✖Sienna✖
Corri até o corpo de Elijah. Ele tinha um ferimento na barriga. Segurei seu pulso e por sorte ainda pulsava. Respirei aliviada e segurei a cabeça de Elijah a colocando em meu colo. Fechei os olhos e pressionei minhas mãos no ferimento.
- Da certo, por favor! – Resmunguei.
Sussurrei palavras em latim e senti uma bala de ferro sair de dentro dele e vim para minhas mãos. Elijah abriu os olhos assustado e respirou fundo. Joguei a bala fora e o ajudei a levantar.
- O que aconteceu? – Perguntei confusa.
- Eu acordei e não vi você. Segui seu cheiro até o cemitério. Estava tudo escuro. De repente ouvi um barulho forte e um clarão vindo de um Memorial. Eu dei um passo a frente e o coveiro apareceu assustado com uma espingarda e atirou em mim. – Mesmo tendo sido sério, aquilo me fez rir.
- Pera. O Bob te atacou? Bob Martin o coveiro mais velho que já se teve aqui. Desculpa Elijah mas... Você é um original! – Gargalhei da expressão dele.
- Enfim... Obrigada pela ajuda. – Elijah suspirou e me abraçou.
- De nada... Velinho. – Gargalhei novamente.
- Um velinho que já te co... – O interrompi.
- Opah. Vai com calma papai. – Arqueei uma sobrancelha.
- Calma não se encaixa no vocabulário de um Mikaelson. – Ele sorriu fraco.
- Está certo. – Ergui minhas mãos para o alto como forma de rendição.
- O que faz aqui a essa hora? – Elijah começou a caminhar comigo até a saída do cemitério.
- As vezes... Sinto falta dos meus pais. Então venho aqui com Jolie que fica a conversar com Bob enquanto eu vejo meus pais. Mesmo não estando mais aqui, eu sempre necessito de me abrir com eles. – Suspirei.
- Me sinto um lixo por ter feito tudo isso acontecer com você. – Elijah envolveu seu braço por minhas costas.
- Não foi sua culpa. Não tem culpa dos ataques de seus irmãos. Eu juro a você que estou me segurando e tentando esquecer. Mas quando vejo o Niklaus sinto um gosto amargo em minha boca. Um sentimento de ódio entra em meu coração e eu so tento não arrancar sua cabeça fora. – Respirei fundo.
- Niklaus não era assim. Ele pensava antes de agir. Mas depois que Jolie cresceu e tudo aquilo aconteceu, algo mudou nele. – Elijah abriu a porta para que eu entrasse.
- Seu irmão é misteriosamente indecifrável. Assim como Kol, porém, Kol se mostra muito quando estás perto de Jolie. Ele mostra o verdadeiro Kol quando está com ela. – Me sentei no sofá.
- Assim como eles, você também é indecifrável. – Elijah se sentou a minha frente.
- Eu? – O Olhei surpreendida.
- Você. Sienna. Você era uma menina tímida, fechada, certinha. Mas quando está comigo você é como uma bomba nuclear. Perigosa, forte e a qualquer momento pode explodir. Mas ao mesmo tempo que eres uma bomba és uma rosa. Delicada, graciosa, linda mas com espinhos que podem te machucar. Você é simplesmente a beleza e o pecado em um só. – Senti minhas bochechas queimarem um pouco o fazendo sorrir.
- Obrigada por me fazer ficar sem graça. – Sorri.
- As vezes me vem lembranças em minha cabeça. – Elijah se levantou. – Memórias. Memórias suas quando pequena. Lindas memórias. – Ele sorriu.
- Eu me lembro que logo depois de chegar no orfanato, algumas meninas implicaram comigo. – Me levantei chamando sua atenção. – Eu era uma garotinha curiosa. Descobri passagens secretas por toda a mansão. Aquilo era legal tirando as coisas que a madame vazia a 00:00. Eu era sozinha, como sempre fora até você vim. – Fiquei de frente a Elijah.
- Lembro-me do dia do acidente. – Ele olhou para mim. – Eu estava com raiva de meus irmãos. Estava prestes a matar todos. Até que vi uma garotinha de cabelos ruivos a sorrir com sua família. E na sua alegria eu vi minha família e eu. Eu vi tudo aquilo que já vivi. Vi minha infância. Eu me senti feliz e calmo pela primeira vez. Sua graciosidade me atraiu. Então eu segui vocês por intuição e quando Niklaus apareceu, eu... – Elijah parou e me olhou.
