Sam pulou para dentro do Impala, sentando-se no banco do carona. Dean já estava lá. Led Zeppelin soava no rádio.
- O que é isso? – Dean apontava para a sacola que Sam acabara de jogar no banco de traz.
- A camisola de Lia.
Dean sorriu e lançou lhe um olhar aprovador enquanto balançava a cabeça afirmativamente.
- Alguém está ficando pervertido por aqui!
- Dean! – Sam protestou, levando a mão as têmporas. – As marcas de sangue. Precisamos analisar.
- Eeee voltou a cair no meu conceito. Então... Ideias sobre com o que estamos lidando aqui?
- Eu não sei... A princípio pensei em possessão. Mas o coração faltando na vítima? Isso soa mais com lobisomem.
- Acha que demônios e lobos podem estar trabalhando juntos?
- Improvável.
- A porta do quarto da vítima foi praticamente arrancada, com certeza algo que uma garota de vinte anos não faria sozinha.
- Mas se fosse um demônio...
- O perito ainda está trabalhando no caso, mas a colega de quarto da vítima passou a noite fora e só retornou agora. O horário da morte bate com o tempo que Lia perdeu a memória. Isso sem contar, que a garota acordou no meio de uma encruzilhada.
- Tudo soa como um demônio. Mas o coração faltando... Não é coisa deles Dean, se importam com almas e não corações.
- Ow, já sei! Uma mistura de lobisomem e demônio! Um lobomônio! Hein?
Sam não se deu ao trabalho de responder.
Dean sorriu irônico quando Heartbreaker começou a tocar, e batucou o começo da melodia no volante do carro, enquanto tentava colocar os pensamentos em ordem.
- Você leva a amostra de sangue para ser analisada. – Dean disse. – Eu vou dar mais uma olhada naquela encruzilhada.
- Dean... Não acho uma boa acrescentar uma invocação a um demônio de encruzilha nas coisas com as quais temos que lidar hoje.
- Relaxa, Sammy. Não acho que vou chegar a isso. Ainda.
- Acha que não tem problema deixar Lia sozinha?
- Bom, ela vai precisar se virar por enquanto. De qualquer forma, o que quer que seja, está agindo na surdina. Ela estará segura até o anoitecer.
- Espero que esteja certo.