Capítulo 10 - Um demônio de bom gosto

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- Então, você e Dean...? – Sam puxou assunto.

- Ah, por favor! – Lia desdenhou.

- Eu sei, apenas...

- Eu conheço o tipo dele, Sam, não se preocupe comigo.

Lia soou como quem encerrava o assunto, e um silêncio caiu sobre eles por alguns minutos. O problema é que ela mesma estava começando a "se preocupar com ela". Nunca tinha sido do tipo que se apaixonava fácil ou que se deixava levar por um par de olhos bonitos. Tudo em Dean gritava perigo. E ainda assim...

Querendo evitar o constrangimento entre ela e Sam, a garota resolveu começar um novo tópico.

- Você ainda não me disse se o sangue na minha camisola era de Amanda.

- Lia, você precisa entender...

- Que não fui eu – Lia concluiu. – Só que foi.

- Um demônio estava em você. Não é como se você estivesse agindo por vontade própria.

- Eu quero... matar esse demônio! Isso é... possível, certo?

- Nós podemos exorcizá-lo. Mas não se preocupe, Dean e eu...

- Vocês não vão me deixar de fora! Ela usou meu corpo!

- Bem, isso mostra que temos um demônio de muito bom gosto – Dean saiu já vestido do banheiro e atacou seu hambúrguer. – Onde está a torta?

- Ele é sempre tão... tão...

- Dean – conclui Sam. – Mas na verdade o que precisamos saber é... Você tem algum inimigo? Alguém que poderia querer te prejudicar?

- Céus, não! – Lia se surpreendeu.

- O lance é... – Dean sentou-se na mesa em que os outros estavam, entrando na conversa. – O demônio cometeu um crime usando o seu corpo e não fez questão de esconder isso. Suas digitais estavam por toda a cena do crime, e o sangue na sua camisola. Alguém quer te incriminar. E isso só não aconteceu porque Sam, aqui, deu um jeito de encobrir.

- Ninguém faria isso comigo! – Lia sentiu-se na obrigação de protestar. – Eu nem conheço muitas pessoas, eu... E por que Amanda? Eu nem a conhecia!

- Talvez apenas pela facilidade – chutou Dean.

- Ou talvez não. Acho que é hora de investigarmos mais sobre Amanda – concluiu Sam.

--

Dean e Sam saíram cedo na manhã seguinte. Lia havia sido proibida de deixar o quarto do motel. Segundo os Winchester, o local havia sido protegido com símbolos e ela não deveria cruzar as linhas de sal. Ela precisava permanecer lá dentro. Essa era sua única função. Mas isso a matava!

Tentou se distrair no notebook de Sam. Primeiro ela tentou assistir a um seriado. Mas quando se deu conta, estava vasculhando os arquivos dele sobre os mais variados tipos de monstros. Isso era assustador e excitante na mesma proporção.

Os irmãos seguiram para os alojamentos da faculdade. Enquanto Dean investigava novamente o quarto da vítima em busca não só de pistas sobrenaturais, mas também de pertences pessoais que pudessem ajudar, Sam conversava com amigos de Amanda.

- Claro que ela tinha inimigos! – Ia dizendo uma animada líder de torcida. – Ela era torcedora, todos nos invejam!

Ah, ótimo! Isso facilitava muito as coisas. Só que não.

- Algum namorado, ou...?

- Nenhum em especial... Ela terminou com Brad há quase um ano e estava só curtindo. Ah, espera! Tinha o tal do stalker.

- Stalker? – Sam levantou a sobrancelha, interessado.

- Um cara que a convidou para sair há um tempo. Ela disse não e ele não aceitou muito bem. Continuou insistindo por um tempo, mas...

- Quem era? O nome dele?

- Sei lá, não era importante!

Bem, era muito importante.

- Ok, Alice, eu vou deixar meu cartão com você. Se lembrar de algo, me ligue.

Ela abriu um bonito sorriso e jogou um pouco de charme para Sam.

- Claro, agente Angus. Eu definitivamente ligarei, mesmo que não lembre de algo.

Já Dean, não estava se sentindo com muita sorte. No quarto, encontrou um primo de Amanda, que empacotava as coisas da garota para enviar a família. Ele não teria muita chance de investigar com o garoto lá dentro. Tentou usar da sua falsa autoridade, mas aparentemente tudo de importante já tinha sido entregue a polícia local e o lugar já havia sido limpo. Algumas roupas e livros eram tudo o que tinha sobrado por lá.

Parece que teria que fazer mais uma parada antes voltar para o motel.

Supernatural - Não era apenas mais um casoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora