Diário Da Juventude

By TatianaGoncalvez

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Mirela, Lívia e Thamara são três jovens de 15 anos que estudam no colégio de tempo integral, localizado na ci... More

Mirela
Lívia
Thamara
Mirela
Lívia
Thamara
Mirela
Lívia
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Lívia
Thamara
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Lívia
Thamara

Thamara

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By TatianaGoncalvez


Segunda feira, 01/05/2017, 22:00 horas.

Peter e eu estávamos conversando tão bem que eu chegava a duvidar se era eu mesma ali, falando abertamente com ele, quer dizer, eu não sou uma garota tímida, mas confesso que para algumas coisas, eu fico bem tímida, como conversar com meninos, esse é o pior de todos, mas por incrível que pareça, por algum motivo desconhecido, eu não fico tímida com o Peter, ele tem alguma coisa que faz com que eu consiga ser eu mesma, eu me sinto confiança em falar com ele, e por isso não tenho medo de mostrar quem eu sou, e isso não acontece sempre, em relação a outras pessoas, por mais que eu tente, eu não consigo ser eu mesma, é como se tivesse uma barreira invisível me impedindo de me expressar e mostrar que eu sou, eu até converso com elas, mas não me mostro verdadeiramente, é como se uma personagem chata e sem graça tomasse conta do meu corpo, me impedindo de ser a verdadeira Thamara, eu sei que é louco, é muito estranho, mas com o Peter e as meninas eu tenho conseguido ser eu mesma, foi difícil para mim confiar na Lívia no inicio, mas agora eu confio plenamente nas duas, e me sinto horrível por ainda estar escondendo sobre a minha ficada de anos atrás com o Caleb.

Mas tenho tanto medo de que elas não me perdoem, de que não queiram mais falar comigo, e a Mirela... Ela gosta dele, vai se sentir traída.

O que eu faço? Conto ou não conto?Eu não sei o que fazer.

Era intervalo, e Peter estava comigo, as meninas tinham ido a algum lugar fazer alguma coisa de que eu não sabia naquele momento.

- Eu tenho vontade de conhecer Nova York, Paris, e o Japão. – disse Peter. Estávamos falando sobres diferentes lugares do mundo de que gostaríamos de ir algum dia.

- Eu também sinto muita vontade de conhecer Nova York, Paris e o Japão. – disse, o que era verdade, para ser sincera, se eu pudesse e conseguisse, gostaria de conhecer todos os lugares do mundo, acho que fui uma aventureira em outra vida (se é que existe), sempre viajando ao redor do mundo, porque, tenho muita vontade de fazer isso um dia, sonho em viajar pelo mundo a fora.

- Sério? Que legal! Temos gostos parecidos, eu sonho com o dia que eu vou viajar pelo mundo, conhecendo lugares incríveis. – ele disse, e arregalei os olhos surpresa. Era muita coincidência!

- Nossa... Eu também sonho em viajar o mundo. Que estranho. – disse e ri.

- Sério? – ele perguntou se surpreendendo e com um sorriso enorme no rosto.

- Aham, sério mesmo. Meus pais dizem que eu sonho de mais, talvez eu sonhe com isso pelo fato de eu ter sido criada muito presa, até hoje é assim... – falei.

- Meu pai apóia o meu sonho, diz que se algum dia eu conseguir, ele vai dar seu apoio, minha mãe que não gosta nada da ideia, ela meio que não quer perder o filho dela. Mas isso é um sonho e nem sei se algum dia vou conseguir realizar. Como assim você foi criada muito presa? Eles ainda te prendem? É estranho, porque você tem 15 anos e a maioria das meninas nessa idade saem sem nenhum problema. – disse ele.

- Bom, para onde quer que eu vá tenho que pedir permissão, e se eles não deixarem, não tem como eu sair. A não ser que eu fuja, mas isso nunca passou pela minha cabeça e nunca foi uma opção para mim, eu nem sei como eles permitiram que eu dormisse na casa da Mirela, acho que eles confiaram nela, ou então querem que eu me divirta mais, mas a questão é que desde que eu sofri o acidente de carro, os cuidados que tiveram em relação a mim aumentaram. Meu pai acha que foi culpa dele, mas não foi, foi apenas um infeliz acidente, e eu não morri, mas, desde então, eu nunca mais entrei em um carro, acredita? E para eu andar de moto com a minha mãe é um custo, meu pai morre de medo de que eu sofra um acidente de moto, isso é tão louco não é?

- Sério isso? Eles não deixam você andar de carro? Nossa... Foi esse acidente que fez a sua cicatriz?

- Sério carro nunca mais, moto de vez em quando. Minha mãe não liga muito, ela acha que é exagero do meu pai, mas o meu pai não acha um exagero. Eu era criança quando o acidente aconteceu, foi por causa desse acidente que hoje, tenho essa cicatriz. – falei.

Ele franziu a testa, parecia que estava pensando no que dizer quanto ao que eu falei. Era um assunto delicado, e eu sabia disso, mas me sentia livre e bem para contar isso a ele.

- Entendi, seu pai ficou com trauma desde o acidente, ele acha que você pode sofrer outro se entrar novamente em um carro ou moto. Deve ter sido muito difícil para ele ver a filha em um hospital.

- Foi... Apesar de eu não me lembrar com nitidez, mas foi sim.

Quando ele ia dizer mais alguma coisa, o bando de amigos dele, incluindo "amigas", chegaram perto de nós dois, e mexeram com ele. E nossa conversa foi interrompida.

- E aí Peter! O que está fazendo aí? – perguntou um menino loiro a ele.

- Conversando pessoal. O que querem?- perguntou Peter impaciente e um pouco nervoso ao mesmo tempo.

- Como assim cara?! Só queremos o nosso amigo conosco oras!

- É Peter! Deixa essa estranha aí, vamos lá nos divertir, chega de caridade por hoje! – gritou uma garota de cabelos castanhos claros, olhos escuros, e extremamente magra.

- Lola! Nunca mais se dirija a Thamara dessa forma! Está escutando?! Eu não gosto que impliquem com ela, vocês são todos uns idiotas. Entendam que ela é a minha amiga e eu não vou permitir que a ofendam. – disse ele, muito bravo, estava alterado e eu me senti especial por ele ter me defendido de seus amigos.

Todos o olharam boquiabertos sem entender porque ele estava contra eles defendendo uma desconhecida que acabou de chegar ao colégio.

- Isso é mesmo sério Peter? – perguntou Lola ofendida.

- É claro. Isso serve para todos vocês, se são meus amigos parem de ofender a Thamara. Ela também é minha amiga e eu não suporto que a maltratem. – ele disse, e meus olhos com certeza deveriam ter brilhado de admiração.

A garota com o nome de Lola riu. – Qual é Peter, sabemos que não é por ela ser sua amiga que a defende tanto. – disse ela.

- Isso é da sua conta Lola, na verdade, nada que se passa comigo é da conta de nenhum de vocês! – ele gritou.

- Ei... Calma cara! Somos seus amigos, não precisa ficar nervoso à toa. – disse o carinha loiro que estava ao lado dele, colocando a mão no ombro de Peter.

- Se são mesmo meus amigos, parem de tratar ela assim e não se metam na minha amizade com ela.

- Como quiser cara! Se a Thamara é sua amiga, também é nossa amiga, não é Lola? – perguntou o loiro.

- Você pode ser amigo dela, mas eu não. – respondeu Lola, saindo de perto, indo para longe.

- Ela está alterada, depois vamos nos acertar. – falou o loiro para Peter.

- Lola é insuportável quando quer ser. – disse Peter.

- Desculpa Thamara pelo constrangimento. Isso não voltará mais a se repetir. – o loiro me pediu desculpas! Serio isso? Ele estava mesmo sendo sincero?

- Tudo bem.

- A gente ta indo. Tchau pessoal, até depois.

- Até. – respondeu Peter, e quando eles saíram, para minha surpresa, Peter se aproximou mais de mim e pegou em minhas mãos, me olhava com proteção, como se eu fosse vidro e qualquer momento pudesse quebrar.

- Desculpa pelo o que eu fiz você passar. Eles são complicados... E a Lola, eu não sei por que ela é assim.

- Está tudo bem Peter. Quer dizer, agora está. Isso não foi culpa sua. Obrigada por ter me defendido. – agradeci.

- Eu sempre vou te defender. – ele disse e sorriu em seguida me puxou para um abraço, e fiquei com o coração acelerado enquanto nos abraçávamos. Ele tinha um cheiro gostoso, seu perfume era muito bom, eu poderia ficar abraçada a ele por horas que não me importaria, mas uma hora o abraço sempre termina, e a realidade volta para te assombrar.

