Supernatural - Não era apenas mais um caso

Capítulo 9 - Serviço de Babá

Sam já esperava no quarto do motel quando um bater na porta o interrompeu. Ele havia passado o resto da tarde fazendo pesquisas, mas não encontrou nada que ligasse demônios e lobisomens. Ou um possível lobomônio. Levantando-se, ele abriu a porta e encontrou Dean parado do outro lado, um passo atrás de Lia.

- Hum... Young...?

- Ela precisa de uma babá. – Dean empurrou Lia ligeiramente em direção a Sam.

- Hey! – a garota protestou. Mal se dando conta de que dessa vez tinha ido parar nos braços de Sam. – Olá, Sammy.

- O que... O que... É Sam, na verdade.

- Certo, Sam. – ela entrou no quarto e logo escolheu uma das duas camas, jogando-se nela. – Eu só preciso de uma noite de sono.

Lia não era fresca. Não se importava de estar em um motel velho de beira de estrada, ou com a cama dura que com certeza não faria bem para sua coluna. O fato de ter que dividir o quarto com dois desconhecidos gatos com certeza passou pela sua cabeça, mas seria estranho demais que ela realmente se sentisse segura perto deles? Colocando qualquer pensamento de lado, Lia não demorou a apagar de verdade. Dean se aproximou lentamente, tirou-lhe os tênis e a cobriu.

- Eu a trocaria, mas tenho medo de acordar com uma bala no ombro.

Sam revirou os olhos. Típico de Dean.

- Você vai me contar o que está acontecendo?

Sam e Dean passaram as próximas horas cruzando informações sobre o caso. Sam contou sobre o exame que constatou sobre o sangue de Amanda na camisola de Lia e mostrou os documentos do legista. Dean contou sobre a falta de sucesso na encruzilhada e o telefonema de Lia.

- Então é mesmo um demônio – Sam concluiu.

- Lia o viu. Você sabe o que vamos precisar fazer.

Mas o pensamento de Sam corria para outro lado.

- Se é um demônio de encruzilhada que possuiu Lia para matar Amanda, o que temos que nos perguntar é... Quem iria querer incriminar Lia? E por quê?

- Sam! – Dean protestou. – Você sabe o que precisamos fazer.

- Precisamos comer. Sério, Dean, me surpreende que tenha sido eu a lembrar disso. Vou buscar algo.

- Traga uma torta. – O irmão mais velho se deu por vencido, por enquanto.

Dean aproveitou a aparente tranquilidade para entrar no banho. Ele gostava de dias movimentados como esse. Gostava da agitação do trabalho. Mas preferia cortar algumas cabeças e atirar em alguns fantasmas do que se preocupar com coisas misteriosas e que envolvessem pesquisas. Esse era o trabalho de Sam.

O caçador foi tirado de seus devaneios pelo grito vindo do quarto. Precisou de dez segundos para enrolar uma toalha na cintura, empunhar a arma e invadir o quarto. Lia estava sentada na cama, abraçando os joelhos e tremendo. Apesar de tudo, ela não chorava.

- Hey, Hey... Venha aqui... – Dean sentou-se e puxou para um abraço. – Foi só um sonho. A gente vai cuidar disso, ok?

- Sinto muito – Lia sentia-se mal por estar dando trabalho. Ela sempre tinha sido tão independente.

- Não sinta – ele a confortou.

Lia se deu conta da sua mão descansando no peito de Dean. Ele estava molhado. Sua própria blusa começava a ficar úmida pelo contato com o corpo do caçador. Sua respiração acelerou. Ele tinha apenas uma toalha ao redor do corpo.

- Hum... – Lia tentou falar algo, mas não era capaz.

Quando procurou o olhar de Dean, ele lhe encarava de volta, de forma intensa e desejosa.

A porta se abriu e Dean pulou para longe.

- Hey, eu não encontrei tor... Atrapalho? – Sam sorriu.

- Não. – disse Lia. – Não mesmo.

- Eu vou terminar meu banho. – "Gelado", pensou. - Você cuida dela.