Supernatural - Não era apenas mais um caso

Capítulo 21 - Tudo vai ficar bem (ou não)

Livre das cordas, Dean esperava o momento certo de agir. Com certeza não seria aquele em que Erick matinha uma faca contra a garganta de Lia. Ainda mais tento tido suas armas tiradas dele.

- Hey, aberração! – Sam provocou. Ele sabia que o irmão precisava de uma distração. – Você contou para ela que guardou os corações daquelas garotas? Para que mesmo você precisa deles?

Erick voltou-se para o lado do porão em que Sam e Dean estavam amarrados.
- Antes era só um troféu. Mas tem essa lenda... De homens que comem corações humanos. Dá força, imortalidade... – Voltou a olhar para Lia. – O seu vai ser o prato principal, kiddo. – Provocou, usando o apelido pelo qual vira Dean chamá-la.
Irritado e aproveitando da momentânea distração de Erick, que tirara a faca de perto de Lia, Dean saltou sobre o garoto, derrubando-o, surpreso, no chão. Erick era inegavelmente mais fraco, mas com a adrenalina a pico, ele conseguiu fazer um corte no rosto de Dean, que rolou de dor. O caçador devolveu o ataque com socos. Apenas um acertou Erick em cheio, mas foi o suficiente para deixá-lo tonto.
- Lia. – Sam sussurrava. – Lia!
A garota precisou de alguns segundos para ser trazia de volta a realidade. Em choque, ela não tinha se dado conta que estava livre e que podia ajudar. Sam – já quase livre das cordas também – apontava com a cabeça para a faca, que voara longe em meio a briga.
Erick não se deu conta de que Lia correu para a faca – ela estava as suas costas – mas percebeu quando Sam levantou-se, pronto para entrar no jogo. Ao notar que estava em desvantagem, ele votou-se novamente para sua carta na manga e correu para Lia.
Lia foi agarrada por trás, e levantada do chão pelos cabelos. Erick segurou-a pelo pescoço de uma maneira que tornava fácil torcê-lo com apenas um movimento.
- Qualquer movimento e eu a mato.
- Ok. – Dean disse, levantando as duas mãos em rendimento. Sam o imitou. – Você ganhou só deixe ela ir e vamos resolver isso como homens.
- Deixar ela ir? – Ele riu. – E eu devo acreditar que vocês vão simplesmente me libertar depois disso?
- Deixe ela ir, cara. – Dean repetiu.
- Eis o que vai acontecer: eu vou sair daqui com ela. E você dois vão ficar bem quietinhos. Eu não tenho mais nada a perder, posso matá-la em um piscar de olhos.
- Mas você não vai, não é? Você a ama.
- Mas ela ama você.
Em uma fração de segundo, uma ideia se formou na cabeça de Erick. Talvez ele não precisasse matar Lia. Talvez ele e a garota ainda pudessem ter um final feliz. Mas para isso, outra pessoa precisava morrer. Ele teria que acertar as contas com Dean.
Caminhando lentamente ao mesmo tempo em que arrastava Lia, ainda com o pescoço preso em sua chave de braço, ele seguia em direção a gaveta na qual tinha deixado as armas de Dean e Sam. Quando a alcançou, empurrou Lia para o chão e agarrou a arma, apontando-a para Dean.
- Você a ama?
- Erick... – Dean tentava protestar.
- Você não a ama. Você só queria transar com ela. Viu... – ele arriscou um olhar para Lia. – Eu ainda vou te livrar desse canalha.
Mas segundos antes de Erick puxar o gatilho, Lia, até então jogada no chão, ajoelhou-se e cravou a faca no estômago de Erick. Ele vacilou, olhando confuso para a garota. A arma caiu de sua mão. Lia puxou a faca e a cravou novamente, dessa vez no coração. O corpo de Erick caiu inerente no chão.
Lia rolou para o lado e também se largou no chão, chorando incontrolavelmente em meio a todo aquele sangue. Ela não viu quando Sam e Dean correram em sua direção. Ela não viu quando Dean a abraçou, e amparou sua cabeça em seu colo para que ela chorasse à vontade. Ela não ouviu quando ele disse:
- Eu peguei você. Acabou, kiddo. Tudo vai ficar bem agora.