Capítulo 17 - Um dia normal para os Winchesters

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Sam e Dean conversavam. Algo sobre demônios e pactos. E fantasmas. E mortes. Lia tentou abrir os olhos. Não era um sonho. Ela não conseguiu. Apagou novamente.

Quando seus olhos voltaram a abrir, focaram em Sam, novamente sentado na mesa do quarto, mexendo no notebook.

- Então... – sua voz saiu baixa e rouca. Sua garganta doía onde Dean tinha apertado. – Você é minha... babá hoje?

Levantado os olhos do computador, Sam sorriu. Ele caminhou até a cama de Lia e sentou-se aos seus pés.

- Parece que sim. Como você está?

- Como se tivesse sido atropelada por um caminhão. Seu irmão... tem um soco forte.

Sam riu. Lia tentou rir também, mas tudo doía.

- E você acha que eu não sei disso? – Levantando-se, foi até o criado mudo e pegou alguns comprimidos e um copo de água para a garota. – Tome isso – e quando sentou-se novamente, estava mais próximo dela. – Ele não consegue te olhar, sabia? Conheço Dean... Está tomado de culpa.

- Dean fez... o que precisava ser... feito – era difícil falar. – Ele é um herói. Vocês dois são, Sam. Eu que fui estúpida! Se não fosse... não fosse por mim, aquelas garotas... ainda estariam vivas.

- O que você quer dizer? – Sam enrugou a testa.

- Se eu não tivesse fugido...

- Aquelas garotas? No plural?

- Iris e Lana. Duas em uma noite. Além de Amanda – ela suspirou. – Lana, Iris, Amanda.

- L. I. A. – Lia apenas confirmou com a cabeça.

- Era sobre... sobre mim o tempo todo... Não era?

- Dean precisa saber disso.

- Vá ajudá-lo, Sam. Vocês têm duas garotas mortas, um fantasma, um demônio e um mandante de tudo isso a solta. Vai ser... um longo dia.

- Apenas um dia normal para os Winchesters – Sam brincou. – Você fica aqui!

- Eu fico aqui – ela garantiu.

--

Dean acabava de investigar o quarto de Lana quando Sam apareceu para lhe dar a notícia de que havia uma terceira vítima. Juntos, caminharam até o quarto que tinham descoberto ser o de Iris. A cena não era muito diferente das que já haviam encontrado antes.

- Ainda não entendendo os corações desaparecidos – Sam analisava, logo depois de ter contado a Dean a teoria do L.I.A.

Dean tinha incorporado o modo negócios naquele dia e estava extremamente sério e pragmático.

- O que ainda estamos fazendo aqui, Sam? Nós lidamos com o demônio. Não da melhor maneira possível, admito, mas ela deve estar longe essa hora. Não é mais nosso negócio.

- Tem três garotas mortas aqui, Dean, um fantasma...

- Salgar e queimar – disse simplesmente. – Problema resolvido.

- Quando o coração está faltando?

- Esses corações foram comidos, Sam. Por sorte, com algum sal – ele tentou fazer uma piada. – Provavelmente algum ritual demoníaco que nós deixamos passar. Queimar o corpo vai funcionar.

- E você não quer descobrir quem estava por trás disso tudo? Lia ainda pode estar em perigo.

- Nós limpamos qualquer evidencia que pudesse ligar os crimes a ela. E quem está por trás disso é um humano. Isso é problema da polícia local agora.

- Lia é problema nosso! Se ele for atrás dela...

- A garota dorme com uma colt embaixo do travesseiro, Sammy!

- Ok, você venceu. – Sam não estava realmente convencido de que o caso estava encerrado para eles, mas às vezes, era impossível discutir com Dean. Ele tinha uma vida de experiência para saber isso. – Vamos cuidar de Amanda essa noite. E depois...

- Dar o fora daqui – Dean completou.

- Certo. Eu vou fazer uma visita para os pais de Amanda e descobrir onde a garota foi enterrada – Sam disse. – Você, leve Lia para almoçar, ela deve estar faminta.

Dean fez uma careta, mas não reclamou. Negar-se a levar uma garota para comer era algo que soaria estranho demais vindo dele. E ele não precisava que Sam tivesse ainda mais motivos para acreditar que a razão para que quisesse dar o fora o quanto antes dali tinha um nome e um rosto.

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