Corações Selvagens (Capítulos...

By Autor_Xis

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"NA ÍNTEGRA ATÉ 15/12/16''. S I N O P S E: Ele: um oficial apaixonado pelo trabalho, movido pelo per... More

Título e capa aprovados pelos leitores
Esclarecimentos
Prólogo
Capítulo 1 (Parte 1)
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 10
Capítulo 11 (Parte 2)
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
COMUNICADO IMPORTANTE
À venda na Amazon: Natureza Selvagem
Você conhece Doce Perseguição?
Recado para os Leitores:

Capítulo 9

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By Autor_Xis



Uma semana depois...


Eles inauguraram a agência de ecoturismo com a agenda lotada. Foi por isso que, por exigência de Açucena, um jovem da aldeia fora contratado para ajudar nas tarefas administrativas e nos passeios pela floresta.

O rapaz, de cabelos castanhos lisos e olhos amendoados, que havia completado dezessete anos de idade recentemente, era franzino, e parecia ainda mais jovem do que era. Mas sua agilidade e coragem eram de um grande guerreiro e ele conhecia muito bem a floresta.

A indicação do jovem fora feita por Saraíba, o que levou Eduardo a ficar ressabiado. Em poucos dias, porém, Jurandir demonstrou ser um ótimo guia turístico, embora tivesse um pouco de dificuldade para aprender as tarefas administrativas, a mexer com o computador.

Nas primeiras excursões, ele procurou ficar logo atrás de Eduardo, acompanhando-o de perto, como lhe solicitara Açucena. Contudo, logo tomou a dianteira e passou também a explicar aos turistas sobre a flora e a fauna local, com a propriedade de quem nasceu e cresceu naquelas matas e desenvolveu perfeita simbiose com a natureza; com a propriedade de quem aprendera desde cedo os segredos da selva e a utilizar muito bem os seus sentidos, sobretudo a audição e a visão, que eram imprescindíveis para a sobrevivência na selva. Ele também conhecia perfeitamente os perigos camuflados entre a vegetação e os hábitos alimentares de todos os animais diurnos e notívagos, algo que era igualmente indispensável para alguém que, desde a mais tenra infância, adorava sair para caçar com seu pai e irmãos mais velhos.

A única falha de Jurandir, pensava Açucena, é que ele se alongava demais em suas explicações. Por isso, era preciso controlar o seu tempo e sua empolgação quase que constantemente. Mas isso era simples de resolver e Eduardo já havia se encarregado de conter o rapaz.

Naquela sexta-feira tipicamente quente, conforme regras de segurança estabelecidas por Açucena, e aprovadas por Eduardo, Jurandir seguia na frente do grupo, ela seguia no meio e Edu no final da pequena fila de excursionistas que agora caminhavam por uma trilha estreita.

Na primeira parada para descanso, ela falou sobre a cultura e ritos indígenas, com o jovem Jurandir acompanhando tudo ao seu lado, já que ele também ficaria responsável por essas mini palestras em sua ausência. O público que ela atenderia, a partir do mês seguinte, seria o de estudantes e pesquisadores das mais variadas áreas das ciências biológicas, que seriam organizados em dias diferentes dos grupos de turistas comuns.

Enquanto Açucena tirava as dúvidas de alguns excursionistas, Eduardo, que observava a todos com especial atenção, percebeu quando uma bela morena, que não tirava os olhos dele desde a saída no escritório, se distanciou do grupo e, instantes depois, surgiu às suas costas.

— Olá!

— Olá!

Ela estava agora estava de frente com ele. E os olhos e o sorriso na boca pareciam um convite.

— Você é daqui?... — A voz macia tinha um sotaque italiano. — Quero dizer, daqui da Amazônia.

— Não. Sou de São Paulo. Mas já estou morando aqui há alguns meses.

— Eu desconfiei...

— Desconfiou?! — Ele ergueu uma sobrancelha.

— Sim, desconfiei... pelo sotaque. É que meus pais são paulistas. E muito embora eu tenha nascido na Itália, a gente vem periodicamente para São Paulo... Aproveitando, o meu nome é Giulia.

— Prazer. — Ele girou o rosto e observou Açucena. Os olhos se encontraram neste instante e ela não lhe pareceu aborrecida. Continuou solícita ao pequeno grupo que a cercava. — O meu é Eduardo.

— Eu sei. — Ela levantou um dedo e passou pela lateral do rosto dele. Uma atitude atrevida que o deixou sem graça. — E você é comprometido?

Uma mulher realmente direta, pensou Eduardo.

— Sou — disse. — Minha namorada está logo ali. — E fez um gesto com o rosto indicando para Açucena, que agora o fixou com uma expressão dúbia.

Ela tirou o dedo de seu rosto e deu um sorrisinho lúbrico.

— Oh, bem que eu desconfiei. Sua namorada é realmente linda, e tem um corpo escultural... Eu gostei bastante dela. — E piscou-lhe um olho. — Ela é ciumenta?

— Não — respondeu Eduardo, hesitante, já que não tinha total convicção de sua resposta. — Eu acho que não.