- Obrigada. – agradeci mais uma vez e ficamos por alguns segundos nos encarando, o que foi incrível e estranho ao mesmo tempo.

Fomos despertados pelo barulho do sinal tocando e tivemos que voltar para nossos afazeres dentro da sala de aula, eu no primeiro ano e ele no segundo.

...

Mais tarde, na minha aula de dança, tive que dançar individualmente para todos do curso, incluindo para a professora, ela queria saber o quanto eu sabia e entendia da dança, na verdade, ela queria saber o que eu sabia dançar. Pois dentro do curso aprenderíamos a dançar diversos ritmos. Não ficaríamos presos a um só estilo de dança. Teríamos bem mais chances com a dança.

Mesmo um pouco nervosa por ter que dançar o que eu sabia na frente de todos aqueles alunos que faziam dança, respirei fundo e resolvi encarar meus medos. E dancei como eu sabia, incluí um pouco de balé no ritmo também, eu quis mostrar que eu sabia outros ritmos. Foi incrível como o mundo pareceu não existir para mim quando comecei a dançar, mesmo com os olhos abertos, parecia que estava fechado, eu não enxergava ninguém ali dentro, só eu, meus movimentos e a música que tocava.

A dança sempre foi a minha paixão, sempre fez parte de quem eu sou, quando danço me sinto mais livre e feliz. Uma paz enorme tomou conta de mim enquanto eu mostrava a turma o meu amor pela dança.

Quando terminei, e parei para realmente olhá-los, todos me aplaudiram, incluindo a professora. – Parabéns garota! Você é incrível, vai aprender muito mais aqui. – disse a professora Lauren.

E eu sorri, estava muito feliz por ter conseguido mostrar o meu talento sem dificuldades a eles. Depois que a minha primeira aula de dança terminou, todos saíram da sala enorme especialmente para dança, menos eu, que fiquei me exercitando um pouco mais, treinando um pouco.

Estava entretida fazendo alongamentos, quando escutei alguém entrar dentro da sala, parei imediatamente o que eu estava fazendo e olhei assustada em direção a porta, era o Peter. O que ele estava fazendo ali?

- Eu vi quando você dançou pela primeira vez para a turma. Foi lindo, incrível, eu não sabia que você sabia dançar. – ele disse e bateu palmas, se aproximando mais de mim.

Fiquei sem jeito, mas sorri. – Obrigada. É eu fazia aulas de balé quando criança e com o passar dos anos fui pegando coreografias na internet para imitar em casa. – disse e ri.

- Você aprendeu a lição de casa rapidinho, você é fera. Foi incrível, eu fiquei encantando, uma paz se tomou conta de mim quando te vi dançar.

- Sério? Eu também sinto essa paz quando danço. – disse.

- Vamos fazer um lanche? – ele perguntou.

- Claro! Só deixa eu me trocar rapidinho. – disse e peguei minha bolsa, e corri para dentro do vestiário que ficava dentro da sala de dança, eu disse que esse colégio era enorme e lindo, tinha que ser com a fortuna que cobram pela mensalidade...

Voltei com meu uniforme no corpo, antes de fazermos o lanche, pedi para que ele me acompanhasse até a sala de aula para que eu guardasse a minha bolsa, e depois fomos para a cantina lanchar.

Foi divertindo, eu passei mais tempo com o Peter do que com minhas amigas nesse dia. Depois, as encontrei no corredor do colégio e conversamos.

- Quase não nos vimos hoje! – disse Mirela rindo.

- Pois é.

- O dia hoje foi corrido e cheio de surpresas, - disse Lívia.

- Eu beijei o Caleb. – falou Mirela.

Lívia e eu nos entreolhamos de boca aberta e rimos. – Sério Mi?! – perguntou Lívia.

- Claro, na verdade, foi ele que me beijou, mas eu correspondi lógico.

- Ele disse que gostava de você? – perguntei, estava feliz que ela finalmente tinha conseguido ficar com o Caleb.

- Sim, ele falou que estava completamente apaixonado por mim, interessado, seja lá oq eu for, ele gosta de mim! – gritou ela eufórica.

E Lívia e eu a abraçamos. – Que bom Mi! Espero que vocês dois iniciem um namoro e sejam muito felizes! – falou Lívia e eu concordei.

