A REDENÇÃO DE UM HOMEM - FAMÍ...

By bigudinharainha

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Jean Charles Winsor é o meu nome. Sempre fui considerado a ovelha negra da família Winsor por causa das malda... More

SINOPSE
1 - CAPÍTULO
SAGA FAMÍLIA WINSOR
2 - CAPÍTULO
3 - CAPÍTULO
4 - CAPÍTULO
5 - CAPÍTULO
6 - CAPÍTULO
NOTA
7- CAPíTULO
KOURTNEY
8 - CAPÍTULO
9 - CAPÍTULO
10 - CAPÍTULO
11 - CAPÍTULO
12 - CAPÍTULO
KOURTNEY
13 - CAPÍTULO
14 - CAPÍTULO
15 - CAPÍTULO
16 - CAPÍTULO
KOURTNEY
NOTA DA AUTORA
17 - CAPÍTULO
18 - CAPÍTULO
KOURTNEY
19 - CAPÍTULO
20 - CAPÍTULO
21 - CAPÍTULO
22 - CAPÍTULO
23 - CAPÍTULO
24 - CAPÍTULO
NOTA
25 - CAPÍTULO
NOTA
CAPÍTULO FINAL

KOURTNEY

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By bigudinharainha

    Christian disse que Jean está sofrendo. Como? Eu o ouvi em alto e bom som se declarando àquela sonsa. Ninguém me disse. Eu ouvi. Ele me enganou todo esse tempo. Me entreguei a ele como sempre quis enquanto ele amava outra. Me sinto tão estúpida. No fundo achei que ele também fosse se apaixonar por mim e que nos casaríamos e realizaríamos os nossos sonhos juntos. Ledo enganado.

     Agora estou no meu apartamento aceitando Russell de volta a minha vida amorosa. É o que está me mantendo sã no momento. Não falei sobre Jean, mas ele é muito inteligente e já percebeu meus sentimentos em relação ao outro. Jamais o enganei prometendo que o amaria um dia, então a escolha é somente dele. 

      — Quer sair pra almoçar? 

      — Não. Estou sem fome, mas vá você. 

      — Kourtney? 

      — Hoje não estou muito bem. 

      — Nosso casamento está chegando e faço questão de manter a data mas se quiser adiar. 

      — Está tudo bem. Só preciso descansar. É apenas cansaço. 

      — Tem certeza de que é só isso? — Acariciou o meu rosto e sorri forçadamente — Você sabe que pode me dizer qualquer coisa, não sabe? 

        Assenti. 

        — Só quero que tenha certeza de que entrará nessa comigo porque farei de tudo para darmos certo. Você sempre foi o meu sonho. Eu te amo e quero que seja feliz ao meu lado pra sempre. 

        — Eu serei, não se preocupe. 

        É o que mais irei tentar quando estivermos casados. Ele merece e está sempre por perto quando mais preciso. Vou fazer de tudo para fazê-lo feliz mesmo que eu nunca deixe de amar o meu Jean. 

        — Tudo bem. Sei que não quer falar sobre isso, mas e o Jean? 

       Pensei que ele nunca fosse tocar nesse assunto. Russell é o tipo de homem que não exige explicações, ele é bastante observador, mas não tira conclusões, prefere perguntar quando acha que deve. São muitos anos de amizade e ele nunca deu ataques de ciúmes, nem uma demonstração de que tem medo de me perder. 

       — O que quer saber? 

       — Só o que quiser me contar. 

       Torci os lábios. Sinto tanta falta dele. Como vai ser minha noite de núpcias com meu melhor amigo? Outro jamais me tocou a não ser o Jean. Não sei se irei conseguir. Russell e eu iremos juntos para uma companhia de teatro que nos contratou após a peça parar de rodar pela Europa. Vai ser melhor. Preciso me manter longe de tudo que me faz mal. Longe dele. 

        — É assunto encerrado. 

        — Ok — Me beijou no rosto se conformando com a resposta como sempre — Não quer mesmo almoçar comigo? — Neguei — E jantar? 

         — Talvez. Vou pensar. 

         — Quero dormir e fazer amor com você. 

         — Russell — Me espantei com sua escolha de palavras. 

          Ele olhava para o meu decote. Ele não é desse jeito, daquele jeito. Acho que não ou nunca reparei. 

         — Eu sei, mas é meio surreal acreditar que uma mulher linda como você nunca tenha tido uma experiência sexual. 

       Não confirmei e nem neguei porque isso é apenas da minha conta. 

        — Teremos muito tempo pra nos envolvermos assim. 

       Meu celular tocou pela terceira vez e resolvi atender antes que ele resolvesse pôr as mãos em mim já que do nada está atrevido. Era meu irmão Christian. 

        — Oi, aconteceu algo? 

        — Jean está hospitalizado. Deram drogas a ele. 

