Capítulo 16 - Tratando de negócios com um demônio

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- Dean Winchester! - O caçador ouviu seu nome soar quase como uma ofensa na voz distorcida e fria que saia dos lábios delicados de Lia. – O que eu posso fazer por você?

- Você pode deixá-la! – A voz de Dean soou ameaçadora.

A demônio riu. Dean nunca imaginou que uma risada como aquela pudesse sair de Lia. Bem, não era Lia.

- Acho que não. Eu até que gosto desse corpo. Você não? – mais uma vez a gargalhada. – Ela tá acordada dessa vez, sabia? Pobrezinha, ela é uma fraca! Gritou e se debateu tanto quando tirou o coração daquela menina...

- Amanda?

- Não, não a líder de torcida mimada... Essa é notícia passada...

- O que você fez? – Dean voou no pescoço da demônio. – O que você fez?

Descontrolado, Dean apertava o pescoço de Suzy, determinado a feri-la. Determinado a fazê-la falar. Mas ela apenas riu mais uma vez, enquanto debatia o corpo de Lia para que os pés alcançassem novamente o chão.

- Você sabe que está machucando ela, não sabe? Não está me fazendo nem cosquinhas.

Dean a soltou e recuou um passo. Estava perdendo a cabeça. Não queria machucar Lia, não podia. Mas precisava dar um jeito de se livrar daquele demônio o quanto antes.

- Bem, eu estou meio ocupada aqui, então vamos direto aos negócios. Você me chamou, você quer algo de mim.

- Eu quero ela.

- Ela? – Suzy tinha uma expressão de curiosidade. – Em que sentido você a quer Dean Winchester? – Mais risadas.

- Deixe-a.

- E você está disposto a trocar sua alma por isso? Interessante.

A demônio se aproximou de um Dean congelado em seu lugar. Ela levantou as mãos, segurando o rosto de Dean entre elas. Debruçou seu corpo sobre ele de maneira sedutora.

- Sua alma vale muito, você sabe. Poderia conseguir um pacto bem melhor. Mas você quer ela?

Mas o caso é que Dean não estava disposto a negociar sua alma. Ele tinha outras coisas para colocar para jogo. Ele era um caçador. Abrindo o frasco de água benta que estava escondido em seu bolso, Dean jogou-lhe no rosto.

- Isso faz cosquinha, hum? – Provocou.

Antes que pudesse se recuperar, Dean foi obrigado a nocauteá-la com um soco no rosto. Não era Lia, ele precisava lembra-se. E trazer Lia de volta dependeria de atitudes drásticas. Pulando em suas pernas e derrubando-a no chão, Dean rolou com Suzy algumas vezes, em meio a socos, antes de conseguir coloca-la exatamente onde queria: embaixo de um andaime de obra devidamente preparado com uma armadilha do diabo.

A demônio soltou um grito de raiva quando se deu conta.

- Eu posso machucá-la, você sabe.

Suzy rasgou a blusa de Lia, deixando seu colo exposto. Então, cruzou os braços e cravou as unhas de ambas as mãos no antebraço oposto com tanta violência, que arrancou pele e sangue.

- Isso não é muito esperto – Dean precisava manter a pose de durão. – Você precisa dela inteira para negociar.

- Preciso? Ela tá gritando! Mal está se aguentando de tanta dor – a demônio voltou a se divertir com a situação. – Você ajudou um pouco.

- Este é o acordo: - Dean continuou como se não tivesse sido interrompido. – Eu deixo você ir e você deixa Lia para nunca mais voltar. Vai deixá-la em paz.

- Só isso? – Suzy desconfiou. – Nada é tão simples com um Winchester.

- Antes, você vai me contar mais sobre esse pacto e por que alguém quer tanto incriminá-la.

- Isso realmente não vai acontecer. Os pactos vão muito além de mim.

- Então eu posso simplesmente exorcizá-la. Você escolhe.

A demônio riu.

- Você faz isso, outro demônio assume o pacto. Você sabe como isso funciona. Além do mais... você sabe que ela não aguentaria, não é? Ela poderia morrer no processo.

Dean não respondeu. É claro que ele sabia que isso seria provável de acontecer. Já tinha feito exorcismos o suficiente para saber como funcionava. Muitas vezes o corpo estava danificado demais para sobreviver. Ele queria apostar que esse não era o caso de Lia. Mas aquilo poderia ser tão doloroso para ela quanto seria para o demônio, e talvez....

- Deixe que eu dê as regras – a demônio continuou. – Eu quero passe livre. Você e seu irmão não virão atrás de mim, não me caçarão, não farão invocações em encruzilhadas. Eu faço o meu trabalho, vocês fazem o de vocês bem longe de mim.

- Em troca?

- Eu não posso te dar um nome, mas eu posso rasgar o contrato. O inferno está uma bagunça, ninguém vai sentir falta de um contrato a menos. Eu faço isso, e fico longe do corpo da sua namoradinha para sempre. De bônus, eu não a mato.

Dean sabia que eram muitas vidas para colocar em risco em troca de uma. Ele tinha total consciência de quanto mal um demônio de encruzilhada com passe livre poderia causar. Mas não seria a primeira vez na vida que ele agiria por um impulso egoísta.

- Fechado.

- Então não fique parado aí, solte-me e vamos selar o pacto – ela gargalhou. – Ela está ansiosa por isso, sabia? Não só para ficar livre de mim, mas para beijar Dean Winchester, o gato de braços fortes – ela o analisou. – Realmente, não são braços nada mal – a demônio revirou os olhos. – Ela parece uma adolescente apaixonada! Acho que preferia quando estava apagada.

- Cala a boca! – Dean gritou.

Caminhando até a armadilha, com um graveto nas mãos, Dean arranhou uma parte do desenho no teto, liberando Suzy. Depois, segurando-a pelos braços, beijou-lhe de forma firme. A demônio lhe beijou de volta, divertindo-se um pouco com a situação.

Os lábios de Lia se abriram e uma fumaça vermelha saiu por ele. O corpo da garota fraquejou, e Dean a puxou para perto prendendo-a em um abraço. Devagar, ele deslizou com Lia até o chão, aconchegando a garota em seu colo, em seu peito.

- Dean... – ela estava tão fraca.

- Me desculpa, kiddo. Eu sinto tanto...

- Não...

- Shiu! Não faça esforço. Eu tô aqui agora. Tudo vai ficar bem.

Lia sorriu. Então tudo apagou. Ela desmaiou nos braços de Dean.

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** OFF **

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