6 - CAPÍTULO

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     Por mais cansado que eu estivesse, cheguei ao estúdio cedo. Tentei dar um jeito no visual porque se eu encontrasse a Kourtney, não queria que tivesse uma ideia errada de mim. Christie não é nada daquilo que eu pensei. Ela não aguenta nem uma transa selvagem. Sou avantajado. Herança do patriarca. Todos meus irmãos somos assim. É uma maldição ser um Winsor. Algumas mulheres se assustam com o pacote e, Christie é uma. Ela me frustrou quando pensei que fosse ter a noite garantida. Teve certo momento que cogitei em ir embora e ligar para Lory, enfim, não fiz, mas sai na madrugada e Max estava me esperando nua sobre minha cama. Não pensei, apenas agi. Ela é muito boa, depravada, mas ainda quero aquela morena linda e perfeita. Algo me diz que não irei me arrepender quando a tiver em meus braços.
      Fui para a sala de maquiagem e avistei Kourtney sentada deixando a cabeleireira fazer mechas em seus cabelos cor de chocolate, cacheados. A observei atentamente. Ela é linda demais e o seu sorriso, magnífico, espontâneo. Ela conversava educadamente e ria bastante. Sorri quando percebeu a minha presença e ela logo ficou séria e olhou para a frente. Me aproximei.
     — Bom dia.
     — Oi — Foi seca.
     Cumprimentei Solange, nossa cabeleireira, que sorria em demasia. Talvez o fato de termos ido pra cama umas duas, três vezes, lhe cause essa reação. Caramba, isso foi há séculos. Uns 2 meses atrás. Ela é ninfomaníaca e completamente louca, quase superando Max. Não, pensando bem, ninguém supera a Max.
     Kourtney olhou com muita atenção quando Solange beijou meu rosto e brincou com meus cabelos sensualmente.
     — Mais uma noite daquelas?
     Não respondi.
     — Vou pra maquiagem — Fitei Kourtney que fez uma careta para alguém que entrava.
     — Oi, gato.
     Droga. Christie se pendurou no meu pescoço e me beijou. A afastei e imediatamente procurei a minha nova e inédita conquista que ainda nos observava com uma expressão estranha.
      — O que faremos hoje?
      — Você eu não sei, já eu tenho muito que ensaiar.
      — Tudo bem, eu te ajudo. Podemos namorar um pouco e depois...
     — Espera um instante — Encarei Christie — Namorar?
      — Achei que estivéssemos depois da nossa noite de ontem.
     Balancei a cabeça.
     — Nunca disse que éramos ou que viraríamos namorados. Eu não namoro, Christie, nunca. A gente só transou.
      — Mas eu tô apaixonada por você, por isso que me entreguei — Meus olhos cresceram e ela se reteseou com a minha reação — Achei que soubesse.
     — Eu não sabia. Droga — Acariciei seus cabelos com a ameaça eminente de choro — Sinto muito. É melhor nos afastarmos, será melhor.
      — Eu não tenho chances?
      — Você é uma ótima garota, logo encontrará um cara legal. Preferia que não tivesse me dado aquela responsabilidade que eu nem sabia que tinha — Dei um beijo em seu rosto e fui para a maquiagem — Perfeito, bela manhã. Inferno.

