Meu Presentinho de Grego

By MaiaParaQueTeQuero

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Scott Harris tem uma vida de dar inveja. Com uma cobertura custando milhões, uma namorada tão famosa quanto e... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
SURPRESAAAAA
Capítulo 17
Capítulo 18
Elenco dos Sonhos - Votação ENCERRADA
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26

Capítulo 3

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By MaiaParaQueTeQuero



    Depois de meia hora de choro, uma mamadeira e uma fralda trocada, consegui colocar Seth para dormir. Alana já havia mobiliado todo o quarto dele nessa tarde, o que facilitou muito minha vida.

    Fiquei o observando dormir tranquilo em seu berço branco e estudei seu rostinho à procura de mais algum traço que lembrasse um pouco de mim. Seu cabelo era liso e claro, como os meus quando era pequeno. Puxei na lembrança a cor de seus olhos. Como ainda era um recém-nascido, seus olhos pareciam ser de um azul esverdeado mas poderiam escurecer a qualquer momento, já que Vanessa possui olhos castanhos.

    Eu não fazia ideia de como se cuidava de uma criança mas fiz meu máximo esse dia inteiro. Mesmo sabendo que eu conseguiria me virar, de algum jeito, sozinho com o moleque, chamei meus pais para conhecerem e me ajudarem com ele enquanto não encontro uma babá.

    O sono que me acometia enquanto eu colocava Seth para dormir havia sumido, então pensei em ver se havia mudado algo na entrevista que eu teria nessa tarde com algumas babás de uma boa agência, que encontrei de manhã depois de pesquisar um pouco com Alana. Seriam sete ao todo, e eu as conheceria na sede da agência, no centro de Los Angeles.

(...)

    Acordei com meu celular tocando incessantemente no criado-mudo ao lado da minha cama. Mesmo contra minhas vontades, peguei-o e encarei o visor, que mostrava a foto de Carl. Hoje é meu dia de folga, o que ele está fazendo me ligando?

— Alô? — Minha voz saiu rouca de sono — Carl, hoje não é dia de gravação, por que tá me ligando?

— Por que eu to te ligando? — Ele riu, seco — Por que eu tô te ligando?! Puta que pariu, Harris! — Seu grito podia ser ouvido da cozinha — Você, por acaso, pode me dizer que não tem um bebê no seu apartamento?

— O-Oi?! — Limpei a garganta, nervoso. Como ele sabia do garoto? — Do... Do que você tá falando, cara?

— Dessa merda de fofoca que eu li agora aqui! — Ele berrou, o que era algo comum de se acontecer em uma discussão com Carl — É claramente a Vanessa nessa foto! Tem a merda de um paparazzi na entrada do seu prédio, sabia? E o que ela foi fazer no seu apartamento com um bebê?

— E o que isso diz respeito a você? — Perguntei pausadamente e o ouvi bufar do outro lado da linha.

— Nós começamos a gravar a terceira temporada agora, Scott! — Ele ficou em silêncio por uns segundos — Eu sou obrigado a te dar licença e isso vai atrasar a porra da gravação inteira, merda! Fora que vai ter que ficar faltando dia de gravação e essas coisas que pessoas desinteressadas e com bebês fazem... — Ele suspirou — Diz que não tem um bebê na sua casa... Já falei com Penélope que se ela aparecer grávida, não vou pensar duas vezes em substituir ela... E com você vai funcionar do mesmo jeito!

    Quando estava prestes a responder, ouvi o choro de Seth sair da babá eletrônica tão alto que cheguei a me assustar. Ri do acontecido. Parecia que o moleque sabia a hora certa de acordar e berrar.

— Acho que o garoto já respondeu por mim, cara... — Ri do ódio que ele deveria estar sentindo de ser verdade o que ele queria que não passasse de um mal-entendido — Tenho que desligar, preciso cuidar do meu filho.

— Scott! Porra Scott... — Desliguei.

    Ele não podia simplesmente me substituir só porque eu tinha um bebê para cuidar agora. Eu sou o protagonista da série... Sem mim, nada daquilo faz sentido. Não me preocupei com suas ameaças e dei atenção ao que realmente era importante.

    Levantei e fui ao encontro do bebê no quarto ao lado. Estava saindo para o corredor quando ouvi seu chorinho cessar aos poucos. Entrei no quarto preocupado e dei de cara com minha mãe segurando Seth carinhosamente em seu colo, sorrindo boba.

