O jogo da verdade [COMPLETO]

By keziamartinsb

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Até onde vai uma verdade feita em pedaços? Melissa é uma garota de 17 anos feita de mentiras, ela se muda pa... More

Frase de abertura
PRÓLOGO
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 26
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
CAPÍTULO 30
CAPÍTULO 31
CAPÍTULO 32
CAPÍTULO 33
CAPÍTULO 34
CAPÍTULO 35
CAPÍTULO 36
CAPÍTULO 37
CAPÍTULO 38
CAPÍTULO 39
CAPÍTULO 40
CAPÍTULO 41
CAPÍTULO 42
CAPÍTULO 43
CAPÍTULO 44
CAPÍTULO 45

CAPÍTULO 25

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By keziamartinsb

– E com isso você quer dizer...?

– Que vamos te ajudar.

Por um segundo achei que tinha parado de respirar. Não que eu não gostasse da ajuda das minhas amigas, mas estava na cara que elas não estavam acreditando em mim. Era estranho pensar que, justo agora, tudo o que eu precisava era de alguém que acreditasse? Que não achasse aquilo coisa da minha cabeça. Podia até achar loucura, mas que pelo menos aceitasse isso.

– Não quero ajuda, quero que vocês entendam.

– É por isso que vamos te ajudar, certo Fabi? – ela olhou para a prima.

– Certissimo!

– Mas, gente. Eu já aceitei isso a muito tempo.

– Você não tem que aceitar nada, tem que entender. E se a causa não for os remédios? – Como assim?

– O que mais podia ser?

– Eu sei lá, é isso que vamos descobrir. Ela podia ter outra doença. – Adriana fez uma careta pensativa.

– Doença? Não. Meu pai teria me contato.

– Você não é a única a ter segredos Melissa, ele pode muito bem esconder coisas de você. Talvez não tenha contado nada pra não te fazer sofrer mais. – Ela falou com carinho.

– Faz sentido. – Fabiana concordou.

– Até faz. – falei, pensando comigo mesma. – Nunca pensei nisso. Quer dizer, que alguém mais podia ter segredos.

– Você se culpou demais. – Ela disse com sua mão em cima da minha.

– Mas e se não for isso? E se tudo o que eu descobri for verdade?

– Primeiro, você não descobriu nada. – Adriana enumerou com os dedos. – Segundo, tudo isso é uma suposição. Ainda não temos certeza. Terceiro, precisamos perguntar para o seu pai.

– Não! – Aquilo nunca.

– Sim!

– Não, não! – Disse, já entrando em pânico.

– Sim, sim! E nem mais um piu. – ela falou, colocando o dedo na minha boca. – Mel, você não vai saber de nada se não perguntar.

– E quem disse que quero saber?

Tudo bem, aquilo não era exatamente verdade.

– Você não quer? – Ela me olhou desconfiada.

– Q–quero – tentei respirar fundo. – Mas, e se tudo for verdade?

– Ai pelo menos você vai saber e poderá se culpar. Mas não pode dizer algo que não sabe, mesmo que isso prejudique só você. – Ela olhou bem pra mim, como se só agora me enxergasse de verdade – Com todas essas suas mentiras, já pensou que você pode estar mentindo pra si mesma?

– Tudo bem. – respirei fundo. Ela tinha razão. – Mas deixa que eu conto, por favor.

– Pode ser, Mel. O que achar melhor, mas não demora muito. Quando esperamos perdemos a coragem. Sei por experiência própria, se eu pensasse duas vezes antes de acertar a cara de algum idiota era ele quem acertaria a minha.

– É como nos filmes, não é? – Ambas olhamos pra Fabi. – É sim. Quando o vilão fala um monte de abobrinha e explica todo o seu plano cruel ou o que vai fazer com o herói. Enquanto ele fala, o herói já escapou e fugiu.

Adriana estava sorrindo.

– Viu só como você deveria ter contado isso pra gente faz tempo. Você fala de morte e já estamos mudando o assunto pra super heróis.

Comecei a rir, de verdade. Me sentia leve, como se eu pudesse fazer qualquer coisa e ao mesmo tempo, como se eu nunca tivesse feito nada. Nada. Nunca achei que uma palavra tão vazia pudesse significar tanto.

Em todo aquele tempo eu não acreditava que, se um dia eu contasse tudo, elas estariam mais calmas que eu. Talvez elas acreditassem tanto em mim que não acreditavam que eu poderia fazer algo desse tipo. E talvez eu não acreditasse em mim o suficiente pra não acreditar nisso.