— Nem eu. — Ela riu alto agora. — Quem sabe, então, possamos conversar os três? — E piscou-lhe um olho novamente.

Eduardo achou que compreendera mal.

— Conversar os três?

— Sim. — Ela se aproximou um pouco mais e falou bem baixinho, quase tocando os lábios em sua orelha. — Quem sabe possamos nos conhecer melhor... os três. Entendeu? — Deu um passo para trás e lançou-lhe um olhar furtivo e ainda mais provocante. Depois, riu baixinho. — Ah, eu sei que você entendeu... Pense na minha proposta. Tenho certeza de que não irá se arrepender. — E saiu rebolando.

Eduardo se flagrou olhando na direção da moça por mais tempo do que deveria. O convite era de fato muito tentador. Mas ele não ousaria a estendê-lo à Açucena.

Já fizera um ménage à trois há alguns anos, quando, após de beber um bocado com alguns amigos da faculdade, em um famoso bar da Vila Madalena, em São Paulo, fora convidado por uma das colegas de curso para seu apartamento, onde ela e outra colega da faculdade dividiam não só o espaço, como também seus parceiros sexuais. E foi uma experiência inesquecível, que se estendeu para mais alguns encontros deliberados e outros totalmente casuais, nos quais ele quase se acabou de tanto trepar, pensou, e tratou rapidamente de abafar o sorriso e o tesão que agitou o sangue em suas veias quando as lembranças vieram à mente.

Mas aqueles eram outros tempos. Com Açucena era diferente. Muito diferente. Não era só transa. Não era apenas sexo. Era muito mais do que isso. Além de tudo, ela o satisfazia de tal forma que o desejo oculto de voltar a ter duas mulheres sobre sua cama não o entusiasmava mais. E por mais estranho e preocupante que aquilo pudesse lhe parecer num primeiro momento, o fato é que ele jamais arriscaria seu relacionamento com Açucena por algumas horas de libertinagem, ainda que o convite da bela ninfomaníaca italiana fosse realmente muito tentador. Tão tentador que ele levou alguns segundos para controlar a mente, que devaneava para pensamentos obscenos, e voltar à razão.

Quando Açucena terminou seu bate-papo com os turistas, Giulia se aproximou dela, e Eduardo ficou pensando sobre o que, ou quem, estariam conversando. E se sentiu preocupado com os olhares estranhos que Açucena lançava de vez em quando para ele. Será que o assunto era o mesmo?

Pela risada que Açucena deixou escapar, Eduardo concluiu que o papo estava ficando animado, até que moça levou uma mão ao braço direito dela e deslizou-a para cima e para baixo, numa forma de carícia. Açucena pareceu constrangida neste momento, o rosto corou ligeiramente. Caramba! Será que ela está flertando com a minha mulher na maior cara de pau?! Antes de se afastar, Giulia cochichou algo em seu ouvido e seus olhos estupefatos se encontraram com os dele.

Indignado, ele pegou um pacotinho de drops de menta no bolso da calça jeans e jogou uma bala na boca. Não! Não havia dúvida que o assunto era de fato o mesmo. Que italiana atrevida!

Ele ainda pensava nisso quando viu um vulto humano passar muito rápido por entre as árvores. Só que, desta vez, não era ninguém do grupo tentando fazer gracinha e também não era a primeira vez que aquilo ocorria. Durante a semana inteira, sentia que estava sendo observado, vigiado. E ele tinha praticamente certeza de que se tratava de Saraíba.

Mas por que diabos o pai de Açucena estava vigiando-o na floresta? Não bastava ter colocado o jovem Jurandir em seu encalço?

Sim, porque ele não tinha qualquer dúvida que a indicação do rapaz não fora por acaso. Assim como não tinha qualquer dúvida também que a intenção do velho índio era apenas impressioná-lo.

Só que aquilo já estava começando a aborrecê-lo e pior, muito pior, poderia prejudicar seu trabalho de investigação, pois acabava lhe tirando a concentração, desviando-o do foco.

Foco!, ele repetiu a palavra em pensamento com irritação. Não poderia se dar ao luxo de se desconcentrar. Precisava manter-se focado em seu trabalho e descobrir logo quem era o novo chefe do tráfico local e seu modus operandi. Precisava ainda descobrir qual era a conexão desse traficante com o trabalho de Açucena. Tudo isso sem levantar qualquer suspeita de sua missão ali. Afinal, Açucena não o perdoaria se descobrisse a verdade. O mais grave é que poderia colocar tanto a sua vida quanto a dela em risco. Mas ele sempre soube dos riscos de seu trabalho. O que não poderia jamais aceitar é que a segurança de Açucena fosse ameaçada por isso.

Ela era sua prioridade.

Enfim, resignado, já que não podia se afastar dos turistas, acionou a micro câmera do boné em sua cabeça e colocou a aba para trás, na vã expectativa de que o minúsculo aparelho capturasse qualquer imagem às suas costas. Também acionou a micro câmera do óculos pretos no rosto, que, além de lhe dar toda a discrição necessária para observar a quem quer fosse sem chamar atenção, ainda capturava imagens em altíssima definição e tinha um microfone capaz de captar sons com até 15 metros de distância.