- Eu sofri, Elijah. Eles eram minha única família. Eu não tinha ninguém. Eu era uma órfã. Eu só desejava ter ido com eles. Ter morrido com eles. Todos os casais que iam até o orfanato ao me olhar sorriam fraco e passavam por mim sem dar um simples bom dia, tarde ou noite. Aquilo me fez ser insegura e a Sienna corajosa foi se fechando pro mundo construindo uma casca dura por sua volta onde nem um simples brilho de esperança podia iluminar a escuridão de seu mundo. – Senti uma lágrima cair por meu rosto. Elijah me olhou e depois olhou para baixo e voltou a me olhar com uma expressão triste. Não era sua culpa.
- Eu demorei muito até achar a família certa para você. Quando encontrei a Marie, ela havia perdido a filha que esperava em seu ventre. Ela teve uma hemorragia. Então descobriu que não poderia mais ter filhos. Ela entrou em depressão e então eu mostrei uma foto sua pra ela e falei para ela ir até o orfanato. Eu não disse para ela te amar. Isso ela fez por contra própria. – Elijah disse rápido.
- Você enfeitiçou meus pais? – Me aproximei.
- Não. Eu so os incentivei a tentar ter uma família. E você mudou eles. Você os deu o que tanto queriam. Uma família. E eu continuei a te proteger de longe até que vi que eles nunca iriam te machucar. Então eu fiz uma coisa. – Ele se sentou novamente.
- O que você fez? – Me aproximei do Original.
- Pedi a Freya que fizesse um feitiço. Um feitiço que sempre que você estivesse em perigo eu poderia sentir e chegar a tempo de te ajudar. – Ele disse.
- Agora entendi. Não foi por acaso eu te conhecer. – Elijah sorriu. Um sorriso que nunca havia visto antes.
- Foi bom eu ter feito isso. – Ele me abraçou.
- Vêm cá. – O olhei. – Você tem alguma ligação com o desaparecimento dos meus ex-namorados? – Arqueei uma sobrancelha.
- Eu? – Ele gaguejou.
- Elijah... – Continuei o olhando.
- Okay. Eu meio que... Olha nessa época você era minha menininha. E eles pensavam merda de você. De fazer com você. – Elijah fechou a cara.
- Você não é diferente deles. – Disse o fazendo ficar vermelho.
- Eu te respeito. Te amo. Cuido de você. Diferente deles que iriam te trair. Te machucar. – Elijah beijou minha boca.
- Me conte algo. – Deitei no colo dele.
- Tipo... – Ele me olhou.
- Qualquer coisa. – Fiquei a olhar pros seus olhos castanhos que eram tão negros quanto a noite.
- Lembro quando te visitei pela primeira vez. Criei coragem e finalmente falei com você. Você estava sozinha no seu quarto. Me disse que sua mãe estava com você sempre. Eu apenas abracei você. E então você me pediu para contar uma história para você e se deitou no meu colo como agora. – Elijah disse me fazendo sorrir.
- Eu me lembro. – Sorri. – Era uma vez... – Fechei os olhos.
- Uma linda e doce menina chamada Sienna. Uma menina que passou por muitos problemas. – Elijah segurou minha mão.
- Mas mesmo eu não sendo um vidente sei que quando crescer esta menina será forte, inteligente e muito feliz. Será uma bênção na vida de uma linda família. – Continuei me lembrando das palavras.
- E que um dia faria algo tão bom, mas tão bom por aqueles que ama. E seria feliz. Muito feliz ao lado de alguém. De uma família. Uma linda família. – Elijah sorriu.
- Obrigada por ter me salvado, Elijah. Muito obrigada. – Olhei para o Original.
- Eu que agradeço. Você mudou minha vida. – Elijah sorriu.
- Sempre. – Ergui meu dedo mindinho.
- E para sempre. – Elijah juntou nossos dedos fazendo um sinal de promessa.
- Eu te amo, Elijah. – Me aproximei mais de seu rosto.
- Eu te amo mais. – Elijah sorriu.
Momento fofo hihihi aqui os momentos fofos não duram por muito tempo...