— Ele só queria atenção. — Ela disse sorridente, ajeitando o pequeno bebê em seu colo — Tão lindo... Quase idêntico a você quando nasceu! Como pode?!

— Que bom que está aqui, mamãe! — Falei contente indo abraçá-la, depois de meses sem vê-la.

— Saudades, querido! — Ela depositou um beijo em minha bochecha — Seu pai pediu desculpas por não poder vir... Está tão ocupado com a empresa!

— Não se preocupe, mãe... Ele vai ter muito tempo pra ver e babar esse molequinho aí! — Vi o pequeno abrir um sorriso banguela quando mexi com ele — Ah... Aliás, o nome dele é Seth. 

— Nome bonito... — Ela ficou balançando o bebê enquanto ele a encarava atento — Pelo menos em escolher o nome aquela sem noção não é ruim.

— Nisso eu tenho que concordar... — Rimos. Ela sorriu ao ver o pequeno agarrar seu dedo indicador — Vamos tomar café, estou faminto.

(...)

 — Boa tarde, e-eu sou a... A Johanna, eu... eu tenho um pouco de experiência... E...

    Era a penúltima candidata selecionada pela agência e eu já estava entrando em desespero total. Nenhuma delas parecia estar preparada para esse emprego, mesmo sendo as "melhores" da agência. Duas das entrevistadas diziam ser minhas fãs e não conseguiram formular duas frases sequer sem ficar gaguejando, nervosas e animadas com a minha presença. As outras duas que não permaneceram nervosas perto de mim já eram idosas. Elas pareciam um tanto frias, não demonstravam nenhum tipo de emoção ou consideração e fiquei receoso de que tratassem mal meu filho, então tive que descartá-las.

— Ai, desculpa... Tô nervosa! — A loira à minha frente me encarou rindo e enrolando uma mecha de seu cabelo em seu dedo. Ela estava tentando me seduzir?! — Eu acho que seria a opção perfeita pra cuidar do seu bebê. E se você quiser... — Ela deu uma pausa e se aproximou — Cuido de você também...

— Não, tudo bem... Sei me cuidar sozinho. — Disse, ajeitando-me na cadeira, desconfortável com a ousadia dela. A garota então continuou a me encarar com um sorriso bobo e assustador em seu rosto — Bom, acho que já ouvi o bastante. Muito obrigada. Caso seja selecionada, receberá um e-mail dizendo tudo o que precisa saber sobre o emprego, tudo bem? 

    Repeti o discurso que eu era obrigado a dar todo fim de uma entrevista e pedi para que ela se retirasse. Fiquei esperando a próxima candidata chegar. Ela tinha que ser boa, tinha que servir para o emprego. Ela era minha última chance.

    Esperei cinco, dez, quinze minutos e nada da candidata aparecer. Fiquei preocupado, ela precisava aparecer... Ela tinha que aparecer!

     Minhas esperanças foram embora quando um dos homens que trabalhavam na agência disse que a próxima candidata não poderia comparecer por estar com problemas em casa. Tive que me contentar em torcer para que alguma daquelas mulheres que haviam passado por aqui, pudessem mesmo trabalhar comigo.

     Tinha arrumado alguns papéis e estava prestes a chamar Alana, que estava em outra sala com o bebê, quando a porta se abriu rapidamente, me fazendo dar um pulo para trás com o susto.

    Olhei para lá assustado e encontrei parada na porta uma mulher ofegante. Seus cabelos cor-de-mel, levemente encaracolados, estavam bagunçados e ela precisava se segurar para conseguir se manter de pé. Parecia uma louca. Num calor sufocante de Los Angeles e a maluca usando um cachecol de lã... Ela estava olhando para o chão enquanto tentava se recuperar e corri para ajudá-la imediatamente.

— Você está bem? O que houve? Está machucada? — Perguntei preocupado segurando seu braço e ao invés de ouvir alguma resposta, ouvi uma fraca risada — Está rindo? Por que está rindo? — Ela soltou do batente da porta, parecia já respirar normalmente.

— Não se preocupe! É que eu vim correndo, desculpe a demora. — Ela disse enquanto procurava algo em sua bolsa — Sou a candidata número... — Ela parou de falar ao levantar o rosto e me encarar.

    Ah! Só podia ser brincadeira! Mais uma fã?! O mundo estava perdido mesmo!