    Não tenho do que reclamar. Eu colho tudo que planto. Tenho consciência de que preciso mudar, porém nada me motiva a isso. É claro que eu sabia que Christie estava afim de mim. Todos sabiam e mesmo assim a usei e a descartei. Sou melhor do que o Martin? Pensei somente em mim como sempre ignorando os sentimentos de uma garota que poderia ter se entregado a um cara que a amasse e eu a deflorei. Dessa parte eu não sabia. Ela não me alertou de sua pureza e nem ao menos fui delicado. Odeio virgens.
      — Vamos ensaiar os primeiros toques e se tudo fluir, amanhã teremos o ato.
       Busquei o olhar de Kourtney que logo desviou prendendo os cabelos nervosamente
      — Quando chegará o ator que faz o papel de marido? — Kourtney perguntou.
      — Daqui a 15 dias. Ele está terminando outra peça. Russell Montgomery.
       Arregalei os olhos. Cacete. O cara é fera.
      — Vamos ao seus lugares.
      Subi ao palco assim como minha morena linda. Ela tirou o roupão exibindo sua roupa segunda pele e as luzes foram abaixadas. Fiz o mesmo. Ela se deitou na cama e fechou os olhos. Acho que a admirei por tempo demais que Carmo deu um grito.     
     Fiquei sobre ela como o diretor pediu e juntei nossos lábios pela segunda vez. Minha língua encontrou a dela que gemeu. Mordi seu lábio inferior e o puxei devagar.
        — Muito bom, Jean, agora explore o corpo dela - O diretor gritou.
       Ela tremia e engolia em seco várias vezes e me olhava assustada.
      — Kourtney, o olhe com desejo.
       Alisei seus braços e ela tremia mais.
       — Qual é o problema? Nunca fez isso antes? — Continuei quando ela rolou os olhos para longe dos meus  — Você é virgem?
      — Não é da sua conta.
      Ri baixo e ela me olhou com raiva.
       — A gente precisa terminar essa cena. Alguma ideia? — Indagou.
       — Talvez se ensaiássemos na minha casa, funcionasse.
       Não acredito que uma linda mulher dessa é intocável. O que há com esse homens?
       — Temos que estar prontos em dois meses. Vou conversar com o diretor pra adiantar as outras cenas se concordar em fazer essa cena comigo na minha ou sua casa.
        — Acho que tudo bem. Talvez funcione. Eu tenho dezenove anos, então, se controle.
       — Vai ser difícil, mas irei tentar. Você já namorou antes?
       — Pare de me fazer perguntas. Não direi nada sobre a minha vida.
       — Preciso saber até onde foi para começar...
      — Pessoal, mais ação, por favor — Carmo berrava — Precisamos da cena para ontem.
     Me levantei e a ajudei a se levantar que fez de má vontade. Fomos até o diretor que estranhou.
      — Carmo, a gente precisa conversar.
      — Digam.
      — Sua sobrinha está tímida com tanta atenção. Sugeri ensaiarmos em outro lugar e por aqui adiantarmos outras partes. Vai ser bom até o Russell chegar.
      Carmo semicerrou os olhos pra mim e depois olhou para a sobrinha.
     — Você concorda com isso?
     — Sim, padrinho. Não consigo ficar à vontade aqui. É a minha primeira peça, quero arrasar.
     — Ok. Se precisar de algo, me fala.
     — Obrigada — O abraçou e beijou — Prometo que na próxima não darei tanto trabalho.
      — Você é minha princesa. Não dá trabalho algum. Eu te amo, boneca.
      Fui para o camarim me preparar para levá-la em casa e treinar, treinar muito por todos os ângulos possíveis. É a primeira vez que fico tão entusiasmado em dormir com alguém. Kourtney é a personificação da beleza feminina. E hoje ela será minha até o dia amanhecer.
    Me encontrei com ela no estacionamento que nem sequer falou comigo, apenas entrou em seu carro popular, porém antes de dar partida, me debrucei sobre a janela do motorista que estava aberta.
     — O que quer? — Foi grossa e nem mesmo me olhou.
    — Pensei que iríamos no mesmo carro.
    Ela finalmente me encarou. Não sei porque tem tanta raiva de mim.
     — Eu sou uma mulher independente e não entro no carro de qualquer um.
     Ri alto e ela me fuzilou com o olhar.
      — Isso é contraditório porque iremos passar a noite juntos no seu apartamento.
     Ela olhou para a frente engolindo em seco e depois tamborilou no volante com as unhas.
     — Então, Jean. Hoje tenho um compromisso, então melhor deixarmos para amanhã no seu apartamento.
      — Você está de brincadeira, não é? — Me alterei — Cacete.
      — Não te prometi nada assim como você fez com a coitada da Christie que está chorando até agora — Girou a chave — Boa noite e procure não machucar mais ninguém.
     Que inferno! Aposto que fez de propósito. Estou tão frustrado que pela primeira vez na minha vida não quero passar mais uma noite regado a sexo. Quando eu pegar essa mulher, vou virá-la do avesso. Ela não perde por esperar. Inocente ou não, ainda será minha e vou usufruir lentamente do seu corpo delicioso.
      — Ah, Kourtney, você não sabe com quem está mexendo. Você me paga com juros e correções.
   

A REDENÇÃO DE UM HOMEM - FAMÍLIA WINSOR - LIVRO 3 (JEAN) Onde as histórias ganham vida. Descobre agora