- Obrigada meninas. Mas e aí? O que você duas tem a me dizer sobre vocês?

- Eu tive uma briga com o Lucca, beijei um desconhecido na frente dele, depois o beijei... Foi uma confusão danada!

- O quê? – perguntei incrédula.

- Vou explicar tudo. – ela disse, e assim fomos caminhando em trio, escutando tudo o que a Lívia contava sobre sua vida amorosa.

À noite, em casa, me diverti vendo uma das minhas séries favoritas no meu notebook era Skam. Eu estava terminando a primeira temporada e já amava a série! Impressionante como Skam tem o poder te fazer apaixonar logo no primeiro episódio da série, e eu já estava no penúltimo da primeira temporada! Percebi que a minha vida era como o da Eva no inicio da série, sem amigos, sozinha. Mas agora, eu tinha duas amigas, e um amigo ( Peter, que não sei se é mesmo meu amigo, mas gosto dele e principalmente de conversar com ele ), e assim como eu fiz amigas, a Eva também conseguiu ter amigas, e foi um squad perfeito, eu estava feliz pela personagem, assim como também estava feliz por mim.

De repente, minha mãe chegou, e tive que pausar a série. – O que foi mãe? – perguntei sem entender, ela tinha entrado no meu quarto.

- Olá meu amor. Como está indo a escola nova? – ela perguntou, sentando-se na minha cama de frente para mim.

- Muito bem.

- Só? Me conta mais filha.

- Não tenho muito que dizer mãe, está legal.

- Ainda continua conversando com aquelas suas amigas que vieram aqui em casa aquele dia?

Acho que eu estava começando a entender onde ela queria chegar com essa conversa.

- Sim, somos amigas. Por quê?

- Nada, as duas são confiáveis mesmo? Elas te tratam bem?

- Sim mãe, elas não são malvadinhas, não se preocupe. Elas sabem da minha cicatriz, do meu acidente, e não ligam para nada disso. – falei.

- Que bom minha linda. Fico feliz por você, que finalmente tenha encontrado amigas boas que te amem exatamente como você é.

- Sim.

- Fez outras amizades lá dentro?

- Tem um menino, ele conversa muito comigo, acho que somos amigos. – disse.

- Menino... E como ele é?

- Lindo.

Mamãe riu e eu também assim que me dei conta do que falei. – Acho que o que você sente por ele não é somente amizade Thamara.

- É, também acho isso mãe. Mas não sei se ele me vê com esses olhos.

- Como ele te trata?

- Muito bem, ele me protege, quando alguém implica comigo, ele me defende mãe, ele sabe sobre minha cicatriz, ele viu as fotos... E não se importou. – falei.

- Nossa, ele é um fofo então, deve ser um garoto muito bom, minha filha, esquece a sua cicatriz, você é linda, essa cicatriz não te torna feia, nem é tão grande assim, ele viu, e não se importou, sabe por quê?

- Não.

- Simplesmente porque ele sabe que uma cicatriz não é nada perto de uma garota tão linda como você, tanto fisicamente como interiormente, ele vê a sua beleza por dentro e por fora, e sabe que os outros são uns idiotas por te tratarem diferente por causa disso. – disse mamãe, me olhando com carinho.

- É mãe, você tem razão. Mas é que é muito difícil para mim aceitar a cicatriz... eu já deixei de ir a praias, e piscinas por causa dela. Eu me sinto feia só de pensar que alguém possa ver...

- Meu amor, não se sinta dessa maneira, quantas vezes vai ser preciso eu dizer que você é linda? Você não deveria sentir vergonha, tem que sentir orgulho de ser quem você é, sentir orgulho do seu corpo, da sua cicatriz, você é uma guerreira meu anjo. Era uma criança quando sofreu o acidente e lutou para sobreviver, não deveria deixar que opiniões alheias te afetassem dessa maneira.

- É, eu sei mãe. Você tem toda razão, mas ainda assim continua sendo difícil para mim, mas, eu vou tentar não me importar mais.

- Faça isso. E vai ver o quanto sua vida vai melhorar. Eu amo você pequena. Eu vou dormir agora, Boa noite, durma com Deus. – disse ele, beijando minha testa.

- Eu também te amo mãe. Boa noite, e durma com Deus também. – disse e sorri para ela. Ela piscou para mim e saiu do meu quarto, dei o play na série e voltei a ver. 

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