– Agora temos que dormir. Amanhã temos aula, sei que não sou de falar isso, mas preciso recuperar meu sono de beleza. – Adriana disse, balançando os cabelos.

– Vocês acham que é bom contar isso pro Fernando também? – Falei, já puxando o cobertor da cama. Íamos dormir as três na cama de casal. Me arrastei até o canto.

– Sinceramente, eu acho. Ele é a pessoa que te conhece mais tempo. Garanto que a reação será a mesma que a nossa. – Adriana não parecia ter um pingo de dúvida sobre isso.

– E se não for, vou perder meu amigo pra sempre. – Falei, mais pra mim do que pra elas.

– Se for o caso, então ele não merece sua amizade – Fabi olhou de canto de olho pra mim – Nem seu amor.

– Eu não amo ele, Fabi.

– Me engana que eu gosto. – Ela falou, cheia de sarcasmo e virou as costas pra mim.

Estava quase pra dizer Boa noite quando o meu celular tocou. Fiquei tão preocupada que pudesse ser meu pai ou meu irmão que nem olhei o nome e atendi no segundo toque. Eles podiam muito bem ter botado fogo na casa.

– Alô! – As meninas olharam preocupadas.

– Oi, Mel! – uma voz grossa falou do outro lado. – Desculpa, te acordei?

– Fernando?

Fabiana sentou de repente, muito animada e fazendo algum tipo de mimica.

Olhei confusa pra ela.

– Sim, sou eu. Esta ocupada?

Ela fez sua mão de celular e colocou no ouvido, bateu os dedos na mão, abriu a boca o máximo que podia e fingiu gritar. Balancei a cabeça dizendo que não estava entendendo nada. Adriana só olhava tentando não rir.

– Eu?

Agora Fabiana desistiu da mimica e pegou seu celular, me mostrando a tecla do viva voz.

– Ahhhhh!

– Ah o que? – Fernando perguntou confuso.

– Nada. Só um minuto.

Apertei o viva voz e voltei a falar.

– Pronto Fer, pode dizer.

– Er... eu estou um pouco sem graça aqui. – Fabi parecia que ia desmaiar. Seu corpo magro ocupando boa parte da cama. – estou te atrapalhando em alguma coisa?

As duas balançaram a cabeça de um jeito desesperado.

– Não, claro que não. – Sorri e suspirei ao mesmo tempo. Era incrível como só agora notei que precisava ouvir sua voz. Me senti mais calma. Nem passou pela minha cabeça que me sentiria assim hoje.

O dia começou horrível, fiquei no meu quarto criando possíveis diálogos, pensando como o encontro com as meninas poderia terminar e inventando reações que só aconteceriam na minha cabeça. Quem imaginaria que a noite que eu revelasse meus segredos seria a primeira depois da morte da minha mãe que eu dormiria tranquila. E melhor, em paz. Sem medo dos meus sonhos.

– Ah, que bom! Parecia que você estava ocupada.

Adriana rabiscou alguma coisa no papel. Eu li.

– Era só meu pai me chamando.

– Ah, que estranho. Porque passei na sua casa agora a pouco e ele disse que você estava na casa de uma de suas amigas.

Adriana bateu na testa. Fabi não conseguiu segurar o riso.

– Elas estão ouvindo tudo, não estão? – Consegui visualizar seu sorriso pelo telefone. Com certeza estava cheio de deboche.

Olhei para elas morrendo de vergonha. Adriana já saía da cama e puxava a Fabi que sussurrava um "desculpe".

– Ok Fernando, já estamos saindo. – Dri gritou perto do meu celular. – Eu to morrendo de fome, vamos comer prima?

– Com certeza, duas pizzas grandes não mata a fome de três moças adolescentes. – Fabiana disse, cheia de ironia.

Quando ouvi a porta se fechar e a Adriana sumir de vista, falei enfim com o Fernando.

– Desculpe por isso.

– Que nada, elas são bem legais.

– São sim. Muito. – Aquele dia não podia ficar melhor.

– Então, a casa da sua amiga é bem bonita.

Minto. Podia sim! Podia ficar muito melhor.

– O que?! – Praticamente gritei. Não sei por que, mas saber que o Fernando estava perto fez meu coração disparar o suficiente para achar que eu ia ter um infarto.

– Você pode aparecer por aqui? – Ele parecia nervoso.

– Aonde?

Queria que ele falasse. Queria que ele confirmasse com todas as letras que estava na frente da casa da minha amiga naquela hora da noite para me ver.

– Aqui fora. Eu tô bem em frente à casa da sua amiga.

Ah... bom. O que eu posso dizer? Ele confirmou.

Eu fui.

ew RR

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