Capítulo 13 - O melhor jeito de consertar um carro

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Encostada na porta do quarto do motel, ligeiramente para dentro, Lia bebia uma cerveja enquanto observava Dean consertar o Impala. Por mais entediada que estivesse por estar presa naquele quarto, precisava admitir que não poderia haver lugar melhor para se estar nesse fim de tarde.

Dean levantou os olhos do motor e encontrou a garota o olhando sem constrangimento. Ele sorriu.

- O que ela tem? – Lia quis saber.

- Só está crescendo, precisa de cuidados constantes.

A garota não conseguiu conter a risada. Chegava a ser fofo o jeito com que Dean tratava aquele carro.

- Sabe como consertar um carro?

- Sei trocar um pneu. – ela deu de ombros.

- Quer aprender?

Ela realmente não queria. Mas como poderia dizer não para qualquer coisa que envolvia ficar mais perto do cara lindo de olhos verdes, cabelos claros e sem camisa? Deixando a cerveja de lado, se aproximou de Dean.

- Tem certeza que vai me deixar colocar as mãos na sua baby?

- Você tem belas mãos – ele deu de ombros.

De certa forma, consertar um carro era legal. Dean a elogiava o tempo todo, por mais que Lia soubesse que ele estava exagerando. Ela nunca mais lembraria o nome de todas aquelas peças. Mas com certeza se lembraria de todas os momentos em que Dean segurou sua mão e a guiou pelo processo.

- Agora, apenas encaixe a mangueira.

- É meio duro isso.

- Hey, vai com calma! Você não quer machucá-la. – Lia riu da preocupação de Dean – É jeito.

Talvez não fosse. Talvez fosse culpa das suas mãos tremulas pela proximidade de Dean. Ele estava logo atrás dela, e quando falava soava perto demais do seu ouvido. Não que isso fosse ruim, mas definitivamente não era benéfico para a sua concentração.

- Muito bom, kiddo.

Ao se virar, Lia percebeu que estava presa entre os braços de Dean e o Impala. As mãos dele não demoraram a pular do carro para a cintura de Lia, exposta devido ao cropped que ela usava. Seus dedos ficaram marcados lá, especialmente os polegares, que faziam pequenos movimentos circulares na barriga de Lia. Graxa. Dean riu.

- Eu precisava limpar em algum lugar.

Lia riu e limpou seus próprios dedos correndo a mãos pelo abdômen de Dean.

- Justo – ele deu de ombros. – Outra cerveja?

- Por favor.

Eles tomaram suas garrafas de cerveja encostados no capô do Impala, e conversaram sobre amenidades. Lia perguntou onde Dean tinha aprendido tudo aquilo sobre carros. Ele respondeu que mecânica era o negócio da família. Ela não acreditou. Dean perguntou onde Lia tinha aprendido a atirar. Ela respondeu que morou em uma fazenda por um tempo. Ele não acreditou.

O sol já começava a se pôr quando o som das risadas de Dean e Lia foram interrompidos por uma voz que a garota conhecia bem.

- Lia?

- Oi... Erick! Hum... Dean estava me ensinando como consertar um carro.

- Não um carro. – Dean a corrigiu. – O carro.

A garota sentiu o rosto corar quando Erick desceu os olhos para a marca de graxa em sua cintura. Não havia qualquer outra coisa que aquilo pudesse ser além da prova de por onde as mãos de Dean vagaram.

- O que você veio fazer aqui? – Soou meio ríspido, mas era isso ou dar abertura para o garoto e suas inapropriadas cenas de ciúmes.

- Eu te liguei a tarde toda. Parece que você andou ocupada.

Dean cruzou os braços. Ele tentou não se meter, apenas olhava de um para outro. Mas sua antipatia por Erick era crescente. Lia não pode deixar de notar como a pose de Dean o fazia parecer ainda mais homem perto de um Erick que parecia um moleque.

- Enfim, - ele continuou – eu estava passando aqui perto e resolvi vir te ver...

- Espera... Como você me achou? – Lia achou estranho. Dean também.

- Eu perguntei, o outro agente me contou.

Dean fechou a cara. De jeito nenhum Sam diria onde eles estavam! Não quando isso poderia não só colocar o disfarce deles em perigo, mas fazer o mesmo com a própria vida de Lia.

- Não. Não foi isso – Dean não se conteve.

- Lia... podemos... hum... conversar a sós?

Ela encarou Dean, que acenou levemente com a cabeça. Apenas com aquele aceno ela sabia que ele queria dizer que não sairia dali, e que observaria cada movimento de Erick. Não que Erick oferecesse qualquer tipo de perigo.

Os amigos se afastaram apenas para ter um pouco de privacidade.

- O que você fez, Erick, como me achou?

Ele revirou os olhos antes de responder, como se esse não fosse o rumo que ele esperava que a conversa tomasse.

- O GPS do seu celular.

- Você me rastreou? – Ela pareceu chocada.

- Bom, você sabe que qualquer um pode fazer isso, não sabe?

Ela não sabia. Também não sabia se Erick estaria mentindo. Mas quando ele mudou de assunto, Lia desistiu de questioná-lo.

- Lia, o que você está fazendo aqui, afinal? Dividindo um quarto de motel com esses caras? Isso é inapropriado!

- Eu não posso dizer. Tem a ver com o caso. Eles só estão me protegendo.

- E pro carinha ali te proteger tem que ficar com as mãos em você?

- Erick...

- Aposto que se entrarmos em contato com os superiores deles...

- Erick... Por que você está aqui mesmo?

- Enfim, eu só vim dizer que consegui descobrir algumas coisas no computador da biblioteca.

- Mesmo? Nós precisamos contar...

- Não! – ele protestou. – É chocante, Lia. Vá me ver essa noite, eu posso te mostrar. Mas vá sozinha.

Erick não deu mais chances de Lia protestar e foi embora. Ela sabia que não poderia sair do quarto sem autorização de Sam e Dean, ainda mais durante a noite. Mas o jeito com que Erick falou... Será que ele sabia que ela estava envolvida?

Quando se virou novamente, Sam estava encostado no Impala, ao lado de Dean. Ela riu porque era engraçado ver um dos irmãos de terno e gravata e o outro sem camisa e sujo de graxa.

- Hey, Sam. – ela disse.

- Hey, garota mecânica.

Ela sorriu.

- Acho que preciso de um banho – respondeu, correndo para dentro do quarto do motel.

- É, eu também...

Dean começou a segui-la, mas Sam esticou o braço para a lateral e o barrou.

- Depois dela! 



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** OFF **

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Supernatural - Não era apenas mais um casoWhere stories live. Discover now