    Mas assim que a encarei nos olhos pela primeira vez, meu coração quase pulou para fora da minha boca. Eu nunca tinha visto uma mulher assim antes... Ou acho que nunca vi... Seus olhos eram grandes e de um verde tão bonito que podiam ser comparados perfeitamente a esmeraldas. E eram estranhamente familiares. Seu rosto era estranhamente familiar. Tentei buscar nas minhas lembranças alguma vez que vi uma mulher linda como ela na rua ou no trabalho. Eu não fazia ideia de onde eu a podia ter conhecido.

— ... Você é o cliente número 3? — Ela perguntou assustada, com seus grandes olhos arregalados. E então me lembrei do que eu estava fazendo aqui. Eu era o Cliente nº 3 e não estava para brincadeiras. Precisava focar no meu filho e não na beleza de uma mulher que eu mal conhecia.

— Uhm?! Ah, sim... Sou eu. — Disse me ajeitando e sentando novamente em minha cadeira — Prazer, Scott Harris. — Ela parecia ter levado um susto ao ouvir meu nome mas fingiu não se abalar — E você é...?

— Claire Evans. — Ela se sentiu à minha frente e estendeu sua mão para que eu apertasse. Assim o fiz — Sou a última candidata, me desculpe pelo atraso. Tive uns problemas em casa...

— Eles me avisaram. Mas disseram que você não viria... — Ela revirou seus olhos de esmeralda, rindo descontraidamente. Um sorriso encantador, por sinal...

— Eu sempre venho. Demoro, mas venho. — Ela se ajeitou na cadeira um pouco mais calma e pareceu ficar tímida de uma hora para outra. Ficamos em um silêncio constrangedor. Ela parecia evitar olhar nos meus olhos, o que era um tanto estranho. Devia ser outra fã envergonhada.

— Não se envergonhe, se quiser posso até dar um autógrafo... Talvez fique mais à vontade...

— Uhm... Autógrafo porquê? — Ela perguntou e pareceu tomar coragem para estudar meu rosto — É famoso?

— Não me conhece? — Perguntei admirado e ela negou com a cabeça, corada de vergonha. Era difícil não encontrar uma jovem que não me conhecesse hoje em dia... — Sou Scott Harris, o Dylan de "Lost Lives". Nunca assistiu a essa série?

— Desculpe-me, mas não. — Seu sorriso parecia fraco e melancólico agora — Meu pai sofre de uma doença que me faz passar muito tempo cuidando dele. Não tenho tempo pra assistir televisão ou séries, ou qualquer uma dessas coisas.

— Sinto muito... Mas você sabe se for a escolhida terá que morar conosco. Como seu pai ficaria? — Ela estalou um dos dedos e voltou a me encarar.

— Minha tia disse que cuidaria dele para mim... O dinheiro que eu ganho sendo babá vai quase que totalmente para o tratamento dele. — Seu olhar pareceu turvo e distante — Ehr... Não gosto de falar muito disso, ainda é um pouco doloroso para mim.

— Tudo bem... Eu... — Estava prestes a dar uma palavra de consolação à Claire, quando Alana adentrou a sala como um furacão e uma feição de espanto. Seth chorava alto no bebê-conforto e eu conseguia ver no rosto de minha irmã o que a aflingia.

— Ele não para de chorar, Cott! — Ela choramingou e colocou o bebê-conforto em cima da mesa — Não tem nada na fralda e dona Anastacia não fez mamadeira suficiente, acabou faz uma hora... Não sei o que fazer!

— Acalme-se, pode ir para casa. Eu cuido dele, não se preocupe. — Alana me mandou um beijo e se despediu antes de sair.

— Sua mulher? — Ela perguntou, se levantando para ver o bebê.

— Minha irmã. — Respondi quase rindo e vi suas bochechas rosadas ficarem vermelhas como um tomate novamente. 

— Desculpe... Será que eu posso... — Ela apontou para o bebê e eu assenti, dando espaço para ela chegar mais perto dele.

   Claire, cuidadosamente, pegou Seth no colo e em seguida tentou acalentá-lo. Ele começou a soluçar e a chorar mais alto. Claire parecia aflita, será que sabia cuidar de um bebê?

— Aonde está a mãe dele? Isso é choro de fome, ele precisa mamar... — Ela disse nervosa e convicta daquilo que falava. Ainda tentava acalmar um pouco o bebê mas sem sucesso.