Eles passaram na agência para verificarem os recados, fazerem as confirmações das solicitações de novas excursões e tratar de outras burocracias. Enquanto Jurandir fazia a parte mais fácil, que era entrar em contato com os clientes que haviam deixado recados na secretaria eletrônica, Açucena lançava as informações na agenda do seu notebook e Eduardo tratava da parte contábil.

Quando saíram da agência, já eram mais de cinco horas da tarde e uma chuva fina começava a cair por toda a cidade, amenizando o calor quase insuportável que fizera durante todo o dia.

Eduardo e Açucena aceleram os passos. A agência ficava a um pouco mais de duas quadras de onde moravam. Só que o cansaço e as mochilas pesadas em suas costas limitavam seus passos. Ainda assim, encontraram fôlego suficiente para disputarem quem chegaria primeiro. Alcançaram o portão empatados, mas ela se declarou campeã por ter levado primeiro a mão ao trinco do portão. E entrou fazendo uma festa jus a uma olímpiada.

Reclamando do empate, embora na verdade estivesse divertido, Eduardo encostou a mochila molhada aos pés da porta de entrada e começou a tirar as roupas ali mesmo.

Açucena também se despiu apressadamente, como se tivesse numa nova aposta. E entrou no banheiro às gargalhadas, com Eduardo em seu encalço.

Como prêmio de consolação, debaixo da água fria e revigorante, Eduardo recebeu muitas bicotas, carícias estimulantes e um sexo tão bonachão e divertido que ele já estava cogitando novas disputas, nas quais ele sempre perderia. Claro!

Enquanto preparavam café e tapioca para o jantar, eles riam relembrando alguns dos fatos hilários ocorridos durante as excursões:

Uma jovem, de mais ou menos dezessete ou dezoito anos de idade, que deu um baita susto em todo mundo ao começar a gritar feito uma louca por causa de uma aranha pequenina... Um rapaz que se engraçou com Jurandir e ficava o tempo inteiro dizendo que ele era o índio mais lindo do mundo... E, para fechar a semana com chave de ouro, ainda teve a italiana ninfomaníaca...

— Você já fez sexo assim...? — Ela perguntou, ao sentar-se na cadeira em frente a Eduardo e beber um gole de café? — Com mais de uma mulher ao mesmo tempo?

Ele também bebeu um gole de café.

— Você quer mesmo saber?

Pela expressão safada no rosto dele, ela já imaginava a resposta. Ainda assim, balançou a cabeça.

— Claro!

— Já.

— É mesmo? — Ela elevou as sobrancelhas num gesto que pareceu divertido e, ao mesmo tempo, curioso. — E gostaria de voltar a...

— Não. — Ele deu uma resposta seca. Não iria falar daquele assunto com ela. De maneira alguma!

— Tem certeza? — Ela insistiu.

Ele mastigou lentamente o pedaço de tapioca em sua boca, enquanto a fitava. Açucena parecia mesmo divertida, mas ele tinha certeza que aquela conversa não acabaria nada bem.

— Já lhe disse que não. Por quê? Você gostaria?

Ela riu agora.

— Do quê?! De transar com um homem e uma mulher? Claro que não!

A tapioca quase parou na garganta de Eduardo. Será que eu entendi direito?!

— Quer dizer que... — e balançou a cabeça em frustração — você gostaria de transar com dois homens?!

Desta vez, ela apertou os lábios para não soltar uma imensa gargalhada. O aborrecimento no rosto de Eduardo ficou tão evidente que mais parecia uma máscara.

— Você quer mesmo saber?... Não deveria perguntar se não está preparado para a resposta.

O rosto e os olhos dele endureceram por completo. Por que Açucena adorava provocá-lo daquela forma?

— Melhor deixar este maldito assunto pra lá! — E afastou a cadeira para se levantar. Mas ela foi mais rápida e sentou no colo dele, laçando-o com braços e pernas.

— Ei, não seja machista!

— Isso não tem nada a ver com machismo.

— Ah, não? — Ela tornou a sorrir. — Tem a ver com o que, então?

Ele cruzou os braços sobre o peito, e a expressão em seu rosto e olhos se fechou ainda mais.

— Não tem graça nenhuma!

— Eu sei — disse, com um sorriso ainda dançando em seus lábios. — Eu estava apenas brincando... Na verdade, eu nunca sequer cogitei isso... Acho que não daria conta.

A expressão no rosto dele não se aliviou. Muito pelo contrário disso.

— Você não está ajudando, Açucena...

— Tá bom! Tá legal! Vamos deixar este assunto para lá. — Ela continuou sorrindo, enquanto enchia o rosto dele de beijinhos. — Eu amo você, seu bobo! Não é tudo o que importa?

O humor dele ainda não havia melhorado. Mas com aquela mulher só de regata e calcinha se remexendo sobre o seu membro, era impossível permanecer indiferente.

E ele já estava sorrindo quando a levou para a cama. Açucena sempre conseguia provocá-lo em todos os sentidos.

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