       Meu coração falhou uma batida. Fizeram mal a ele? Quem foi? Vou fazer picadinho do infeliz. Respirei fundo tentando manter a calma. Matar quem quer que seja não vai resolver o problema dele, porém resolverá o meu. Ninguém faz mal as pessoas que amo e fica impune. Eu sou assim e não consigo ser diferente. Defendo mesmo e doa a quem doer. 

        — E como ele está? — Perguntei temendo a resposta. 

        — Estão fazendo uma lavagem estomacal e o medicando. Ele estava sentindo muitas dores de cabeça e desmaiou — Explicou e prestei atenção em cada detalhe — Efeitos colaterais daquela merda. 

          — Quero vê-lo, onde ele está? 

          — Hospital Central. 

          Peguei minha bolsa e Russell segurou meu braço me impedindo de sair. Esqueci completamente de que ele estava por perto. Meu mundo agora girou em torno de Jean e não sou capaz de enxergar mais nada. Não quero perdê-lo. Eu o amo tanto e o quero de volta que não ficarei com pena de quem machucarei pelo caminho. Se ele me ama, ficaremos juntos. Deve ter uma explicação plausível para aquela cena que vi. Como diz meu irmão Nathan; não devemos supor absolutamente nada sem que hajam provas. 

          — Aconteceu alguma coisa com seus irmãos? 

         — Jean está no hospital. Parece que o drogaram. Eu preciso vê-lo. 

         — Você precisa? — Seu olhar estava estranho — Mesmo?

         — Sim. Ele não pode ficar sozinho. Ele precisa de mim. 

         — Eu acho que ele não está sozinho e muito menos precisa de você. 

         — Não importa porque irei vê-lo mesmo assim. Eu preciso. 

         — Precisa quanto? 

         — Preciso muito. 

         Acho que fui bem clara porque ele me encarou como se não me conhecesse. Seu olhar estava me ferindo porque percebi o quanto o estou magoando e nem sequer me dei conta. Um sinto muito talvez aliviasse minha culpa. Ele assentiu momentos depois, porém seu olhar continuava vazio como se ele soubesse de todas as respostas, como se enxergasse através de mim. 

         — Faça o que tiver que fazer, só não se esqueça do quanto eu te amo e de que posso fazê-la feliz. 

        Ignorei suas palavras porque a minha felicidade é ao lado do homem que amo e não de um amigo especial. 

          Saí e entrei no meu carro desesperada ignorando a tudo o e a todos. Espero que ele esteja  realmente bem. Que Christian não tenha mentido para não me preocupar.  Por favor, Deus? Meus pais são religiosos, então irei me agarrar a crença deles. Não tenho tempo de ir a igreja, mas minha mãe diz que a fé está dentro de todos nós e ela me ensinou muitas coisas, mas cresci e decidi não seguir nenhuma religião porque não gosto de seguir seus comandos. Ela diz que não é assim que acontece, porém respeita minha escolha e a amo mais por isso. 

       Cheguei ao hospital e avistei Christian que veio rapidamente me recepcionar. Não perdi tempo o abraçando, as palavras foram saindo sem filtro. 

        — Quero vê-lo, me ajuda. 

        — Eu sei. 

        — Sabe? 

        — Está claro como água — Explicou — Você o ama. 

        — Mas ele não — Apertei os olhos porque é horrível admitir em voz alta. 

         — Por que acha isso? 

         — Deixa pra lá, agora não quero falar ou irei chorar. 

         Ele me pegou pela mão e adentramos o quarto. Todos os irmãos Winsor estavam no quarto conversando e rindo com Jean que estava na cama encostado nos travesseiros. Christian apertou minha mão e sorri o fitando até que todos pararam de falar e meio que virei o centro das atenções. Fitei o chão até ter coragem para encará-lo. Seus olhos brilhavam assim como os meus. A vontade de chorar por o ver enfermo, me consumia de tal forma que não pude mais manter aquela Kourtney de antes, viva. Aquela que Jean conheceu. Eu não sou ela. Tenho vida e muito amor dentro de mim. 

        Não sei ao certo se eu corria ou andava depressa demais, só sei que logo estava em seu braços chorando de alívio. Ele estava bem e era só isso que me importava. Selei nossos lábios e ele me abraçou mais apertado. 

        — Senti tanto a sua falta — Minha voz saiu abafada por causa do choro. 

        — Também senti a sua — Acariciou meu rosto — Não quero mais ficar longe de você. 

        — Nem eu. Tenho algo pra te dizer e mesmo que não diga ou não sinta o mesmo, não me importo mais, só preciso botar pra fora. 

        — Tô louco pra ouvir.

        Respirei fundo decidida a soltar tudo de uma só vez, porém fui interrompida por Christie que invadiu o quarto quase me derrubando, parecendo um furacão. Ela me empurrou nada discreta e o beijou. 

      — Não acredito que você me deu esse susto. Pensei no pior quando soube que estava aqui. 

