Tom: Vou pensar no seu caso gata. — ri.
Juliana: Ah, claro. — colocando a roupa novamente.
Tom: Porra, ainda tô numa broca violenta. — levantei pelado mesmo.
Juliana: Vai ficar andando assim? — olhou da cabeça aos pés.
Tom: Porra, dá nada não. — balançei os ombros — Tô na minha casa também.
Juliana: Tô sabendo.
Tom: Quer? — fazendo um lanche.
Juliana: Claro.
Veio até mim, fiz outro lanche para ela. Sentamos e conversamos, sobre muitas coisas.
Tom: É do morro?
Juliana: Sim. — sorriu — Mas, voltei faz pouco tempo, estava viajando pelo mundo.
Tom: Tô ligado.
Juliana: Me desculpa, mas eu fiquei sabendo da sua confusão... — engolia seco.
Tom: Então, pra não haver desentendimentos entre nós, não quero falar sobre isso não. — acabando de comer.
Juliana: Não toco mais. — fez que selou a boca.
Me levantei, vestindo a minha cueca, e a bermuda.
OK: Chefe — bateu na porta — Saindo do forno.
Tom: Marca aí. — falei pra Juliana — Desembucha.
OK: O pedido do CV foi negado. — contou — Vai ficar preso até segunda ordem.
Tom: Já descobriu o que rolou?
OK: Forjaram ele, ele estava limpo. — lembrando — O Cabo Germanio, encomendou tudo até a última vírgula. Foi armação.
Tom: E o Maquinista tá muito quieto.
OK: Ele está procurando vingança no asfalto. Ainda não descobrimos como, mas ele desceu com os aliados pro asfalto, armados até os dentes.
Tom: Boa coisa não tá aprontando. — pensei — Tenta descobrir que vou atrapalhar os esquemas.
OK: Demoro. — deu as costas — A Marina tá no morro Santa Fé.
A raiva me invadiu pensei em mil coisas, tenho que ter um particular com essa mina. Aquele show beneficiente estava rolando, o morro estava lotado, e eu tinha que ficar de vigia com algo suspeito.
Juliana: Acho que já vou. — arrumou o cabelo — A gente se tromba pelo morro.
Tom: Pode cre. — vesti a minha blusa.
Juliana: Pelo menos um tchau.
Tom: Tchau.
Só escutei a porta batendo, meu mau humor hoje iria render.
Fui tomar um banho, a mina tinha me deixado cheio de marcas, tava ardendo.
Tom: Puta que pariu.
Sai do banho sem me enrolar na toalha, coloquei a roupa molhada mesmo, se caso eu ameaçasse a esfregar iria doer ainda mais. Coloquei uma regata e uma bermuda jeans, um boné da adidas preto virado para trás, perfume e desodorante. Coloquei a 12 na cintura, e o rádio no bolso.
Forasteiro: O show tá começando. — passou de mão dadas com a Isa.
Isabela: Vai não?
Tom: Tô indo, só vou resolver as coisas aqui. — olhei pra boca.
Dei as costas e fui anotar e marcar umas coisas importantes. Acabei bolando um e fumando ele sozinho, a brisa era fraquinha, mas dava pra ficar de boa o dia inteiro. Os moleques ainda chegaram com uma montanha de bebida.
Tom: Os seus palermas é festa para crianças.
DV: Sou criança porra. — levantou a garrafa — Preciso mamar.
'
Tom: Somos. — pedi uma garrafa.
Bebi no bico, virei a garrafa inteira quase a metade. Juntou a brisa com a bebida.
Olando: Vi você e uma mina. Traçou?
Tom: Não jogo a rede, se não for para pescar.
Olando: E carai em.
Tom: Porra sou fraco não. — ri, o rádio apitou.
Não tinha dado a miníma até falarem o nome: Marina e que ela estava descendo do morro.
Tom: Sozinha? — pensava já na possibilidade.
Olando: É, com umas malas.
Porra, será que o casalsinho não deu certo? Seria a minha hora de atacar?
Olando: Tá pensando no que carai?
Tom: Em ir lá molecote. — ajeitei o boné na minha cabeça — Essa mulher é minha, ninguém tasca.
Olando: Mano, olha a merda, Tomás fica aqui carai.
Tom: Relaxa, tô suave. — me despedi — Fala com o Forasteiro aonde eu fui, vou num pulo e volto no outro.
Sai correndo fi, entrei no carro e mandei bala para a avenida. Ultrapassava os sinais todos, tava nem. Cheguei no morro do Maquinista em dois tempos, estava uma furdunça, deve ser por causa do baile que sempre tem, normal. Fiquei procurando na multidão uma loira cheia de malas, acelerei um pouco, talvez ela poderia estar no ponto de ônibus.
Tom: Aceita uma carona? — parei do lado dela.
Marina: Tá fazendo o que aqui? — me olhava.
Tom: O morro é do seu namoradinho, a rua não. — respondi no mesmo tom — É só uma carona Marina, não vou te sequestrar, ainda mais que você está cheia de mala.
Marina: O ônibus pode muito bem fazer o mesmo favor para mim. — séria
Tom: Ele vai demorar e eu sou mais rápido.
Marina: Viaja não! — um pouco irritada — Tomás, eu não vou aceitar a sua carona, mesmo assim te agradeço.
Virou o rosto, eu apenas balançei o rosto, sentia falta desse jeito dela. Estacionei ali mesmo aonde era o ponto de ônibus, não iria tirar.
Tom: Mal esperou e já correu pros braços do Rael.
Marina: Desde quando eu te devo alguma satisfação Tomás? — sem olhar — Nós não existe mais, e até aonde eu sei sou solteira, então meu bem, fico com quem eu quiser.
Tom: Porra! — bati palmas — Até com um cara que te encheu de porrada?
Marina: Olha quem fala, colocou a própria irmã no morro do inimigo. E qual foi o destino dela mesmo? — nessa hora me olhou.
Senti uma raiva enorme dentro de mim, coloquei a mão no volante e apertei, respirei fundo.
Tom: Dá pra não colocar ela no meio por favor? — pedi.
Marina: Então não tenta me controlar e muito menos me pedir alguma satisfação. — séria.
Tom: Isso era só para ser uma carona em...
Marina: Que não foi aceita.
Tom: Eu amo você. — sincero — Você me deixar foi a pior coisa que aconteceu na minha vida, superando até a perda do meu antigo morro.
Marina: É pra sentir pena? Não vai colar! — trocou a mochila de mão.
Tom: Cara você mudou pra caramba.
Marina: Tomás vai embora. — passou a mão no rosto(esse era um dos primeiros sinais que ela estava realmente perdendo a paciência).
Tom: Marina, eu amo você.
Menor: E aí Marina, suave? — olhou pro carro.
Tom: Puta que pariu.
Menor: Tá longe de casa em... — chegou na janela do carro.
Tom: Tá abusado em Menor, desencosta. — ordenei.
Menor: Vaza que aqui esse espaço não é teu. — me fitando.
Tom: Pode ser se eu quiser. — desliguei o carro.
Marina: Tomás vai embora, por favor.
Olhei no retrovisor e já estava parando um ônibus atrás de mim, e um guarda vindo na direção do meu carro, não podia dar esse mole.
Tom: Meu assunto contigo, não acabou! — avisei pra Marina — Você é minha, não se esqueça!