— Espere um pouco, vou ligar para a minha irmã voltar aqui com uma mamadeira. — Falei, procurando desesperadamente o telefone na bolsa de Seth.

Ele ainda chorava muito enquanto eu digitava o número de Alana, mas de um segundo para outro parou. Virei em sua direção e me assustei com o que vi. Ela estava dando de mamar para o meu filho?

— O... O que você está fazendo? — Perguntei atônito e ela me olhou envergonhada.

— Desculpe, ele estava tão faminto e eu tenho tanto leite que não consegui me segurar, tive que fazer isso. — Ela olhou rapidamente para ele e voltou a me encarar — E não se preocupe, eu não tenho doença alguma. Até doação faço para o Hospital Central...

— Você está amamentando? — Perguntei ainda confuso e ela desviou o olhar. — Srta. Evans, você não disse que também tem um bebê.

—  Porque eu não tenho... Não mais. — Sua voz foi sumindo conforme falava. Meu coração errou uma batida quando entendi do que ela estava falando.

— Eu sinto muito. — Foi a única coisa que consegui falar e vi que ela tentou dar um sorriso como agradecimento. Ela voltou o seu olhar ao bebê que mamava e a encarava fascinado.

— Estava com fome não é, bebê? — Ela sorriu um pouco mais largo e pegou uma das mãozinhas de Seth para acariciar. Não podia negar que era uma cena um tanto bonita... Se ele fosse o bebê dela.

— Oi? — Saí dos meus devaneios ao ouvir sua bela voz me chamando.

— Ele acabou de dormir. Pode virar rapidinho? Preciso endireitar a minha blusa.

— Claro, claro! — Respondi envergonhado e me virei, esperando ela avisar que já havia terminado de se arrumar.

Assim que me virei, Claire se aproximou com o bebê adormecido em seus braços e me entregou com o maior cuidado. Acho que estava errado no começo. Ela parece saber o que está fazendo.

— Sr. Harris, eu quero me desculpar pelo que eu fiz... Está sendo muito difícil para mim nessas últimas semanas. Meu médico disse que com o trauma o leite secaria, mas já tem quase um mês e nada.

— Não precisa se desculpar. Acho que se não fosse pelo seu leite ele ainda estaria chorando de fome. Eu é que agradeço.

Um silêncio se instalou na sala como a primeira nevasca do inverno na quietude da noite. Rápida e repentina. Estava confuso mas ao mesmo tempo curioso. Queria saber o que havia acontecido ao bebê daquela mulher sentada à minha frente, mas sabia que seria uma grande mancada se eu a perguntasse.

Ouvi os resmungos de Seth no meu colo, então levantei para poder niná-lo melhor. Ele abriu os olhos lentamente e logo começou a chorar baixinho. Dei uma olhada em sua fralda mas estava limpa. Não fazia nem dez minutos que ele havia mamado, seria fome de novo?

— Poxa, garotão, o que foi agora? — Tentei acalmá-lo balançando mas não consegui.

Claire se aproximou e estendeu os braços para poder pegá-lo e com cuidado, coloquei-o em seu colo. Ela o ajeitou e começou a sacudi-lo de leve. Em poucos instantes já não se ouvia mais choro algum... Como ela faz essas coisas?

— Como fez isso? — Ela sorriu enquanto brincava com as mãozinhas de Seth. — Que mágica é essa?

— Acho que ele gosta mais de mim. — Ela riu de algo que ele fez e voltou a me encarar — Estou brincado, Sr. Harris. Você só não estava segurando ele do jeito certo.

Ela me devolveu o bebê e endireitou meu braço, aconchegando melhor Seth, que continuou calmo mesmo depois dela se afastar. Olhei bobo para Claire. Como ela sabia todas essas coisas?

— Não me olhe assim! Eu não quero roubar o seu bebê! — Ela riu quando percebeu que eu esperava respostas — É questão de saber a posição que ele mais gosta de ficar. Só isso...

— Estou só admirado! — Ri, tentando memorizar a posição dos meus braços para caso ele chorasse de novo eu saber como ele gostaria de ficar — E pode me chamar só de Scott. Isso me faz parecer velho e pelo que consta na sua papelada temos quase a mesma idade. E acho vai acabar se cansando de me chamar de Sr. Harris todo dia...

— Como assim te chamar todo dia de Sr. Harris? Quer dizer que...

— Está contratada.

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