai dizer isso ao meu coração.

Quando cheguei ao lugar ao qual marcamos, ele já se encontrava. Estava lindo, vestia uma blusa de manga preta, uma bermuda jeans, e um tênis.

Estava perfumado e sorria para mim, aquele sorriso lindo.

- Você está linda. – disse ele, no momento em que me abraçava e beijava meu rosto.

Eu esperava que ele não escutasse as batidas aceleradas do meu coração.

- Obrigada. Você também está muito bonito. – elogiei um pouco envergonhada, claro.

- Você teve problemas quando chegou em casa?

- Não. A minha mãe viu, mas não ficou chateada. Meu pai é o problema, ele exagera muito em relação a mim. – falei.

- Seu pai te ama muito, por isso ele super te protege, ele não quer te perder, é sim um exagero, mas ele exagera pelo grande amor que sente por você, e isso é natural, nossos pais estão sempre exagerando. Minha mãe vive preocupada comigo, ela meio que me mima de mais. – ele confessa e eu solto uma risada curta.

- E seu pai? – perguntei ingenuamente.

Notei que Peter havia ficado distante assim que perguntei sobre seu pai, e me arrependi de ter feito aquela pergunta.

- Desculpa, não precisa falar dele se não quiser.

- Não que isso. Não tenho um bom relacionamento com meu pai, ele sempre foi muito distante de mim, e nunca me tratou muito bem, eu sinto que meu pai não gosta de mim, e isso me assusta. – ele disse, com tanta sinceridade, que senti meu coração ficar apertado, ele estava meio triste, e eu era a culpada por isso, se não tivesse perguntado, ele estaria feliz nesse momento e não o contrário.

- É claro que seu pai gosta de você, só que cada um demonstra de um jeito diferente e talvez... – eu dizia até ele me interromper.

- Não Thamara. Se ele gostasse de mim, não me trataria como me trata. A todo tempo ele diz coisas ruins sobre mim para me ferir, é como se gostasse de me fazer sofrer, implica com tudo o que eu faço, nunca diz nada bom a meu respeito, está sempre me maltratando verbalmente, e com o meu irmão... Ele trata o meu irmão mais velho muito bem, é intimo dele, os dois se dão bem, e é notável sua preferência por ele, enquanto meu irmão só recebe elogios e amor, eu só recebo desprezo e ofensas. Eu já tentei entender, tentei pensar em algo para ele ser assim comigo, mas não encontro. Já pensei até que era adotado, mas descartei essa hipótese, pois tenho muitas semelhanças com a minha mãe, eu não sei mais... – ele disse, estava desolado.

Pobre Peter, ele também tinha seus problemas, sua vida não é perfeita como aparenta ser, por trás desse rostinho lindo que encanta qualquer uma, esconde uma imensa tristeza, um grande problema que o afeta.

- Nossa... Eu não sei nem o que dizer, só que estou impressionada, eu não imaginava que você tivesse esse tipo de problema. – disse.

- Eu sou igual a todo mundo Thamara, todos tem problemas na vida, até aquelas garotas malvadinhas do colégio, só que cada um reage de uma maneira diferente a eles, eu prefiro ser legal com todo mundo, elas preferem ferir os outros em uma tentativa inútil de se acharem melhores. Mas no final de tudo, todos nós temos problemas, esses são nossos pontos fracos. – ele disse.

Peter tinha razão, nossos pontos fracos são nossos problemas. Pois nos afetam e nos incomodam a tal ponto que não conseguimos seguir em frente, pelo menos, a maioria não. Eu esperava que um dia, Peter e o pai se dessem bem.

Assim como a figura materna faz falta na vida de um filho, com a paterna não seria diferente, são as duas pessoas mais importantes em nossas vidas.

- É... Você tem razão. – disse ainda pensativa.

Decidimos entrar em uma sorveteria, enquanto nos alimentávamos de sorvete de baunilha e nutella, ele tinha pedido o sabor baunilha. Ficamos conversando variados assuntos.

O mais louco de tudo foi que vi uma garota igual à Mirela passando na rua, mas como estava longe, não deu para olhar muito. Deveria ser só uma garota parecida mesmo, ou era ela, tentei esquecer, e voltei a me concentrar em nossa conversa.

Peter era tão incrível! Sua voz me fascinava, seu jeito, absolutamente tudo nele me encantava, e eu não conseguia parar de olhá-lo, não queria perder nenhuma expressão facial que ele fazia enquanto falava.

- Thamara. – ele disse.

- Sim?

- Você já ficou com algum cara antes? – perguntou. E rapidamente fiquei tímida, senti meu rosto queimando de tanta vergonha.

- Sim. Mas foi só uma vez e já faz algum tempinho. – respondi envergonhada.

Ele sorriu. – E você gostou dele? Se apaixonou?

- Não. Ele era legal, mas eu não me apaixonei por ele. Acho que eu fiquei com ele só para perder o BV mesmo. – confessei.

- Entendi... E nunca mais ficou com outro?

- Não. Por quê?

- Curiosidade... Você é tão linda que é difícil de acreditar que nenhum outro cara tenha ficado com você, deve chover pretendentes o tempo todo para você. – disse ele e eu ri.

- Não é bem assim não Peter. Eu nem sou tão linda assim.

- Está sendo generosa consigo mesma. Você é a garota mais linda que já conheci até hoje. – ele disse bem sério, olhando bem nos meus olhos, meu coração acelerou e eu fiquei esperançosa de repente.

Sorri timidamente. – Obrigada. – disse sem jeito.

Ele continuava me encarando, e eu já estava ficando sem graça com seus olhares.

- Você está tímida. – ele disse, se divertindo com a situação.

- Não. Não estou. – menti e ele riu.

- Está sim. Seu rosto está vermelho, suas sardas também estão mais visíveis. – ele disse sorrindo.

- Você está sendo malvado comigo. – disse, e ele riu mais.

- Eu não sei se eu deveria fazer isso... Mas, eu quero muito, e eu sinto que você também quer, se eu estiver errado, me impeça. – ele disse, e se curvou para frente, aproximando o rosto do meu, ele ia me beijar! Foi o que pensei nesse exato momento, e eu queria aquele beijo, por mais tímida que eu estivesse com a situação, eu queria beijá-lo.

Quando senti sua boca na minha, meu coração começou a palpitar mais forte que o costume, e senti sentimentos inexplicáveis, foi uma mistura maluca, euforia, felicidade, paixão, senti aquele famoso frio na barriga que eu pensava que não existia, foram sentimentos maravilhosos que apenas um beijo vindo dele me proporcionou.

Não foi um beijo muito longo, mas também não foi um beijo curto, foi tempo suficiente para que déssemos um beijo de língua.

Quando nossos lábios se afastaram, ainda com o rosto bem próximo ao meu, ele me olhava com doçura e sorria.

- Acho que estou apaixonado por você garota. – ele disse.

- Você acha? – perguntei.

Ele sorriu. – Eu tenho certeza.

Sorrimos uma para o outro e levantamos para ir embora da sorveteria, sabíamos o que queríamos fazer naquele momento, e não era tomar sorvete, e sim, aproveitar o nosso tempo juntos pra nos beijarmos mais, para podemos curtir como o um casal de namorados, ou ficantes, sei lá, acho que da tudo no mesmo.

Foi à melhor tarde de domingo da minha vida! Ficamos andando pelas ruas de mãos dadas, nos beijando e conversando, estou tão feliz! Nem da para acreditar que ele sente o mesmo que sinto por ele.

É um sentimento tão bom e novo que chega a assustar, mas se for para ficar com ele, eu assumo o risco.


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