       Jean me fitou confuso, pelo menos era o que parecia. 

       — O que está fazendo aqui?     

       — Carmo nos contou que Jean estava nesse lugar horrível e só consegui pensar no que me ele me disse aquele dia — O fitou acariciando seus cabelos — Também te amo. 

       Jean franziu a testa por um tempo e depois me encarou e eu não pude mais respirar. Doía. 

         — Acho que entendi o que aconteceu. Precisamos conversar sobre esse mal entendido. 

         — Ela sabe que nos amamos, não precisa mais ter pena dela — Christie falou e ele a fitou — Sabe que somos namorados. 

         A testa dele se enrugou muito.

         — Melhor você ir. Depois conversamos. 

         — Ela e o Russell voltaram e após a peça irão se casar. Não sabia? — Christie continuou. 

         Nossa, como as notícias voam. 

         Continuei o fitando que fazia o mesmo e seu semblante mudou. 

        — É verdade que irá se casar com o Russell? 

        — Sim. 

        — Por que? 

        — Ele me ama. 

        — E você o ama? 

        Fechei os olhos os apertando. Não irei chorar por mais que me doa ver os dois juntos. 

         — Sim — Encarei a mão dos dois entrelaçadas — Nos casaremos um dia após a peça. 

          — Olhe pra mim, Kourtney — Com dificuldades o fitei segurando todo o sofrimento — Por que veio aqui me ver se você ama outro? 

         — Eu estava preocupada. Você é meu amigo. 

         — Nunca fui seu amigo, eu era seu amante que dormia com você todas as noites, esqueceu? 

         Christie me olhou com sarcasmo. Olhar de vencedora. 

         — Jean... 

         — Quero que vá embora. 

         — E ela? — Encarei Christie com desdém e ciúmes. 

         — Irei ficar porque ele é meu namorado. 

         Esperei Jean desmenti-la, mas ele não o fez. É isso. O perdi de vez pra ela. Quando eu ia perguntar sobre o tal mal entendido mencionado, Christie voltou a beijá-lo que correspondeu e Nathan me pegou me levando pra fora do quarto. 

         — Não se humilhe mais desse jeito, bonequinha. Você nem deveria ter vindo. 

        Mas era isso que eu iria fazer; me humilhar, implorar que me perdoasse pra no fim o aceitar de volta mesmo que não me amasse. Tentei resistir, então meu irmão me pegou no colo e desabei em seus braços. 

        — Não faça isso consigo mesma. Quantas vezes te ensinei que devemos nos amar em primeiro lugar? Nenhum babaca merece suas lágrimas, nem mesmo esse que só te usou — Estava bravo. Coisa que ele nunca ficava. 

        — Mas eu o amo e dói tanto. 

        — Por favor, fique calma ou irei te medicar. Logo vai passar. Você tem o Russell que te ama e faria tudo por você. 

         — Mas não é ele quem eu quero. Amo o Jean, Nathan. 

        — Então, só tente esquecê-lo e se concentre em quem te ama de verdade. 

        — Como se faz isso?    

        — Eu não sei. 

        — Claro que não, você só amou a Tracey desde que se conhece por gente. Nunca olhou pra nenhuma outra mulher antes e nem depois. Vocês nunca se separaram. Como pode querer me dar conselhos de amor se nem mesmo sofreu? Vocês dois nem mesmo discutem. 

        Ele sorriu e acariciou minha bochecha. 

        — Russell vai te dar tudo isso. Ele te ama e aposto que nem irá se importar por ter se entregado a outro. 

         — Meu Deus, Nathan. Que conselhos são esses? — Tracey o repreendeu — Parece que vive no século da sua bisavó. 

        — Isso mesmo. Não dê conselhos errados a ela — Christian disse me pondo no chão — Agora me diga o que aconteceu desde do começo que irei te ajudar. 

        — Christian? 

        — Fique calado, Nathan. Ela também é minha irmã. A felicidade dela nada tem a ver com esse seu amigo. 

       — Ele a ama desde sempre. 

       — Mas ela não. 

       Sorri quando Casey se juntou  a nós e me abraçou. 

        — Me apaixonei pelo Jean ainda novinha e meus sentimentos só cresceram toda vez que eu o via. Assisti todas as suas peças. Jean é o homem da minha vida e me entreguei com a certeza dessa afirmação. 

         — Então não se case com outro — Nathan disse me surpreendendo já que é o melhor amigo de Russell. 

         — Russell me ama e Jean ama aquela cobrinha. 

         — Ele não a ama e Nathan e eu iremos provar — Christian disse e encarou Nathan que me olhou antes de encará-lo de volta — Certo, irmão? 

          — Certo — Piscou pra mim — É isso que os irmãos fazem, ajudam uns aos outros o a serem felizes. 

        Casey riu com eles e me levou pra casa dos meus pais como pedi. Tudo que eu preciso é de um colo de mãe pra renovar as forças. 

       

           

     

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